Começou o mês de março, e como é de
praxe, chegou a hora de acelerar fundo com o início dos campeonatos mais
importantes do mundo do esporte a motor. E neste próximo final de semana é a Indycar
que dá sua largada para o mundial de 2018, mais uma vez em São Petesburgo, no
Estado da Flórida, Estados Unidos. E como é o início da temporada, vamos a uma
matéria especial sobre a competição, com as perspectivas de disputa do
campeonato, e as novidades da categoria para este ano, trazendo também a lista de
pilotos e equipes que estarão na pista em busca do título da temporada. E a torcida
brasileira vai para o veterano Tony Kanaan, em sua 21ª temporada, e para os
novatos Matheus Leist e Pietro Fittipaldi, que estarão duelando na pista contra
os demais pilotos da competição. Uma boa leitura a todos, e que venha a
bandeira verde no próximo domingo...
INDYCAR 2018
Nova temporada da categoria norte-americana marca o
fim dos kits aerodinâmicos dos fabricantes de motores em busca de gastos
menores e mais igualdade de competição.
Adriano de Avance
Moreno
Hora de acelerar com o início da Indycar 2018, que traz um visual completamente novo nos seus carros. E Josef Newgarden, o atual campeão (abaixo), é o piloto a ser batido. |
Começa no
próximo domingo mais um campeonato da Indycar, e o palco está montado para
começar no tradicional circuito urbano de São Petesburgo, na Flórida, Estados
Unidos. Josef Newgarden, da Penske, desfilará no seu carro o Nº 1 como atual
campeão da categoria, e piloto a ser batido pelos rivais, alguns dos quais
estarão bem ao seu lado no box do time do velho “capitão” Roger Penske. Will
Power e Simon Pagenaud, já campeões pela escuderia, irão lutar pelo
bicampeonato, em um ano que terá como grande atrativo o novo visual dos carros,
com um novo chassi com aparência bem mais limpa, e que remete aos bons tempos
da antiga Indy dos anos 1990, quando o campeonato da antiga CART atingiu o
ápice de fama e relevância das categorias Indy, chegando a incomodar até a F-1,
pela atratividade que passou a exercer em muitos pilotos como opção de
carreira.
O novo
chassi ainda é produzido pela Dallara, e trata-se ainda do modelo DW12,
introduzido há alguns anos, e pela contenção de gastos na competição, não há
outros fornecedores, com a Indycar continuando a ser uma categoria monomarca de
carros. A idéia dos aerokits produzidos por Honda e Chevrolet, apesar de
interessante, foi repudiada pelas escuderias, devido aos gastos decorrentes do
equipamento. Os novos carros também significam um novo desafio à pilotagem
pelos pilotos, e ao acerto pelos engenheiros das equipes, pelas reações
completamente diferentes. Nos testes da pré-temporada, vários times
aproveitaram para conhecer as possibilidades do novo equipamento, e podem haver
surpresas na relação de forças para o campeonato. Outro motivo para o retorno
do kit universal, que era adotado pelos carros nos primeiros anos de uso do
modelo DW12 é tornar a competição mais equilibrada. Desde sua adoção em 2015,
os kits aerodinâmicos favoreceram mais os times da Chevrolet do que os da
Honda, tanto que o campeonato acabou dominado pelos times abastecidos pela
marca norte-americana, enquanto a turma da Honda não conseguia manter o mesmo
nível de competição. A adoção de um kit aerodinâmico totalmente novo, a ser
utilizado por todos, é uma maneira de igualar as forças, permitindo mais
disputas. Desde 2012, quando o novo modelo DW12 passou a ser utilizado, e a
categoria passou a ter duas marcas de motores, a Honda só conseguiu ser campeã
em 2013, sendo que em todos os demais campeonatos o vencedor foi de uma equipe
da Chevrolet.
