sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

QUE VENHAM OS NOVOS CARROS



O chassi VF18 (acima) é o terceiro monoposto produzido pela Hass para a F-1, que ainda tenta se firmar no pelotão intermediário da categoria máxima do automobilismo. Já o novo FW41 (abaixo) é a aposta da Williams para tentar voltar a crescer e interromper a queda de rendimento das últimas temporadas.

            Estamos a menos de duas semanas do início dos testes da pré-temporada da Fórmula 1 2018, e as equipes começam a apresentar os seus bólidos para o campeonato. Furando a fila, a Hass foi a primeira escuderia a mostrar o seu novo carro, com a divulgação de fotos de computador do chassi VF18 na internet. E, nesta quinta-feira, foi a vez da Williams fazer o mesmo, exibindo o seu novo projeto, o FW41.
            Com o regulamento técnico praticamente inalterado em relação ao ano passado, à exceção da obrigatoriedade do halo, como novo dispositivo de segurança, que tem dividido opiniões, os times devem apresentar carros bem parecidos com os de 2017. A ordem é evoluir os projetos, partindo das bases positivas e eliminar e/ou corrigir os problemas apresentados. Se conseguirão ou não, ficaremos para descobrir nos testes de Barcelona, embora a comprovação só seja dada mesmo no Albert Park, em Melbourne, Austrália, onde o campeonato começa, no dia 25 de março.
            Na próxima semana, Red Bull, Renault, Sauber, Mercedes, Ferrari e McLaren mostrarão seus novos carros. Os últimos serão a Toro Rosso e a Force India, já na véspera dos testes de Barcelona. Como de costume, lançamentos de novos modelos são sempre cercados por muitas expectativas, e o clima sempre é de otimismo. Resta saber quanto desse otimismo vai se confirmar depois que o carro entrar na pista. Mas é bom para aquecer os motores, depois de praticamente dois meses e meio sem nenhuma atividade de pista, e onde as notícias mais relevantes foram de assuntos meio sem importância. Agora é hora de voltar à carga total, e começar a fazer os prognósticos para a temporada que se aproxima, que, por mais batido que seja a afirmação, vem cheia de boas perspectivas.
            Falando por enquanto de Hass e Williams, as expectativas de ambos os times são diferentes. O time dos Estados Unidos parte para sua terceira temporada na categoria máxima do automobilismo, ainda com a missão de se consolidar como equipe média em termos de resultados. Gene Hass estabeleceu metas realistas para seu time, visando o aprendizado na primeira temporada, e a evolução de resultados no segundo ano. Para esta temporada, a meta é continuar crescendo. No primeiro ano, foram 29 pontos marcados, e a 8ª colocação no Mundial de Construtores. Em 2017, a equipe marcou 47 pontos, mas continuou em 8º lugar entre as equipes, mostrando que as metas de crescimento precisam ser mais ousadas, sob o risco de se ficar no mesmo lugar, senão para trás perante os concorrentes.
            O principal objetivo do modelo 2018, segundo a escuderia, é ter uma performance mais estável do monoposto, que nas duas temporadas disputadas até agora, ora mostrava boa performance, ora não, de modo que a equipe até conseguia ir bem em certas corridas, mas ficava completamente à deriva em outras. Garantir um equilíbrio na performance é vital para a escuderia ter uma base confiável para tentar melhores resultados. O aprendizado na F-1, segundo Gene Hass, tem sido mais complexo e difícil do que ele imaginava, e talvez isso explique os resultados de performance cheios de altos e baixos, sem que se possa estabelecer o patamar real da força do time. Se conseguirem manter o nível de competição, seus pilotos enfim poderão tentar alçar vôos mais altos, se não se enrolarem na pista, como aconteceu no último ano, onde até mesmo Romain Grosjean pareceu regredir a seus tempos de “batedor da 1ª volta”, quando invariavelmente se metia em alguma confusão logo nas primeiras voltas. E Kevin Magnussen, por sua vez, também precisa mostrar a que veio, algo que começa a ficar meio duvidoso depois de duas temporadas completas na F-1. A favor do dinamarquês está o fato de não ter ficado tão distante de Grosjean na pontuação no ano passado. Com um carro mais equilibrado, a Hass talvez consiga firmar o seu nome no pelotão intermediário, e aí sim, pensar em crescer para almejar disputar as primeiras colocações. Mas a disputa será particularmente dura, ainda mais por alguns times concorrentes estarem cada vez mais fortes para este ano.
            Para a Williams, a temporada pode ser bem complicada. O time de pilotos titulares é jovem, e Lance Stroll, o principal nome do time, ainda não mostrou a que veio em sua temporada de estréia. Não se deve desmerecer o pódio conquistado por ele no Azerbaijão, o único do time em todo 2017, mas também não se pode ignorar que foi mais um golpe de sorte pelas maluquices da corrida do que propriamente por mérito de performance do time de Grove, que ensaiou um retorno às primeiras colocações em 2015, dando a entender que estava de volta para ser um dos protagonistas da F-1, como nos velhos tempos, mas que nos anos seguintes despencou a olhos vistos. No ano passado, especialmente, as boas expectativas de um projeto promissor não duraram nem até o início da fase europeia, com o agravante de o carro não ir bem nem mesmo nas pistas velozes onde conseguia usar a força do motor Mercedes como trunfo, o que fez com que o time despencasse ainda mais nos resultados, batalhando para marcar pontos em diversos GPs em que deveria estar lutando por posições mais à frente, e sendo superado por equipes menos estruturadas e com orçamentos inferiores.
