E o mês de julho já se foi, com o
segundo semestre do ano de 2019 mantendo-se em alta velocidade. E, com o fim do
mês, lá vamos nós para a postagem da Cotação Automobilística, com uma avaliação
de alguns dos principais acontecimentos do panorama do mundo da velocidade
nestas últimas semanas, com meus comentários de costume a respeito. Estejam ou
não de acordo com minhas opiniões, façam bom proveito da leitura e curtam o
texto, no tradicional esquema de sempre: em alta (cor verde), na mesma (cor
azul), e em baixa (cor vermelha). Uma boa leitura a todos, e até a próxima
edição da Cotação Automobilística do mês que vem, com as avaliações dos
acontecimentos do mundo das corridas no mês de agosto. Até lá, então...
EM ALTA:
Max
Verstappen: O piloto holandês está mesmo com a cotação em alta na atual
temporada da F-1. Não vem cometendo erros, e já superou a dupla da Ferrari, e
ameaça até mesmo a posição de Valtteri Bottas no campeonato. Aproveitando todas
as oportunidades possíveis, Max vem descobrindo que pode ser rápido e arrojado
sem arrumar confusões, e está cumprindo com louvor o seu papel de liderar a Red
Bull na pista, para felicidade da cúpula do time do energéticos, que apesar de
confiar no seu talento, ainda era um pouco reticente quanto à maturidade do seu
jovem piloto, mesmo depois de 4 temporadas na categoria máxima do
automobilismo. Pode ter ajudado o fato de seu novo companheiro de equipe Pierre
Gasly não conseguir incomodá-lo na pista, além de ter disputado algumas
posições com pilotos que andaram lhe dando algumas fechadas no mesmo estilo com
que ele costumava intimidar todo mundo quando lutava por uma posição, o que
deve ter lhe causado muito incômodo, e lhe feito ter um pouco mais de
consciência de que pode defender sua posição sem apelar para manobras de fechar
a porta descaradamente na frente do adversário. Quando tiver um motor melhor,
vai incomodar mais do que nunca. E a Red Bull não pretende deixa-lo escapar
para a concorrência tão cedo.
Jean-Éric
Vergne, primeiro bicampeão da Formula-E: Apesar de não ter tido uma atuação de
destaque positiva na rodada dupla que encerrou a quinta temporada da categoria
da carros de competição monopostos totalmente elétricos, o francês da equipe
Techeetah marca o seu nome nos anais da competição por ser o primeiro piloto a
reprisar a conquista do título, em um certame que na atual temporada viu um
grande número de pilotos vencerem corridas, e embaralharem a posição de
favoritismo de vários pilotos. Jean-Éric conseguiu crescer no momento certo da
competição, para conquistar duas vitórias importantes além da que já havia
averbado em Mônaco, para chegar a Nova Iorque com boa vantagem na pontuação, e
poder jogar com os resultados. Como os rivais infelizmente não conseguiram
aproveitar as oportunidades, devido a seus próprios percalços, o piloto da
Techeetah pôde comemorar o seu segundo título, e o primeiro da DS Citroen na
competição, que até agora só tinha visto triunfos dos equipamentos da Audi e da
Renault. E, desde já, Vergne é o piloto a ser batido na próxima temporada, que
terá um aumento das disputas com a chegada oficial da Mercedes, e a entrada da
Porsche.
Sérgio
Jimenez: O piloto brasileiro, competindo na nova categoria de carros elétricos
de turismo do I-Pace eTrophy, que estreou como categoria secundária dos finais
de semana da F-E, chegou ao título com um bom desempenho ao longo da temporada,
tendo de aprender a domar os carros do novo campeonato promovido em conjunto
com a Jaguar. Algumas corridas foram um pouco complicadas, mas Jimenez
aproveitou as oportunidades para vencer as corridas que estiveram ao seu
alcance, e chegar à liderança, que soube manter com uma vantagem razoável para
a disputa final em Nova Iorque. Cacá Bueno bem que tentou complicar a situação
do compatriota, mas teve que se contentar com o vice-campeonato, reconhecendo
que o companheiro de equipe fez uma temporada mais consistente do que a dele, e
mereceu o título, avaliando como extremamente positivo o desempenho de ambos na
temporada de estréia do certame. Com contrato garantido para mais uma
temporada, a meta é continuar lutando por vitórias, e quem sabe mais um título,
dependendo de como a concorrência irá se portar em uma segunda temporada na
competição, já com mais know-how sobre os carros e a dinâmica das corridas, o
que pode deixar as disputas mais acirradas entre os pilotos na pista.
Alexander
Rossi: O piloto da equipe Andretti, até então sem contrato para a temporada
2020 da Indycar, vinha sendo cotado para assumir um lugar na equipe Penske na
próxima temporada, seguindo o roteiro traçado em anos recentes por Simon
Pagenaud e Josef Newgarden, que depois de brilharem em outros times, foram
arregimentados pelo “Capitão” Roger Penske para defenderem sua escuderia, a
mais poderosa e bem-sucedida equipe das categorias Indy. Mas a Honda,
fornecedora de motores para a Andretti, uniu-se ao ex-piloto, e juntos, renovaram
o contrato de Rossi, garantindo seus serviços pelos próximos três anos, numa
manobra de peso para evitar perder uma de suas principais estrelas na
competição para a rival Chevrolet. O acordo também mantém o fornecimento dos
motores para o time de Michael Andretti pelo mesmo período, e embora números
exatos não tenham sido divulgados, implicou em um aumento de salário
considerável para Alexander, o principal fator que poderia levar o piloto a
mudar de escuderia, já que seu carro no momento vem sendo bastante competitivo,
lhe permitindo duelar sem aparentes desvantagens contra os rivais. Outro fator
interessante, em teoria, é que pelo menos no atual momento, não há rusgas ou
ciumeiras entre os pilotos na Andretti Autosports, até porque Rossi tem conseguido
eclipsar seus colegas de time, mas na Penske, o duelo é franco e aberto o tempo
todo, e embora a disputa seja liberada em ambos os times, a pressão por
resultados obviamente é maior na Penske, pelo histórico vitorioso da escuderia.
Desta vez, a lábia de Roger Penske para seduzir Rossi não deu certo.
Disputa
no Mundial de Rali: Depois de várias temporadas com favoritos destacados na
disputa pelo título, o Mundial de Rali de 2019 está vendo um duelo acirrado na
luta pelo título, com 3 pilotos que, decorridas 8 etapas, estão muito próximos
na tabela de pontuação, prometendo uma boa briga nas 6 etapas restantes da
competição até o final do ano, e sem que nenhum deles aparente estar em posição
de vantagem sobre os demais. Com três vitórias no ano, Ott Tanak lidera a
classificação, com 150 pontos, apenas 4 a mais que Sébastien Ogier, campeão das
últimas temporadas, e que está tendo de suar bastante o macacão este ano para
manter a escrita de favorito, tendo vencido duas etapas. Com 143 pontos,
Thierry Neuville vem na 3ª posição da tabela, mas com seus dois rivais em sua
alça de mira, pronto para aproveitar qualquer brecha que surgir, e tendo também
2 triunfos no ano até aqui. Os três pilotos estão muito à frente de todos os
demais pilotos da competição, tendo monopolizado 7 vitórias nas 8 etapas
disputadas até aqui. Dani Sordo, vencedor da última etapa, o Rali da Sardenha,
é apenas o 8º colocado no campeonato, com 52 pontos, praticamente metade deles
obtidos com o triunfo na etapa italiana da competição. Nos últimos anos, apesar
de alguns momentos de dificuldades, Ogier sempre conseguiu dar a volta por cima
e sagrar-se campeão, mas este ano a parada está mais dura. Conseguirá o francês
chegar a mais um título em 2019? Tanak e Neuville tem outras idéias, e não vão
baixar os braços na luta, nesta que é a melhor oportunidade deles de finalmente
serem campeões na categoria principal dos campeonatos off-road.
NA MESMA:
Situação
na equipe Foyt: Para quem ainda tem esperança de um resultado redentor para a
temporada desastrosa de Tony Kanaan e Matheus Leist na atual temporada da
Indycar, podem perder as esperanças. Time médio, a escuderia da lenda A. J.
Foyt hoje se tornou o pior time do grid, e embora tenha plena consciência de
que seus pilotos são os menos culpados pelo que está acontecendo na pista, as
más performances certamente estão contribuindo para comprometer a boa fama de
seus pilotos, em especial a de Leist, que chegou à categoria no ano passado com
boas referências das provas disputadas na Indy Lights, categoria de acesso, mas
vem sendo esquecido nas conversas de paddock da categoria, mais ocupadas pelas
performances de Colton Herta, Felix Rosenqvist, entre outros, novatos como
Matheus, mas que por competirem com times mais estruturados, estão mostrando
resultados, e começando a ser cogitados pelos chefes de equipes para acordos
futuros. Mesmo Tony Kanaan, que admite estar em fim de carreira na categoria,
está sendo arrastado para o fundo do poço pela má fase do time. Um dos pilotos
mais técnicos e de reconhecida competência da Indycar, Tony simplesmente também
está sendo esquecido pelos demais times, fazendo seus últimos tempos na
categoria virarem um calvário deprimente que não condiz com a carreira do
piloto baiano, que mereceria um time mais digno para sua cada vez mais próxima
despedida da Indycar. Já Matheus corre o risco de ver sua promissora carreira
acabar devido ao mau equipamento, e terá muita sorte se conseguir achar um
lugar em um time melhor, quando há tantos pilotos mostrando serviço, e
disputando os mesmos lugares.
Domínio
de Marc Márquez na MotoGP: Nem mesmo uma vitória de Maverick Viñales na Holanda
mudou muito o panorama do campeonato da classe rainha do motociclismo na atual
temporada. Marc Márquez viu a derrota apenas como um revés temporário,
contentando-se com o 2º lugar, para voltar a deitar e rolar na prova da
Alemanha, com mais uma vitória, a quinta em nove provas disputadas até aqui. O
pentacampeão é a única constante “positiva” na temporada 2019, rumando para o
que já é considerado o seu sexto campeonato, enquanto seus rivais digladiam-se
na pista, com altos e baixos, sem conseguirem apresentar a mesma constância ou
resultados que lhes permitam tirar o sono da “Formiga Atômica”, que já acumula
58 pontos de vantagem para o vice-líder, Andrea Dovizioso, teoricamente o rival
com mais potencial para desafiar Márquez na pista, pela competitividade da
Ducati nos últimos tempos. Uma competitividade comprovada pela 3º posição de
Danilo Petrucci, o outro piloto do time oficial da marca de Borgo Panigale,
mostrando que o time italiano tem o equipamento mais competitivo em termos
gerais, sobressaindo-se às rivais Yamaha, Suzuki, e até mesmo Honda. Só que
Marc desequilibra, e nas suas mãos, a Honda parece quase imbatível, o que não é
exatamente o caso, haja vista a situação de Jorge Lorenzo na atual temporada,
que faz até suas agruras na Ducati parecerem um paraíso. Com 10 provas para
encerrar a temporada, muitos já fazem as contas de quando Márquez irá levantar
o troféu da temporada. Afinal, com 58 pontos, mesmo que abandonasse as próximas
duas corridas, e Dovizioso vencesse ambas, nem assim ele perderia a liderança
do certame. Missão difícil, a da concorrência, de deter a escalada quase
implacável do piloto da Honda, e fracassar na maior parte do tempo... E olhe
que Marc ainda detesta quando falam que o campeonato já está decidido... Nada
como manter os pés um pouco no chão, até para evitar stresses desnecessários...
Lucas
Di Grassi na F-E: O piloto brasileiro da equipe Audi bem que tentou, mas não
conseguiu chegar ao bicampeonato na quinta temporada do certame de carros de
competição monopostos elétricos, mas manteve-se na média de terminar todas as
temporadas da competição no TOP-3. E ressalte-se o fato de Lucas ter
consciência de que tanto ele quanto seu time poderiam ter feito melhor neste
último ano, de modo que não conquistar o título foi consequência destes momentos
onde o desempenho acabou sendo abaixo das possibilidades, descontando momentos
azarados durante as corridas. Ao lado de Sam Bird, o brasileiro é o único
piloto da categoria a ter vencido corridas em todas as cinco temporadas,
obtendo neste último ano dois triunfos categóricos nas etapas da Cidade do
México e Berlim. Agora, é pensar na próxima temporada, estando já de contrato
renovado com seu time, onde espera manter-se entre os protagonistas da
categoria, e quem sabe, conquistar o segundo título na competição, para
igualar-se a Jean-Éric Vergne. Mas não há conquista antecipada, e até a nova
temporada começar, tudo pode acontecer. Lucas tem um título e um
vice-campeonato no currículo da F-E, e é o recordista de pódios no certame, o
que fazem dele um dos pilotos mais destacados da competição.
Nico
Hulkenberg: O piloto alemão continua mantendo intacto sua sina de nunca subir
ao pódio em sua já longa carreira na F-1. Com a performance de seu time, a
Renault, tendo decaído na atual temporada, o que já limita as possibilidades de
um bom resultado, a única chance de escapar de passar o ano em branco seria
aproveitar as oportunidades que poderiam surgir em uma corrida fora dos
parâmetros convencionais, como a ocorrida em Hockenhein, onde Nico chegou a
ocupar a terceira posição durante a prova, e poderia significar, enfim, a
chance de tentar finalmente degustar o champanhe dos primeiros colocados de um
GP. Toda a atenção do time estava nele, já que Daniel Ricciardo havia
abandonado com o motor estourado, e estando atrás do australiano na
classificação, era a chance de virar o jogo na tabela de pontos do campeonato.
Infelizmente, Hulkenberg foi mais um a sucumbir ao traiçoeiro piso molhado da
pista alemã, sair do traçado, e bater, dando adeus às chances do tão sonhado
pódio. Mau piloto Nico não é, mas começaram a surgir alguns boatos de mudança
de time, como por exemplo, de ir para a Hass, ou, num golpe de sorte extremo,
até para a Red Bull, no lugar de Pierre Gasly, mas até o presente momento, tudo
não passa de boatos. Em tese, até então a Renault não tinha muitos motivos para
substituir o alemão, até porque quem cometeu o maior erro este ano foi o time,
ao projetar um carro que não evoluiu tanto quanto os da concorrência, mas eis
que surgiu um forte conversa esta semana de que o time já considera realmente
outras opções para o lugar de Nico em 2020, significando que haverão mudanças
de ares futuras, e muito provavelmente não para melhor.
Sergio
Sette Câmara: O piloto brasileiro vem disputando uma temporada razoável na
atual temporada da F-2, tendo até voltado a vencer, ao chegar em primeiro na
segunda corrida da Áustria, e obtendo um 4º lugar na primeira corrida da
Inglaterra, mas as dificuldades na temporada permanecem. Sergio ocupa a 4ª
posição no campeonato, com 121 pontos, uma diferença considerável para o líder,
Nick de Vries, com 170 pontos. Mas Câmara precisa melhorar sua atuação, se
deseja conquistar os pontos necessários para obter a Superlicença, e poder
almejar chegar à F-1, onde já é piloto de simulador da McLaren, e poderia ser
também piloto reserva, visando ganhar projeção para tenta outra escuderia. O
ponto positivo é que seu rival mais próximo, Luca Ghiotto, que ocupa a 3ª posição
no campeonato, está apenas 1 ponto na sua frente, o que torna as chances de
superá-lo bem plausíveis; e Nicholas Latifi, o vice-líder, está com 139 pontos,
podendo ser alcançado com algum esforço, mas acima de tudo, com uma melhor
performance do brasileiro, que precisa mostrar do que é capaz, para começar a
cativar os chefes da F-1, visando aumentar o seu rol de contatos. Até o
presente momento, Sergio está na média, mas muitos pilotos estão nesta posição,
tornando a disputa por um lugar melhor muito mais difícil e complicada.
EM BAIXA:
Dupla
da equipe Hass: Que o time de Gene Hass andou para trás nesta temporada, depois
da excelente performance demonstrada no ano passado, já ficou bem óbvio. Mas
tudo fica ainda mais complicado quando sua dupla de pilotos não se entende
entre si, e ainda arruma confusão na pista, e entre eles mesmos. Já vimos essa
história antes, na Force India, quando Sérgio Perez e Esteban Ocon andaram se
estranhando em várias etapas, comprometendo oportunidades de bons resultados
para o time. E estamos vendo isso novamente, agora com Kevin Magnussen e Romain
Grosjean, que conseguiram arruinar suas corridas na Inglaterra, ao se tocarem
logo no início da corrida, e danificarem os carros de ambos, com muita
frustração para a cúpula do time, que viu seus dois pilotos novamente se
estranharem na etapa da Alemanha, onde por pouco não viu seus pilotos baterem
novamente um no outro, mas desta vez conseguindo manter os carros inteiros, e
chegarem ao final da corrida. A Hass parece não ver o fim da temporada para
poder arrumar novos pilotos, mas as opções do mercado andam um pouco escassas.
Pietro Fittipaldi, por ser piloto de testes, é sempre lembrado, mas o
brasileiro ainda não tem os pontos necessários para a superlicença, fora o fato
de que estrear no atual momento do time, com um carro de comportamento
instável, pode ajudar a queimar a imagem de Pietro, ao invés de promove-la. Fala-se
em Esteban Ocon, mas o francês ainda está ligado à Mercedes, o que complica sua
situação para assumir um dos carros. Mesmo com uma performance instável, a
escuderia sabe que poderia estar melhor na classificação, ocupando no momento o
8º lugar, empatada em pontos com a Alfa Romeo, e à frente da Williams, a draga
do ano. Muita coisa deverá mudar para 2020, e adivinhem por onde as alterações
começarão a ser feitas...?
Situação
de Jorge Lorenzo na atual temporada da MotoGP: o tricampeão espanhol está literalmente
comendo o pão que o diabo amassou. O acidente sofrido durante os treinos para o
GP da Holanda, que causou fratura nas vértebras, já deixou o piloto de fora da
corrida de Assen e da etapa da Alemanha. Com a MotoGP entrando nas suas férias
de verão, a expectativa era de que Lorenzo pudesse voltar em Brno, na República
Tcheca, graças às semanas de descanso. Mas a situação se mostrou um pouco mais
complicada, a ponto de se comunicar que o espanhol terá de ficar de fora tanto
da prova em Brno, quanto da seguinte, na Áustria, aumentando sua ausência para
4 corridas. E, mesmo assim, Jorge ainda precisará passar por avaliação para
verificar se a ausência ficará apenas nestas etapas. No ano passado, quando os
resultados começavam a surgir na Ducati, Lorenzo não esperou uma resposta dos
italianos para assinar com a Honda, vislumbrando dar a volta por cima, e calar
o seus críticos, tornando-se companheiro de equipe da grande sensação atual da
categoria, seu compatriota Marc Márquez. Só que as coisas parecem estar dando
mais errado para Jorge do que ele imaginava, e não são poucos os que imaginam
que, depois deste acordo com a Honda, o tricampeão poderá pendurar o capacete,
devido aos azares, e ao desgaste à sua imagem, como piloto e como pessoa, na
classe rainha do motociclismo. Cada vez mais, uma reviravolta na situação do
piloto espanhol parece ficar cada vez mais improvável no curto prazo. Até
quando será que vai essa má fase de Lorenzo? Difícil saber, realmente, porque
ela parece estar ficando bem persistente.
