E os dois primeiros meses de 2020 já
foram embora. Entramos no mês de março, onde alguns dos mais importantes
campeonatos do mundo, como a Fórmula 1, MotoGP, Indycar, e muitos outros, ou
pelo menos, deveriam começar, já que o surto do coronavírus bagunçou a situação
em muitos lugares, sendo que em alguns países a situação está meio complicada,
e beirando até a paranoia. Mas enquanto isso, vamos lembrar de alguns dos
acontecimentos do mundo da velocidade deste mês de fevereiro, com alguns
comentários rápidos, como é de praxe em mais uma sessão da Flying Laps. Uma boa
leitura, e até breve...
E Fernando Alonso confirmou que tentará
disputar efetivamente as 500 Milhas de Indianápolis deste ano. O piloto
espanhol tinha sido vetado pela Honda, que não aceitou que ele competisse pelo
time de Michael Andretti, que usa os propulsores japoneses, depois das críticas
que o asturiano fez à fábrica nipônica por conta dos anos desastrosos da
parceria com a McLaren na F-1. Mas eis que Alonso anunciou agora no final de
fevereiro que defenderá a McLaren mais uma vez na corrida mais famosa dos
Estados Unidos, no mês de maio. A McLaren, que encampou numa parceria o time da
Schmidt/Petterson, disputará a temporada integral da Indycar com os pilotos
Patricio O'Ward e Oliver Askew. A escuderia alinhará um terceiro carro na
Indy500, que contará com o piloto espanhol ao volante. O time usa motores da
Chevrolet, e é com eles que Fernando tentará dar a volta por cima, depois do
fiasco de não conseguir ter conseguido classificação para a prova no ano
passado, quando a McLaren fez uma parceria com a equipe Carlin, que não rendeu
os resultados esperados. E visando mesmo se preparar melhor para a competição
no famoso circuito oval de Indiana, o espanhol admite que seria proveitoso e
instrutivo disputar outras provas do campeonato, o que abre possibilidade para
ele correr principalmente o GP de Indianápolis, prova que será realizada no
traçado misto dentro do Indianapolis Motor Speedway, em maio. O objetivo seria
conhecer melhor o monoposto e o motor Chevrolet, mesmo não disputando uma
corrida em pista oval, já que Indianápolis é o primeiro palco em traçado oval
da competição. Alonso deixou a F-1 no final de 2018, e até o fim do ano
passado, ainda mantinha-se como embaixador da McLaren, preferindo não renovar o
contrato para este ano. O espanhol disputou o rali Dakar deste ano, defendendo
a equipe da Toyota, terminando em uma respeitável 13ª colocação na categoria
dos carros, e desde sempre declarou que seu principal projeto para 2020 era
retornar a Indianápolis, onde correu em 2017, numa parceria da McLaren com o
time de Michael Andretti, e acabou sendo um dos grandes destaques da corrida,
chegando a andar entre os líderes. O objetivo de Alonso é conquistar a tríplice
coroa do automobilismo, que consiste em vencer as 500 Milhas de Indianápolis, as
24 Horas de Le Mans, e o Grande Prêmio de Mônaco de F-1. Falta apenas o triunfo
na Indy500, mas o desafio não será fácil. Definitivamente, a McLaren terá
condições muito melhores de disputar a corrida deste ano, contando com a
expertise da estrutura da Schmidt/Peterson nos últimos anos, o que deve evitar
novo vexame como o do ano passado. Resta ver quão bem andará Alonso na corrida,
e se terá chances de alcançar a tão almejada vitória.
E Mitch Evans venceu o ePrix da Cidade
do México, disputado no remodelado circuito montado para a categoria de carros
monopostos elétricos dentro do autódromo Hermanos Rodriguez, no México. O
piloto da equipe Jaguar largou na primeira fila, e superou o pole-position
André Lotterer, da Porsche, logo na freada para a primeira curva logo após a
largada, e dali em diante, simplesmente comandou a corrida sem ser ameaçado
efetivamente. Com duas curvas eliminadas do antigo traçado, que ficou cerca de
0,5 Km mais extenso, a corrida mexicana ganhou maior dinamismo, e houve vários
duelos entre os pilotos, que ganharam maiores opções de tentativas de
ultrapassagem na disputa por posições, o que garantiu boa parte das emoções da
prova, tirando o domínio de Evans, que liderou a corrida praticamente de ponta
a ponta. Outro grande nome da corrida foi Antonio Félix da Costa, da Techeetah,
que largou em 10ª, e foi escalando posições, até terminar em 2º lugar, seguido
por Sébastien Buemi, da e.dams, que fechou o pódio em 3º. Lotterer, após ter
sido superado por Evans na largada, até que tentou reagir na corrida, mas levou
um toque, ficando com o carro danificado, e tendo de abandonar a corrida. Já os
brasileiros tiveram sortes distintas na corrida. Lucas Di Grassi, da Audi,
largou em 17º e teve de fazer uma corrida de recuperação, terminando em 6º
lugar. Já Felipe Massa, com a Venturi, largou em 21º, e acabou batendo no muro,
sendo forçado a abandonar a prova, vendo seu companheiro de equipe Edoardo
Mortara largar em 12º, e finalizar em 8º. Quem também não deu sorte foi o
inglês Sam Bird, da Virgin, vinha batalhando pelo pódio, até sucumbir à pressão
e bater a poucas voltas do final. Depois de boas performances nas corridas
anteriores, a dupla da Mercedes acabou ficando pelo caminho na Cidade do
México, mostrando que a categoria segue bem imprevisível no que tange à
performance de alguns times.
Se Antonio Félix da Costa lutou pela
vitória na Cidade do México, mas não conseguiu superar Mitch Evans, a história
foi bem diferente em Marrakesh, no Marrocos, onde a Formula-E disputou a sua
etapa seguinte à prova mexicana. Desta vez o piloto português da Techeetah não
deu chances aos adversários logo no treino de classificação, garantindo sua
presença na superpole, e conquistando a pole-position. E Antonio largou bem,
sem dar chance de Maximiliam Gunther, da Andretti, de lhe surpreender e
tomar-lhe a posição. Na liderança, o português aproveitou para tentar escapar,
mas o alemão da Andretti esteve sempre em seus calcanhares, duelando pela
vitória na corrida. Nem mesmo Jean-Éric Vergne, que depois de largar em 11º, e
escalar os primeiros colocados, impediu que Max terminasse a corrida em 2º
lugar, mas o duelo com o atual bicampeão da F-E permitiu a Félix da Costa
disparar na liderança, vencendo o ePrix de Marrakesh com quase 11s5 de
vantagem. A performance de Vergne, contudo, é de elogios, pois o piloto francês
não participou do primeiro treino, combalido por um resfriado, que chegou até
mesmo a colocar sua participação na corrida em risco. Mas Jean-Éric conseguiu
se recuperar, participou dos treinos restantes e alinhou na prova, mostrando a
sua boa performance. Quem também foi destaque na prova marroquina foi Mitch
Evans. O neozelandês da equipe Jaguar largou em último lugar no grid porque seu
time errou o timing, e o mandou à pista sem que tivesse tempo para conseguir
abrir sua volta de classificação. Mas, mesmo largando na última fila, Evans
tratou de ir superando os adversários na pista, e fez uma apresentação
esplendorosa, para receber a bandeirada em 6º lugar, e garantir pontos
importantes para se manter firme na luta pelo campeonato. O neozelandês ainda
marcou a volta mais rápida da prova, o que lhe garantiu mais um ponto, ajudando
a manter a vice-liderança na competição. A prova em Marrakesh foi disputada a
fundo, sem bandeiras amarelas praticamente, o que obrigou os pilotos a terem de
dosar o seu consumo de energia, para conseguirem chegar até o final. E
Alexander Sims, da equipe Andretti, não conseguiu cumprir a tarefa, ficando sem
bateria na penúltima volta, despencando para a última posição na classificação
da corrida, no que foi o único abandono da prova. Com o resultado da prova de
Marrakesh, Antonio Félix da Costa é o novo líder do campeonato, com 67 pontos.
Mitch Evans caiu para a vice-liderança, com 56 pontos. Os dois já abrem uma
vantagem razoável para os demais pilotos. Apesar de não ter marcado pontos
devido à sua “pane seca” elétrica, Alexander Sims ainda manteve a 3ª posição na
classificação, com 46 pontos, seguido de Maximiliam Guenther, com 44 pontos.
Lucas Di Grassi, que aos trancos e barrancos ainda conseguiu sair do Marrocos
com mais alguns pontos, empatando com o belga Stoffel Vandoorne, com 38 pontos,
assumindo a 5ª colocação. Foram cinco provas com 5 vencedores diferentes, com a
F-E mantendo sua tradicional imprevisibilidade, e grande variedade de
vencedores diferentes. E, apesar da dianteira de Félix da Costa, e da boa fase
de Evans, não dá para garantir que ambos se manterão como os únicos favoritos
na disputa pelo título da temporada, pois tudo ainda pode acontecer nas
próximas etapas.
