Hora de começar a acelerar fundo em 2022. No próximo final de semana, a Indycar abre sua temporada, com a etapa de São Petesburgo, na Flórida, com muitas expectativas de duelos e disputas no campeonato deste ano. Portanto, é mais do que hora de um pequeno texto a respeito do que podemos esperar dessa nova temporada, que terá inclusive uma transmissão com mais opções para os torcedores brasileiros. Uma boa leitura a todos, e é hora de se preparar para o mundo da velocidade vir com tudo este ano...
INDYCAR 2022
Categoria de monopostos dos Estados Unidos inicia a temporada de 2022 visando voltar à normalidade, depois de duas temporadas fortemente afetadas pela pandemia da Covid-19
Adriano de Avance Moreno
Pilotos e equipes da Indycar estão a postos para acelerar fundo na temporada 2022. |
Hora de voltar a acelerar fundo! A Indycar 2022, a principal categoria de monopostos dos Estados Unidos, dá sua largada neste domingo, no já conhecido circuito de rua montado na cidade de São Petesburgo, no Estado da Flórida, para um campeonato que tenta um retorno à normalidade, depois dos momentos conturbados de 2020 e 2021, devido à pandemia do coronavírus. Uma expectativa pelo retorno de competir no Canadá, principal corrida afetada pelas restrições de viagens e protocolos sanitários implantados por causa da pandemia, que virou o mundo de cabeça para baixo no início de 2020, e que ensaiou um retorno a dias mais normais no ano passado, com a vacinação em larga escala da população nos Estados Unidos. Um clima de normalidade que acabou abalado pela variante ômicron do coronavírus, muito mais transmissível, ainda que um pouco menos agressivo que as demais variantes da Covid-19 conhecidas até então, mas que voltou a se fazer necessárias restrições de circulação nestes últimos meses, que parecem estar sendo finalmente abrandadas, em que pese os números da pandemia ainda inspirarem cuidados nos hábitos da população em geral.
Com todos os integrantes na competição devidamente vacinados, mesmo assim a Indycar mantém medidas de segurança para evitar o pior, mas felizmente, tudo indica que ao contrário do ano passado, deverá ser possível realizar o calendário de competição inicialmente proposto sem maiores percalços. Uma notícia encorajadora para todos, já que na pista, pelo menos, a competição deverá manter o seu tradicional nível de equilíbrio e imprevisibilidade, com vários pilotos capazes de lutar por vitórias, e quem sabe, na luta pelo título, promovendo um duelo dos mais ferrenhos, com muitas disputas roda a roda por posições nas corridas, em todos os tipos de circuitos que compõem o calendário da categoria.
Álex Palou (acima) vai em busca do bicampeonato com a Ganassi, mas Scott Dixon (abaixo) quer mostrar que ele não vai brilhar sozinho nesta luta, e quer o seu sétimo título na categoria.
Álex Palou, o atual campeão da categoria, obviamente é o homem a ser batido por todos. Em seu segundo ano na competição, e o primeiro em um time de ponta, o espanhol não apenas conseguiu mostrar a que veio na Ganassi, como deixou para trás Scott Dixon, hexacampeão da Indycar, e praticamente o “rei” no time de Chip Ganassi. E o neozelandês é o primeiro adversário de perigo com que Palou precisará tomar cuidado. Dixon teve uma temporada abaixo do esperado em 2021, o que facilitou a Álex assumir a primazia na temporada, o que não desmerece o sua conquista. Mas ele terá de se esforçar para deixar Dixon novamente para trás, se o velho campeão voltar à velha forma, e endurecer o jogo. Ao longo dos anos, Scott já superou todos os seus companheiros de equipe, e o revés do ano passado não é algo inédito para o neozelandês, e muito menos o fim do mundo. Sem pensar em aposentadoria, o hexacampeão é o maior nome da categoria atualmente, e não vai deixar que se esqueçam disso. Ele conhece o time como a palma da sua mão, e se a Ganassi lhe der um carro vencedor, vai tratar de fazer novamente a sua parte, procurando esquecer a temporada passada.
E, na Indycar, não tem o conhecido jogo de equipe. Palou e Dixon terão toda a liberdade para duelarem entre si nas corridas, se for o caso, sejam por posições intermediárias, sejam por pódios ou vitórias. Quem for melhor vai levar, sem ter de dar satisfações a ninguém. E Palou não aplicou necessariamente nenhuma “surra” no hexacampeão: Dixon terminou em 4º lugar na temporada, com apenas 68 pontos a menos. Em termos de avaliação no campeonato, o neozelandês não foi assim tão ruim, mesmo tendo feito uma temporada sem o brilho habitual. Tanto Dixon quanto Palou tiveram seus momentos de altos e baixos, mas o espanhol conseguiu ser um pouco melhor na temporada, e em um certame tão disputado como é a Indycar, isso costuma fazer a diferença. Se Dixon retomar as rédeas da situação, ele certamente vai ser um páreo duro a ser batido, e Palou terá de estar preparado para reagir à altura. E a Ganassi, se mostrar força, não vai dar mole para os concorrentes, que terão de se preocupar não apenas com atual campeão, mas também com um dos maiores campeões da história das categorias Indy. E o perigo não vem apenas de Scott Dixon e Álex Palou.
A Ganassi ainda conta com o sueco Marcus Ericsson, que a despeito de ser considerado o elo mais fraco entre os pilotos do time da Ganassi, mostrou que não pode ser subestimado, tendo vencido duas corridas no ano passado, sendo que em uma delas, Nashville, ele chegou até a sofrer um acidente que por pouco não o tirou da corrida, ao subir na traseira do carro de Sébastien Bourdais. Em teoria, Jimmie Johnson, o outro piloto da Ganassi, tem tudo para evoluir este ano, mas muitos ainda não o vêem como um piloto que consiga apresentar os mesmos resultados que Dixon e Palou, apesar de seu currículo mais do que vitorioso na Nascar. Jimmie passou toda a temporada de 2021 aprendendo os macetes e conhecendo o estilo de condução de um carro monoposto, com o qual ele nunca havia competido antes. Com a experiência acumulada nas provas do ano passado, é esperada uma evolução na performance do piloto, mas ninguém sabe dizer quão melhor ele se sairá este ano, onde competirá em todas as corridas, entre elas as provas em ovais em que ficou de fora no ano passado. Se ele conseguir andar entre os primeiros colocados, será uma agradável surpresa, ajudando a embalar as disputas na pista. Dixon espera que Johnson mostre mais serviço nos ovais, tipo de circuito ao qual está mais acostuma, pela sua experiência na Nascar. Mesmo assim, sua performance dependerá de ter assimilado totalmente o estilo de condução do monoposto da categoria, para poder extrair do carro tudo o que ele tem a oferecer.
Josef Newgarden foi vice-campeão nos últimos dois anos, e vai novamente em busca do tricampeonato com a Penske.
E
há de se tomar cuidado principalmente com Josef Newgarden, da Penske. O
norte-americano fez uma retomada fortíssima na segunda metade da temporada do
ano passado, mas a inconsistência no time de Roger Penske durante todo o ano
acabou por comprometer parte dos esforços do bicampeão, que levou o time nas
costas em muitas provas, e não teve a sorte a seu lado em certos momentos. Com
o time da Penske reduzindo sua esquadra para três carros, ao contrário dos
quatro alinhados em 2021, espera-se que a escuderia, a mais tradicional e
vitoriosa da história das categorias Indy, volte a ter um melhor foco na
competição, e melhore o nível de performance de seus carros. Com Scott
McLaughlin ainda precisando mostrar na categoria o seu talento da V8 Supercars,
resta à Penske que Will Power volte a seus melhores dias, quando era um piloto
quase imbatível na pista. O australiano teve mais um ano de altos e baixos,
mais baixos que altos, e muito azar em determinados momentos, de modo que nem
conseguiu entrar na disputa pelo título como já fez tantas vezes. Ele precisa
mostrar que ainda merece estar na equipe, e com a saída de Pagenaud, sua
performance será ainda mais cobrada. E a Penske não pode ficar refém apenas do
desempenho de Newgarden.
Pelo lado da Andretti, as maiores apostas do time são em Colton Herta, que fez uma boa temporada no ano passado, mas poderia ter ido melhor se não cometesse alguns erros que o privaram de resultados de monta, impedindo-o de estar além da 5ª posição no campeonato. Alexander Rossi, outrora a grande estrela do time de Michael Andretti, tem de mostrar serviço em 2022. Se no ano passado o americano ainda não conseguiu voltar a desencantar, ele ainda tinha Ryan Hunter-Reay para se espelhar em alguém que vinha tendo resultados ainda mais fracos, mas o campeão de 2012 foi dispensado do time, e para seu lugar, veio a sensação da temporada passada, Romain Grosjean, que chega cheio de vontade e determinação no time para brilhar ainda mais do que já fez com a modesta Dale Coyne em 2021, e que pode eclipsar Rossi se este não reengrenar novamente no time, que traz o novato Devlin DeFrancesco no lugar de James Hinchcliffe, que também não conseguiu empolgar novamente na temporada passada, e ficou de fora da categoria, destino que também afetou Hunter-Reay.
Colton Herta (acima) é a grande estrela da equipe Andretti, mas Romain Grosjean (abaixo) promete mostrar a que veio em seu novo time, assim como fez em sua temporada de estréia ano passado.
Na disputa para entrar na luta pelo título, temos a McLaren, que fez uma bela temporada no ano passado com Patrício O’Ward, e quer mais, ainda com o mexicano sonhando em tentar uma aventura na F-1, algo que será muito mais viável se conquistar o título da Indycar. Apesar do mexicano ter terminado em 3º lugar no ano passado, “faltou gás” na reta final para encarar Álex Palou e Josef Newgarden. Mais coeso e experiente, McLaren e Patrício devem vir bem fortes nessa temporada para corrigirem os erros de 2021. Já Felix Rosenqvist, por sua vez, não impressionou como se esperava, ficando muito a dever em termos de resultados, sendo completamente eclipsado por O’Ward. O sueco ganhou uma nova chance este ano, mas se não corresponder, poderá ser sacado do time para o próximo ano, e tem muita gente de olho em um cockpit de um time competitivo como a McLaren.
Quem também tenta mostrar um pouco mais de força é a Rahal/Letterman/Lanigan, que segue com Graham Rahal como principal piloto, mas tendo dispensado Takuma Sato, e aumentado sua operação para três carros em tempo integral. Para o lugar do japonês, vencedor de duas edições da Indy500, veio Jack Harvey, e o time contará também com Christian Lundgaard. Sato, por sua vez, encontrou lugar na Dale Coyne, que terá também o novato David Malukas alinhando para toda a temporada.
Na Foyt, Dalton Kellet e Kyle Kirkwood disputarão toda a temporada, com a presença de Tatiana Calderón em algumas corridas, torcendo para pelo menos o time do lendário A.J. Foyt se arrumar direito, e conseguir oferecer melhores condições de competição a seus pilotos, algo que vem devendo nos últimos anos. E ainda temos a Juncos, que comprou o que restava da equipe Carlin para reforçar sua participação na temporada 2022 com o novato Callum Ilott, que não deve ter maiores expectativas em seu ano de estréia na competição.
Nos últimos testes da pré-temporada, Colton Herta foi o mais rápido no primeiro dia em Sebring, enquanto Simon Pagenaud foi o mais veloz no segundo dia. Os tempos marcados mostram todos muitos próximos, mas como foi usada uma versão reduzida da pista, natural que os tempos ficassem mais parelhos. De qualquer maneira, só com os primeiros treinos e corrida é que poderemos ter uma visão mais próxima da relação de forças da competição. Mas, dada a maior competitividade da Indycar, podemos de fato ver vários pilotos andando juntos nas corridas, com muita disputa e duelos por posições. Por mais que Ganassi, Andretti, e Penske sejam consideradas favoritas, não se pode menosprezar a chance dos demais times e pilotos conseguirem surpreender na competição, ajudando a embolar as disputas e proporcionar corridas mais acirradas. A expectativa é que mais uma vez vejamos uma boa temporada.
O calendário da competição em 2022 é bem tradicional. Serão 16 corridas, e apesar da competição começar mais cedo, continuará terminando cedo como sempre, na primeira quinzena de setembro, mais uma vez evitando competir mais adiante por receio da competição com outros esportes, como a NFL, a Liga de Futebol Norte-Americano, o que deixa um enorme vazio para os fãs da velocidade no último trimestre do ano, sem corridas para acompanharem, pelo menos na Indycar. Os ovais continuam em baixa no calendário, com exceção de Indianápolis. Texas, Gateway e Iowa, esta última sediando a única rodada dupla da temporada, permanecem na competição. Diferente do ano passado, quando a Indycar estreou uma nova etapa, em Nashville, não há nenhuma corrida nova no calendário deste ano. São Petesburgo abre a temporada, e Laguna Seca a encerra. Para muitos, há espaço para mais algumas corridas, mas o momento econômico delicado, especialmente em decorrência da pandemia da Covid-19, impacta as esperanças de termos mais corridas em praças mais diversificadas no futuro próximo.
São Petesburgo abre a temporada 2022 (acima), com encerramento em Laguna Seca (abaixo), num total de 16 provas na temporada.
Não que Roger Penske, atual dono da categoria, não pense em expandir a Indycar. Há muitos planos, que envolvem adicionar novas corridas, e principalmente, atrair possíveis novos fornecedores técnicos, como na área de motores, atualmente restrita à Chevrolet e Honda. Chassis e pneus novos também estão na mira de reforçar a competição, mas tudo pensado de uma maneira que os gastos continuem os mais acessíveis possível, de modo a garantir a sobrevivência financeira dos times menos abastados, evitando sobressaltos e encarecimento de custos. Para este ano, temos confirmados 24 pilotos disputando toda a temporada, o que não é um número ruim. Mas, mantendo as condições de competição estáveis, com os gastos controlados, a melhoria da economia conforme a pandemia for sendo superada vai se refletir também no automobilismo, e deve promover a entrada de outros times e pilotos que já miram a Indycar como seu destino profissional, mas esperam apenas terem maior segurança financeira para darem início a seus projetos.
Neste momento, portanto, a meta é consolidar a categoria, oferecendo corridas viáveis, e conferir capacidade dos participantes de se sustentarem financeiramente, antes de pensar em qualquer medida de expansão, permitindo uma recuperação saudável do aspecto empresarial, depois de dois anos onde tudo ficou abalado por causa da Covid-19. Entre os desafios de consolidação da Indycar está o reforço das etapas em pistas ovais no calendário, que ficaram bem reduzidas nos últimos tempos. Já contando com um número bem satisfatório de pistas em circuitos mistos e urbanos, um dos objetivos é conseguir novas etapas em ovais que sejam viáveis para a competição. Pistas curtas como Phoenix não ofereceram boas corridas nas últimas vezes que sediaram provas da categoria, e Pocono, um superspeedway, acabou ficando marcado negativamente pelos acidentes ocorridos por lá. Com parte das pistas ovais dos Estados Unidos comprometida com a Nascar, que faz um lobby muito forte para que estes circuitos não sediem provas da Indycar, que é vista como categoria “inimiga” da Nascar, é necessário um trabalho mais acurado para “furar” esse bloqueio, e conseguir novas alternativas de circuitos que tenham interesse em fazer parte do calendário.
Roger Penske não entra numa jogada para perder, e com certeza, sob sua administração a Indycar há de crescer e se expandir. Não fosse o baque provocado pela pandemia da Covid-19, talvez a categoria já estivesse com planos mais adiantados neste sentido. Foram dois anos de “sobrevivência”, diante das dificuldades impostas pelo coronavírus que afetou de maneira contundente toda a economia mundial, e levou muita gente à ruína, diante dos problemas desencadeados pelo isolamento social, para não falar das mortes causadas a milhares de pessoas mundo afora. Os desafios ainda estão presentes, apesar do momento de mais calma e de aparente normalidade em alguns lugares. Por isso mesmo, conseguir manter a estabilidade da Indycar já é um grande feito, ajudando a manter a categoria viva e ativa, reforçando suas bases para o crescimento que a retomada econômica promoverá naturalmente, de forma a mostrar as possibilidades que a competição oferece para quem nela quer investir e disputar. E 2022 tem ainda o atrativo da já costumeira maior equidade entre os times. Temos uma nova geração de talentos, representada pelo atual campeão, Álex Palou, disposta a mostrar do que é capaz na pista, e uma antiga geração, como Scott Dixon, determinados a manter seu status de lendas da velocidade, numa disputa que tem tudo para empolgar quem quer ver mais e mais duelos na pista. E eles terão seus desejos atendidos. Quem vai ganhar? Impossível apontar favoritos com certeza. Portanto, que venha a bandeira verde, e os carros acelerem com tudo, em mais uma temporada da Indycar.
EQUIPES E PILOTOS
EQUIPE |
MOTOR |
PILOTOS |
Penske Racing Team |
Chevrolet |
Josef Newgarden Will Power Scott McLaughlin |
Chip Ganassi Racing |
Honda |
Álex Palou Scott Dixon Marcus Ericsson Jimmie Johnson Tony Kanaan (**) |
Andretti Autosports |
Honda |
Colton Herta Alexander Rossi Romain Grosjean Devlin DeFrancesco Marco Andretti (**) |
Foyt Enterprises |
Chevrolet |
Dalton Kellet Kyle Kirkwood Tatiana Calderón (*) |
Arrow McLaren SP |
Chevrolet |
Patrício O’Ward Felix Rosenqvist Juan Pablo Montoya (*) |
Ed Carpenter Racing |
Chevrolet |
Connor Daly Rinnus Veekay Ed Carpenter (*) |
Meyer Shank Racing |
Honda |
Hélio Castro Neves Simon Pagenaud |
Rahal Letterman Lanigan Racing |
Honda |
Graham Rahal Jack Harvey Christian Lundgaard |
Dale Coyne Racing |
Honda |
Takuma Sato David Malukas |
Juncos Racing |
Chevrolet |
Callum Ilott |
Dreyer & Reinbold Racing (**) |
Chevrolet |
Sage Karan (**) Santino Ferrucci (**) |
(*) = Disputará apenas parte do campeonato
(**) = Disputará apenas as 500 Milhas de Indianápolis
Novos nomes no grid: Christian Lundgaard na Rahal/Leterman/Lanigan (acima); e David Malukas na Dale Coyne (abaixo). |
CALENDÁRIO DA TEMPORADA 2022
DATA |
CORRIDA |
TIPO DE CIRCUITO |
27.02 |
GP de São Petesburgo |
Urbano |
20.03 |
GP do Texas |
Oval |
10.04 |
GP de Long Beach |
Urbano |
01.05 |
GP do Alabama |
Misto |
14.05 |
GP de Indianápolis |
Misto |
29.05 |
500 Milhas de Indianápolis |
Oval |
05.06 |
GP de Detroit |
Urbano |
12.06 |
GP de Elkhart Lake |
Misto |
03.07 |
GP de Mid-Ohio |
Misto |
17.07 |
GP de Toronto |
Urbano |
23.07 |
GP de Iowa 1 |
Oval |
24.07 |
GP de Iowa 2 |
Oval |
07.08 |
GP de Nashville |
Urbano |
20.08 |
GP de Gateway |
Oval |
04.09 |
GP de Portland |
Misto |
11.09 |
GP de Laguna Seca |
Misto |
TRANSMISSÃO NO BRASIL E BRASILEIROS NO GRID
Para alegria dos fãs da Indycar, a categoria de monopostos dos Estados Unidos continuará presente na TV brasileira em 2022. E agora em dose dupla: se no ano passado a TV Cultura evitou que os fãs ficassem órfãos das transmissões da competição, após o Grupo Bandeirantes desistir da Indy em decorrência de sua nova aposta na Fórmula 1, para este ano, além de continuar firme na grade de programação da emissora paulista da Fundação Padre Anchieta, a Indycar também estará presente nos canais ESPN, após o Grupo Disney firmar contrato de transmissão da competição pelas próximas três temporadas. O contrato também prevê a transmissão das provas da competição pela internet, no serviço de streaming Star +, oferecendo na prática três opções para o fã acompanhar as corridas da categoria em 2022, na TV aberta, na TV fechada, e nos sistemas de streaming via internet.
Na Cultura, volta a dupla Geferson Kern e Rodrigo Mattar na narração e comentários das transmissões. Já na ESPN, Thiago Alves deve se encarregar da narração, com Edgar Melo Filho comentando as corridas, junto com Victor Martins, do site Grande Prêmio. O canal ainda terá a participação de Christian Fittipaldi nas transmissões. Portanto, cada um terá sua opção de preferência para acompanhar a competição da Indycar em seus respectivos canais.
Já com relação aos brasileiros no grid, este ano teremos apenas Hélio Castro Neves disputando todo o campeonato, em seu novo time, a Meyer Shank, onde estreou no ano passado, depois de praticamente duas décadas pilotando para a Penske nas categorias Indy e no endurance norte-americano (IMSA), de cara vencendo as 500 Milhas de Indianápolis no ano passado. O Brasil, aliás, terá na Indy500 mais uma vez a participação de Tony Kanaan, na única prova em que o piloto baiano irá participar em 2022. No ano passado, ele revezou o carro com o heptacampeão da Nascar, Jimmie Johnson, que não correu as etapas em pistas ovais do campeonato, ficando o brasileiro marcando presença nestas corridas. Como Johnson irá participar de todas as corridas da temporada deste ano, sobrou a Tony apenas a opção de participar da Indy500, onde tentará chegar à sua segunda vitória na mítica corrida, que poderá ver um novo recorde, caso o vencedor do ano passado repita a dose este ano. Sim, porque Helinho igualou-se aos grandes vencedores das 500 Milhas de Indianápolis, Al Unser Sr., A. J. Foyt, e Rick Mears, ao vencer a corrida pela quarta vez. Mas, se conseguir vencer pela 5ª vez a mais famosa corrida do continente americano, o piloto brasileiro se tornará o maior vencedor da história da corrida, um feito nunca antes alcançado.
Hélio Castro Neves de volta em tempo integral na Indycar.
No
restante do campeonato, fica a expectativa se o brasileiro conseguirá disputar
o título. A Meyer Shank ainda é um time médio na competição, mas vem crescendo,
tanto que 2022 será sua primeira temporada competindo com dois carros em tempo
integral, e o parceiro de Helinho será Simon Pagenaud, companheiro dos tempos
de Penske, e com quem tem excelente relacionamento. A exemplo de Hélio,
Pagenaud também deixou o time de Roger Penske por não encontrar mais ali espaço
para crescer. Mas o francês, a exemplo de Hélio, também pareceu precisar de uma
mudança de ares para voltar com força total, já que no atual momento o time da
Penske parece mais centrado em Josef Newgarden do que nos seus outros pilotos.
Com uma dupla afinada e bem entrosada, a Meyer Shank espera crescer ainda mais,
e lutar por vitórias na competição, algo plenamente possível na Indycar, se o
time, mesmo sendo médio, souber fazer bem o seu trabalho. Se entrar na luta
pelas vitórias, disputar o título será consequência, mas é cedo para afirmar
isso, pois a competição, por mais acessível que seja, é duríssima, e outros
times, como Andretti, Penske, e Ganassi, não são fáceis de serem confrontados.
Se Hélio mostrou seu renascimento na categoria em 2021, agora é hora de confirmar
não apenas seu retorno em tempo integral, mas mostrar que ainda pode ser
protagonista da disputa, um desafio que não será dos mais fáceis, ainda mais
com uma geração de novos talentos mais do que ávida para mostrar do que é
capaz.
Este ano só veremos Tony Kanaan nas 500 Milhas de Indianápolis.
Na
semana passada, no segundo dia de testes dos times na pista de Sebring, a
escuderia terminou com os dois melhores tempos, com Pagenaud no topo da lista,
seguindo por Helinho logo atrás, com uma diferença muito pequena entre eles. Um
indício sem dúvidas animador para as possibilidades da escuderia, mas testes
são testes, e corridas são corridas. Vamos ver como a situação se apresentará
quando o campeonato começar. Mas os brasileiros fãs da velocidade deverão ter
bons motivos para mais uma vez continuar acompanhando as disputas da categoria
norte-americana, e com a perspectiva de bons resultados de nossos pilotos nas
500 Milhas de Indianápolis, onde tanto Tony quanto Helinho terão condições de
fazer uma boa apresentação, e quem sabe, aumentar novamente o número de
vitórias na principal corrida do automobilismo americano por pilotos
brasileiros.
Simon Pagenaud (acima) deixou a Penske, e refaz a parceria com Hélio Castro Neves (abaixo) na Meyer Shank para a temporada 2022. |
Takuma Sato (acima) perdeu seu lugar no time de Bobby Rahal, e agora vai se virar na Dale Coyne. Já Patrício O'Ward quer lutar pelo título com a McLaren (abaixo). |
Jimmie Johnson (acima) vai fazer toda a temporada pela Ganassi. Já Rinnus Veekay (abaixo) segue firme na Carpenter em 2022. |
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