quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

FLYING LAPS – JANEIRO DE 2022

            Pois é, 2022 nem bem começou, e o mês de janeiro já foi embora. Já estamos em fevereiro, e em breve, teremos os lançamentos dos novos carros do que se pretende ser uma nova F-1, como tantas vezes já foi alardeado em outras mudanças de regulamento técnico. Mas, enquanto aguardamos a apresentação dos novos bólidos, vamos relatar alguns acontecimentos do mundo da velocidade que tivemos neste primeiro mês de 2022, com alguns comentários rápidos a respeito, em mais uma edição da já tradicional sessão Flying Laps. Portanto, uma boa leitura a todos, e até a próxima edição desta sessão em março...

O Bandsports vem reforçado para este ano no quesito automobilismo. Além de continuar a transmitir as provas da F-2 e F-3 de acesso à Fórmula 1 nos finais de semana em que haverá corridas destas categorias, e já exibir também a Stock Car Brasil, o canal por assinatura do Grupo Bandeirantes fechou acordo para exibir a categoria do Império Endurance Brasil, com transmissão ao vivo e na íntegra de todas as provas da competição. Mas a grande novidade é o incremento da Nascar, a Stock Car dos Estados Unidos, que depois de mais de uma década e meia sendo transmitida pelos canais Fox Sports, também passará a ser veiculada pelo canal, que promete transmitir todas as corridas da divisão principal, a Cup Series, ao vivo. As demais divisões da Nascar, como a Truck Series e a Xfinity Series também terão algumas etapas transmitidas pelo canal, embora ainda não tenha sido divulgado quais destas provas serão exibidas. Os fãs da velocidade que fiquem atentos às mudanças de canais de suas categorias preferidas, pois opções não faltarão na TV paga e aberta neste ano de 2022, com muita emoção e disputas.

 

 

O brasileiro Gustavo Gugelmim foi campeão do rali Dakar 2022 na categoria dos UTVs, ao lado de seu parceiro, o norte-americano Austin Jones. Foi o segundo título de Gugelmim na competição, tendo vencido também na classe dos UTVs em 2018, quando atuou junto com seu compatriota Reinaldo Varela. Não foi uma vitória fácil, e o triunfo veio apenas no último dia da competição em areias sauditas, terminando a última etapa em 3º lugar, o que garantiu o triunfo na categoria dos UTVs com uma vantagem de apenas 2min37s de vantagem para os espanhóis Farrés Guell e Ortega. Um tempo bem apertado, considerando-se ser em uma categoria off-road, onde qualquer empecilho poderia colocar tudo a perder. Foi o terceiro triunfo de um competidor brasileiro na classe dos UTVs, lembrando que em 2017 o título ficou com a dupla Leandro Torres e Lourival Roldan. Um resultado a ser bastante valorizado e parabenizado.

 

 

Na classe dos carros, a vitória no Dakar 2022 foi do catariano Nasser Al-Attiyah, da equipe Toyota, que chegou ao seu quarto título na história da competição, e empata com o finlandês Ari Vatanen, também tetracampeão nos carros. Como Nasser Al-Attiyah segue em atividade, na prática ele tem tudo para superar Vatanen na próxima edição do Dakar. Acima de ambos, em número de conquistas na classe dos carros, está apenas Stéphane Peterhansel, com “apenas” oito títulos, descontando-se os triunfos obtidos na classe das motos. Peterhansel, aliás, deu azar na competição deste ano, tendo uma quebra do eixo de seu carro logo no início da competição, o que o fez ter de desistir. Azar de uns, sorte de outros, ou quase, pode-se dizer. Sébastien Loeb, ninguém menos do que 9 vezes campeão do Mundial de Rali, ainda não conseguiu incluir o Dakar na sua lista de títulos na carreira, mas chegou bem perto este ano, onde o francês terminou em 2º lugar, com uma desvantagem de cerca de 27min46s para Al-Attiyah. O catariano, aliás, liderou a competição de carros do Dakar desde o início, mantendo uma constância de resultados e um ritmo firme que lhe permitiram controlar a vantagem para os concorrentes e minimizar os riscos de erros, enquanto os rivais mais próximos tiveram todos algum contratempo que comprometeu seus esforços em tentar discutir a liderança com o catariano. No caso de Loeb, um eixo de hélice em seu modelo BRX Hunter, preparado pela Prodrive que quebrou no estágio 3, custando-lhe meia hora em reparos, um tempo que o francês nunca conseguiu recuperar, pois teve também uma penalidade por excesso de velocidade. Outro favorito em potencial que teve uma edição 2022 do Dakar cheia de problemas foi Carlos Sainz. “El Matador”, tricampeão na categoria carros, terminou apenas em 11º lugar este ano, defendendo o novo projeto da Audi, que fez sua estréia no rali mais famoso do mundo com um modelo híbrido, em um projeto totalmente novo que, como seria de esperar, apresentou alguns problemas de fiabilidade, mas demonstrou potencial para assustar os rivais em edições posteriores. Mas não foram só problemas no carro que deixaram o espanhol fora de combate na luta pelo quarto título da competição: o piloto se perdeu tentando encontrar o caminho correto em uma das etapas, o que lhe custou duas horas de tempo perdido, entre outros percalços. Essa é uma sina do Dakar: por mais experiente e calejado que seja o competidor, isso não é garantia de conseguir evitar todas as armadilhas do percurso. Melhor sorte no próximo ano, Sainz.

