E o mês de outubro já está se despedindo,
e estamos para adentar novembro, o penúltimo mês de 2018. Mas, antes que
outubro se vá, é hora da tradicional Cotação Automobilística, fazendo uma
avaliação de alguns dos acontecimentos que rolaram no mundo do esporte a motor
neste mês, sempre com minhas considerações e comentários a respeito, que como
sempre faço questão de enfatizar, fica a critério de todos os leitores
concordarem ou não com minhas posições sobre os assuntos dissertados. Sei que
não dá para agradar a todo mundo, e do mesmo modo, não dá para tratar de todos
os assuntos que tivemos nestas últimas semanas, e espero que possam apreciar o
texto, que segue abaixo no esquema tradicional de sempre das avaliações: EM
ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na
cor vermelho-claro). Uma boa leitura a todos, e até a próxima edição da Cotação
Automobilística no mês que vem, com as avaliações dos acontecimentos do mês de novembro,
encerrando as avaliações de 2018, já que em dezembro é mês quase morto no mundo
do esporte a motor, tendo apenas a estréia da nova temporada da Formula-E:
EM ALTA:
Lewis
Hamilton: O piloto inglês faturou o pentacampeonato em um grande ano na F-1,
onde parecia que teria de batalhar mais do que nunca para voltar a ser campeão,
frente a uma equipe Ferrari e um Sebastian Vettel mais fortes do que em 2017.
E, na primeira metade do campeonato, a parada foi realmente disputada. Mas
Lewis não se abalou, ficou calmo, e se manteve firme, mesmo nos momentos mais
difíceis, quando as coisas pareciam não se encaixar direito, ou surgia algum
fato inesperado que jogava tudo contra o planejamento inicial. E foi por manter
a cabeça fria e nunca baixar os braços que o piloto inglês soube aguentar a
pressão e reagir, junto com sua equipe, nos momentos certos, aproveitando as
falhas dos rivais, sem cometer erros, fulminando o favoritismo dos oponentes.
Hamilton mostrou que cresceu como piloto, evitando situações onde antigamente
era costumeiro arrumar confusão e perda de foco na competição, tornando-se um
rival muito mais difícil de ser batido. E conseguiu chegar ao seu 5º título em
um ano onde até pareceu ter sido novamente campeão com alguma facilidade, mas
que não foi nem um pouco fácil. E Lewis, desde já, é o homem a ser batido em
2019. Já é consenso que as marcas de Michael Schumacher, até então tidas como
inalcançáveis, como de vitórias e títulos, podem não apenas ser alcançadas, mas
até superadas pelo inglês, a continuar na sua tocada atual. Conseguirá? Tem
boas possibilidades de o fazer, e se tornar o maior piloto de toda a história
da F-1...
Marc
Márquez: O atual campeão da classe rainha do motociclismo averbou mais um
título, e pela segunda vez, na casa pertencente ao grupo dono de sua escuderia,
a Honda, e com vitória, no circuito de Motegi, no Japão. Márquez chega ao
pentacampeonato mundial em seis temporadas completas na MotoGP, o que mostra o
domínio que a “Formiga Atômica” tem imposto na categoria desde que estreou na
equipe oficial da Honda em 2013. E, assim como Lewis Hamilton, Marc tem se
tornado um piloto mais completo com o tempo, já não cometendo tantas
barbeiragens quanto antigamente, quando era na base do “tudo ou nada”. Márquez
não deixou de ser agressivo e arrojado, mas aprendeu a dosar o seu ímpeto para
pensar na corrida e no campeonato como um todo, e a ser paciente e prudente quando
a situação o exige, ao invés de performances por vezes tresloucadas que
colocavam tudo a perder. E, neste ano, contou com a inconstância e azares de
seus principais adversários para, literalmente, correr quase sozinho, e
garantir mais um troféu em sua já destacada carreira no motociclismo. Com cinco
títulos na garupa, Márquez já não deve satisfações a ninguém, e terá um desafio
interessante no próximo ano, tendo como companheiro de equipe Jorge Lorenzo,
tricampeão da MotoGP, e que não vai dar vida mole ao novo pentacampeão, que em
tese terá pela primeira vez concorrência ferrenha dentro do time da Honda, já
que Dani Pedrosa nunca conseguiu fazer frente ao compatriota. Lorenzo vai ter
uma tarefa dura pela frente. Já Márquez não precisa temer ninguém a seu lado no
time, pois já atingiu uma estatura onde seu talento fala por si.
Max
Verstappen: O arrojado piloto holandês da equipe Red Bull na F-1 parece que
botou a cabeça no lugar, e vem obtendo resultados significativos nas últimas
corridas, e sem se meter em confusão na pista. E sem deixar de ser agressivo ou
de dar show com o seu grande talento. Também tem tido mais sorte nas últimas
provas, com seu carro não o deixando na mão, como tem ocorrido com seu
companheiro de equipe, Daniel Ricciardo, já de saída para a Renault em 2019.
Com 4 temporadas nas costas, já estava na hora de “Mad Max” aprender a dosar um
pouco o seu excesso de ímpeto, que até aqui mais vinha prejudicando do que
atuando a seu favor, custando a ele importantes resultados que fizeram falta no
seu duelo particular não apenas dentro da Red Bull, mas com os demais pilotos
na pista. Um amadurecimento que vem na hora exata, pois terá a missão de
liderar a Red Bull no próximo ano, em seu primeiro ano de associação com a
Honda, onde precisará também ter paciência para aguardar que os resultados
apareçam, se os propulsores nipônicos não demonstrarem a evolução esperada,
para que o time possa enfrentar em melhores bases as poderosas Mercedes e
Ferrari. E, se tiver um carro que lhe permita lutar por vitórias com mais
frequência, certamente será um sério candidato ao título. Resta saber se, caso
as coisas não saiam como o esperado, se ele saberá manter a cabeça fria, o que
ainda parece precisar de mais paciência, visto as críticas ferinas que faz
quando algo ainda sai errado...
Kimi
Raikkonen: O “Homem de Gelo” conseguiu dar uma resposta cabal a todos que
achavam que ele já não tinha mais o que fazer na F-1, ao vencer o GP dos
Estados Unidos e assumir o 3º lugar no campeonato. Não fosse a política da equipe
italiana de favorecer Vettel por vezes descaradamente, o finlandês poderia
estar ainda melhor em termos de pontuação, e talvez até no páreo de disputar o
título, primazia concedida apenas a Sebastian na Ferrari. Com a saída de
Alonso, Raikkonen será o último remanescente dos primórdios da década passada
ainda presente na categoria, e o seu estilo despojado e “insensível” para as
patacoadas da F-1 fazem dele um personagem carismático e bem-vindo. O triunfo
em Austin pode ter sido sua última vitória na F-1, já que nos próximos dois
anos ele defenderá a Sauber/Alfa Romeo, que apesar dos altos investimentos que
vem recebendo, dificilmente entrará na luta por vitórias, mesmo que ocasionais,
na categoria. A vitória também foi o fim de um jejum de Kimi no degrau mais
alto do pódio desde o GP da Austrália de 2013, quando defendia a Lotus, e a
primeira dele (e talvez única) nesta segunda passagem por Maranello. Meio
desinteressado em muitos momentos, e com seu desempenho questionado em muitos
momentos, Kimi mostra que ainda tem o que oferecer à F-1. Que possa exibir suas
qualidades na sua nova equipe no próximo ano, como fez quando estreou pelo time
suíço, em 2001.
Enzo
Fittipaldi: Mais um brasileiro se tornou campeão, e desta vez foi o neto de
Émerson Fittipaldi, Enzo, que sagrou-se campeão da F-4 Italiana. Defendendo a
equipe Prema Theodore Racing, Enzo faturou nada menos do que 7 vitórias nas 21
corridas do campeonato deste ano, marcando 10 poles, 5 voltas mais rápidas, e
subiu 12 vezes ao pódio. Não foi uma conquista fácil, tendo de sobrepujar o
italiano Lorandi Leonardo, da equipe Bhaitech Srl, que venceu 5 provas e
liderava a competição até a rodada tripla final, no circuito de Mugello. Mas,
com duas vitórias nas duas corridas finais, Enzo conseguiu reverter a desvantagem
na classificação e conquistar o título, mostrando que a dinastia Fittipaldi
ainda tem o talento que consagrou Émerson Fittipaldi décadas atrás na F-1 e na
F-Indy, representados agora pelos netos do bicampeão de F-1, Enzo, e Pietro.
Ambos ainda estão galgando posições nas categorias, mas têm tudo para
conseguirem se firmar nos seus objetivos, seja a F-1, Indycar, ou WEC. Enquanto
Pietro já chegou a disputar provas na Indycar este ano, sua temporada acabou
comprometida pelo acidente sofrido em Spa-Francorchamps no WEC. Enzo, por outro
lado, não teve percalços e conseguiu fazer um excelente campeonato na Itália,
mostrando que o clã Fittipaldi continua a brilhar no automobilismo. E que não
vai parar por aqui, tendo boas perspectivas para o próximo ano.
NA MESMA:
Sebastian
Vettel: Pelo segundo ano consecutivo, Sebastian Vettel ficou na promessa de ser
campeão, com um carro realmente capaz de leva-lo à conquista do tão sonhado 5º
título. O piloto alemão fez uma primeira metade de temporada firme e determinada,
mostrando que o caminho do pentacampeonato para seu rival Lewis Hamilton seria
bem mais árdua do que todos esperavam. Mas, sucessivos erros cometidos a partir
do GP da Alemanha só deixaram tudo mais fácil para o piloto da Mercedes, que
sem hesitar ou cometer os mesmos deslizes, acabou com as esperanças de Vettel
no primeiro duelo entre dois tetracampeões da F-1. Vettel ao menos demonstrou
respeito pelo rival, cumprimentando-o após o GP do México, e admitindo que o
rival errou bem menos, aceitando que infelizmente facilitou as coisas para
Lewis chegar ao seu 5º título. E ele mesmo admitiu que a derrota está sendo
dolorosa, e terá suas consequências a curto prazo, com o questionamento por
parte da impresa e torcida, de seu talento para continuar capitaneando a
Ferrari, ainda mais em 2019, quando a escuderia terá o novato sensação Charlos
LeClerc, que promete chegar chegando no time de Maranello. Se a Ferrari
conseguir produzir de novo um grande carro para o campeonato, Vettel precisará
mostrar do que é capaz e manter a cabeça no lugar para poder lutar a fundo e
enfim dar o título que a escuderia rossa espera dele.
Equipe
Ferrari: E o jejum da equipe Ferrari vai perdurando. Pelo segundo ano
consecutivo, o time italiano ofereceu a seus pilotos um carro capaz de
conquistar o título, se nada de errado acontecesse. Se no ano passado a
Mercedes ainda era uma força superior, que teve dificuldades com o time
vermelho em algumas corridas, a ponto de só assumir a liderança efetiva do
campeonato na segunda metade, este ano a esquadra de Maranello estava ainda
mais forte, a ponto de até tentar conquistar o título de construtores, o que
ainda pode conseguir, matematicamente, uma vez que está 55 pontos atrás, com 86
pontos em jogo. Mas, sucessivos erros cometidos a partir do meio da temporada,
tanto por Sebastian Vettel, como pela própria escuderia, que se perdeu em
algumas estratégias de corrida, e não conseguiu tirar proveito adequado de seu
momento de supremacia na competição, fora sua política de privilegiar apenas um
de seus pilotos, o que complicou a situação de Kimi Raikkonen em alguns
momentos, além de algumas evoluções que deram errado, perfazem um ano onde a
Ferrari teve de fato os meios e condições para voltar a ser campeã da categoria
máxima do automobilismo. Mas, no momento em que o time afirmou que,
pressionada, a Mercedes sentiria a pressão e desandaria, o que aconteceu foi
justamente o contrário, com o time alemão sabendo manter a cabeça no lugar e
reagindo para neutralizar e/ou minimizar a força do adversário, enquanto a
escuderia rossa acabou se enrolando sozinha. Fica para 2019 tentar dar fim à
seca de títulos em Maranello...
Daniel
Ricciardo: O piloto australiano está comendo o pão que a Red Bull amassou nas
últimas provas. Desde que anunciou que defenderia a equipe Renault em 2019, o
carro de Daniel tem sempre apresentado problemas dos mais variados, que tem
deixado o simpático piloto a pé na imensa maioria das corridas, e olhe que
Ricciardo não é o tipo de piloto que força seu equipamento, tendo sempre uma
pilotagem precisa e redonda. E ainda por cima levando respostas atravessadas de
Helmut Marko, como quando o dirigente falou para Daniel reclamar com seu novo
time quanto a problemas no motor de seu carro. A pole-position arrebatada no
México parecia que iria encerrar a onda de maus resultados, mas uma nova quebra
jogou por terra os esforços de Ricciardo, que poderia muito bem ter feito uma
dobradinha com Max Verstappen. Daniel tem se esforçado para não perder a
esportiva, mas a situação tem feito o sorridente piloto até perder o sorriso,
tão conhecido por todos no paddock. Definitivamente, uma situação tremendamente
injusta para com o piloto, que nunca foi de arrumar encrenca com ninguém, mas
acabou preterido pelos outros por seu talento quando sondado por times como
Mercedes e Ferrari, e depois, boicotado implicitamente por seu time, que passou
a ter olhos somente para seu queridinho Max Verstappen. Ricciardo não vê a hora
do ano acabar, e ninguém pode culpa-lo por isso...
Equipe
Yamaha na MotoGP: O time dos três diapasões tem tido uma temporada que não
deixará saudades. Ausente da luta pelo título, Valentino Rossi e Maverick
Viñales tiveram etapas difíceis onde nem mesmo conseguiam lutar pelo pódio.
Depois de um longe jejum, Viñales enfim conseguiu chegar em primeiro na etapa
da Austrália, colocando fim à falta de vitórias do time de Iwata. Mas Valentino
Rossi avisa que a vitória não deve deixar ninguém empolgado, pois as
dificuldades de performance da moto persistem, e não vai ser um bom momento que
mudará essa situação. E a Yamaha precisa dar a volta por cima, pois atualmente
está abaixo de Honda e Ducati, e até mesmo de Suzuki e times satélites,
dependendo do circuito. E ano que vem, com a Honda reforçada com Márquez e
Lorenzo, virá ainda mais forte. E, sem um equipamento competitivo, Maverick e
Valentino podem pilotar o fino, que não poderão fazer muita coisa. E a
diferença em algumas provas nem é tão pronunciada, mas tem sido o suficiente,
dado o equilíbrio dos rivais, para deixar tanto Rossi quanto Viñales longe dos
ponteiros. O tempo urge, e 2019 está quase aí...
Disputa
no Mundial de Rali: O campeonato mundial de Rali de 2018 continua bem
disputado, mas para a etapa final, teremos na prática apenas 2 postulantes ao
título, embora matematicamente ainda tenhamos 3 pilotos no páreo. Sébastien
Ogier retomou a liderança ao ficar em 2º lugar no Rali da Catalunha, penúltima
etapa da competição, mas sua vantagem para Thierry Neuville é de míseros 3
pontos, o que torna a etapa final do certame, o Rali da Austrália, a prova
decisiva para vermos quem será o campeão da temporada. Não dá para apontar
nenhum favorito, e também tudo pode acontecer numa prova off-road. A vantagem
mínima de Ogier não permite jogar com os resultados, e o francês, se quiser mais
um título, terá de não apenas marcar o rival, mas partir para o ataque,
enquanto Neuville não vai se dar por vencido. Mas, e o terceiro postulante? Ott
Tanak, infelizmente, tem apenas 181 pontos, estando 23 pontos atrás de Ogier,
com um total de 29 pontos em disputa, mas seria preciso um completo desastre
envolvendo tanto Ogier quanto Neuville, e uma vitória de Tanak, para que o
estoniano se sagrasse campeão, o que é muito difícil de acontecer. Mas o duelo
entre Ogier e Neuville garante a emoção na derradeira etapa do WRC 2018, na
mais acirrada decisão de título em muitas temporadas, que felizmente, se
manteve durante o campeonato deste ano, quando Sebastien Ogier não conseguiu
dominar o certame como vinha fazendo...
EM BAIXA:
Fernando
Alonso: O piloto espanhol está tendo um final de carreira na F-1 que não
merecia. Além do carro da McLaren não oferecer muitas possibilidades, Fernando
ainda teve um azar danado nas últimas etapas, ao ser atingido pelo
inconsequente Lance Stroll em Austin, acabando com sua corrida ali mesmo; e
neste último final de semana, no México, onde tinha até a possibilidade de
pontuar, arruinada por colher detritos de um enrosco de Esteban Ocon com outro
piloto que danificou a asa dianteira do piloto da Force India, cujos pedaços foram
parar dentro dos radiadores do carro da McLaren, forçando Alonso a ter de
abandonar a prova mexicana. Foi um momento duro não apenas para o espanhol, mas
para a própria McLaren, que na Cidade do México ainda recebeu a visita de Jo
Ramirez, que foi um nome importante dentro do time nos anos 1980 e 1990, quando
a escuderia, então comandada por Ron Dennis, era a principal força da
categoria, ao lado da Williams. Resta ao espanhol, como ele mesmo disse, ir se
divertir em outro lugar, uma vez que já que tinha feito tudo o que podia na
F-1. E, sinceramente, ele não sentirá saudades destes últimos dias na categoria
máxima do automobilismo...
Robert
Wickens: O piloto da Schmidt-Petterson que sofreu um violento acidente na etapa
das 500 Milhas de Pocono no campeonato deste ano da Indycar deixou todo mundo
apreensivo com a falta de detalhes sobre seus ferimentos, e quando começou a
mostrar sua recuperação, foi um grande alívio. Mas o piloto confessou
recentemente o que muitos temiam: seus ferimentos foram mesmo graves, e ele
encontra-se paraplégico em virtude das sequelas sofridas no acidente. Mas,
devagar aí: ele esclareceu que está com uma condição de paraplegia, realmente
sem os movimentos das pernas, mas uma condição diferente de estar
definitivamente paraplégico. É possível recuperar os movimentos das pernas, mas
isso exigirá muito tratamento e esforço por parte do piloto, que com sorte
poderá voltar a andar, mas talvez sem condições de retomar sua carreira de
piloto. Um destino inglório para o grande destaque da última temporada da
Indycar, onde já era visto como um dos nomes potenciais da nova geração de
pilotos de ponta da categoria, e talvez um campeão em potencial, como já foram
considerados nomes que atualmente já venceram o certame, como Simon Pagenaud e Josef
Newgarden. Mas também um lembrete de que, por mais segurança que se tenha nos
carros, o automobilismo ainda é um esporte de risco, e que infelizmente,
Wickens deu azar no seu infortúnio, justo no ano em que a categoria adotou
novos kits aerodinâmicos universais procurando dar mais ânimo e equilíbrio à
competição, sem descuidar da segurança dos monopostos.
Brendon
Hartley: O piloto neozelandês não tem tido uma temporada fácil na F-1,
competindo pela equipe Toro Rosso. Constantemente superado pelo parceiro Pierre
Gasly, Hartley até tem melhorado um pouco sua performance nas últimas corridas,
mas o time parece não fazer muita força em apoiar o piloto, muito pelo
contrário. Hartley acabou censurado pela escuderia, após contradizer o
comunicado oficial do time, sobre o carro de Gasly ter sofrido danos durante a
prova dos Estados Unidos, ao falar que isso não era exatamente verdade. O
piloto foi proibido de dar novas declarações sobre o assunto, enquanto Gasly,
por sua vez, preferiu não fazer comentários a respeito do assunto. Para uma
escuderia que não luta por posições relevantes, a atitude da Toro Rosso é bem
cretina, e extremamente desrespeitosa para com o piloto, além de denotar certa
falsidade a respeito das reais condições do carro de Gasly na prova. E o modo
como “silenciaram” Hartley também mostra que o piloto certamente está com seus
dias contados na F-1, e certamente, não fará falta à Toro Rosso. E,
sinceramente, ele também não deverá sentir saudades deste time, após este tipo
de atitude, que poderia ser resolvida de maneira muito mais razoável.
Jorge
Lorenzo: O piloto espanhol da Ducati viveu altos e baixos na atual temporada da
MotoGP. Conseguindo suas primeiras vitórias pelo time italiano, Lorenzo até
vislumbrou poder entrar na disputa pelo título, apesar da grande desvantagem na
tabela de pontuação. Mas, ao menos, tentar terminar à frente do parceiro Andrea
Dovizioso não era uma meta tão irrealista assim. Mas, de Misano para cá,
infelizmente a temporada do tricampeão levou um tombo feio, literalmente.
Pole-position nas etapas de San Marino e Aragón, Lorenzo acabou caindo em
ambas, sendo que em Aragón foi para o chão logo na primeira curva após a
largada, o que resultou em um ferimento no pé. Como desgraça pouca é bobagem, o
espanhol ainda sofreu um tombo feio nos treinos para a etapa da Tailândia, o
que o forçou a ficar de fora da corrida, e ainda da etapa do Japão. Submetido a
cirurgia para sanar o ferimento surgido no braço em virtude da queda, Jorge
espera retornar na corrida da Malásia, mas ainda sem garantia. Certo mesmo deve
ser o seu retorno em Valência, no encerramento da temporada, para ao menos
tentar se despedir da Ducati de forma digna. E, infelizmente, a esperança de ao
menos terminar o ano próximo, ou à frente de Andrea Dovizioso já era, estando
praticamente 80 pontos atrás na classificação. Definitivamente, a passagem do
espanhol pelo time italiano não foi o que ele esperava...
Projeto
McLaren na Indycar: Para quem andava entusiasmado com a possibilidade de a
McLaren aportar no campeonato de monopostos dos Estados Unidos no próximo ano,
Zak Brown, principal dirigente da escuderia inglesa, tratou de arrefecer os
ânimos ao negar, pelo menos para 2019, os planos de disputarem a Indycar. Por
enquanto, os objetivos do time estão na F-1, em um processo de reestruturação
visando reerguer a escuderia na categoria máxima do automobilismo, e que não há
tempo para se prepararem devidamente para competir na Indycar no presente
momento. Não foi descartada, contudo, uma nova participação na Indy500, a exemplo
do que foi feito no ano passado, já que Fernando Alonso não esconde que deseja
conquistar a Tríplice Coroa do automobilismo, e a única prova que lhe falta
para obter isso é justamente a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis. E será
então que em 2020 poderemos ver finalmente o projeto McLaren Indy? Só esperando
para ver, mas no momento, melhor esperarem sentados...