quarta-feira, 3 de outubro de 2018

FLYING LAPS – SETEMBRO DE 2018


            E já chegamos ao mês de outubro. Resta apenas três meses para encerrarmos 2018, e logo, logo, estaremos fechando o ano. O tempo parece realmente voar, e no mundo da velocidade, como de costume, teve muita coisa que rolou neste mês de setembro, onde vimos o encerramento do campeonato da Indycar, e vários outros certames seguem firmes, como a MotoGP, e vemos outros, como a Formula-E, fazendo seus preparativos para sua próxima temporada, entre outros assuntos. Por isso, lá vamos nós para mais uma edição da sessão Flying Laps, relatando e comentando alguns dos acontecimentos ocorridos neste último mês, sempre com alguns comentários pessoais nas notas relacionadas. Uma boa leitura para todos, e até a próxima sessão Flying Laps em novembro. Até mais.


Na caça ao líder Marc Márquez, Andrea Dovizioso teve uma excelente atuação no GP de San Marino da MotoGP, disputado no circuito de Misano, na Itália. Jorge Lorenzo marcou a pole-position, e até comandou bem o início da prova, mas sem conseguir abrir uma boa vantagem dos demais. Dovizioso, que largou em 4º, foi ao ataque, passando os ponteiros, e assumiu a dianteira da corrida após superar o companheiro de equipe, rumando firme para a bandeirada final, e averbando mais um triunfo para a Ducati na temporada. Mas a equipe italiana não pode comemorar a pleno o feito de Andrea na pista italiana. Jorge Lorenzo vinha bem na segunda posição, quando caiu sozinho faltando duas voltas para o final da prova, e isso entregou de bandeja a posição para o líder do campeonato, Márquez, cuja dianteira na pontuação continuava significativa, de modo que o piloto da Honda não perdeu o sono por ver o principal rival da temporada passada comemorar seu mais novo triunfo. Cal Crutchlow, da LCR Honda, acabou fechando o pódio. Já a Yamaha, ainda às voltas com seus problemas de competitividade, não teve nada do que se orgulhar da prova de San Marino: Maveirick Viñales foi apenas o 5º colocado, enquanto Valentino Rossi teve mais problemas, e terminou em 7º, o que o fez perder a vice-liderança do campeonato, sendo superado por Dovizioso. Alex Rins fez uma boa corrida com a Suzuki, terminando na 4ª posição, muito à frente de seu companheiro de equipe Andrea Iannonne, que foi o 8º colocado. Dani Pedrosa, praticamente cumprindo tabela para encerrar a carreira como piloto titular da classe rainha do motociclismo, fez outra corrida sem brilho, terminando em 6º lugar.


Pedrosa, aliás, quando anunciou sua aposentadoria das pistas, recebeu a oferta da Honda de continuar ativo no time como piloto de testes, opção que o piloto não considerou levar adiante. Mas, neste mês de setembro, Dani anunciou que irá mesmo exercer a função de piloto de testes, mas na KTM, a partir do próximo ano, com a missão de ajudar os austríacos a melhorar a competitividade de seu equipamento, algo que sua experiência de muitos anos em um time de fábrica vencedor de longa data como a Honda certamente será de grande valor. Mas Pedrosa, a exemplo de Casey Stoner na Ducati, afirma que não será piloto reserva do time, que poderá ser acionado para disputar um GP se algum dos titulares tiver problemas ou se acidentar. Ajudar trabalhando nos bastidores é uma coisa, mas voltar a participar de uma corrida, de acordo com Pedrosa, estará fora das suas preocupações após o fim desta temporada.


E Marc Márquez confirmou que é o favorito disparado ao título da temporada na MotoGP. A “Formiga Atômica” venceu a corrida em Aragón, na Espanha, depois de um duelo acirrado com Andrea Dovizioso, onde o piloto da Honda e o do time italiano chegaram a trocar de posições várias vezes durante a prova, sem que um conseguisse desgarrar do outro. Marc só conseguiu superar Andrea em definitivo a poucas voltas da bandeirada, preocupando-se em abrir vantagem para impedir o italiano de dar novo bote. Mesmo assim, Márquez cruzou a linha de chegada com uma diferença bem apertada, de apenas 0s6 para o rival, que não conseguiu diminuir a vantagem do líder do campeonato. Outro piloto que fez uma prova combativa em Aragón para espantar o azar foi Andrea Iannonne, que subiu ao pódio em 3º lugar com a Suzuki, seguido de seu companheiro de equipe Alex Rins, num dia muito positivo para a equipe japonesa. Dani Pedrosa foi o 5º colocado, enquanto a Yamaha teve seu momento mais baixo na temporada, com sua dupla de pilotos largando literalmente entre as últimas filas: Viñales largou em 14º, enquanto Rossi foi apenas o 17º. O “Doutor” ainda conseguiu driblar melhor as adversidades na corrida, terminando em 8º, mas Maverick foi somente o 10º colocado, com o time dos três diapasões completando seu 23º GP sem vitória, desde o triunfo de Valentino Rossi no GP da Holanda de 2017, na pista de Assen. É o maior período de jejum da Yamaha em sua história na classe rainha do motociclismo, e o momento do time não inspira seus pilotos por dias melhores tão cedo. Mas, se teve alguém que não teve boas lembranças da etapa de Aragón este ano foi Jorge Lorenzo. O piloto espanhol da Ducati conquistou a pole-position, a exemplo do que fizera na etapa anterior, em Misano, mas Jorge acabou caindo logo na primeira curva, e deu adeus à corrida ali mesmo. E ainda viu Dovizioso travar um duelo feroz com Márquez pela vitória, ficando em 2º, mas deixando ele cada vez mais para trás na pontuação. E Lorenzo fez críticas ferozes a Marc Márquez, acusando o piloto da Honda de ter feito a primeira curva de modo que ele acabou indo para o ponto onde acabou caindo. Só que, vendo as imagens, Lorenzo caiu sozinho, sem que Márquez sequer encostasse nele, ou o empurrasse para aquele ponto do traçado. Levando-se em conta que Lorenzo será companheiro de Márquez na Honda em 2019, melhor o tricampeão ir colocando as barbas de molho, porque vai ter concorrência feroz dentro dos boxes. Se Jorge achou que Rossi era intragável na disputa interna na Yamaha, melhor se preparar para a guerra que viverá nos boxes da Honda, onde Marc reina quase absoluto. Tem tudo para sair faísca no próximo ano. E vai sair, podem apostar...


Na equipe oficial da Yamaha na MotoGP, o clima é de completo desânimo para este final de temporada, e tanto Valentino Rossi quanto Maverick Viñales sabem que não podem ter muitas expectativas para este ano. O desempenho em Aragón foi pífio, e pior, por mais que mexessem na moto, não se conseguia acertar o chassi e melhorar o comportamento das motos. Rossi tentou diversas regulagens e acertos, mas nada parecia funcionar. Como desgraça pouca é bobagem, a própria equipe não consegue saber exatamente o motivo da falta de performance. Mesmo os testes privados realizados pela escuderia não conseguiram encontrar um rumo para solucionar os problemas de competitividade do time japonês, que não conseguiu vencer nenhuma corrida na temporada, e já enfrenta sua maior seca de vitórias de que há memória nos anais da MotoGP. Viñales revelou estar completamente desmotivado depois dos esforços dispendidos nas duas últimas corridas, onde nem sequer tiveram condições de lutar pelo pódio. Rossi, por sua vez, não mostrou muitas esperanças ao testar o que seria o protótipo do motor para a moto de 2019, afirmando que o resultado de performance não era melhor do que os resultados atuais. Pelo visto, vai ser preciso reza brava para encontrarem o caminho de volta às vitórias no próximo ano...


A equipe oficial da Toyota deitou e rolou no Rali da Turquia, com Ott Tanak a conquistar a vitória, seguido de seu companheiro de time Jari-Matti Latvala, perfazendo uma bela dobradinha do time japonês em terras turcas. Quem também se deu bem foi Hayden Paddon, que terminou em 3º lugar. Líder do campeonato, o belga Thierry Neuville não foi bem nas areias turcas, tendo ficado apenas em 16º na classificação geral, mas nem tudo foi ruim assim: Sébastien Ogier, que poderia ter usado a oportunidade para se aproximar do belga na liderança da competição, também não teve um bom momento na prova turca, tendo terminado apenas em 10º lugar. Como resultado, quem passou a ameaçar Neuville foi justamente o vencedor do rali turco, Ott Tanak, que chegou à vice-liderança na classificação, com 164 pontos, enquanto Neuville tem 177. Ogier ainda mantem com folga o 3º lugar no certame, com 154 pontos, já que o mais próximo na classificação, o finlandês Esapekka Lappi, em 4º lugar, tem apenas 88 pontos. Faltando três etapas para acabar o campeonato de 2018, não dá para apontar nenhum favorito disparado entre Neuville, Tanak e Ogier. Mas Tanak vem em um bom momento, tendo vencido consecutivamente as etapas da Finlândia, Alemanha, e Turquia, numa escalada meteórica na pontuação. Se mantiver esse ritmo, tem tudo para ser o campeão da temporada, ainda mais que Neuville e Ogier ficaram devendo melhores resultados nas últimas provas. Faltam ser disputadas as etapas do Rali de Gales, o Rali da Catalunha, e o Rali da Austrália. Mas quem ganha é o torcedor, na mais disputada competição do Mundial de Rali dos últimos tempos, e sem um favorito destacado, como foram nos títulos de Sébastien Loeb, e nos anteriores de Sébastien Ogier. E tem tudo para ser emocionante...


E Sébastien Ogier estará de casa nova no próximo ano. O atual pentacampeão mundial de Rali voltará à sua velha casa, a equipe Citroen, onde competiu de 2009 a 2011, antes de se unir à equipe da Volkswagen, por onde conquistou os títulos de 2013, 2014, 2015, e 2016. No ano passado, com a saída da fábrica alemã, Ogier mudou-se para a M-Sport, onde está nesta temporada. A Citroen não vence desde a saída de Sébastien Loeb, tendo conquistado seu último campeonato em 2012.


Depois de faturar mais um título com Scott Dixon, Chip Ganassi tratou de fechar o seu time para a próxima temporada da categoria, com a contratação do sueco Felix Rosenqvist, que havia feito um teste pelo time no circuito de Mid-Ohio, tendo conseguido impressionar a todos com sua velocidade e capacidade de adaptação ao carro da Indycar. Felix substituirá Ed Jones, que não fez uma temporada significativa no time. O contrato de Rosenqvist garante que ele irá participar de todas as 17 corridas do certame de 2019 da Indycar, o que significa que provavelmente não seguirá disputando o campeonato da Formula-E, devido ao conflito de algumas datas de provas. Rosenqvist disputou as duas últimas temporadas da F-E, defendendo o time da Mahindra, tendo como companheiro o alemão Nick Heidfeld, que não teve o contrato renovado pelo time indiano. Com a ida de Felix para a Indycar, a escuderia deverá ter uma dupla de pilotos inteiramente nova para a próxima temporada, que começa em dezembro, em Riad, na Arábia Saudita.


Enquanto isso, na F-E, os times vão pouco a pouco definindo seus pilotos para a próxima temporada. Uma delas é a e.dams, que terá a Nissan como parceira no fornecimento de seu trem de força a partir desta nova temporada, em substituição à Renault, que irá concentrar suas forças apenas na F-1. Sébastien Buemi permanece no time, que terá também o anglo-tailandês Alexander Albon, que atualmente defende a equipe Dams no campeonato da F-2. Nicolas Prost, que até o fim da última temporada estava no time, acabou dispensado, resultado mais do que óbvio, depois que seu pai, Alain Prost, vendeu a sua participação na escuderia, para seguir representando e trabalhando com a Renault em seu projeto na F-1. Claro que a dispensa de Nicolas Prost teve como bom argumento seus parcos resultados nos últimos tempos na categoria, andando sempre muito atrás de Buemi. Na Venturi, que terá a participação de Felipe Massa, seu companheiro de time será o italiano Edoardo Mortara. Jaguar, Audi e Techeetah manterão suas atuais duplas de pilotos. Já os times HWA, Nio e Mahindra ainda não anunciaram nenhum de seus pilotos para o novo campeonato. Na Virgin, Sam Bird é o único nome confirmado, assim como José Maria Lopez na Dragon. Na Andretti, a dupla será formada pelo português Antonio Felix da Costa e o britânico Alexander Sims. O grid aumentou um pouco, pois agora teremos 11 times e 22 pilotos, e todo mundo está empolgado para ver como a categoria de carros de competição monopostos totalmente elétricos irá se apresentar com seu novo carro, que poderá fazer a prova inteira sem necessidade de trocar o carro nos boxes, como aconteceu nestas primeiras 4 temporadas.
 



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