E já chegamos ao mês de outubro. Resta
apenas três meses para encerrarmos 2018, e logo, logo, estaremos fechando o
ano. O tempo parece realmente voar, e no mundo da velocidade, como de costume, teve
muita coisa que rolou neste mês de setembro, onde vimos o encerramento do
campeonato da Indycar, e vários outros certames seguem firmes, como a MotoGP, e
vemos outros, como a Formula-E, fazendo seus preparativos para sua próxima
temporada, entre outros assuntos. Por isso, lá vamos nós para mais uma edição
da sessão Flying Laps, relatando e comentando alguns dos acontecimentos ocorridos
neste último mês, sempre com alguns comentários pessoais nas notas relacionadas.
Uma boa leitura para todos, e até a próxima sessão Flying Laps em novembro. Até
mais.
Na caça ao líder Marc Márquez, Andrea
Dovizioso teve uma excelente atuação no GP de San Marino da MotoGP, disputado
no circuito de Misano, na Itália. Jorge Lorenzo marcou a pole-position, e até
comandou bem o início da prova, mas sem conseguir abrir uma boa vantagem dos
demais. Dovizioso, que largou em 4º, foi ao ataque, passando os ponteiros, e
assumiu a dianteira da corrida após superar o companheiro de equipe, rumando
firme para a bandeirada final, e averbando mais um triunfo para a Ducati na
temporada. Mas a equipe italiana não pode comemorar a pleno o feito de Andrea
na pista italiana. Jorge Lorenzo vinha bem na segunda posição, quando caiu
sozinho faltando duas voltas para o final da prova, e isso entregou de bandeja
a posição para o líder do campeonato, Márquez, cuja dianteira na pontuação
continuava significativa, de modo que o piloto da Honda não perdeu o sono por
ver o principal rival da temporada passada comemorar seu mais novo triunfo. Cal
Crutchlow, da LCR Honda, acabou fechando o pódio. Já a Yamaha, ainda às voltas
com seus problemas de competitividade, não teve nada do que se orgulhar da
prova de San Marino: Maveirick Viñales foi apenas o 5º colocado, enquanto
Valentino Rossi teve mais problemas, e terminou em 7º, o que o fez perder a
vice-liderança do campeonato, sendo superado por Dovizioso. Alex Rins fez uma
boa corrida com a Suzuki, terminando na 4ª posição, muito à frente de seu
companheiro de equipe Andrea Iannonne, que foi o 8º colocado. Dani Pedrosa,
praticamente cumprindo tabela para encerrar a carreira como piloto titular da
classe rainha do motociclismo, fez outra corrida sem brilho, terminando em 6º
lugar.
Pedrosa,
aliás, quando anunciou sua aposentadoria das pistas, recebeu a oferta da Honda
de continuar ativo no time como piloto de testes, opção que o piloto não
considerou levar adiante. Mas, neste mês de setembro, Dani anunciou que irá
mesmo exercer a função de piloto de testes, mas na KTM, a partir do próximo
ano, com a missão de ajudar os austríacos a melhorar a competitividade de seu
equipamento, algo que sua experiência de muitos anos em um time de fábrica
vencedor de longa data como a Honda certamente será de grande valor. Mas
Pedrosa, a exemplo de Casey Stoner na Ducati, afirma que não será piloto
reserva do time, que poderá ser acionado para disputar um GP se algum dos
titulares tiver problemas ou se acidentar. Ajudar trabalhando nos bastidores é
uma coisa, mas voltar a participar de uma corrida, de acordo com Pedrosa,
estará fora das suas preocupações após o fim desta temporada.
E Marc
Márquez confirmou que é o favorito disparado ao título da temporada na MotoGP.
A “Formiga Atômica” venceu a corrida em Aragón, na Espanha, depois de um duelo
acirrado com Andrea Dovizioso, onde o piloto da Honda e o do time italiano
chegaram a trocar de posições várias vezes durante a prova, sem que um
conseguisse desgarrar do outro. Marc só conseguiu superar Andrea em definitivo
a poucas voltas da bandeirada, preocupando-se em abrir vantagem para impedir o
italiano de dar novo bote. Mesmo assim, Márquez cruzou a linha de chegada com
uma diferença bem apertada, de apenas 0s6 para o rival, que não conseguiu
diminuir a vantagem do líder do campeonato. Outro piloto que fez uma prova
combativa em Aragón para espantar o azar foi Andrea Iannonne, que subiu ao
pódio em 3º lugar com a Suzuki, seguido de seu companheiro de equipe Alex Rins,
num dia muito positivo para a equipe japonesa. Dani Pedrosa foi o 5º colocado,
enquanto a Yamaha teve seu momento mais baixo na temporada, com sua dupla de
pilotos largando literalmente entre as últimas filas: Viñales largou em 14º,
enquanto Rossi foi apenas o 17º. O “Doutor” ainda conseguiu driblar melhor as
adversidades na corrida, terminando em 8º, mas Maverick foi somente o 10º colocado,
com o time dos três diapasões completando seu 23º GP sem vitória, desde o
triunfo de Valentino Rossi no GP da Holanda de 2017, na pista de Assen. É o
maior período de jejum da Yamaha em sua história na classe rainha do
motociclismo, e o momento do time não inspira seus pilotos por dias melhores
tão cedo. Mas, se teve alguém que não teve boas lembranças da etapa de Aragón
este ano foi Jorge Lorenzo. O piloto espanhol da Ducati conquistou a
pole-position, a exemplo do que fizera na etapa anterior, em Misano, mas Jorge
acabou caindo logo na primeira curva, e deu adeus à corrida ali mesmo. E ainda
viu Dovizioso travar um duelo feroz com Márquez pela vitória, ficando em 2º,
mas deixando ele cada vez mais para trás na pontuação. E Lorenzo fez críticas
ferozes a Marc Márquez, acusando o piloto da Honda de ter feito a primeira
curva de modo que ele acabou indo para o ponto onde acabou caindo. Só que,
vendo as imagens, Lorenzo caiu sozinho, sem que Márquez sequer encostasse nele,
ou o empurrasse para aquele ponto do traçado. Levando-se em conta que Lorenzo
será companheiro de Márquez na Honda em 2019, melhor o tricampeão ir colocando
as barbas de molho, porque vai ter concorrência feroz dentro dos boxes. Se
Jorge achou que Rossi era intragável na disputa interna na Yamaha, melhor se
preparar para a guerra que viverá nos boxes da Honda, onde Marc reina quase
absoluto. Tem tudo para sair faísca no próximo ano. E vai sair, podem
apostar...
Na equipe
oficial da Yamaha na MotoGP, o clima é de completo desânimo para este final de
temporada, e tanto Valentino Rossi quanto Maverick Viñales sabem que não podem
ter muitas expectativas para este ano. O desempenho em Aragón foi pífio, e
pior, por mais que mexessem na moto, não se conseguia acertar o chassi e
melhorar o comportamento das motos. Rossi tentou diversas regulagens e acertos,
mas nada parecia funcionar. Como desgraça pouca é bobagem, a própria equipe não
consegue saber exatamente o motivo da falta de performance. Mesmo os testes
privados realizados pela escuderia não conseguiram encontrar um rumo para
solucionar os problemas de competitividade do time japonês, que não conseguiu
vencer nenhuma corrida na temporada, e já enfrenta sua maior seca de vitórias
de que há memória nos anais da MotoGP. Viñales revelou estar completamente
desmotivado depois dos esforços dispendidos nas duas últimas corridas, onde nem
sequer tiveram condições de lutar pelo pódio. Rossi, por sua vez, não mostrou
muitas esperanças ao testar o que seria o protótipo do motor para a moto de
2019, afirmando que o resultado de performance não era melhor do que os
resultados atuais. Pelo visto, vai ser preciso reza brava para encontrarem o
caminho de volta às vitórias no próximo ano...
A equipe
oficial da Toyota deitou e rolou no Rali da Turquia, com Ott Tanak a conquistar
a vitória, seguido de seu companheiro de time Jari-Matti Latvala, perfazendo
uma bela dobradinha do time japonês em terras turcas. Quem também se deu bem
foi Hayden Paddon, que terminou em 3º lugar. Líder do campeonato, o belga
Thierry Neuville não foi bem nas areias turcas, tendo ficado apenas em 16º na
classificação geral, mas nem tudo foi ruim assim: Sébastien Ogier, que poderia
ter usado a oportunidade para se aproximar do belga na liderança da competição,
também não teve um bom momento na prova turca, tendo terminado apenas em 10º
lugar. Como resultado, quem passou a ameaçar Neuville foi justamente o vencedor
do rali turco, Ott Tanak, que chegou à vice-liderança na classificação, com 164
pontos, enquanto Neuville tem 177. Ogier ainda mantem com folga o 3º lugar no
certame, com 154 pontos, já que o mais próximo na classificação, o finlandês Esapekka
Lappi, em 4º lugar, tem apenas 88 pontos. Faltando três etapas para acabar o
campeonato de 2018, não dá para apontar nenhum favorito disparado entre
Neuville, Tanak e Ogier. Mas Tanak vem em um bom momento, tendo vencido
consecutivamente as etapas da Finlândia, Alemanha, e Turquia, numa escalada
meteórica na pontuação. Se mantiver esse ritmo, tem tudo para ser o campeão da
temporada, ainda mais que Neuville e Ogier ficaram devendo melhores resultados
nas últimas provas. Faltam ser disputadas as etapas do Rali de Gales, o Rali da
Catalunha, e o Rali da Austrália. Mas quem ganha é o torcedor, na mais
disputada competição do Mundial de Rali dos últimos tempos, e sem um favorito
destacado, como foram nos títulos de Sébastien Loeb, e nos anteriores de
Sébastien Ogier. E tem tudo para ser emocionante...
E Sébastien
Ogier estará de casa nova no próximo ano. O atual pentacampeão mundial de Rali
voltará à sua velha casa, a equipe Citroen, onde competiu de 2009 a 2011, antes
de se unir à equipe da Volkswagen, por onde conquistou os títulos de 2013,
2014, 2015, e 2016. No ano passado, com a saída da fábrica alemã, Ogier
mudou-se para a M-Sport, onde está nesta temporada. A Citroen não vence desde a
saída de Sébastien Loeb, tendo conquistado seu último campeonato em 2012.
Depois de
faturar mais um título com Scott Dixon, Chip Ganassi tratou de fechar o seu
time para a próxima temporada da categoria, com a contratação do sueco Felix
Rosenqvist, que havia feito um teste pelo time no circuito de Mid-Ohio, tendo
conseguido impressionar a todos com sua velocidade e capacidade de adaptação ao
carro da Indycar. Felix substituirá Ed Jones, que não fez uma temporada
significativa no time. O contrato de Rosenqvist garante que ele irá participar
de todas as 17 corridas do certame de 2019 da Indycar, o que significa que
provavelmente não seguirá disputando o campeonato da Formula-E, devido ao
conflito de algumas datas de provas. Rosenqvist disputou as duas últimas
temporadas da F-E, defendendo o time da Mahindra, tendo como companheiro o
alemão Nick Heidfeld, que não teve o contrato renovado pelo time indiano. Com a
ida de Felix para a Indycar, a escuderia deverá ter uma dupla de pilotos
inteiramente nova para a próxima temporada, que começa em dezembro, em Riad, na
Arábia Saudita.
Enquanto
isso, na F-E, os times vão pouco a pouco definindo seus pilotos para a próxima
temporada. Uma delas é a e.dams, que terá a Nissan como parceira no
fornecimento de seu trem de força a partir desta nova temporada, em
substituição à Renault, que irá concentrar suas forças apenas na F-1. Sébastien
Buemi permanece no time, que terá também o anglo-tailandês Alexander Albon, que
atualmente defende a equipe Dams no campeonato da F-2. Nicolas Prost, que até o
fim da última temporada estava no time, acabou dispensado, resultado mais do
que óbvio, depois que seu pai, Alain Prost, vendeu a sua participação na
escuderia, para seguir representando e trabalhando com a Renault em seu projeto
na F-1. Claro que a dispensa de Nicolas Prost teve como bom argumento seus
parcos resultados nos últimos tempos na categoria, andando sempre muito atrás
de Buemi. Na Venturi, que terá a participação de Felipe Massa, seu companheiro
de time será o italiano Edoardo Mortara. Jaguar, Audi e Techeetah manterão suas
atuais duplas de pilotos. Já os times HWA, Nio e Mahindra ainda não anunciaram
nenhum de seus pilotos para o novo campeonato. Na Virgin, Sam Bird é o único
nome confirmado, assim como José Maria Lopez na Dragon. Na Andretti, a dupla
será formada pelo português Antonio Felix da Costa e o britânico Alexander Sims.
O grid aumentou um pouco, pois agora teremos 11 times e 22 pilotos, e todo
mundo está empolgado para ver como a categoria de carros de competição
monopostos totalmente elétricos irá se apresentar com seu novo carro, que
poderá fazer a prova inteira sem necessidade de trocar o carro nos boxes, como
aconteceu nestas primeiras 4 temporadas.
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