Hoje trago
mais uma de minhas antigas colunas aqui no blog, e esta foi publicada no dia 16
de outubro de 1998. O assunto do texto principal era a prova de Surfer’s
Paradise, válida pelo campeonato da F-CART, um dos eventos mais esperados do
ano, devido ao excelente trabalho de promoção dos australianos, marca
registrada deles desde as primeiras edições do GP de F-1 na cidade de Adelaide.
Pois em 1991 foi disputada na cidade balneária da Gold Coast da Austrália a
primeira prova da categoria, marcando a internacionalização da F-Indy original,
com várias corridas bem disputadas no circuito montado nas ruas à beira do
Oceano Pacífico, que deixaram muitas saudades em todos que lá tiveram
oportunidade de competir. Atualmente, a Indycar está em tratativas para voltar
a Surfer’s Paradise, com boas perpectivas da corrida estrear no calendário do
ano que vem, o que seria muito positivo. Esperemos que tudo dê certo para
vermos novamente uma corrida Indy na Costa Dourada australiana. De quebra,
alguns tópicos rápidos sobre alguns outros acontecimentos do mundo da
velocidade naquela semana, como por exemplo o anúncio da contratação de Juan
Pablo Montoya como substituto do italiano Alessandro Zanardi na equipe de Chip
Ganassi, para a temporada de 1999, em um contrato de 3 anos com a escuderia dos
Estados Unidos, uma vez que Zanardi voltaria à F-1, para correr pela Williams.
Antes
Zanardi tivesse ficado na F-CART. Sua passagem pela Williams acabou sendo um
fracasso total, encerrando de vez sua participação na F-1, enquanto Montoya,
mesmo sendo novato na F-CART, acabou como campeão em 1999, em uma disputa bem
acirrada, mas consagradora para o colombiano. Aproveitem o texto, e boa
leitura...
VISITA À GOLD COAST
É hora de mais
uma visita à Austrália. No início do ano, foi a etapa inicial da Fórmula 1,
disputada em
Melbourne. Agora, é a vez da penúltima etapa do campeonato da
F-CART, que disputa o GP de Surfer’s Paradise, disparada a mais agradável etapa
de todo o calendário da categoria.
A exemplo
do que os australianos sempre fizeram desde o início das disputas do GP
australiano de F-1, tanto em Adelaide quanto em Melbourne, também o GP de
Surfer’s Paradise é um evento amplamente divulgado e vivenciado por todos os
participantes. São inúmeras promoções e festividades que se estendem pela
semana toda. A Gold Coast, no nordeste da Austrália, por si só já é uma atração
turística de grande monta. Das praias de surf aos parques naturais do interior,
o turismo apresenta satisfação garantida aos visitantes.
O clímax de
toda a festividade é a corrida, disputada nas ruas de Surfer’s Paradise, um
belo circuito urbano com características bem próprias. O traçado é bem
interessante, com as tradicionais curvas de 90 graus entremeadas por boas retas
e chicanes que exigem boa perícia dos pilotos. A prova é disputada em 65 voltas
no traçado de 4,495 Km de extensão, totalizando um percurso de 292,175 Km.
Apesar de o desenho da pista ser até favorável em pontos de ultrapassagens,
elas não são nada fáceis. O problema não está no traçado em si, mas na
regulagem dos carros, muitas vezes com desempenhos muito parelhos, o que
dificulta muito as tentativas de se ultrapassar alguém. Isso sem mencionar que,
em alguns trechos, é preciso contar com a boa vontade do piloto que vai à
frente. Ano passado, por exemplo, Paul Tracy e Alessandro Zanardi se
engalfinharam quando o canadense ultrapassou o italiano; ambos ainda tocaram
rodas e, tentando dividir a próxima curva, ambos acabaram rodando, com prejuízo
maior para Tracy.
Só o fato
de ser um circuito de rua já traz alguns riscos extras. Ano passado, vi nestas
ruas um dos mais pavorosos acidentes da categoria em 97: Christian Fittipaldi e
Gil de Ferran tocaram rodas sem querer na reta dos boxes, e o carro de
Christian perdeu o controle e foi direto contra o muro, batendo dos dois lados
da pista e ferindo as pernas do piloto, que ficou afastado de diversas etapas.