            Stroll, agora em seu segundo ano, será mais cobrado do que nunca, por não poder mais usar a desculpa do noviciado. O garoto não é um desastre como piloto, mas também não parece nenhuma maravilha, e terá de provar que, não fosse o patrocínio de seu bilionário pai, mereceria de fato um lugar ao sol da F-1. Sergey Sirotkin, seu novo companheiro de equipe, é outro novato que terá que mostrar o que vale desde a primeira acelerada, e muitos se perguntam se essa dupla jovem será capaz de ditar o desenvolvimento do carro durante a temporada. Para isso, será vital o trabalho de Robert Kubica nos simuladores da base da equipe, em Grove, para ajudar os engenheiros a encontrarem as melhores soluções de acerto para seus pilotos titulares. Pegou um pouco mal a declaração de Lance Stroll de que não teria aprendido nada com Felipe Massa em seu ano de estréia, ao afirmar que o brasileiro fazia seu trabalho, e Stroll, o dele. A declaração não é falsa, mas imaginar que Massa não tenha dado dicas e conselhos ao canadense chega às raias da mentira deslavada, pois Felipe sempre foi um piloto solidário e participativo, e mesmo que talvez fosse exagerado dizer que ele foi “tutor” de Stroll na Williams em 2017, a verdade é que Lance se beneficiou da experiência de Massa nos acertos do carro. Um pouco de humildade não faria mal ao canadense, que já tem uma imagem negativa de garoto mimado e piloto “pagante” no sentido mais pejorativo da expressão. Veremos o que ele fará nesta temporada efetivamente, se confirmará o seu talento, ou se será apenas “mais um” dentre tantos que chegaram à F-1 sem causar o impacto que muitos imaginavam...
            Mas nada disso será possível se a equipe inglesa não tiver conseguido fazer um bom carro. Visualmente, o novo FW14 parece elegante e forte, mas também não parece ser muito diferente dos últimos carros produzidos pelo time. É nos bastidores que a Williams tentou se reforçar na área técnica, agora comandada por Paddy Lowe, ex-Mercedes, e com nomes como Dirk de Beer, ex-Ferrari. Lowe, aliás, disse que o time não precisava ser revolucionário para apresentar um bom carro. A afirmação deve ser tomada com ressalvas, pois afinal, não se poderia desprezar eventuais pontos positivos que os últimos projetos possuíam, desde que tenham finalmente identificado os pontos negativos, e corrigido e/ou eliminado eles, de forma a reencontrar o rumo da boa performance, e ter criado um carro que seja efetivamente competitivo, ou ao menos permita um bom desenvolvimento do projeto. Preocupa, contudo, a afirmação de que será difícil manter a 5ª colocação conquistada em 2017. Será para despistar e tirar a pressão, ou uma admissão de que o potencial do novo carro ainda terá que ser descoberto? Paddy Lowe disse que o novo carro é uma evolução, e afirma que ele incorpora soluções radicais que, obviamente, não diz quais são, e que não parecem visíveis.
            Deve-se dar um desconto a Lowe, pelo excelente trabalho desenvolvido na Mercedes nos últimos anos, coordenando um time que se tornou a força a ser batida na F-1. Seria bom que ele pudesse desenvolver um trabalho tão bom na Williams, para devolver este tradicional time às primeiras colocações nas corridas, e retornar à função de protagonista. Mas a Mercedes é a Mercedes, e a Williams é a Williams, e veremos se este novo time, com um corpo técnico renovado e reforçado, será capaz de apresentar os resultados exigidos, ou pelo menos confirmar o fim do marasmo de performance exibido nos últimos dois anos, sempre na descendente, e voltar a ascender nas posições do grid. Há duas ameaças potenciais no horizonte do time de Grove: a Renault, que vem cumprindo seu cronograma de aperfeiçoar sua performance e evoluir seus carros e motores; e principalmente, a McLaren, que vem com um ânimo completamente renovado para 2018, onde pretende mostrar novamente sua força competitiva, agora que possui novamente um propulsor minimamente confiável, o Renault, em substituição ao Honda, que tantas agruras e desesperanças proporcionou a seus pilotos nos últimos três anos. E, se levarmos em conta que a Force India tem tudo para continuar mantendo sua bela performance e eficiência dos últimos dois anos, o time de Frank Williams terá de fato um ano de vários desafios pela frente.
            Visualmente falando, o halo até que não parece ter ficado tão feio, embora o projeto do novo carro da F-E tenha conseguido uma interação visual melhor da peça com o resto do monoposto. Mas ainda não deixa de parecer algo esquisito, que espera-se deva melhorar a segurança dos pilotos em caso de eventuais acidentes. Enquanto não se comprova essa eficiência (e, falando sério, esperemos que não seja necessário apurar a eficácia da peça), os carros vão ganhando o apelido, pelo menos no Brasil, de “havaianas”, pelo formato que o halo dá aos carros, de um chinelo. Muitos ainda vão torcer o nariz para o halo, ainda mais depois das primeiras imagens do windscreen na Indycar, que pareceu muito mais elegante e funcional, mas fazer o quê? Na opinião de muitos, a F-1 deveria ter pesquisado mais a respeito, de forma a proporcionar um debate melhor, e com mais opções à mesa. Do jeito que as coisas foram decididas, fica a impressão de mais uma decisão regulamentar enfiada goela abaixo. Esperemos que seja a mais adequada, pois bastará apenas o primeiro acidente em que o dispositivo falhe para o pessoal cair matando de pau sobre o halo, e de como ele “desfigurou” os bólidos da F-1. Que não cheguemos a isso...
            Na próxima semana veremos os principais bólidos que deverão duelar pelo campeonato. A campeoníssima Mercedes deverá apresentar o carro com o qual Lewis Hamilton buscará o pentacampeonato, enquanto a Ferrari mostrará sua arma para evitar que isso aconteça. E, meio que correndo por fora, a Red Bull quer iniciar o ano com força total, e voltar enfim a disputar o título da F-1 efetivamente. E, claro, todo mundo está curioso para ver a nova McLaren/Renault. Vai ser uma semana bem interessante, com muitas expectativas. Que venham os novos carros, e vejamos o que as escuderias irão apresentar para a nova temporada...