Equipe
Renault na F-1: Quarta colocada na temporada passada, a marca francesa tinha
grandes metas para esta temporada na categoria máxima do automobilismo, a ponto
até de encerrar oficialmente sua participação na F-E, para dedicar-se
integralmente à F-1. Para isso, contava com o reforço de pessoal e de estrutura
da fábrica em Enstone, na Inglaterra, passando pelo desenvolvimento de uma
unidade de potência bem mais potente, para diminuir sua desvantagem para
Mercedes e Ferrari, além da contratação de Daniel Ricciardo, ex-Red Bull, para
liderar seu time de fábrica na pista. Faltou o principal: criar um carro
competitivo, e depois de meia temporada, ainda constatar que a correção do
problema é algo que só valerá a pena para o carro da próxima temporada, dando a
entender que este ano já pode se considerar perdido. O único lucro até aqui da
Renault na temporada 2019 é ver seu time cliente, a McLaren, liderar a F-1 “B”,
ocupando a 4ª colocação no campeonato, mostrando estar bem mais competitiva que
o time oficial, e minimizando um pouco as notícias ruins, mas, tendo de
aguentar ver seu ex-time cliente, a Red Bull, já ter ganho duas provas com as
unidades da Honda, que mesmo que estejam atrás das unidades francesas ainda em
todos os quesitos, está se valendo de equipar um dos melhores chassis da
categoria para obter resultados que não eram possíveis na época de sua
associação com a McLaren. Não deixa de ser uma má notícia, porque desde o
início da era turbo híbrida, onde as unidades da Mercedes passaram a dominar, a
Renault vem prometendo equiparar o desempenho e performance de seu equipamento,
algo conseguido, até o presente momento, apenas pela Ferrari, e vendo a Honda
capitalizando os triunfos da Red Bull no atual momento.
Manutenção
do GP da Alemanha no calendário da F-1: Apesar das boas corridas disputadas nos
últimos dois anos, o assunto voltou à baila no último final de semana, de que
as contas de realização da corrida germânica infelizmente não estão batendo, e
com as negociações para baixar as taxas de realização do GP se mostrando mais
complicadas do que se esperava com o Liberty Media, a prova da Alemanha deve
dar adeus ao calendário da F-1 já na próxima temporada. A corrida deste ano
teve patrocínio da Mercedes, que não está animada em custear mais uma corrida
na próximo ano. Como a situação financeira de Nurburgring, outra pista alemã
que poderia sediar a corrida, também não anda lá essas coisas, e nem pensa em
substituir Hockenhein, como ocorreu em tempos recentes, e apesar do grande
sucesso da Mercedes, e de possuírem pilotos no grid, a Alemanha deve mesmo
ficar de fora, ainda mais porque a prova do Vietnã vai fazer sua estréia, assim
como teremos o retorno da Holanda, e com a Espanha aparentemente garantindo
verba para manter sua corrida, alguém terá de cair fora, e os alemães devem
acabar pagando o pato. Quem achava que com novos donos as negociações para
realização de GPs seriam um pouco mais fáceis do que na gestão de Bernie
Ecclestone já começa a sentir alguma saudade do velho baixinho, o que é um sinal
extremamente preocupante do modo como a Liberty Media está tratando do assunto,
ainda mais quando o grupo norte-americano vive dizendo que respeita o histórico
da F-1 e quer mantê-lo... Acredite quem quiser...
Will
Power: O piloto australiano da equipe Penske na Indycar não vive um ano muito
auspicioso. Está bem atrás de seus companheiros de equipe, que já venceram
corridas, e ocupam a 1ª e 3ª colocações na tabela do campeonato. Com as
conversas de paddock envolvendo o nome de Alexander Rossi como possível novo
piloto da Penske para 2020, as indiretas davam conta de que alguém poderia ser
rifado do time, para dar lugar ao novo contratado, e por isso mesmo, sentindo a
pressão, Power não vinha fazendo uma temporada tão exuberante como a de anos
anteriores, cometendo erros em demasia, e perdendo a chance de obter melhores
resultados por causa disso. Apesar dos percalços, Will ganhou uma bela notícia
no fim de semana de Mid-Ohio, quando a Andretti anunciou a renovação do
contrato de Rossi, o que pareceu tirar um grande peso das costas do
australiano, que marcou a pole-position e terminou em 4º lugar na prova, sem
cometer erros durante a corrida. Com a ameaça à sua posição no time encerrada,
espera-se que Power aproveite as provas finais da temporada 2019 para
restabelecer sua reputação na escuderia, e ao menos, terminar mais próximo de
seus colegas de time, e se possível, vencer alguma corrida, para não passar o
ano em branco neste quesito, como ocorreu com Hélio Castro Neves em algumas das
temporadas que defendeu a escuderia.