Voltando
às postagens regulares, hora de trazer hoje mais um de meus antigos textos, no
caso, a coluna publicada no dia 27de março de 1998, após o início do campeonato
de Fórmula 1 daquele ano, onde vimos os bólidos da categoria darem um drible
nas novas regras técnicas que visavam tornar os carros mais lentos e, por
tabela, mais seguros. A capacidade dos engenheiros e projetistas conseguiu dar
a volta por cima, em tempo até mais rápido do que todos esperavam. De certeza
sobre as consequências das novas regras, apenas o fato de que ninguém gostou
dos pneus com sulcos, que iriam dar muitas dores de cabeça e dificultariam
ainda mais as tentativas de ultrapassagens. A F-1 demoraria uma década para se
livrar daqueles compostos que nunca contribuíram para a melhoria das disputas
da categoria máxima do automobilismo.
De
resto, notas rápidas sobre alguns dos outros acontecimentos do mundo da
velocidade, bem como os calendários da IRL e da Sudam Superturismo naquele ano.
Uma boa leitura a todos, e em breve tem mais textos antigos por aqui...
TUDO COMO ANTES...
Chegou
a hora do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, 2ª etapa do campeonato mundial
da categoria. A maior expectativa, que começam com os treinos oficiais de hoje,
e se a McLaren imporá em Interlagos a mesma superioridade que se viu em Melbourne. Expectativa
à parte, se há alguma coisa que deixou todo mundo espantado na Austrália,
inclusive eu, foi o nível de performance apresentado pelos carros da F-1.
Desde
meados do ano passado, quando a FIA divulgou o novo pacote técnico de regras
para esta temporada, todo mundo já previa que haveria uma queda de performance.
A dúvida seria o quanto os carros perderiam de desempenho, e quanto tempo se
levaria para se recuperar o tempo perdido. A F-1 não é a categoria
automobilística mais avançada do planeta à toa. Todo mundo sabia que seria mera
questão de tempo até que os engenheiros e projetistas conseguissem dar a volta
por cima e fazer os bólidos ficarem tão rápidos quanto antes.
O
que se viu em Melbourne, entretanto, foi que parecia que nada havia mudado. E
este foi o espanto. Engenheiros, técnicos e projetistas mostraram mais uma vez
do que a F-1 é capaz. O trabalho dos setores técnicos das escuderias
recuperaram quase toda a performance perdida do ano passado para cá em tempo
recorde. Nem parecia que os carros mudaram tanto do fim de 97 para cá, nem
mesmo que os pneus passaram a ter sulcos em sua superfície, diminuindo
sensivelmente sua aderência.
Max
Mosley, autor da mudança técnica, visando dar mais segurança à categoria e
reduzir a velocidade dos carros e oferecer mais possibilidades de disputa, deve
ter ficado com um enorme ponto de interrogação sobre sua cabeça, tentando
compreender como as equipes conseguiram tão rápida recuperação de performance.
E tome desempenho: Mika Hakkinen foi pole com um tempo apenas 0s641 maior do
que a pole de Jacques Villeneuve em 1997. Se tivesse largado com este tempo no
ano passado, teria saído na primeira fila ainda. E o tempo da corrida foi pouca
coisa maior, apenas 1min17s278 superior à duração da corrida de 97. E só não
foi menor porque a McLaren deu um verdadeiro passeio no Albert Park, deixando a
concorrência a ver navios, o que significa que tanto Hakkinen quanto David Coulthard
não exigiram tudo de seus carros.
O
caso da McLaren, que foi mais rápida este ano do que em 97 propriamente, não
foi um caso isolado. Tendo como base os melhores tempos de cada equipe, em
comparação com o GP da Austrália de 97, todas as escuderias melhoraram seus
tempos na pista australiana, com exceção apenas da Williams, Prost, Stewart e
Minardi. A Williams foi o time que apresentou a maior queda de performance,
1s550, enquanto a Stewart foi quem apresentou o menor déficit, 0s308. Entre os
times que evoluíram, a McLaren barbarizou, sendo 1s521 mais rápida do que no
ano passado. A Jordan foi o time que mostrou menos ganho de performance, sendo
apenas 0s738 mais veloz do que em 97.
Agora
em Interlagos, um circuito com características muito diferentes de Melbourne, é
que poderemos ter mesmo uma idéia mais precisa da real performance dos carros
de F-1. Vamos ver como os carros se comportam em uma pista cheia de ondulações
e com curvas bem mais variadas. É nisso que Max Mosley ainda tenta ter
esperança, pois até o presente momento, tudo indica que o pacotaço técnico
baixado em 97 não serviu para absolutamente nada.
Os
pilotos ainda engrossaram o coro de críticas alegando que com os pneus atuais
com sulcos, ficou ainda mais difícil ultrapassar em corrida. E isso só
contribui para a monotonia da categoria. Tomara que o GP do Brasil consiga
trazer esperança de melhores ares de competição do que se viu na Austrália...
CALENDÁRIOS 98: F-INDY (IRL)
DATA
|
PROVA
|
24.01
|
Orlando*
|
22.03
|
Phoenix*
|
24.05
|
500 Milhas de Indianápolis
|
06.06
|
Forth Worth
|
28.06
|
New Hampshire
|
19.07
|
Dover
|
25.07
|
Charlotte
|
16.08
|
Pikes Peak
|
29.08
|
Atlanta
|
20.09
|
Forth Worth
|
10.10
|
Lãs Vegas
|
(*) = Provas já realizadas.
CALENDÁRIOS 98: SUPERTURISMO SUDAM
DATA
|
PROVA (PAÍS)
|
01.03
|
Buenos Aires (Argentina)*
|
22.03
|
Mendoza (Argentina)*
|
05.04
|
Londrina (Brasil)
|
03.05
|
Paraná (Brasil) **
|
17.05
|
Tarumã (Brasil)
|
05.07
|
Assunção (Paraguai)
|
23.08
|
Curitiba (Brasil)
|
06.09
|
Buenos Aires (Argentina)
|
04.10
|
Buenos Aires (Argentina)
|
18.10
|
Goiânia (Brasil)
|
22.11
|
Montevidéu (Uruguai)
|
13.12
|
São Paulo (Brasil)
|
(*) = Provas já realizadas.
(**) = Local a definir/
A F-CART chega à Ásia. Esta noite, à 1 hora da manhã, pelo horário de
Brasília, 2 da tarde de sábado no horário do Japão, será disputada a 2ª etapa
do campeonato de 98. O palco é a maior atração da prova: o belíssimo circuito
de Twin Ring Motegi, um verdadeiro complexo automobilístico construído pela
Honda por quase US$ 500 milhões. A prova será disputada no circuito oval, que
mede cerca de 2,416 Km de extensão.
Os brasileiros largaram em grande estilo na F-3 Inglesa no último fim
de semana, em Donington Park.
Enrique Bernoldi arrasou a concorrência fazendo a pole, a
volta mais rápida, e liderando de ponta a ponta
a corrida. Em segundo ficou Martin O’ Connel, mas o Brasil fez maioria
no pódio: Luciano Burti ficou em 3º lugar. Em 4º, mais um brazuca, Mário
Haberfeld. Ricardo Maurício também pontuou, terminando na 7ª posição.
Nossos pilotos também provocaram calafrios nos ingleses da F-Vauxhall,
também disputada em Donington Park.
Wagner Ebrahim faturou a corrida, tendo Toby Schekter em 2º.
Fernando Pantani, mais um brasileiro, fechou o pódio na 3ª colocação...
Em Le
Mans, na abertura
da F-Renault, também levantamos mais um caneco. Giuliano Losacco venceu de
ponta a ponta a corrida. Outro brasileiro na parada, Hoover Orsi, terminou em
5º lugar...
Semana passada, os times da F-1 testaram uma barbaridade em diversas
pistas. Barcelona foi o circuito mais movimentado. A Williams conseguiu
progressos com um novo pneu da Goodyear, e Jacques Villeneuve ficou a 0s3 da
marca de Mika Hakkinen com a McLaren, fazendo prever que a Williams dará mais
briga nas próximas etapas. E Damon Hill começa a mostrar à Jordan como se
desenvolve um carro de F-1: o campeão de 1996 ficou a menos de 0s1 da marca de
Hakkinen na pista da Catalunha, e com um carro que, tecnicamente, não está no
mesmo nível da McLaren, o que é um resultado significativo, não apenas para a
Jordan, mas também para Hill, que mostra suas habilidades ao volante de um
F-1...
A França está de volta ao calendário da F-1. A data é 28 de junho, em Magny-Cours. Ainda
não foi decidida a corrida que substituirá o GP de Portugal, mas a FIA aumentou
o leque de opções incluindo Donington Park e Jerez de La Fronteira...
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