Ainda com tudo parado, até mais do
que deveria ser, e com alguns comportamentos lamentáveis diante da crise do
coronavírus que enfrentamos, trago hoje mais um antigo texto de meus arquivos,
em especial uma Cotação Automobilística, referente aos acontecimentos do mundo
do esporte a motor de abril de 2000, publicado no dia 28 de abril daquele ano,
em um estilo muito similar à das mais recentes cotações automobilísticas que
tenho feito. Com tudo parado, adiado e/ou cancelado, posso dizer que a primeira
sessão da Cotação Automobilística deste ano também acabou cancelada, pela falta
de eventos neste mês de março, portanto, curtam este meu antigo texto, e façam
bom proveito. E que a vida volte à normalidade o quanto antes...
SOBE:
- RUBENS BARRICHELLO: Enfim, teve um desempenho à altura do que
poderia se esperar de um piloto de um
time de ponta. Rubinho fez a primeira pole da Ferrari no ano e era nome certo
para a vitória até ser traído pelo carro. A primeira vitória não está muito
longe do piloto brasileiro. É só a sorte ajudar um pouco. Enquanto esteve na
pista, Barrichello pilotou sem cometer erros e suportou a pressão dos pilotos
da McLaren e da Jordan. E sem forçar o limite do carro. Com isso, redimiu-se
parcialmente da fraca atuação de Ímola, onde ajustes equivocados do carro
limitaram sua performance.
- JENSON BUTTON: Nas condições de
loteria em que a classificação do GP da Inglaterra se transformou, Button foi
uma das sensações ficando em 6º no grid. Na corrida, sempre esteve em luta por
lugares pontuáveis e, assim como seu colega Ralf Schumacher, só não se
classificou melhor porque a estratégia de duas paradas prejudicou a atuação.
Mas Button também vem mostrando muita maturidade e está cometendo pouquíssimos
erros. Resta saber se, em 2001, não será rifado pela Williams para a provável
volta de Juan Pablo Montoya, atualmente na F-CART.
- EQUIPE PENSKE: Depois os fracos
resultados dos últimos anos, o time mais organizado da F-CART está dando a
volta por cima. Os desempenhos mostrados até agora na pista mostram que a
Penske recuperou totalmente a sua competitividade. Para aqueles que apostavam
que o time iria levar um tempo para se ajustar aos novos equipamentos, a
organização de Roger Penske mostrou uma competência exemplar. A sonhada 100ª
vitória do time na categoria pode chegar a qualquer momento. E, para frisar a
reascenção da equipe, a performance do time foi excelente tanto nos circuitos
ovais como mistos. É favorita ao título. Em Long Beach, conseguiu o
primeiro pódio do ano, com o segundo lugar de Hélio Castro Neves.
- GIL DE FERRAN: Em duas etapas
disputadas até agora, em termos de classificação, Gil é piloto a ser batido.
Duas pole-positions consecutivas e o maior número de voltas lideradas até o
momento no atual campeonato, já dão uma mostra de como Gil tem mostrado força.
O piloto brasileiro tem mostrado que a Penske está voltando a seus bons dias de
competitividade. Só não venceu ambas as corridas disputadas até agora porque as
situações de corrida não lhe foram favoráveis e bagunçaram com sua estratégia
de corrida. Só para constar a performance de Gil na classificação, em Long Beach, ele colocou
praticamente ls de diferença sobre o seu colega de equipe, o brasileiro Hélio
Castro Neves, que largou na 5ª fila.
- AL UNSER JR.: Depois de ficar a
pé na F-CART, “little” Al mudou-se para a Indy Racing League, retornando à sua
velha equipe Galles, onde foi campeão da então F-Indy em 91. Se, para muitos,
ir para a IRL foi o caso de uma aposentadoria forçada e uma decadência
anunciada, Al Unser Jr. mostrou que não é bem assim, e venceu a prova de Las
Vegas, disputada no último fim de semana, pelo calendário da IRL. Com isso, o
velho Al mostra que ainda tem velocidade para mostrar aos outros pilotos.
NA MESMA:
- MICHAEL SCHUMACHER: O piloto
alemão teve em Silverstone sua pior performance do ano, depois de 3 vitórias
consecutivas. Schumacher nunca esteve na luta pela vitória e contou com a sorte
para subir ao pódio no GP inglês. Como a vantagem na classificação era enorme,
o bicampeão ainda é favorito isolado ao título, e vai levar pelo menos mais 3
corridas com resultados similares aos de Silverstone para ter seu favoritismo
contestado. Mas é difícil prever outros panoramas ruins como o do GP inglês,
para sorte do alemão e azar da concorrência.
- EQUIPE ARROWS: Continua
surpreendendo pela recuperação de competitividade, mas a fiabilidade dos carros
continua abaixo da média. No GP da Inglaterra, o ponto alto foi a boa posição
de largada de Versttappen e a suadeira que o piloto holandês deu em Michael Schumacher
durante parte do GP em tentativa de pressionar para conseguir uma
ultrapassagem. Não fosse a quebra, entraria nos pontos, com certeza. Se
conseguir fiabilidade, a coisa vai melhorar muito.
- EQUIPE BENETTON: Nova direção e
novo proprietário, mas nada disso ainda parece ter surtido algum efeito na equipe
que nasceu como Toleman na década de 80. Flavio Briatore, de volta ao comando
da escuderia, vai precisar de toda a sua competência para reerguer a escuderia
que já chegou a ser duas vezes consecutiva campeã de pilotos nos anos 90. O
apoio da Renault é bom, resta saber quanto tempo a escuderia vai levar para se
recuperar. E isso é uma incógnita.
- EQUIPE MCLAREN: Apesar da
vitória com dobradinha no GP da Inglaterra, o time de Ron Dennis ainda está
devendo uma apresentação decente nesta temporada. Tanto Hakkinem quanto
Coulthard não demonstraram em nenhum momento aproveitar o potencial do
excelente carro prateado e, para finalizar, a vitória só veio porque Rubens
Barrichello quebrou e abandonou. E, em Ímola, a escuderia foi totalmente derrotada por Michael Schumacher.
Deste jeito, o título vai ficar difícil. Em Barcelona, local da próxima etapa,
a McLaren vai ter de aproveitar tudo o que puder para conseguir nova vitória e
diminuir a diferença.
-
ANTÔNIO PIZZONIA: O “Jungle Boy” continua detonando na F-3 inglesa,
vencendo as duas etapas disputadas até agora do campeonato. E é o favorito
destacado para a etapa deste fim de semana, em Oulton Park. E o
pessoal da F-1 já começa a olhar para ele. Flavio Briatore já acertou com o
jovem piloto brasileiro uma série de testes para ver se Pizzonia tem condições
de domar um F-1. Depois do furacão Button neste início de temporada, ninguém
duvida que, se Pizzonia mostrar com a Benetton o mesmo talento que tem mostrado
até agora na sua carreira, vai ser mais um brazuca a estar no grid de largada
da F-1 já em 2001.
DESCE:
- ORGANIZAÇÃO DO GP DA
INGLATERRA: Depois da confusão das placas em Interlagos, a organização do GP
Brasil foi multada pela FIA em 100 mil dólares. Quero ver o que vai acontecer
com a organização do GP da Inglaterra, depois do caos do fim de semana. Obrigar
os torcedores a andarem 5
quilômetros a pé para chegar ao circuito no sábado foi
uma total falta de respeito, sem nem ao menos terem criado um sistema de
transporte alternativo para suprir esta deficiência. E as cenas dos veículos
atolados na lama, sendo que até mesmo o veículo de resgate teve de ser
rebocado, foi muito interessqnte. Bagunças de uma organização de país de
“Primeiro Mundo”. Bernie Ecclestone não gostou nem um pouco disso e concordo
plenamente. E milhares de torcedores também.
- FIABILIDADE DA FERRARI: A equipe italiana está ficando em uma posição
meio incômoda com as quebras do carro de Rubens Barrichello. A de Silverstone
foi particularmente danosa para a Ferrari porque se Rubinho vencesse, seria a
4ª vitória consecutiva da escuderia de Maranello na temporada, e a dupla rival
da McLaren marcaria bem menos pontos. Até agora, em 4 corridas, o carro do
brasileiro quebrou 2 vezes, mas e se as quebras passarem a acontecer com
Schumacher?
- EQUIPE NEWMANN/HASS: Um dos mais fortes times da F-CART teve uma
atuação pífia em Long Beach,
abandonando a corrida com problemas sérios nos carros de seus pilotos. O de
Christian Fittipaldi chegou até a pegar fogo nos boxes. Como a equipe também
não teve um desempenho muito convincente em Homestead, vai precisar batalhar
muito para conseguir reencontrar o favoritismo para disputar o título da
categoria. Há quem diga que, além dos maus resultados, Michael Andretti já
pensa em aposentadoria...
- JARNO TRULLI: O piloto italiano
até agora não mostrou muito a que veio na equipe Jordan. Foi contratado por
Eddie Jordan para fazer uma dupla mais forte com Frentzen do que a do alemão
com Damon Hill em 99. Até o momento, Trulli só tem se saído um pouco melhor que
Hill nas classificações, mas continua longe de Frentzen em corrida. Em Silverstone,
então, teve uma atuação apagada e só pontuou porque os pilotos à sua frente
quebraram.
- EQUIPE JORDAN: Até o momento, a
equipe não conseguiu repetir as boas performances de 99. A fiabilidade do carro não
tem ajudado, uma vez que comprometeu
alguns resultados que já geravam preciosos pontos para a escuderia, como em
Silverstone, onde Frentzen estava garantido nos pontos. O único ponto positivo
até o momento é o fato de a equipe, que usa um motor Honda semi-oficial, ainda
ter melhor performance do que a do time “oficial” da Honda, a BAR. Mas a situação
da Jordan tende a piorar, pois acaba de perder o seu projetista Mike Cascgoyne
para a Benetton para 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário