quarta-feira, 17 de outubro de 2018

ARQUIVO PISTA & BOX – JULHO DE 1998 – 24.07.1998


            E aqui estou eu com mais um antigo texto, e hoje trago a coluna publicada no dia 24 de julho de 1998, falando um pouco da temporada de fofocas da Fórmula 1 que já andava quente em meados da temporada daquele ano, com muito diz que diz no paddock, alguns verossímeis, e outros nem tanto. Alguns acabaram se confirmando, e outros realmente nunca passaram de especulação. Entre as expectativas, a noção de que a nova equipe BAR teria um ano de estréia pra lá de difícil mais do que se confirmou, quando eles não conseguiram marcar um mísero ponto em todo o ano de 1999. E Jacques Villeneuve viu a furada em que havia se metido. Também se confirmou a vinda de Alessandro Zanardi para a Williams no ano seguinte, e acabou sendo uma das maiores decepções do ano, que até hoje é difícil de entender, como que o italiano, bicampeão da F-CART em 1997 e 1998, passou praticamente em branco na F-1 em 1999, conduzindo uma Williams que, se não era um carro vencedor, era plenamente capaz de pontuar. Nem Michael Andretti havia tido um ano tão ruim quando passou pela F-1 em 1993. De quebra, algumas notas rápidas sobre os acontecimentos da semana no mundo da velocidade. Curtam o texto, que em breve tem mais por aqui...


MUDANÇAS PARA 1999

            Começou a “silly season” na Fórmula 1 1998. A temporada de boatos, como é chamada a onda de fofocas de bastidores. O clima está pegando mais fogo fora da pista do que dentro dela, na opinião de alguns. E, em se tratando de F-1, o velho ditado de que onde há fumaça há fogo não pode ser tomado exatamente como verdade, pois muitas vezes há fogo sem fumaça, e há fumaça onde nem tem fogo, mas também pode haver fogo onde há fumaça.
            As novidades agora são de que a toda a equipe Williams está indefinida para a próxima temporada. Jacques Villeneuve deve defender a nova equipe BAR em 1999. A justificativa é de que a Williams só deve voltar a ser competitiva em 2001. Fica meio difícil acreditar nesta afirmação, pois Villeneuve vai encarar uma parada muito mais dura na BAR, que assumirá o lugar da Tyrrel no próximo ano, e mesmo contando com uma boa estrutura e um motor de primeiro nível, não deverá enfrentar um campeonato fácil em seu ano de estréia, como convém a qualquer time estreante na categoria. E, a julgar pelo que o piloto canadense mostrou nesta temporada, ele não parece ser o tipo de piloto que batalha para desenvolver um carro com afinco, o que será muito necessário no novo time em 99. Só espero que Jacques tenha mudado de atitude.
            Nem Heinz-Harald Frentzen está garantido para 99. Agora, já se fala que o alemão conversa com as equipes Prost, Sauber, e Jordan para o próximo ano. A se confirmar essas duas mudanças, a Williams deverá ter uma dupla de pilotos inteiramente nova para 99. Só é confirmada a possível contratação do virtual bicampeão da F-CART, Alessandro Zanardi, para ocupar um dos carros de Frank Williams. O contrato, que dizem ser de US$ 15 milhões por dois anos, só não teria sido assinado ainda porque a Target, principal patrocinadora da equipe Ganassi na F-CART, está tentando cobrir a oferta da Williams. Fica a dúvida, também, se Zanardi trocará a Ganassi, onde terá condições de correr pelo título da F-CART ano que vem e tentar ser tricampeão da categoria, pelo desafio de conduzir uma Williams que não se sabe se conseguirá voltar a lutar pelo título da F-1 em 1999, no mínimo até conseguir vencer corridas.
            Michael Schumacher, por sua vez, continua onde está, e nadando em dinheiro mais do que nunca. O novo contrato do alemão mais vitorioso da F-1 prevê um salário que beira os US$ 45 milhões por ano até 2002. Com isso, acabam-se as especulações que davam o bicampeão alemão como provável piloto da McLaren/Mercedes em 1999 ou 2000.
            Na McLaren, começam a pipocar boatos de que David Coulthard será rifado na próxima temporada. O piloto escocês não está conseguindo tirar do carro todo o seu potencial, especialmente depois de rodar em Silverstone e abandonar a corrida. Pior para Coulthard que, antes da prova, exigia para atenção por parte da escuderia para si, que já andava toda voltada para Mika Hakkinen na luta pelo título contra Michael Schumacher.
            Na Benetton, continua a indefinição: nem Giancarlo Fisichella ou Alexander Wurz estão certos para continuar em 99, mas é bem provável que sigam por lá. Eddie Irvinne, por sua vez, deve renovar com a Ferrari, especialmente porque Michael Schumacher vê que o irlandês não é ameaça para ele. O problema é que, com o novo salário de Schumacher, e a boa temporada que vem fazendo, o piloto irlandês já se sente no direito de exigir mais por sua renovação, especialmente no salário, onde estaria pedindo cerca de US$ 6 milhões por temporada, muito mais do que recebe atualmente.
            Nos times médios, tudo está em aberto. Rubens Barrichello começa a perder as esperanças na Stewart, que parece não conseguir acompanhar a evolução da concorrência. Na Jordan, nem Damon Hill nem Ralf Schumacher estão garantidos. O panorama nas equipes Prost e Sauber também é de incerteza, assim como na Minardi. Na Arrows, Mika Salo e Pedro Paulo Diniz devem continuar firmes para 1999.
            Hoje começam os treinos em Zeltweg, onde domingo disputa-se o Grande Prêmio da Áustria. Pelo andar da carruagem, teremos ainda mais novidades de bastidores. Vamos ver se acaba aparecendo mais fumaça, ou se vemos fogo de verdade...


A prova da Áustria de F-1 promete pegar fogo em termos de campeonato. Com apenas 2 pontos atrás de Mika Hakkinen, Michael Schumacher promete dar tudo o que pode para vencer a corrida. Para a etapa austríaca, a Ferrari preparou um novo chassi, 13 centímetros mais longo entre-eixos, que deve ajudar a melhorar a competitividade da Ferrari. E Schumacher vai mais longe: promete que o GP da Alemanha, semana que vem, vai ser favorável à equipe italiana. Blefe ou ameaça real? Vamos ver na pista...


Simplesmente não consigo engolir – e muita gente no paddock também, o novo nome do circuito do GP da Áustria, que é oficialmente A1-Ring. Prefiro o nome antigo, Osterreichring (anel austríaco, em alemão). E preferia também o circuito antigo, de alta velocidade, com mais de 5 Km de extensão. Hoje, o circuito novo, construído em cima do antigo, que foi parcialmente desfeito, é uma pálida imitação do que havia antes. A corrida será disputada em 71 voltas no novo traçado de 4,319 Km, totalizando 306,933 Km de percurso.


A IRL disputou mais uma etapa no último domingo. Scott Sharp foi o vencedor da corrida, e passou a liderar o campeonato, com 201 pontos. Tony Stewart, o pole position, teve problemas durante a corrida e terminou em uma modesta 8ª posição, perdendo a liderança do campeonato, agora ficando em 2º lugar, com 194 pontos. Budy Lazier foi o 2º colocado, enquanto o brasileiro Marco Greco conseguiu seu primeiro pódio na temporada, terminando na 3ª posição. Nos treinos do circuito de Dover, no Estado de Delaware, o assunto mais comentado foi o violento acidente de Eliseo Salazar, que bateu muito forte e foi hospitalizado com fraturas em diversos lugares. O piloto chileno foi transferido para o Hospital Metodista de Indianápolis, onde passou por diversas cirurgias. Felizmente, já saiu de perigo, mas deverá ficar 3 a 4 meses em recuperação...


A equipe Patrick deverá mudar de chassi para a disputa do campeonato da F-CART em 1999: irá trocar os Reynard pelos Swift. Comenta-se que Scott Pruett também deverá ser trocado por outro piloto. E candidatos não estão faltando na categoria...

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