Já estamos
praticamente na reta final do ano de 2017, e com um pouco de atraso, eis que
sai hoje a edição da Flying Laps dedicada a alguns dos acontecimentos ocorridos
no mundo da velocidade no mês de outubro passado, com várias notas sobre estes
eventos do mundo do esporte a motor que tiveram lugar neste último mês, sempre
com alguns comentários rápidos a respeito de cada dos assuntos abordados.
Então, uma boa leitura a todos, e vamos em frente, sempre em altíssima
velocidade, característica mais do que marcante do mundo das corridas, rumo ao
fim deste ano...
Depois de ser derrotado por Andrea
Dovizioso no GP do Japão e ver sua vantagem na classificação do campeonato ser
reduzida a 11 pontos, Marc Márquez precisava dar uma resposta cabal de que
ainda é o favorito na luta pelo título da classe rainha do motociclismo, e a
“Formiga Atômica” deu seu recado na etapa da Austrália, em Phillip Island,
conseguindo seu 6º triunfo no campeonato, e abrindo uma grande vantagem na
classificação, quase colocando a mão na taça. O piloto da equipe oficial da
Honda largou na pole e venceu a prova, enquanto seu rival Dovizioso, da Ducati,
largava apenas em 11º, e ainda cometeu um erro nas primeiras voltas, caindo
para as últimas colocações, de onde precisou fazer uma prova de recuperação,
mas sem nenhuma condição de brigar pelas primeiras posições na corrida
australiana. Com um pelotão bem compacto nas primeiras colocações, Márquez
aproveitou-se do renhido duelo pela segunda posição na prova para escapar e
averbar mais um triunfo no campeonato. Depois de algumas provas em baixa, a
Yamaha conseguiu um grande resultado, colocando seus dois pilotos no pódio, com
Valentino Rossi a mostrar uma grande performance, depois de seu revés em
Motegi, e terminando a prova australiana em 2º lugar. Maverick Viñales, ainda
sonhando com o título, foi o 3º colocado, ficando praticamente de fora da
disputa. Johann Zarco, em mais uma demonstração de capacidade, duelou pelo
pódio até as voltas finais, quando acabou superado pela dupla do time oficial
da Yamaha, e terminou em 4º lugar, dando outro excelente resultado à Tech3.
Para a Ducati, não foi mesmo um bom dia: além de ter ido mal na classificação
com Andrea Dovizioso, viu o postulante ao título finalizar a prova apenas em
13º, vendo o arquirrival Márquez vencer e aumentar exponencialmente sua
vantagem na classificação, de 11 para 33 pontos. Jorge Lorenzo, o outro piloto
do time de Borgo Panigale, acabou a corrida na 15ª posição. Quem teve motivos
para comemorar foi a dupla da KTM, Paul Spargaró e Bradley Smith, ao terminarem
em 9º e 10º, mostrando a evolução gradual da marca, que entrou este ano na
MotoGP e vinha sofrendo com os maus resultados.
Na penúltima
etapa do campeonato da MotoGP, disputado em Sepang, na Malásia, todas as
atenções estavam voltadas para Marc Márquez, que dependendo da combinação de
resultados, poderia conquistar o tetracampeonato na corrida malaia, uma vez que
abrira uma grande vantagem na Austrália sobre Andrea Dovizioso, o único piloto
em condições de lhe roubar o título. E o italiano da Ducati conseguiu reverter
a desvantagem, pelo menos parcialmente, e levar a decisão do campeonato para a
corrida final do campeonato, em Valência, na Espanha. Dovizioso averbou em
Sepang seu 6º triunfo na temporada, igualando o número de vitórias de Marc
Márquez, que foi o 4º colocado, e minimizou os prejuízos, tendo largado em 7º,
enquanto Dovizioso largava na primeira fila, em 3º lugar. A chuva mais uma vez
mostrou as caras, e a corrida malaia foi disputada em piso molhado. Na sua
melhor apresentação na Ducati este ano, Jorge Lorenzo tomou a ponta de Johann
Zarco ainda nas primeiras voltas e tinha boas chances de, enfim, conseguir sua
primeira vitória na temporada, mas Andrea Dovizioso, que havia caído um pouco
na largada, tinha outras idéias, e já vinha no encalço do companheiro de
equipe, que várias voltas depois de um duelo de tempos entre os pilotos da
Ducati, errou em uma curva, permitindo a Dovizioso assumir a ponta, e
conquistar a vitória na pista de Sepang. Com o resultado, o piloto italiano da
Ducati agora tem 21 pontos de desvantagem para Marc Márquez, com 25 pontos em
jogo na etapa final, em Valência. A desvantagem, portanto, ainda é grande, e o
italiano precisa não apenas de um bom resultado indispensável, uma vitória,
como ainda torcer para um resultado bem ruim de Márquez, de preferência um
abandono, para chegar ao título, o que será muito difícil de acontecer. De
qualquer forma, a Ducati termina o ano melhor do que imaginava, fazendo o
vice-campeão da temporada com Dovizioso. Mas quem sabe, com alguma sorte, vem o
título da temporada? As chances são pequenas, mas ainda existem...
Rubens
Barrichello venceu a segunda corrida da Stock Car em Buenos Aires, fazendo uso
da estratégia de largar com os pneus de pista seca, com os quais havia
terminado a primeira prova. O piloto da Fulltime largou em 21º e foi superando
os rivais na pista um a um, até assumir a liderança da corrida, de onde não
mais sairia. A mesma estratégia foi adotada por Max Wilson (RCM/Eurofarma) e
Rafael Suzuki (Cavaleiro), que terminaram no pódio, em 2º e 3º lugares. Felipe
Fraga, que havia vencido a primeira corrida, foi o 6º colocado. Cacá Bueno
terminou em 5º lugar. Daniel Serra, o líder do campeonato, acabou abandonando a
prova, e com o 10º lugar de Thiago Camilo (Ipiranga), viu sua vantagem na
classificação ser reduzida a 4 pontos. Com os resultados da etapa, Felipe
Fraga, então o 6º colocado, subiu para a 3ª posição no campeonato.
A etapa de
Tarumã da Stock Car foi marcada por um festival de punições que bagunçou o
resultado obtido pelos pilotos na pista. Para começar, Ricardo Zonta havia
vencido a primeira corrida, mas a queda do tanque de combustível na área do
pit-line nos boxes da equipe do piloto, após a parada, foi considerada pelos
comissários como infração, e Zonta perdeu a vitória, sendo classificado apenas
em 13º lugar. Daniel Serra, da RC/Eurofarma, que havia chegado em 2º, ficou com
a vitória, voltando a abrir vantagem na classificação para Thiago Camilo, que
finalizara em 4º lugar. Galid Osman ficou com o 2º lugar, e Max Wilson fechou o
pódio da primeira corrida na pista gaúcha. Rubens Barrichello foi apenas o 9º
colocado, enquanto Felipe Fraga acabou abandonando a prova, e viu suas chances
de uma recuperação no campeonato sofrerem um forte tombo. Na segunda corrida, a
vitória ficou com Ricardo Mauricio, da RC/Eurofarma. Felipe Fraga, da Cimed,
havia terminado em 2º lugar, mas acabou punido pela direção de prova, por ter
feito ultrapassagens sob bandeira amarela, e acabou classificado em 7º lugar.
Com isso, Átila Abreu acabou com a 2º posição, seguido por Márcio Campos.
Daniel Serra fechou a segunda corrida sem pontuar, mas para sua sorte, Thiago
Camilo, o segundo colocado na classificação, também não obteve um resultado de
monta, fechando a corrida apenas em 11º.
Com os resultados
das rodadas de Buenos Aires e Tarumã, Daniel Serra ainda segue na liderança do
campeonato da Stock Car, com 289 pontos, 10 à frente de Thiago Camilo, com 279.
Depois de um fim de semana positivo na capital da Argentina, Felipe Fraga
acabou superado por Átila Abreu na pontuação, por um ponto (223 a 222), caindo
para a 4ª posição. Em 5] lugar, vem Max Wilson, com 203 pontos. Rubens
Barrichello é o 6º colocado, com 198 pontos. Cacá Bueno é o 7º, com 191 pontos,
à frente de Ricardo Maurício, com 181 pontos. Para fechar o campeonato, ainda
haverá a rodada dupla de Goiânia, no dia 19 de novembro, e a corrida final, em
Interlagos, no dia 10 de dezembro.
Batida
repetidamente pela Porsche no Mundial de Endurance nesta temporada na classe
LMP1, a Toyota pelo menos sentiu o gosto da vitória em casa, nas 6 Horas de
Fuji, disputadas no circuito próximo à montanha-símbolo do Japão. A fábrica
alemã havia saído na pole-position, mas a prova, marcada por várias
interrupções devido ao clima, acabou encerrada por causa do mau tempo, e com
isso, a marca japonesa pôde comemorar a vitória em dobradinha, com o trio Sébastien
Buemi/Kazuki Nakajima/Anthony Davidson, ao volante do carro Nº 8. Na segunda
posição ficou o trio Mike Conway/Kamui Kobayashi/José-Maria López, com o carro
Nº 7. A Porsche acabou terminando com seus dois carros logo a seguir, em 3º e
4º lugares. E houve vitória brasileira na classe LMP2: Bruno Senna, que fazia
aniversário justamente no dia da corrida, venceu em sua categoria, ao lado de
seus parceiros Nicolas Prost e Julien Canal, no carro Nº 31 da equipe
Rebellion, classificados em 5º lugar na classificação geral da prova. André
Negrão, defendendo a Signatech-Alpine no carro Nº 36, ao lado de Gustavo
Menezes e Nicolas Lapierre, fechou a prova na 2º colocação na classe LMP2,
garantindo dois brasileiros no pódio. Agora, faltam duas etapas para o
encerramento do Mundial de Endurance, com as etapas de Shanghai e do Bahrein.
Com o anúncio do abandono da Porsche ao fim do ano, ainda fica em dúvida se a
Toyota permanecerá na competição, uma vez que não teria uma adversária à altura
para enfrentar, já que os demais times da classe LMP1 não são de equipes de
fábrica. A marca japonesa prometia anunciar sua decisão de permanecer ou não
após a corrida em Fuji, mas até o fechamento deste texto, nada ainda havia sido
divulgado a respeito, mas aumentaram as possibilidades de a Toyota permanecer
no certame, segundo alguns comentários, uma vez que novos times privados devem
adentrar na classe em 2018.
Depois de
sua participação nas 500 Milhas de Indianápolis deste ano, o espanhol Fernando
Alonso, depois de renovar seu contrato com a McLaren para estar mais um ano no
grid da F-1 em 2018, anunciou o seu novo desafio no mundo do automobilismo: irá
participar das 24 Horas de Daytona, a mais tradicional de endurance dos Estados
Unidos, pela equipe United Autosports, comandada justamente por Zak Brown, que
é diretor da equipe McLaren de F-1. A participação de Alonso é uma preparação
visando as 24 Horas de Le Mans, que no próximo ano não irão conflitar com
nenhuma etapa do mundial de F-1, e é um desejo de participação do piloto
espanhol, que há pouco tempo atrás, quase participou da corrida pela Porsche,
mas Ron Dennis, então chefe da McLaren, vetou sua aventura em Le Sarthe. Os
alemães então contrataram Nico Hulkemberg para a vaga, e ele acabou ganhando a
corrida, e ganhando muito prestígio por isso. Em Daytona, Alonso terá como
parceiros os pilotos Lando Norris, campeão da F-3 Européia e piloto do programa
de desenvolvimento da McLaren, e Phil Hanson. Ainda não dá para saber como será
a performance do asturiano na corrida, onde conduzirá um protótipo Ligier JS
P217, classe LMP2. O piloto possui grandes expectativas sobre o próximo ano,
uma vez que, além da participação em Daytona, e dos planos de disputar as 24
Horas de Le Mans, a McLaren utilizará um motor bem mais competitivo na F-1: o
Renault, em substituição aos Honda utilizados nos últimos três anos e que não
trouxeram os resultados esperados.
Desfalcando
o time da Toro Rosso em Austin para lutar pelo título da Super Formula japonesa
na pista de Suzuka no mesmo fim de semana do GP dos EUA de F-1, Pierre Gasly
nem teve chance de entrar na pista: a passagem de um tufão pelo Japão complicou
as coisas e a etapa final da competição acabou cancelada, dando o título da
temporada para o japonês Hiroaki Ishiura, da Toyota. Gasly acabou com o
vice-campeonato, 0,5 ponto atrás de Ishiura.
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