 

 

Na estréia da temporada 2022 do Mundial de Rali, os fãs da competição off-road puderam testemunhar um duelo de gigantes que, infelizmente, não estará presente em toda a temporada. Sebastien Loeb e seu compatriota, Sebastien Ogier, nada menos do que os maiores campeões da categoria, duelaram até o último instante na prova de abertura do campeonato, o Rali de Monte Carlo. Loeb começou a etapa na frente no primeiro dia, mas Ogier reagiu no segundo dia de competição. Mas no último dia, foi Loeb quem acabou recebendo a bandeirada final em primeiro lugar. Ogier vinha aumentando a vantagem para o compatriota, mas teve um pneu furado, e acabou vendo suas chances de vitória irem para o ralo, tendo de se contentar com o 2º lugar na etapa de abertura da temporada. Infelizmente, para os fãs, tanto Loeb quanto Ogier farão apenas participações esporádicas no campeonato, de modo que nenhum deles lutará pelo título. Restará aos fãs apenas o privilégio de ver estes duelos ocasionais, e imaginar o que poderia render um confronto entre ambos se resolvessem disputar toda a temporada da competição. Sorte para os concorrentes, que poderão disputar o título da temporada sem terem estes dois monstros consagrados do rali lhes tirando o sono durante a temporada...

 

 

E a fera está de volta! Marc Márquez, a “Formiga Atômica”, hexacampeão da classe rainha do motociclismo, recebeu sua alta médica, e já está liberado para voltar às atividades de competição. Descansando desde o mês de novembro para se recuperar de uma concussão em uma queda que bagunçou com sua visão, o piloto da Honda estava se concentrando em sua recuperação visando voltar com força total para a temporada de 2022, e os médicos confirmaram que o piloto espanhol está pronto para a disputa. Marc já poderá participar dos primeiros testes oficiais da pré-temporada, marcados para os dias 5 e 6 de fevereiro na pista de Sepang, na Malásia. E ele irá participar também dos testes da semana seguinte, que serão na pista de Mandalika, na Indonésia. Márquez passou por uma avaliação médica no último dia 24 de janeiro, e recebeu o OK definitivo dos médicos para retomar suas atividades de competição de forma total. Um alívio para a Honda, que mesmo com a participação de sua maior estrela, não teve no ano passado os resultados que esperava. Marc Márquez voltou a pilotar, mas sentindo sequelas do acidente onde fraturou o braço no início da temporada de 2020, que teve uma recuperação bem complicada devido à impaciência inicial do piloto. Mais precavido, e menos impetuoso, devido às dificuldades encontradas nas corridas do ano passado com relação à sua condição física, Marc teve enfim um período de descanso mais efetivo, para um retorno completamente recuperado. Mesmo assim, será preciso ver as condições em que o hexacampeão estará na condução de sua moto, para vermos de fato se ele está de volta com sua força máxima. No ano passado, mesmo com todos os contratempos, Márquez ainda venceu três provas, no que foram os únicos resultados de monta da Honda em todo o campeonato, mas não conseguiu entrar na luta pelo título, já que perdeu corridas no início da temporada, e teve azares em várias outras etapas. Agora, ao menos, ele poderá não apenas começar o campeonato desde a primeira corrida, como também participar da pré-temporada. E todos querem saber em que forma ele retornará. Vamos descobrir nestas duas sessões de teste, mas a resposta decisiva mesmo, creio que apenas na corrida de abertura do campeonato, no mês de março. Desde que recebeu a alta médica, Marc se concentrou em melhorar sua forma física, tendo inclusive pilotado na pista de Portimão, onde rodou cerca de 65 voltas, confessando ter sentido um pouco o corpo devido aos meses de inatividade, algo mais do que natural, já que não pilotava desde outubro do ano passado. Ele se sentiu muito aliviado por voltar a acelerar fundo um modelo de competição, e não sentiu nenhum desconforto que indicasse algum problema decorrente do acidente sofrido em outubro. Além da expectativa dos fãs, os concorrentes, em especial, vão ter muito interesse em saber as condições do recuperado hexacampeão, por motivos mais do que óbvios...