Para os brasileiros, a etapa de
Marrakesh foi praticamente um repeteco da prova da Cidade do México. Lucas Di
Grassi teve outro treino de classificação aquém de suas expectativas, tendo de
largar em 13º, enquanto Felipe Massa mais uma vez sofreu, e ficou apenas em
22º. Enquanto Lucas tentou partir para o ataque, Massa tentou a mesma coisa,
com resultados novamente diferentes. Lucas bem que tentou, mas com um carro sem
ritmo para acompanhar os ponteiros, ainda deu um pouco de sorte em receber a
bandeirada em 7º lugar. Já Massa acabou ficando na parte de trás do pelotão,
terminando em 17º, com um carro que segundo ele estava com problemas de freios.
Seria bom a desculpa ser procedente, pois novamente seu companheiro de equipe,
Edoardo Mortara, largou e terminou em 5º lugar, e é o 7º colocado no
campeonato, com 32 pontos, enquanto Felipe é apenas o 19º, com 2 pontos. Não é
uma campanha muito boa para o brasileiro, na comparação com seu companheiro de
equipe, mesmo com os problemas que pode ter tido em seu carro. Mesmo que desta
vez Felipe tenha terminado a prova, sua posição de chegada não dá razão para
achar o resultado muito melhor do que o da etapa do México, onde Massa acabou
batendo o carro, e ficando pelo meio do caminho. De qualquer maneira, mais uma
corrida sem pontos. Já Lucas Di Grassi foi honesto em admitir que a Audi
precisa melhorar muito o desempenho do carro, uma vez que Di Grassi não teve
como alcançar o pelotão da frente, mesmo fazendo uma corrida de recuperação. O
único consolo do brasileiro é que, apesar de tudo, ainda está conseguindo se
manter entre os primeiros no campeonato, com 38 pontos, em 5º lugar, enquanto
seu companheiro de equipe, Daniel Abt, é o 17º colocado, com apenas 8 pontos. A
Audi realmente não está fazendo uma boa campanha nesta temporada, e se não
conseguir melhorar sua performance, poderá ter o seu pior ano na competição,
desde que o campeonato começou.
Para os amantes da MotoGP, que ficaram
órfãos para este ano, em virtude do SporTV ter decidido não renovar o contrato
de transmissão do campeonato, eis que surge a salvação: o Fox Sports será o
novo canal da competição das duas rodas no Brasil. O acordo estaria em
finalização, bastando acertar apenas alguns detalhes, e a novidade ainda não foi
divulgada oficialmente, até o fechamento desta matéria, apesar de Rodrigo
Mattar, que trabalha no setor de esporte a motor do Fox Sports, já ter
confirmado extraoficialmente o acordo. Seria interessante que o canal
contratasse também a dupla que transmitiu a categoria por anos no SporTV, Guto
Nejain e Fausto Macieira, para que pudessem continuar os trabalhos que desenvolviam
no antigo canal. Mas Nejain partiu para Portugal para trabalhar em novos
projetos, ficando a possibilidade maior de um retorno apenas com Macieira. Aguardemos
o anúncio oficial, para que os fãs da motovelocidade continuem desfrutando de
um dos mais emocionantes campeonatos do mundo. Com isso, fica faltando termos
também novidades sobre o possível acordo que estaria sendo desenvolvido pela
RedeTV para transmitir o campeonato da Indycar este ano, depois que a
Bandeirantes também optou por não renovar o acordo de transmissão. Por enquanto
o certame dos Estados Unidos está disponível no Brasil apenas pela plataforma
de streaming Dazn.
Bia Figueiredo vai desfalcar seu time na
maior parte do campeonato da Stock Car Brasil este ano. A piloto anunciou que
está grávida, e por isso, se ausentará das competições durante boa parte do
ano. Seu time, a A.Matheis, já anunciou que Cesar Ramos, piloto de 30 anos, irá
substituir Bia por pelo menos 9 etapas do campeonato, com a piloto retornando
apenas para as 3 últimas corridas do calendário, em novembro e dezembro. O
campeonato da Stock Car tem início em 29 de março, em Goiânia, com a corrida de
duplas. Cesar Ramos deve defender o time até a corrida de Cascavel, no dia 18
de outubro. O outro piloto da escuderia é Thiago Camilo, que recebe o novo
companheiro de time de braços abertos, defendendo sua contratação para a equipe
como o melhor nome para substituir Bia em sua ausência. Ramos estará
participando de sua 6ª temporada na Stock Car, onde estreou em 2015, retornando
em 2017 à categoria, onde está até hoje. De 2007 a 2014, Cesar Ramos participou
de diversos campeonatos e corridas no exterior, como a F-Renault e F-3
italianas, e o Mundial de Endurance, além do Campeonato Europeu de F-Renault.
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