Com os
fabricantes de motores concentrados agora apenas em suas unidades motrizes,
espera-se maior equilíbrio também entre a Honda e a Chevrolet. Com desempenhos
mais parelhos, caberá às equipes darem o melhor de si para conseguirem fazer a
diferença na competição. Ainda não foi nesse ano que teremos um novo fornecedor
de motores. Felizmente, Chevrolet e Honda seguem firmes na categoria, mas ao
mesmo tempo, novos fabricantes não sentiram haver condições ideais para tentarem
a sorte na Indycar. Comentou-se na possibilidade de a Alfa Romeo, que está
retornando à F-1, também retornar a uma categoria Indy, talvez a partir de
2020, mas no momento são apenas interesses iniciais. Até a Cosworth, que também
já esteve presente na antiga F-Indy, a exemplo da Alfa, admitiu que poderia
entrar na competição, mas precisaria de um parceiro para a empreitada, com o
que ainda não é possível contar atualmente.
Busca-se
também permitir que outros times possam ter chances reais de lutar pelo título,
algo que desde 2003 só é conseguido por três times: Penske, Ganassi, e
Andretti. Os novos kits, em tese, devem nivelar a competição, pelo menos neste
início de sua utilização, onde alguns times podem efetuar um melhor trabalho de
acerto dos carros com as novas configurações. Um exemplo é a
Rahal/Letterman/Lannigan, que alcançou marcas expressivas com seus pilotos, em
especial Takuma Sato, que promete infernizar o trio da Penske, considerado ainda
por muitos os favoritos na disputa, mas sem ainda saber qual a força que a
escuderia deverá ter este ano. Espera-se também uma boa competição por parte da
Andretti, que nos últimos anos ficou um pouco à mercê da performance do aerokit
da Honda, que não atuava de forma constante em todas as pistas, em que pese as
vitórias gloriosas nas 500 Milhas de Indianápolis, onde o time brilhou nos
últimos dois anos com Alexander Rossi e Takuma Sato. Rossi continua na
escuderia, mas Sato mudou-se para o time de Bobby Rahal, fazendo companhia a
Graham Rahal.
Se a Andretti
manteve seu esquema de 4 carros em competição integral no campeonato, Penske e
principalmente Ganassi reduziram suas operações. Depois de alguns anos
competindo com 4 pilotos, a Penske terá uma trinca este ano, todos eles já
campeões pela escuderia nos últimos anos. Em compensação, Chip Ganassi cortou
seu efetivo pela metade, dispensando Charlie Kinball e Max Chilton, e
concentrando forças em Scott Dixon e Ed Jones, que migrou da pequena Dale Coyne
para ser parceiro de equipe do tetracampeão neozelandês, onde terá melhores
condições de competição.
O time de
Ed Carpenter mantém o mesmo esquema de participação dos últimos anos. Ed pilota
apenas nas provas em ovais, ficando Jordan King responsável pelas corridas em
pistas mistas e de rua. Spencer Pigot será o piloto do outro carro por todo o
campeonato, e na Indy500, a escuderia terá a participação especial de Danica
Patrick, que retorna à categoria onde fez fama na década passada, para marcar
sua despedida das competições como piloto. O time de Sam Schmidt manteve o
canadense James Hinchcliffe, mas dispensou Mikhail Aleshin e trouxe Robert
Wickens.
Novos times surgindo na Indycar. A Harding terá Gabby Chaves como piloto titular. |
O time de
A. J. Foyt mudou completamente sua dupla de pilotos, concentrando-se também em
reestruturar seu staff técnico, enquanto a Dale Coyne, com seus parcos
recursos, terá apenas um piloto em tempo integral no campeonato, Sebastien
Bourdais, com o segundo carro do time dividido entre dois pilotos durante o
campeonato. No ano passado, a despeito das limitações financeiras do time,
Bourdais venceu a corrida de estréia do campeonato, em São Petesburgo, e vinha
forte no campeonato, até se acidentar nos treinos para as 500 Milhas de
Indianápolis, ficando fora de combate na disputa em quase todo o restante do
ano. Plenamente recuperado, é hora dever se seu time conseguirá manter com ele
a boa forma demonstrada no início de 2017.