Um fato que
ainda complica as coisas é que parte do circuito corre praticamente à beira
mar, e o vento costuma jogar um pouco da areia da praia na pista, o que diminui
a aderência. E, por ser num dos trechos de maior velocidade da pista, é um
perigo a mais a se considerar e ficar atento.
Não há
favoritos destacados à corrida. Desde que começou a ser disputada em 1991, a
prova australiana de Surfer’s Paradise nunca repetiu um piloto vencedor. Na
estréia, John Andretti conquistou aqui sua única vitória em sua curta carreira
na categoria, com a equipe Hall/VDS. Em 1992, a vitória foi de Émerson Fittipaldi,
que deu um show na chuva. Émerson foi um dos protagonistas da corrida em 1993,
em uma luta titânica com Nigel Mansell, recém-chegado da F-1. O inglês venceu a
parada, mas não foi fácil. Em 1994, Michael Andretti reconquistou sua
auto-estima ao vencer aqui neste circuito logo no seu retorno à categoria,
depois de uma frustrante passagem pela equipe McLaren na F-1 em 93. Foi também
a primeira vitória de um chassi Reynard, logo em sua primeira corrida na
F-Indy. E começou aí também o início da hegemonia do chassi de Adrian Reynard
na pista australiana: Jimmy Vasser venceu em 96, seguido por Scott Pruett em,
97, utilizando os chassis Reynard. Em 1995, a vitória ainda foi de um chassi
Lola, com Paul Tracy. Por equipe, a Newmann-Hass e a Ganassi são as maiores
vencedoras da prova australiana, com duas vitórias cada uma. Chip Ganassi
venceu em 94 com Michael Andretti e em 96 com Jimmy Vasser; já a Newmann-Hass
faturou em 93 com Mansell e em 95 com Tracy. A Penske contabiliza uma vitória
(Émerson Fittipaldi, em 92), assim como a Patrick Racing (Scott Pruett, em 97);
além da extinta equipe Hall/VDS (com John Andretti em 1991).
Disputada
do outro lado do mundo, todos os integrantes da categoria chegaram com grande
antecedência a esta pista. Em relação ao Brasil, são 11 horas de diferença no
fuso horário. E com relação aos Estados Unidos, a diferença é um pouco maior.
Pelo horário de Brasília, a prova será disputada às 1:00 da madrugada de sábado
para domingo, e a corrida promete muitas emoções. É uma boa pedida para se ir
dormir bem mais tarde na noite de sábado...
Kenny Brack
conquistou domingo passado o título da F-Indy (IRL) 98. O piloto sueco terminou
a prova de Las Vegas na 10ª colocação, depois de uma corrida complicada tanto
para ele quanto para os demais pilotos que disputavam o título, Tony Stewart e
Davey Hamilton. Este último bateu durante a prova, e Stewart andou o tempo todo
entre os últimos colocados devido a problemas elétricos em seu carro. A prova
foi vencida pelo holandês Arie Luyendick, que largou na 14ª posição. A pole
position da corrida ficou com Billy Boat, que foi o rei das poles nesta
temporada, com 6 largadas na frente em 11 etapas. Marco Greco conseguiu fazer
um belo treino classificatório, largando em 3º lugar. Na corrida, entretanto, o
brasileiro teve problemas de estabilidade no carro e terminou na 8ª posição. Já
Raul Boesel, que largou em 20º, mais uma vez não teve sorte e abandonou a
corrida.
Juan Pablo Montoya
vai ser o substituto de Alessandro Zanardi na equipe Ganassi em 1999 no campeonato
da F-CART. O colombiano assinou contrato por 3 anos com Chip Ganassi, que disse
ter ficado impressionado com a rapidez do jovem piloto nos testes de Barcelona.
O acordo com Montoya também, prevê um intercâmbio tecnológico da Ganassi com a
equipe Williams de F-1, para desenvolvimento na área técnica. Se Chip ficou
impressionado com o colombiano, é uma pena que não tenha visto Max Wilson
treinar no dia seguinte, quando o piloto brasileiro foi ainda mais rápido que
Montoya em condições semelhantes de treino. Max Wilson vai lucrar mesmo assim,
pois agora será o principal piloto de testes da Williams e deve ter grandes
chances de subir para a F-1 no ano 2000. Ano que vem, Max deverá ser o
principal piloto do time que Frank Williams está montando para disputar a F-1
Junior, novo nome que a F-3000 deve adotar a partir do ano que vem.
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