A Nascar inicia suas competições neste final de semana, com a disputa de suas três categorias: a Truck Series, a Xfinity Series, e a Cup, a divisão principal. O palco é a pista do Daytona Speedway, na Flórida, onde no domingo a Cup disputa sua tradicional prova das 500 Milhas de Daytona. As atividades começam hoje, com a realização da etapa da Truck Series. Amanhã, sábado, é a vez do pessoal da Xfinity acelerar fundo. O canal pago Fox Sports 2 transmite todas as etapas, nos seguintes horários (fuso de Brasília): Truck Series, dia 16.02, às 22h45; Xfinity Series, dia 17.02, às 17h30; e Cup, dia 18.02, às 17h00.


Téo José, recentemente demitido da TV Bandeirantes, já tem uma nova casa: o Fox Sports. O narrador goiano, que narrava corridas da antiga Indy, e diversos outros eventos esportivos e não-esportivos na emissora paulista, irá reforçar a equipe de narração do Fox Sports. Mas, até o presente momento, não há nenhuma confirmação de que Téo possa narrar as categorias automobilísticas transmitidas pelo canal, como a Nascar e a F-E, nem quais os eventos em que ele trabalhará no canal. Ainda é muito cedo para termos qualquer definição, até porque a contratação dele acabou de ser concretizada, mas a Fox consegue um nome de peso para seu time de narradores, e bem versátil. Espero poder revê-lo nas transmissões de corridas o quanto antes. Azar da Bandeirantes, por perder um excelente profissional como ele. Que o Fox Sports lhe permita brilhar nas suas transmissões esportivas.


E Danica Patrick, depois de muita labuta, parece ter conseguido encontrar um time para disputar as 500 Milhas de Indianápolis deste ano, e encerrar a carreira como piloto de competições. O time de Ed Carpenter deverá contar com seus talentos na corrida do oval de Indiana. Boa sorte a ela em sua despedida das pistas, que já começa neste final de semana, na disputa das 500 Milhas de Daytona pela Nascar...

Nenhum comentário: