sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

CRONOGRAMA DOS NOVOS CARROS DA F-1 2022

Depois de muita espera, é hora de conhecer os reais novos carros que a F-1 usará em 2022, e ver se eles ficarão parecidos com o modelo (acima) divulgado de expectativa.

            Está chegando a hora. Vêm aí os novos bólidos da categoria máxima do automobilismo mundial, e os modelos mais esperados desde que as novas regras técnicas foram anunciadas há algum tempo atrás, e que só não foram estreados no ano passado diante dos problemas causados pela pandemia da Covid-19, que obrigou a uma forte contenção nas despesas das equipes, que usaram na prática os carros de 2020, revisados com alguns detalhes para a competição na temporada de 2021.

            Os novos carros alteram a concepção aerodinâmica utilizadas nas últimas décadas, com o retorno do efeito-solo no fundo dos carros, que deixa de ser plano para voltar a utilizar o artifício aerodinâmico que prevaleceu na F-1 entre o fim dos anos 1970 e início dos anos 1980, até ser banido em nome da segurança, uma vez que os carros estavam se tornando muito rápidos em curva. E, por conta disso, fica a expectativa de como será o desempenho desta nova geração de carros, em comparação com a performance vista nos últimos anos. Mas, mais importante, todos querem ver quais as formas dos novos carros, e que soluções as escuderias encontraram para conceber seus novos projetos à luz do novo regulamento técnico, uma tarefa que precisou ser desenvolvida durante toda a temporada do ano passado, ao mesmo tempo em que os times precisavam se preocupar com o desenvolvimento dos carros na competição.

            E o primeiro time a apresentar suas novidades é a Haas, que terminou em último lugar em 2021, justamente por ter preferido se concentrar unicamente no projeto do carro de 2022, impondo à sua dupla de pilotos a inglória tarefa de apenas cumprir tabela no ano passado, andando praticamente sempre nas últimas colocações, com raras exceções, e sem chances de marcar pontos. A Haas exibe o seu novo modelo hoje, batizado de VF-22, ou melhor, exibe a nova pintura de seu carro, propriamente. O novo bólido só será realmente conhecido mais à frente, e para muitos, a “apresentação” de uma nova pintura é mais fajuta que nota de três reais, como se o novo layout visual fosse o principal, quando todo mundo quer mesmo é ver o carro. A Haas anunciou essa apresentação ontem, e para os mais desavisados, parecia algo até positivo para o time, que desandou na F-1 nas últimas temporadas, depois de um início muito encorajador, e com perspectivas de crescimento sérias. Resta saber se vai conseguir apagar a péssima impressão atual com o novo carro deste ano, ou continuar naufragando, para desilusão dos que gostavam do time.

            Semana que vem, então, é a lançamento de fato dos novos carros, e temos três times apresentarão realmente seus novos projetos. E um deles, o da Red Bull, que mostra dia 9 o seu novo modelo RB18, carro com o qual Max Verstappen lutará pelo bicampeonato em 2022, é um dos mais aguardados por todos para ver como se comportará na pista, afinal, o time dos energéticos apostou tudo na conquista do título do ano passado. O time, obviamente, afirma que o desenvolvimento do projeto do carro de 2022 não foi prejudicado, mas será preciso confirmar para acreditar. Mas um time que conta com a genialidade de Adrian Newey nunca pode ser menosprezado. Então, a expectativa, até mesmo para ver que soluções o mago da aerodinâmica apostou no novo projeto são altas. Em seguida, no dia 10, é a vez da Aston Martin lançar seu novo carro. O time sediado em Silverstone, por ter usado um modelo baseado no carro da Mercedes de 2020, acabou sendo muito afetado pelas regras de restrição do ano passado, mas ao contrário da equipe alemã, que conseguiu entender melhor as reações do carro e desenvolvê-lo com maestria, a Aston Martin não teve a mesma capacidade para melhorar o seu bólido, de modo que sua temporada acabou comprometida de forma irremediável. Agora, com um carro completamente novo, espera-se um desempenho completamente diferente, e com muito mais otimismo em obter melhores resultados. Por fim, no dia 11, é a McLaren que mostra o seu novo modelo MCL36, agora um carro completamente projetado para utilizar a unidade de potência da Mercedes, enquanto o carro do ano passado teve de ser adaptado para o novo propulsor, já que fora concebido para utilizar a unidade da Renault. Dado o histórico vencedor da equipe de Woking, e seu restabelecimento rumo ao topo nos últimos três anos, é hora de ver se eles retornarão às lutas pelas vitórias, e quem sabe, o título.

Simulações de como devem ficar os visuais dos carros com as novas regras técnicas (acima e abaixo). Hora de ver o que os engenheiros e projetistas criaram de fato.


            Na outra semana, mais três times mostrarão seus novos carros de 2022. A Alpha Tauri mostra o seu carro no dia 14, e a perspectiva é de que ele incorpore parte do projeto do RB18 do time principal. A Ferrari, por sua vez, irá apresentar o seu novo carro no dia 17, já designado VF-75, que comemora os 75 anos do primeiro carro Ferrari produzido, em 1947, o modelo 125s. Depois de um ano para “colocar ordem na casa” em 2021, as expectativas dos ferraristas para 2022 é de entrar firme na luta pelo título com seu novo carro e dupla de pilotos. E já vai longe a última conquista da escuderia de Maranello, que foi o título de Kimi Raikkonen em 2007. O jejum está ficando mais incômodo do que nunca, e se recursos não faltam, é hora de afinar as competências internas, em especial a liderança de Mattia Binotto. Por seu lado, a Mercedes, que apesar de ter perdido o título de pilotos do ano passado ainda conquistou o de construtores, trará o seu novo modelo W13 no dia 18, e com ele as expectativas de mais uma luta pelo título, ainda que sob as incertezas do que o novo regulamento técnico poderá promover na relação de forças da categoria, para não falar da permanência de Lewis Hamilton no time, diante do silêncio do piloto após a derrota em Abu Dhabi em dezembro passado.

            No dia 21, é a vez da Alpine mostrar o seu bólido para a temporada. O último time com data anunciada até o presente momento para apresentação de seu novo carro é a Alfa Romeo, que deve exibir o seu novo C42 no dia 27 de fevereiro, após os testes coletivos de Barcelona, marcados para os dias 23 a 25. Segundo o time suíço, apesar do novo carro já entrar na pista da Catalunha, o seu visual oficial só será revelado no dia 27. Até o fechamento desta coluna, a Williams ainda não anunciou quando fará a apresentação de seu novo carro, mas ele certamente já estará na pista em Barcelona, data mais provável para a Haas exibir finalmente o seu carro de 2022.

            A última grande mexida no regulamento técnico da F-1 foi na temporada de 2009, e naquele ano, a Brawn GP foi uma surpresa e tanto. Dificilmente veremos um cenário parecido em 2022, mas podem surgir surpresas entre os novos bólidos da categoria. Por enquanto, a curiosidade maior de todos é com relação ao visual dos carros, que deve guardar detalhes bem distintos dos exibidos nos carros nas últimas temporadas. Uma sensação que, para mim, vem de muito longe, desde que aguardava com ansiedade a apresentação dos carros pelas equipes a cada início de ano, desde o fim dos anos 1980, uma época onde as escuderias eram bem mais criativas na concepção de seus projetos, com um regulamento muito mais liberal e aberto a interpretações do que as regras atuais, onde alguns afirmam que os novos carros podem ser muito iguais uns aos outros, devido às amarras técnicas do regulamento. Espero que não seja assim, e que cada novo carro tenha sua própria característica e personalidade visual.

            A espera está chegando ao fim, e logo parte de nossa curiosidade será saciada. Que venham os novos carros da Fórmula 1 2022!

 

 

A MotoGP começa a acelerar fundo em 2022. Neste final de semana, sábado e domingo, a classe rainha do motociclismo faz sua primeira sessão coletiva de testes da pré-temporada, que terá lugar no autódromo de Sepang, em Kuala Lumpur, na Malásia. Para a realização da sessão de testes, o pessoal da MotoGP precisou cumprir com várias restrições sanitárias, diante da escalada de casos da Covid-19 em razão da variante ômicron, ficando confinados aos hotéis onde estão hospedados, e de onde só poderão sair para o circuito. Isso, inclusive, já teve um mal-estar durante a semana, quando Aleix Sparagaró, piloto da Aprilia, resolveu fazer um treino em Putrajaya, cidade que, apesar de ficar na zona metropolitana de Kuala Lumpur, a capital da Malásia, configurou desrespeito às regras de restrição impostas ao pessoal da categoria. O piloto se desculpou pelo ocorrido, mas a sensação de mal-estar ficou um pouco no ar, já que a situação da pandemia continua crítica em muitos países por causa da nova variante, apesar dos esforços da vacinação contra o coronavírus.

 

 

Esta primeira sessão de testes coletivos da MotoGP também marca o retorno oficial de Marc Márquez à competição, de onde estava afastado desde sua vitória no GP da Emilia-Romana em outubro passado, uma vez que pouco tempo depois se acidentou em uma competição de motocross e teve uma concussão que lhe causou visão dupla, fazendo-o perder as duas últimas corridas da temporada passada. O piloto ainda vinha se recuperando das sequelas da fratura do braço sofrida na primeira corrida de 2020. Márquez não participou da pré-temporada do ano passado justamente por estar se recuperando dessa fratura, com o piloto retornando já com o campeonato em andamento. O piloto recebeu alta médica recentemente, e desde então, reforçou os treinos físicos para recuperar a condição ideal para pilotar, depois de tanto tempo parado e de repouso necessário para tratar a saúde. O hexacampeão confirmou que não conseguiu fazer seus treinos físicos como gostaria, e portanto, a primeira sessão de testes coletivos será uma verdadeira avaliação de como estão suas condições de pilotagem com a moto. Ele agradeceu ao apoio dos médicos, de sua família, e da equipe da Honda para sua completa recuperação, e se a temporada de 2021 foi cheia de altos e baixos e incertezas, desta vez a meta é estar em condições bem melhores para poder iniciar a temporada de 2022 com o pé direito. O piloto confirmou que quer saber como está sua condição física, e comparar também a situação de seu braço com a situação do ano passado, para avaliar seu estágio de recuperação. De fato, os últimos meses, com o problema da visão dupla, foram bem complicados para Marc, tanto que alguns chegaram a achar que seu retorno às competições poderia sofrer novos percalços, enquanto alguns davam até mesmo isso como bem difícil, dando a entender que o hexacampeão poderia ter sua carreira comprometida. Felizmente, os piores momentos não se confirmaram, a recuperação foi bem-sucedida, e agora é hora de voltar à ativa, para possível preocupação dos rivais, que querem acompanhar com atenção como está o hexacampeão, visto por todos como um dos protagonistas da temporada, ao contrário do que ocorreu no ano passado, onde apesar de alguns momentos de brilho, Márquez não conseguiu retornar com a intensidade que gostaria.

 

 

E os pilotos brasileiros voltaram a brilhar nas 24 Horas de Daytona, prova que abre a temporada do IMSA Wheather Tech Sportscar, o campeonato de endurance dos Estados Unidos, no último final de semana. Nossos pilotos venceram em três das cinco categorias da corrida, com destaque para a classe DPi, a principal dos protótipos, onde Hélio Castro Neves conquistou o bicampeonato na corrida, obtendo sua segunda vitória com a Meyer Shank (a primeira foi nas 500 Milhas de Indianápolis pela Indycar no ano passado). O piloto brasileiro, em parceria com Simon Pagenaud, Tom Blomqvist, e Oliver Jarvis, mostrou uma performance gigante no Daytona International Speedway, e na parte final da corrida, travou um belo duelo com Ricky Taylor pela vitória na prova, cruzando a linha de chegada com apenas 3s de vantagem para o piloto da equipe Wayne Taylor. Helinho, aliás, venceu a corrida em 2021 defendendo justamente o time da Wayne Taylor, em parceria com Ricky Taylor, Felipe Albuquerque, e Alexander Rossi. E, como é de seu hábito, escalou o alambrado da pista, comemorando o triunfo, motivo pelo qual ele levou a ser chamado de “Homem-Aranha” pelos fãs. Na classe DPi tivemos ainda Pipo Derani classificando-se em 4º lugar. Na classe LMP3, Felipe Fraga também foi vitorioso, ao lado de seus companheiros Michael Cooper, Gar Robinson, e Kay van Berlo. E na classe GTD Pro, Felipe Nasr também comemorou a vitória junto a Matt Campbell e Mathieu Jaminet. Na verdade, tivemos dobradinha brasileira na GTD Pro, com Daniel Serra ficando na 2ª colocação, junto com Davide Rigon, Alessandro Pier Guidi, e James Calado. Nosso último representante em Daytona, Augusto Farfus Jr., que defendeu a BMW também na classe GTD Pro, foi o único a não ter um resultado muito satisfatório na corrida, onde seu time sofreu vários percalços, e terminou classificado apenas em 31º lugar na classificação geral, sétimo na sua classe, mas sem ter conseguido lutar pela vitória. Só não vencemos nas classes LMP2 e GTD, mas vale lembrar que nestas duas categorias também não tínhamos nenhum representante, de modo que os brasileiros praticamente venceram em todas as classes que participaram nessa edição de 2022 das 24 Horas de Daytona. Na classe principal, os protótipos, já são 9 triunfos de pilotos tupiniquins desde a primeira vitória, ainda em 1988, de Raul Boesel com a Jaguar. De lá para cá, tivemos Christian Fittipaldi, Oswaldo Negri Jr., Tony Kanaan, e Pipo Derani vencedores da corrida, além de Helinho, que mostra vir com a corda toda para suas participações nas corridas de 2022. O brasileiro irá defender a Meyer Shank e mais algumas provas do campeonato do IMSA Wheather Tech, mas sua prioridade será o campeonato da Indycar, onde terá Simon Pagenaud como companheiro de equipe na mesma Meyer Shank Racing. A temporada começa no dia 27 de fevereiro, em São Petesburgo, ali mesmo na Flórida.

 

Felipe Nasr, Hélio Castro Neves, e Felipe Fraga, os brasileiros campeões em Daytona na edição de 2022.

 

E depois de anunciar que iria deixar a F-1 ao fim da temporada passada, o título conquistado por Max Verstappen acabou por fazer a Honda mudar de idéia, e permanecer na F-1. A fábrica japonesa iria repassar os direitos de seus motores para o time dos energéticos, que assumiria o trabalho de desenvolvimento das unidades, medida que seria facilitada com o congelamento dos motores pelos próximos três anos, mas que agora continuarão sendo produzidos no Japão e continuarão equipando tanto a Red Bull como seu time satélite, a Alpha Tauri. Pelo novo acordo, os japoneses fornecerão suas unidades de potência aos dois times até 2025, último ano do uso das atuais unidades de potência, sendo que em 2026 passará a vigorar um novo regulamento técnico simplificando os requisitos das unidades de potência com o objetivo de atrair novos fabricantes para a F-1. Já se especulava em uma possível entrada de Porsche e Audi, podendo equipar até mesmo a Red Bull, mas a permanência da Honda abre a perspectiva deles seguirem também em 2026. Agora, a Red Bull espera que a unidade de potência nipônica continue apresentando a eficácia demonstrada no ano passado nesta temporada, para poder lutar por mais um título...

 

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