Com o fim do ano se aproximando, os
campeonatos automobilísticos ao redor do mundo vão encerrando suas competições,
como vimos com o Mundial de Rali, a MotoGP, e até mesmo a Nascar. Mas tem uma
categoria que vai dar a largada neste fim de ano, e é a Fórmula-E, o campeonato
de competição de carros monopostos elétricos, já neste final de semana na
Arábia Saudita. Então, eis aqui um texto especial para situar os leitores sobre
o que esperar da nova temporada da categoria, que vai para seu sexto
campeonato, com mais times e pilotos do que nunca. Uma boa leitura a todos...
FORMULA-E 2019/2020: DANDO A LARGADA
PARA A SEXTA TEMPORADA
Competição de carros totalmente elétricos atinge seu
maior número de participantes, com a entrada de novas fábricas que prometem
deixar a disputa mais eletrizante do que nunca.
Adriano de Avance Moreno
A F-E está pronta para iniciar sua sexta temporada, com novos pilotos e novos times, após os testes da pré-temporada, realizados em Valência, na Espanha (acima e abaixo). |
Preparem
suas tomadas! Vai começar mais uma temporada da Fórmula-E, o campeonato de
carros de competição monopostos totalmente elétricos. A largada será neste
final de semana, em Diriyah, nos subúrbios de Riad, capital da Arábia Saudita,
em uma rodada dupla com corridas nesta sexta-feira, e no sábado, e marca a
estréia da sexta temporada da categoria, que já foi considerada apenas uma
aposta excêntrica, mas hoje mostra estar maior e mais forte do que nunca.
E
podemos ver isso no grid da categoria, que chega a 12 escuderias, com 24
pilotos, em um campeonato que, antes visto como refúgio para pilotos
desempregados em outros certames, ganhou muito mais prestígio e respeito. Tanto
que o campeão da F-2 Internacional deste ano, Nick de Vries, sem lugar para ascender
à F-1, foi direto para o certame de carros elétricos, onde será um dos pilotos
da nova equipe Mercedes, que estréia oficialmente nesta temporada, depois de
participar do último ano como HWA, para ganhar experiência na competição.
E
a ida de De Vries para a F-E não é por acaso: a categoria já reúne vários nomes
de quilate, que fizeram sua fama no automobilismo como bons pilotos, e
reforçaram essa percepção ganhando brilho próprio na competição dos carros
elétricos. Jean-Éric Vergne é o primeiro bicampeão da F-E, tendo vencido os
dois últimos campeonatos, e é o homem a ser batido na pista, assim como seu
time, a Techeetah, campeã com dois equipamentos diferentes, tendo vencido a
temporada 2017/2018 com o trem de força da Renault; e a temporada 2018/2019
agora como time oficial da Citroen, posição que se mantém na nova temporada. E
a Techeetah ainda reforçou seu staff com a contratação do português Antonio
Félix da Costa para fazer companhia a Vergne, credenciando a escuderia a ter a
dupla de pilotos mais forte de todo o grid.
O bicampeão Jean-Éric Vergne (acima) é o piloto a ser batido, assim como seu time, a Techetah, que se reforçou com a contratação de Antonio Félix da Costa (abaixo). |
Mas
isso não vai intimidar a concorrência, e um deles é Lucas Di Grassi, defendendo
a Audi, time que nunca pode ser considerado fora da briga. O brasileiro é um
dos pilotos mais regulares da competição, e se sua escuderia acertar o passo,
podem apostar que ele lutará pelo título com certeza, depois de vencer a
temporada 2016/2017, em duelo ferrenho com o suíço Sébastien Buemi. Ao lado de
Di Grassi, Daniel Abt tem alguns momentos de brilho, mas está em patamar
inferior ao companheiro de equipe, o que não quer dizer que não pode incomodar.
E
quem pretende retornar em tempo integral às primeiras colocações é a e.dams,
partindo em sua segunda temporada como time oficial da Nissan. A equipe foi
campeã com Buemi na temporada 2015/2016, mas após a derrota do suíço para Lucas
Di Grassi na temporada seguinte, time e piloto perderam um pouco o rumo, que só
foi encontrado na última temporada, com uma evolução crescente, a ponto de
Buemi conquistar o vice-campeonato, superando Lucas na etapa final da
competição, e mostrando que tanto ele quanto a e.dams pretendem voltar firmes à
disputa do título. Ao lado de Buemi, Oliver Rowland vai para sua segunda
temporada na categoria e na escuderia, e tem tudo para andar forte, como
demonstrou em algumas provas no último ano. Se tiver um pouco menos de azar, e
mais consistência, pode dar trabalho aos rivais na pista.
Outro
time que geralmente costuma andar forte é a Virgin, e o time manteve sua dupla
para este ano, com o inglês Sam Bird, veterano que está presente desde a
primeira corrida da categoria, e o holandês Robin Frijns. Bird é, ao lado de
Lucas Di Grassi, o único piloto a vencer corridas em todas as temporadas da
F-E, mas no ano passado, não conseguiu manter a constância necessária para
lutar pelo título, e ainda tomou um vareio de Frijns em algumas corridas, sendo
que o holandês venceu duas provas, enquanto Bird apenas uma, e com isso
terminou a temporada em 4º lugar, enquanto o inglês finalizou em 9º.
Entre
os times com potencial para vencer corridas, temos a Andretti e a Mahindra. O
time do clã Andretti, que tem a força da BMW por trás, começou o último ano com
força total, mas foi perdendo rendimento conforme a temporada avançava, e de
postulante ao título, virou azarão, sem conseguir repetir as performances
iniciais. Já o time indiano também iniciou o último ano credenciando-se a ser
um dos candidatos ao título, mas a exemplo da escuderia dos Andretti, também
perdeu força com o andamento das corridas, virando coadjuvante, e tendo
trabalho até no pelotão intermediário da classificação. Na Mahindra, o belga
Jerôme D’Ambrosio e o alemão Pascal Wehrlein tiveram um campeonato parelho no
ano passado, e ambos podem render mais do que mostraram, se o carro ajudar.
James Calado é o reforço da Jaguar para a nova temporada da F-E. |
Jaguar
e Venturi também demonstraram potencial para vencer corridas. Se não venceram
mais do que esperavam, as duas equipes também não fizeram exatamente feio. A
Jaguar vem crescendo de produção desde sua estréia, e tem tudo para finalmente
se juntar ao pelotão da frente. Já a Venturi, por sua vez, ainda não mostrou a
que veio, mas dependendo da situação, até pode surpreender. Para este ano, eles
têm um novo desafio: antes produzindo seu próprio trem de força, agora eles
passaram a ser clientes da Mercedes, que estréia na competição, e esperam poder
gozar do conhecimento advindo da marca das três pontas em sua tecnologia para
melhorar sua performance. Na Jaguar, o neozelandês Mith Evans eclipsou o
brasileiro Nelsinho Piquet, que acabou dispensado, e agora terá a companhia do
britânico James Calado, piloto de conhecida competência no Mundial de
Endurance, ajudando a reforçar o time inglês no certame elétrico. Na Venturi,
espera-se um ano de maior intimidade de Felipe Massa, enquanto Edorardo Mortara
já mostrou que, se tiver carro, estará sempre no ataque aos adversários.
Novatas
na competição, Mercedes e Porsche são as novas estrelas que vieram engrossar o
grid da F-E. A Porsche é totalmente virgem na categoria, enquanto a Mercedes
usou a temporada passada atuando com o nome de HWA para ir pegando os trejeitos
da competição. Os resultados do teste da pré-temporada podem ter deixado um
pouco a desejar, mas as duas marcas não vieram para simplesmente fazer
figuração na disputa. E ainda mais porque as rivais Audi e BMW já estão mais
aclimatadas no certame, de modo que elas vão trabalhar duro para mostrar que
podem competir com suas rivais domésticas na competição dos carros elétricos. A
Mercedes terá Nick de Vries, e Stoffel Vandoorne, com o belga indo para seu
segundo ano, bem mais acostumado aos carros elétricos. Na Porsche, André
Lotterer, ex-Techeetach, deve liderar o time na pista, que terá também Neel
Jani, egresso do Mundial de Endurance, e que já foi parceiro de Lotterer, o que
garante o entrosamento da dupla de pilotos.
Campeão da F-2 Internacional, Nick de Vries não hesitou em partir para a F-E, onde defenderá o time da Mercedes, estreante na competição. |
Lanternas
no último ano, a Dragon e a Nio terão de mostrar serviço para provar que podem
conseguir um ano de melhores resultados. A Dragon até conseguiu algumas boas
posições no teste da pré-temporada, mas testes são testes, e corridas são
corridas. Na Nio, Oliver Turvey até tem conseguido um ou outro bom resultado,
mas o time chinês nunca mais se acertou como fez na primeira temporada, quando
foi campeão com Nelsinho Piquet, ainda com o nome de China Racing. O outro
piloto do time é o chinês Ma Qing Hua, que não inspira muita confiança. A
Dragon, em que pese o poderio do império Penske por trás, ainda patina na F-E,
e vem com uma dupla totalmente nova para este ano, com o neozelandês Brendon
Hartley e o suíço Nico Muller.
Na
sessão de testes da pré-temporada, o que vimos foi um bom potencial de
equilíbrio, com cerca de 21 pilotos separados por 1s de diferença, de modo que
não há como se apontar favoritos. Os times e pilotos de destaque das últimas
temporadas tem tudo para se manterem entre os primeiros colocados, mas não dá
para garantir que os demais times e pilotos não se intrometam na disputa pelos
primeiros lugares, o que garante o potencial de boas disputas na nova
temporada. Um detalhe que não permite muito estabelecer parâmetros dos testes
está no fato de a pré-temporada ter sido realizada em um autódromo, enquanto as
corridas são feitas em pistas de rua, e isso pode fazer muita diferença. Mesmo
assim, a expectativa é de uma disputa muito boa entre os times e seus pilotos.
Em
relação às regras, depois da introdução dos novos carros na última temporada,
que dispensou os pit stops para troca de carros, bem como da introdução do
recurso do moto Ataque, e o estabelecimento da duração das corridas em 45
minutos + 1 volta, a direção da categoria resolveu aparar algumas arestas para
o novo ano, procurando melhorar e corrigir alguns detalhes.
André Lotterer defenderá a estreante Porsche, que já defendeu no Mundial de Endurante. |
E
algumas das mudanças é quando os pilotos poderão ativar o recurso do modo
Ataque. Na temporada passada, os pilotos aproveitavam momentos de bandeira
amarela em toda a pista para passar no trecho de ativação do recurso, de modo a
garantir que não perdessem a posição na pista, uma vez que as ultrapassagens
são proibidas durante a bandeira amarela. Agora eles só poderão ativar o
recurso durante a prova em bandeira verde, jogando para o piloto a decisão de
arriscar pegar o modo Ataque, mas também podendo comprometer sua posição na
pista. Em contrapartida, os pilotos agora terão à disposição durante o modo
Ataque 235 Kw de potência, contra 225 da temporada anterior. Mas esse aumento
de potência também terá um custo, pois poderá consumir mais energia das
baterias dos carros, podendo comprometer sua autonomia para terminar a corrida.
E
o gerenciamento de energia ganha um detalhe importante agora: a cada minuto da
corrida sob bandeira amarela completa, os pilotos perderão 1 Kw de potência. Na
temporada passada, todo mundo economizava energia durante a bandeira amarela na
pista inteira, de modo que o gerenciamento de energia ficou meio de lado, uma
vez que os pilotos sempre tinham energia de sobra até para completar as
corridas. A partir deste ano, nestes momentos onde a corrida fica na bandeira
amarela, os carros continuarão a perder energia, obrigado os pilotos a serem
mais cuidadosos com o uso de sua carga restante, sob o perigo de ficarem a pé
na pista.
A Mahindra começou bem nos últimos dois anos, mas perdeu embalo no decorrer dos campeonatos. Terá melhor sorte desta vez? |
Com
os carros ficando mais rápidos, e para tentar evitar o excessivo número de
acidentes provocados em algumas etapas, os organizadores planejam modificar, ou
remover, algumas das chicanes das pistas da competição, de modo a evitar o
estrangulamento do traçado nestes trechos, que levou muitos pilotos em disputa
de posições a se tocarem nas freadas, se enroscando e chegando até a bloquear a
pista por completo, obrigando por vezes a suspensão da corrida até que a pista
fosse totalmente desimpedida. Isso deve melhorar a dinâmica das provas, uma vez
que estes trechos mais estreitos das pistas estavam tornando a corrida muito
mais difícil, dado o aumento da velocidade dos carros, que chegavam nestes
trechos muito mais rápidos do que antes.
Esses
trechos demasiado estreitos prejudicaram as disputas em muitas provas, já que
ultrapassar ficou extremamente difícil, e “travou” algumas corridas de pilotos
que podiam ter conseguido resultados mais expressivos se pudessem ter duelado
com melhores chances. Com os carros ligeiramente maiores da série Gen2, a
largura da pista, que até então era vista com certa naturalidade quando usavam
a primeira geração de monopostos, tornou-se um empecilho a ser analisado com
cuidado para ser corrigido. E, com um pouco mais de espaço, não apenas os
pilotos sairão ganhando, mas também os times, por terem uma diminuição
potencial do risco de batidas, além de que as disputas podem se tornar mais
efetivas, incentivando os pilotos na luta por posições. Mas a teoria é uma, e a
prática, por vezes, revela-se bem diferente, então será preciso verificar se as
mudanças que serão implantadas produzirão as melhoras esperadas. Com um
equilíbrio de performances dos carros, o braço dos pilotos e suas capacidades
de gerenciar seu consumo de energia e manter a performance em alta serão
fatores mais decisivos do que nunca.
Que
venham então as disputas na pista. A Formula-E está pronta para acelerar
novamente, em alta voltagem, em corridas que tem tudo para serem eletrizantes.
E que vença o melhor...
DUELO ALEMÃO DE GIGANTES
A
nova temporada marca a entrada oficial de mais fábricas na competição, em
especial as alemãs Porsche e Mercedes, sendo que esta última substitui a HWA,
time com o qual fez participação na temporada anterior, usando trem de força da
Venturi, para ir se aclimatando na categoria. Já a Porsche faz sua entrada
firme na competição, e com isso, a F-E verá o duelo na pista de praticamente
quatro gigantes do mercado automotivo alemão. Além da entrada das já citadas
Porsche e Mercedes, Audi e BMW já estão na categoria, sendo que a Audi está
presente praticamente desde a primeira temporada, primeiro em associação com a
ABT, que depois se tornou time oficial da marca alemã. Já a BMW estreou
oficialmente na temporada passada, unindo forças com a Andretti Autosport. Dos
grandes nomes da indústria automobilística alemã, só a Volkswagen praticamente
está de fora, mas se considerarmos que o grupo é dono das marcas Audi e
Porsche, podemos dizer que a nata da indústria alemã de carros está presente na
categoria de carros elétricos, e não é para menos.
Com
alguns países da Europa já marcando data para o fim da produção dos carros com
motores a combustão, iniciou-se uma corrida tecnológica para evoluir os carros
elétricos, e esta “guerra” se reflete nas pistas da categoria, que tem vários
outros nomes de peso concorrendo com os alemães. Na Europa, temos o Grupo DS
Citroen, que está presente na equipe Techeetah, além da Jaguar, que compete com
um time próprio. A Índia continua representada pela Mahindra, enquanto a China
tem a Nio no grid. Do Japão temos a Nissan, que assumiu as operações da
Renault, enquanto dos Estados Unidos temos a Penske Automotive, fazendo sua
participação com o time da Dragon, de propriedade de Jay Penske, filho do
“capitão” Roger Penske.
A BMW estreou com vitória na temporada passada, junto ao time de Michael Andretti. |
A
categoria procura manter seus custos sob controle, e com os carros sendo iguais
para todos, as fábricas se concentram apenas no essencial, que é evoluir seus
trens de força (powertrains), que envolvem a unidade de potência elétrica, e o
sistema de câmbio, e mesmo assim, dentro dos limites de desenvolvimento
permitidos pelo regulamento, de forma que as fábricas não extrapolem a boca do
balão e transformem a categoria numa devoradora de dinheiro como acontece com a
F-1.
A
comparação com a categoria máxima do automobilismo, contudo, é um pouco
equivocada, pois as duas possuem conceitos técnicos diferentes, e em termos de
importância e marketing, a F-E ainda é nanica perto do que a F-1 significa em
termos comerciais. Mas não dá para negar que, no quesito participação, a F-E já
dá um banho na F-1. Enquanto esta possui o engajamento de Renault, Mercedes,
Honda e Ferrari, a F-E já reúne 10 marcas, sendo pelo menos 7 delas de renome
mundial. Com custos menores, e com um regulamento que restringe o
desenvolvimento ao equipamento de potência, aliado ao desenvolvimento dos
sistemas de baterias de energia, a F-E atraiu o interesse de muitas marcas, por
motivos mais do que óbvios, antevendo a disputa no mercado de carros em futuro
próximo, com os atuais veículos movidos por motores a combustão sendo
aposentados mais cedo ou mais tarde. A meta é desenvolver cada vez mais a
tecnologia de eletrificação dos carros, tornando-a muito mais acessível e
popular, uma vez que ainda é muito cara. Há também o desafio das recargas de
energia, da durabilidade das baterias, além de sua autonomia. E os progressos
obtidos desde a primeira temporada já se tornaram bem evidentes, e tende a ser
ainda maior nos próximos anos.
E,
diferente da F-1, a competitividade também tem sido muito maior na F-E. Os
carros, antes lentos, vão ficando cada vez mais rápidos, e tem sempre
apresentado boas disputas e pegas muito mais empolgantes do que a F-1 no
contexto geral. As vitórias estão al alcance de um número maior de equipes, e a
nova temporada, pelo que se viu nos testes da pré-temporada, realizada no
circuito Ricardo Tormo, em Valência, tem tudo para ser imprevisível, algo
difícil de se ver na F-1 nos últimos anos. E vamos lembrar que, na última
temporada, tivemos 9 pilotos diferentes vencendo corridas nas 13 etapas da
competição, onde só nas etapas finais surgiram de fato os postulantes ao
título, com muitos pilotos sendo cotados para a disputa até meio da temporada,
embaralhando as cartas com desempenhos mais ou menos constantes. E quanto mais
disputa na pista, melhor.
A SEXTA TEMPORADA, E NOVAMENTE SEM ETAPA NO BRASIL
A
sexta temporada da F-E terá um total de 14 etapas, sendo duas delas com rodadas
duplas. A etapa inicial do calendário, na Arábia Saudita, tornou-se uma delas,
com a primeira corrida sendo disputada já nesta sexta-feira, e a segunda
corrida no sábado. Estas serão as únicas provas ainda em 2019, ficando todas as
demais etapas para o próximo ano. E entra ano, sai ano, e sempre se cogita de o
Brasil sediar uma etapa, mas na hora do vamos ver, nada se acerta de fato, e
apesar do interesse da categoria de ter uma etapa em nosso país, neste novo
ano, a única presença da F-E na América do Sul será em Santiago, no Chile, em
janeiro, etapa que tem suscitado dúvidas para muitos, devido à onda de
protestos que está ocorrendo no país, e que pode colocar em risco a realização
da corrida, que pelo sim, pelo não, deveria ser substituída, ou até mesmo
cancelada. O otimismo dos dirigentes em que tudo se resolva até lá parece um
pouco demasiado, e só podemos esperar que realmente tudo termine bem, não
apenas pela Formula-E em si, mas pelo próprio Chile.
Em
fevereiro chega a hora da visita da categoria à Cidade do México, onde a F-E
disputa sua prova no tradicional autódromo Hermanos Rodrigues, indo em seguida
para o norte da África, para a tradicional cidade de Marrakesh. No mês de
março, um pulo até Sanya, na China, antes de voltar para a Europa, onde teremos
no mês de abril as corridas de Roma e Paris. Em maio, de volta para o Oriente,
com uma das grandes novidades da temporada, a etapa de Seul, na Coréia do Sul,
partindo depois para Jakarta, na Indonésia, outra novidade do calendário.
Ainda
em junho, a F-E fará sua parada no circuito montado no velho aeroporto de
Tempelhof, em Berlim, antes de partir para os Estados Unidos, para a corrida em
Nova Iorque, no bairro do Brooklin. O encerramento volta a ser em Londres, na
Inglaterra, em rodada dupla, e em uma nova pista, de 2,4 km de extensão,
montada no Centro de Exposição ExCel, junto à área portuária da cidade, em uma
pista que terá parte de seu traçado a céu aberto, e parte dele dentro da
instalação do centro de exposições.
CALENDÁRIO DA TEMPORADA 2019/2020
DATA
|
CORRIDA
|
CIDADE – PAÍS
|
22.11.2019
|
ePrix de Diriyah
|
Diriyah - Arábia Saudita
|
23.11.2019
|
ePrix de Diriyah
|
Diriyah - Arábia Saudita
|
18.01.2020
|
ePrix de Santiago
|
Santiago – Chile
|
15.02.2020
|
ePrix da Cidade do México
|
Cidade do México - México
|
29.02.2020
|
ePrix de Marrakesh
|
Marrakesh – Marrocos
|
21.03.2020
|
ePrix de Sanya
|
Sanya – China
|
04.04.2020
|
ePrix de Roma
|
Roma – Itália
|
18.04.2020
|
ePrix de Paris
|
Paris – França
|
03.05.2020
|
ePrix de Seul
|
Seul – Coréia do Sul
|
06.06.2020
|
ePrix de Jakarta
|
Jakarta – indonésia
|
21.06.2020
|
ePrix de Berlim
|
Berlim – Alemanha
|
11.07.2020
|
ePrix de Nova Iorque
|
Nova Iorque – Estados Unidos
|
25.07.2020
|
ePrix de Londres
|
Londres – Inglaterra
|
26.07.2020
|
ePrix de Londres
|
Londres - Inglaterra
|
EQUIPES E PILOTOS
EQUIPE
|
TREM DE FORÇA
|
PILOTOS
|
Audi Sport ABT Schaeffler
|
Audi e-tron FE-06
|
Lucas di Grassi (11)
Daniel Abt (66)
|
BMW i Andretti Autosport
|
BMW iFE-20
|
Alexander Sims (27)
Maximilian Gunther (28)
|
DS Techeetah
|
DS E-Tense FE-20
|
Antonio Félix da Costa (13)
Jean-Éric Vergne (25)
|
Envision Virgin Racing
|
Audi e-tron FE-06
|
Sam Bird (2)
Robin Frijns (4)
|
Geox Dragon
|
Penske EV-4
|
Brendon Hartley (6)
Nico Muller (7)
|
Mahindra Racing
|
Mahindra M-6 Electro
|
Jerôme D’Ambrosio (64)
Pascal Wehrlein (94)
|
Mercedes Benz EQ
|
Mercedes-Benz EQ Silver Arrow
01
|
Stoffel Vandoorne (5)
Nick De Vries (17)
|
Nio 333
|
Nio FE-005
|
Oliver Turvey (3)
Ma Qing Hua (33)
|
Nissan e.dams
|
Nissan IM-02
|
Oliver Rownland (22)
Sébastien Buemi (23)
|
Panasonic Jaguar Racing
|
Jaguar I-Type 04
|
Mith Evans (20)
James Calado (51)
|
TAG Heuer Porsche FE Team
|
Porsche 99X Electric
|
Neel Jani (18)
André Lotterer (36)
|
Venturi Racing
|
Mercedes-Benz EQ Silver Arrow
01
|
Felipe Massa (19)
Edoardo Mortara (48)
|
O BRASIL NO GRID
Lucas Di Grassi e Felipe Massa estarão competindo nas pistas da F-E nesta nova temporada. |
O
Brasil continua presente no grid da Formula-E, mais uma vez com dois
representantes. Lucas Di Grassi segue firme na equipe Audi, e está presente na
competição desde a primeira corrida da categoria, da qual também foi o primeiro
vencedor, há alguns anos atrás. Já conquistou o título uma vez, e pela
capacidade na pista, e pelo time que defende, é sempre um candidato a lutar
pelo título. No ano passado, ele mesmo reconhece que tanto sua equipe como ele
próprio ficaram devendo em alguns momentos, o que o impediu de lutar a fundo
pelo bicampeonato, e mais uma vez, tentará chegar ao segundo campeonato nesta
nova temporada, se a Audi fizer a sua parte. Na temporada passada, foram duas
vitórias, tendo terminado a disputa em 3º lugar, o que confere ao brasileiro
manter sua sina de estar sempre entre os três primeiros colocados em todas as
temporadas da F-E.
Já
Felipe Massa parte para seu segundo ano no certame de carros elétricos, e
depois de penar em algumas etapas na temporada passada, espera ter um aumento
de produção, tanto na pista quanto nos boxes. A Venturi, que até a temporada
passada usava seu próprio trem de força, passará a usar agora o equipamento
fornecido pela Mercedes, o que se espera que permita uma melhor performance.
Felipe assinou um contrato para correr em duas temporadas, de modo que, se os
resultados não vierem como ele espera, o brasileiro pode até repensar se vale a
pena continuar na competição. Na temporada de estréia, Massa terminou apenas em
15º, com 36 pontos marcados, tendo um 3º lugar em Mônaco como melhor resultado.
Mas Felipe terminou o ano atrás de seu companheiro de equipe, Edoardo Mortara,
que foi o 14º, com 52 pontos, e que até conseguiu vencer uma corrida.
E
os brasileiros poderão acompanhar toda a temporada, como de costume, através do
canal por assinatura Fox Sports, que promete transmitir ao vivo todas as
corridas, e também vários treinos e classificações, dependendo da programação
de sua grade, sempre com alguns programas especiais para situar o fã de
automobilismo a par dos acontecimentos da competição.
Lucas Di Grassi (acima) continua a defender a Audi, e deve lutar pelo título. Já Felipe Massa (abaixo) tem tudo para evoluir em seu segundo ano na competição, na equipe Venturi. |
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