Um ponto
positivo na temporada deste ano é a chegada de novas equipes para competir na
categoria. Juncos, Carlin e Harding promoveram um bom incremento no grid,
evitando que este encolhesse pela decisão de Ganassi e Penske de reduzir seus
efetivos. A Carlin praticamente pegou a dupla demitida da Ganassi, Max Chilton
e Charlie Kimball, garantindo sua permanência no grid este ano. Na Juncos, Rene
Binder e Kyle Kaiser revezarão de carro durante o ano. E a Harding terá um
carro para Gaby Chaves correr todo o ano. E ainda contaremos com vários times e
pilotos “extras” para disputar as 500 Milhas de Indianápolis deste ano, com a
expectativa de termos enfim mais pilotos do que vagas no grid, o que já não
acontece há um bom tempo.
Sebastien Bourdais continua firme na Dale Coyne. |
A disputa
pelo título pode parecer promissora, mas que ninguém subestime o poderio da
Penske, que está sempre na briga pelo título. E, conforme já citado, o time de
Roger conta com três pilotos campeões da categoria, e o duelo entre eles pode
ser a chance para os concorrentes aproveitarem. Josef Newgarden andou causando
alguns atritos com Simon Pagenaud no ano passado, pela forma agressiva como
guiou em Gateway, quando os carros de ambos quase se tocaram feio, o que poderia
ter feito Pagenaud ir parar no muro. Newgarden é o novo nome forte da
categoria, e podem apostar que ele vai querer marcar presença mais do que
nunca, conquistando o bicampeonato, de preferência. Resta saber se Simon
Pagenaud vai levar na esportiva ou na condescendência outro duelo roda a roda
com seu parceiro de equipe. Will Power também não pode ser subestimado: o
australiano bateu muito na trave, até que conseguiu ser campeão, mas mesmo que
tenha ficado um pouco apagado em algumas corridas, ele também quer ser
bicampeão, como Pagenaud. Em outras palavras, a guerra está declarada no time
da Penske, de forma velada, até o presente momento. Mas, em alguma altura, os
ânimos poderão se exaltar, e aí então... Mais um título seria o presente
perfeito para Roger Penske, cuja escuderia completa este ano nada menos do que
50 anos de competição nas categorias Indy, uma marca histórica para um time de
competição no mundo do esporte a motor, com raros outros exemplos pelo mundo
afora.
Chip Ganassi joga todas as suas fichas em Scott Dixon, tetracampeão da categoria. Na foto acima, o neozelandês testou o windscreen em Phoenix. |
E a Ganassi
tem tudo para ser um time de um piloto só, com Scott Dixon centralizando as
atenções da escuderia de Chip Ganassi. Ed Jones será o companheiro de Dixon,
mas tendo estreado na competição apenas no ano passado, e com Ganassi sedento
para conquistar novamente um título, resta saber se Jones não ficará com as
“sobras” dos recursos técnicos e humanos do time, privilegiando o neozelandês.
Tetracampeão da categoria, Scott Dixon tem conseguido manter a disputa nas
pistas, mesmo com a Ganassi não tendo um carro tão competitivo quanto a Penske
nos últimos anos, tendo inclusive vencido seu último campeonato em 2015, como
azarão, contra Juan Pablo Montoya, o favorito, e piloto da Penske. A rivalidade
entre os dois times estará mais do que em alta este ano. Mas, a exemplo da
Andretti, a Ganassi também penou com os kits da Honda nos últimos dois anos,
uma desvantagem que agora foi eliminada, com os novos kits universais. E, com
um carro mais à altura, é tudo que Dixon precisa para infernizar seus rivais na
pista, pois ele não apenas sabe poupar o equipamento sem deixar de ser rápido,
como sempre tem excelente visão dos acontecimentos da corrida.
A Penske é o melhor time da categoria, mas pode enfrentar disputas internas entre seus pilotos, uma vez que todos eles buscam serem bicampeões. |
Os novos
kits aerodinâmicos universais também demandaram o desenvolvimento de uma nova
série de compostos de pneus pela Firestone, que segue sendo a única fornecedora
da competição. Devido ao menor downforce oferecido, os carros tendem a serem
mais “soltos”, e isso impacta no desempenho dos pneus, já que as reações do
monoposto são diferentes das conhecidas no ano passado, quando os carros
possuíam muito mais pressão aerodinâmica. Os pilotos precisarão duelar mais com
o volante para manter os carros na linha ideal de corrida e nas outras
manobras, especialmente nas ultrapassagens. Os novos kits dispensaram a estrutura de proteção traseira,
que tanto deixou os fãs indignados com o visual “troncudo” dos carros nos
últimos anos. E a potência dos motores caiu um pouco devido ao fato dos novos
carros não terem mais a “air box” acima da cabeça do piloto, que funcionava
como um adendo para o turbo dos carros, com o ar entrando com força na alta
velocidade. Mas as diferenças na potência dos motores não são significativas, e
a nova aerodinâmica dos carros contribuiu para manterem as altas velocidades
dos bólidos, mesmo com menor pressão de captação do ar, o que não interfere
tanto nos turbos dos propulsores.
No teste
coletivo realizado no circuito oval de Phoenix, no Arizona, houve um grande
equilíbrio de tempos entre os pilotos, com a equipe Rahal/Letterman/Lannigan a
marcar os melhores tempos com Takuma Sato e Graham Rahal. Mas a turma da Penske
esteve logo atrás, e quem também andou forte foi Tony Kanaan, mostrando grande
adaptação a seu novo time. Mas a turma da Andretti, em especial com Ryan
Hunter-Reay, e Sebastian Bourdais, também mostraram serviço. Mas, deve-se
relativizar um pouco os resultados, uma vez que Phoenix é uma pista oval curta,
de apenas uma milha, e precisaremos ver como os times irão se sair nos
circuitos mistos e de rua, maioria no calendário da Indycar. As expectativas
são altas, para se evitar o tradicional duelo Penske X Ganassi. Embora a
categoria tenha visto vários pilotos vencerem corridas nos últimos anos, isso
não tem se traduzido em um maior número de pilotos lutando pelo título da
categoria, infelizmente. São vitórias bem-vindas, ajudando a popularizar a fama
de equilíbrio da Indycar, mas sem que os pilotos consigam manter o nível de
resultados o suficiente para brilharem além de certa altura na classificação.
Watkins Glen acabou substituída por Portland no calendário da Indycar. |
Em termos
de campeonato, a novidade é a estréia na competição da corrida de Portland, que
fazia parte do campeonato da antiga Indy. Palco de boas disputas, o circuito da
capital do Oregon é mais uma pista clássica das categorias Indy que retorna à
competição, assim como Road America. Detroit continua sendo a única prova em
rodada dupla do campeonato, que continua tendo início em abril, e encerrando-se
este ano na metade de setembro. Serão 17 corridas, e a pista de Sonoma, mais
uma vez, fechará a temporada, para tristeza daqueles que defendem que o
encerramento deveria se dar em uma pista oval, uma vez que o traçado difícil do
Infineon Raceway, na Califórnia, não favorece boas disputas, devido às dificuldades
de ultrapassagem oferecidas pelo traçado. A esperança é que os novos kits
universais, com muito menos downforce, faça a diferença, e ajude as disputas no
circuito a serem mais acirradas. O ponto negativo é a perda da pista de Watkins
Glen na competição, um traçado muito elogiado por equipes e pilotos, mas que
novamente acabou saindo fora do calendário por problemas financeiros. E o
calendário continua “espremido” entre os meses de março e setembro, apesar de
ter ganho pelo menos a primeira quinzena de setembro a mais de duração.
Novamente, a categoria quer evitar bater de frente com alguns outros
campeonatos esportivos, como a NFL, mas isso só evidencia que fragilidade e
falta de afirmação por parte da direção da Indycar, que precisa se dar conta de
que não pode ficar evitando de bater com outras categorias esportivas.
Visando
incrementar a segurança dos carros, a Indycar também fez testes neste sentido,
com o windscreen, um tipo de proteção para o cockpit, a fim de proteger melhor
a cabeça dos pilotos. Ao contrário da F-1, que optou pelo Halo, e já o está
introduzindo nesta temporada, a Indycar ainda está desenvolvendo o dispositivo,
que já foi à pista com Scott Dixon em Phoenix, e foi bem aceito pelo piloto
neozelandês, que deu excelente feedback sobre o uso do dispositivo, ainda que
com algumas ressalvas, que demandarão mais estudos a fim de que ele seja
efetivamente implantado nos bólidos da competição, talvez somente em 2019
mesmo. Diferente do dispositivo adotado pela F-1, o windscreen incorporou-se de
forma muito mais harmoniosa com o visual do carro, enquanto o halo destoa do
aspecto geral do monoposto.
EQUIPES E PILOTOS DA
TEMPORADA
EQUIPE
|
PILOTOS
|
MOTOR
|
Penske Racing Team
|
Josef
Newgarden
Simon
Pagenaud
Will
Power
Hélio
Castro Neves (*)
|
Chevrolet
|
Chip
Ganassi Racing
|
Scott
Dixon
Ed Jones
|
Honda
|
Andretti
Autosport
|
Ryan-Hunter
Reay
Marco
Andretti
Carlos
Munhoz (****)
Alexander
Rossi
Zach
Veach
Stefan
Wilson (****)
|
Honda
|
Rahal
Letterman Lannigan
|
Graham
Rahal
Takuma
Sato
|
Honda
|
Foyt
Enterprises
|
Tony
Kanaan
Matheus
Leist
|
Chevrolet
|
Dale
Coyne Racing
|
Sebastien
Bourdais
Zachary Claman DeMelo (***)
Pietro Fittipaldi (***)
Pippa Man (****)
Conor Daly (****)
|
Honda
|
Carpenter
Racing
|
Ed
Carpenter (**)
Jordan
King (***)
Spencer
Pigot
Danica
Patrick (****)
|
Chevrolet
|
Juncos
Racing
|
Rene
Binder (***)
Kyle
Kaiser (***)
|
Chevrolet
|
Carlin
|
Max
Chilton
Charlie
Kimball
|
Chevrolet
|
Schmidt
Peterson Motorsports
|
James
Hinchcliffe
Robert
Wickens
|
Honda
|
Harding
Racing
|
Gabby
Chaves
|
Chevrolet
|
Michael
Shank Racing
|
Jack
Harvey (***)
|
Honda
|
Lazier
Partners Racing
|
Buddy
Lazier (****)
|
A definir
|
Dreyer
& Reinbold Racing
|
Sage
Karan (****)
|
Chevrolet
|
(*) = Somente nas corridas em Indianápolis
(**) =
Apenas provas em pistas ovais
(***) = Disputará
apenas algumas corridas
(****) = Disputará apenas as 500 Milhas de Indianápolis
CALENDÁRIO DA INDYCAR
2018
DATA
|
CORRIDA
|
CIRCUITO
|
TIPO DE
PISTA
|
11.03
|
GP de São Petesburgo
|
São Petesburgo
|
Urbano
|
07.04
|
GP de Phoenix
|
Phoenix International Raceway
|
Oval
|
15.04
|
GP de Long Beach
|
Long Beach
|
Urbano
|
22.04
|
GP do Alabama
|
Barber Motorsport Park
|
Misto
|
12.05
|
GP de Indianápolis
|
Indianapolis Motor Speedway
|
Misto
|
27.05
|
500 Milhas de Indianápolis
|
Indianapolis Motor Speedway
|
Oval
|
02.06
|
GP de Detroit
|
Belle Isle Park
|
Urbano
|
03.06
|
GP de Detroit
|
Belle Isle Park
|
Urbano
|
09.06
|
GP do Texas
|
Texas Motor Speedway
|
Oval
|
24.06
|
GP de Road America
|
Elkhart Lake
|
Misto
|
08.07
|
GP de Iowa
|
Iowa Speedway
|
Oval
|
15.07
|
GP de Toronto
|
Toronto
|
Urbano
|
29.07
|
GP de Mid-Ohio
|
Mid-Ohio Sportscar Course
|
Misto
|
19.08
|
500 Milhas de Pocono
|
Pocono Raceway
|
Oval
|
25.08
|
GP de Gateway
|
Gateway Motorsports Park
|
Oval
|
02.09
|
GP de Portland
|
Portland International Raceway
|
Misto
|
16.09
|
GP de Sonoma
|
Infineon Raceway
|
Misto
|
OS BRASILEIROS NO
CAMPEONATO
Depois de uma passagem frustrante pela Ganassi, Tony Kanaan espera se reerguer na Foyt. |
O Brasil
continua presente no grid da Indycar na temporada 2018. Depois de uma passagem
frustrada pela Ganassi, Tony Kanaan vai para mais uma temporada, agora
defendendo o time de A. J. Foyt na competição, e procurando voltar ao degrau
mais alto do pódio e, quem sabe, disputar novamente o título do campeonato,
vencido por ele no já distante ano de 2.004. Muita pretensão? Talvez. Mas a
Foyt já venceu corridas antes. De forma esporádica, mas venceu. E é preciso
lembrar que a escuderia gastou boa parte da temporada passada se adaptando ao
motor da Chevrolet e seus acertos, diferentes dos Honda que o time utilizou por
muitos anos. Com a expectativa de o time estar agora ambientado ao novo
equipamento, para não mencionar que todas as escuderias partem do zero este ano
com a utilização dos novos chassis, Tony Kanaan aponta na sua experiência e seu
talento para levar o time do heptacampeão A. J. Foyt às primeiras colocações.
E haverá
ainda mais motivos para se torcer pela Foyt neste ano: o companheiro de Tony na
escuderia será o gaúcho Matheus Leist, egresso da Indy Lights, campeonato que
disputou no ano passado, e terminou em 4º lugar, com 3 vitórias na competição,
e impressionando nos testes feitos até agora. Leist ainda tem no currículo o
título da F-3 Inglesa de 2016, quando competiu pela equipe Raikkonen Roberts,
engrossando a lista de pilotos brasileiros que venceram o torneio em toda a sua
história. Sem opções viáveis no Velho Continente, Matheus voltou-se para os
Estados Unidos, tendo disputado a temporada da Indy Lights pela equipe Carlin,
que também disputará o campeonato deste ano da Indycar. Leist, contudo,
defenderá um time experiente, ao invés de uma escuderia novata na competição, e
ainda terá em Tony Kanaan um professor de primeiro nível para lhe ensinar os
macetes que precisará para não fazer feio em sua temporada de estréia no
certame. E Larry Foyt, chefe da escuderia, não deixou de ficar impressionado
com a performance do brasileiro nos testes da pré-temporada, quando andou muito
bem em pistas que não conhecia, e não cometeu nenhum erro de monta nas voltas
que deu. Se a Foyt conseguir efetivamente apresentar uma performance sólida, a
nova dupla verde-amarela tem tudo para fazer um excelente campeonato, brigando
pelas primeiras posições nas corridas, e não apenas fazer figuração. Mas só
saberemos mesmo o real potencial do time nas corridas, já que testes são
testes, e nada é totalmente garantido baseando-se apenas pelo que os times
mostraram neles.
Nova promessa brasileira no automobilismo, Matheus Leist quer fazer bonito em sua temporada de estréia na Indycar. |
Quem também
chega para reforçar o time verde-amarelo é Pietro Fittipaldi, campeão da World
Series V-8 no ano passado. Procurando manter-se firme em competições, enquanto
espera por uma chance real de subir à F-1, seu sonho maior, o neto de Émerson
Fittipaldi acertou para defender o time da Dale Coyne em sete corridas do
campeonato de 2018, uma delas a Indy500. Pietro correrá com o carro Nº 19 da
escuderia, que nas demais provas será ocupado pelo canadense Zachary Claman
DeMelo. Será uma excelente oportunidade para testar a capacidade e o talento de
Pietro, que apesar do título conquistado ano passado na Europa, é visto com
certa ressalva em virtude da World Series V-8 ser na época uma categoria já em
franco declínio, e com um grid composto de pilotos e equipes de potencial
duvidoso. Dispondo do melhor conjunto da competição, Pietro acabou campeão, mas
é preciso medir forças com concorrentes mais qualificados, oportunidade que
terá para se testar no campeonato norte-americano. Uma boa medida será com
Sébastien Bourdais, que será o único piloto que defenderá a Dale Coyne por
todas as corridas do campeonato de 2018. Se conseguir manter uma performance
próxima à do francês, tido como um piloto de grande talento na categoria,
Pietro mostrará que não possui o sobrenome Fittipaldi apenas por acaso, mas que
será capaz de defender o legado no automobilismo mundial iniciado por seu avô
Émerson, no final dos anos 1960 e seu tio-avô Wilsinho Fittipaldi.
E não
podemos esquecer também de Hélio Castro Neves. O piloto brasileiro encerrou sua
carreira como piloto integral da Indycar, remanejado por Roger Penske para seu
novo time de competições no IMSA Weather Tech Sportscar. Mas, ciente da
importância do brasileiro, que é o maior vencedor das 500 Milhas de
Indianápolis nos últimos tempos, Helinho estará presente na Indy500 este ano,
para tentar nova vitória e, quem sabe, igualar-se aos mitos do automobilismo
americano que venceram a corrida por 4 vezes, A. J. Foyt, Al Unser, e Rick
Mears. Helinho irá disputar também o GP de Indianápolis, a ser realizado na
primeira quinzena de maio, no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway,
defendendo a equipe Penske, que pelo que tem mostrado nos testes da
pré-temporada, vem novamente muito forte este ano, o que indica que Hélio terá
equipamento para brigar pela vitória nas duas corridas em que marcará presença
na competição.
TRANSMISSÃO DA
CATEGORIA
Os fãs que
quiserem acompanhar a transmissão do campeonato da Indycar este ano terão de se
contentar apenas com as transmissões no canal pago do Grupo Bandeirantes, o
Bandsports. O canal aberto resolveu estrear um programa dominical apresentado
por José Luiz Datena, o que irá inviabilizar qualquer tentativa de apresentação
das corridas ao vivo, já que o novo programa é apresentado nas tardes de
domingo. Portanto, as únicas provas que deverão ser transmitidas em canal
aberto deverão ser as corridas no sábado à noite, embora nem isso esteja muito
garantido. O novo programa significa que até mesmo a corrida mais importante do
calendário, as 500 Milhas de Indianápolis, também não deverá ter transmissão na
TV aberta. Nos últimos anos, a emissora pelo menos transmitia a corrida de
estréia do campeonato no canal aberto, e este ano, já deve começar direto no
Bandsports.
E ainda
deve-se levar em conta que a emissora reduziu e muito o seu efetivo dedicado
aos esportes, e o pessoal que cuidava das transmissões da Indy também acabou
sacrificado. Entre eles, o do narrador Téo José, o mais importante da emissora,
que não teve o seu contrato renovado após mais de uma década atuando pela
Bandeirantes, narrando os mais variados eventos. Téo José já está trabalhando
em sua nova casa, o canal pago Fox Sports, onde já estreou narrando provas da
Monster Cup do campeonato 2018 da Nascar, e da Fórmula E. Até o fechamento
desta matéria, ainda não se tinha notícias de quem irá fazer a narração das
provas da Indy. Felipe Giaffone, que já atuava como comentarista da emissora na
transmissão das corridas, deve continuar na função. Um nome que seria bom para
manter o nível de qualidade das transmissões seria o de Celso Miranda, mas só
podemos esperar para ver o que a Bandeirantes fará da transmissão do campeonato
deste ano.
A falta de
interesse da emissora na transmissão do campeonato deve indicar que o contrato
de transmissão não deverá ser renovado. Se por um lado isso oferece aos fãs a
esperança de que a categoria vá para uma nova emissora onde possa ser tratada
com mais respeito, por outro lado há o risco de a Indy ficar sem transmissão no
Brasil.
Para a
estréia da competição da Indycar 2018, até o fechamento desta matéria, pelo
menos a emissora mantinha, na grade de programação para este domingo, a
transmissão ao vivo da corrida de São Petesburgo, a partir das 13:30 da tarde.
Ao menos, a emissora mantém a tradição dos últimos anos, de passar a corrida de
abertura do campeonato ao vivo na TV aberta. Pena que, dali em diante, a
situação fique completamente diferente.
O time de A. J. Foyt terá dois brasileiros como titulares, repetindo o que já havia acontecido na Penske e na finada Newman-Hass muitos anos atrás. |
Pietro Fittipaldi estará nas 500Milhas de Indianápolis pela Dale Coyne. |
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