 

 

Os testes de pré-temporada da MotoGP na Indonésia, aliás, estiveram em risco de não serem realizados devido à explosão de casos da variante ômicron do coronavírus, que obrigou a implantação de várias restrições de viajantes de vários países por parte do governo indonésio. Mas os testes devem acontecer sem maiores problemas, e sob rígidos protocolos de segurança sanitários, para assegurar a participação de todos os times e pilotos, que estrearão o novo circuito de Mandalika, que será o palco do GP da Indonésia, que estréia no calendário da classe rainha do motociclismo nesta temporada, e que está garantido de ser realizado, mais uma vez, sob forte esquema de segurança sanitário, para prevenir a disseminação da Covid-19. Até o fechamento deste texto, tudo caminhava para a liberação dos testes. Um eventual cancelamento obrigaria a MotoGP a ter de implantar um plano de emergência para completar os testes da pré-temporada, já que a situação parece mudar a cada dia, sem ter uma segurança exata do que pode vir a acontecer...

 

 

Josef Newgarden declarou recentemente que, apesar de ter interesse em conhecer a F-1, não se vê pilotando na categoria máxima do automobilismo. Bicampeão da Indycar, e guiando para o maior time da competição, ele falou o óbvio: na Indycar, as chances de competitividade são melhores, e mesmo quem não tem o melhor carro ainda tem chances de lutar pelo título, e de ser campeão, algo que não ocorre na F-1, onde é preciso estar no carro certo, e no momento certo, para lutar pelo título. Para ele, a F-1 ainda é uma categoria que exerce uma atração e um fascínio ímpar, e que não pode dizer que nunca correria lá. Mas não tem planos de tentar buscar uma oportunidade, afirmando que a Indycar é sua vida, e que o atual formato da F-1 não o atrai. E ele não está errado: Newgarden tem uma carreira de sucesso na categoria dos Estados Unidos, guia para um time de ponta, e para ir para a F-1, só se fosse também para uma escuderia de ponta, uma chance muito restrita de ocorrer. E há vida fora da F-1, como diversos outros pilotos já demonstraram, tenham passado ou não por lá...

 

 

Outro piloto da Indycar, Colton Herta, por outro lado, não descarta buscar uma chance de alinhar no grid da F-1 no futuro. O piloto declarou que ainda quer fazer muitas coisas na carreira, mas sabe que é preciso achar o momento e a oportunidade certas para tentar a sorte. Colton sabe que vive um bom momento na Indycar, onde consegue lutar por vitórias, tendo vencido cinco corridas até o presente momento, e que é um dos nomes mais badalados na categoria atualmente pela performance que demonstra na pista. Ele acredita que ainda irá aparecer o momento ideal para tentar se aventurar na F-1, lembrando que ainda é muito jovem, e que pretende correr por muito, muito tempo ainda, o que pode lhe ajudar a vislumbrar a melhor oportunidade para tentar a sorte na categoria máxima do automobilismo. Paciência e oportunidade serão importantes. Paciência é a parte fácil, vamos ser se surge uma oportunidade de fato para ele, que ao menos lhe dê chance de mostrar a sua capacidade...

 

 

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