O tempo segue implacável para a
frente, nos levando para os meses finais deste ano de 2017, tendo o mês de
setembro já ficado para trás. Já adentramos o mês de outubro, portanto, vamos à
mais uma sessão Flying Laps, trazendo várias notas sobre alguns dos acontecimentos
do mundo do esporte a motor que tiveram lugar neste último mês, sempre com
alguns comentários rápidos a respeito de cada dos assuntos abordados. Então,
uma boa leitura a todos, e vamos em frente, sempre em altíssima velocidade,
característica mais do que marcante do mundo das corridas...
Josef Newgarden
conquistou o título da temporada 2017 da Indycar ao chegar em 2º lugar na etapa
final da competição, no circuito de Sonoma, na Califórnia. Depois do desaire na
corrida anterior, em Watkins Glen, onde bateu de forma até amadora, Josef
partiu logo para o ataque na corrida final da competição, no Infineon Raceway,
ao arrasar a concorrência no treino de classificação, obtendo a pole-position.
Em um circuito de difíceis ultrapassagens, um passo importante para definir o
título, já que todos os seus rivais teriam de correr atrás do prejuízo na
prova, tendo de chegar à frente do piloto da Penske. E, de fato, Newgarden
manteve-se na ponta, o que acabava com as expectativas dos rivais de tentar uma
reação. Mas Simon Pagenaud, utilizando uma estratégia agressiva e diferente dos
demais, conseguiu tomar a liderança da corrida nos pit stops, e apesar da forte
pressão do companheiro de equipe, venceu a corrida, e garantiu para si o
vice-campeonato. Josef bem que tentou retomar a liderança, mas o time da
Penske, nos boxes, tratou de acalmar os ânimos de Newgarden, em virtude de uma
ultrapassagem sobre Newgarden ser arriscada, especialmente depois que o estado
de espírito do francês ficou mais tenso depois do toque que levou de Newgarden
na etapa de Gateway, quando quase acabou no muro após ser ultrapassado pelo
colega de time. Newgarden aceitou a contragosto, mas não tinha do que reclamar,
já que o segundo lugar era mais do que suficiente para lhe garantir o título,
terminando em 2º, e alcançando 642 pontos. Com o triunfo, Pagenaud ficou com
629, superando Scott Dixon, da Ganassi, que terminou a prova em 4º lugar, e
finalizou a temporada em 3º, com 621 pontos. Hélio Castro Neves ainda almejava
alcançar o título, mas teve uma atuação burocrática e sem brilho em Sonoma,
terminando a corrida em 5º lugar. O brasileiro foi o 4º colocado no campeonato,
com 598 pontos. Newgarden conquista o título em sua primeira temporada em um
time de ponta, a Penske, contratado no ano passado para substituir o colombiano
Juan Pablo Montoya. E o americano, que já havia feito um campeonato excelente
em 2016 com a Ed Carpenter Racing, não decepcionou Roger Penske: venceu 4
provas no ano, e apesar de uma vacilada na corrida de Watkins Glen, soube
retomar o controle da situação e dominar os rivais na corrida decisiva em
Sonoma. E desde já, é o piloto a ser batido em 2018, quando tentará conquistar
o bicampeonato. Os rivais que se preparem desde já...
O time de Roger Penske mais uma vez venceu o campeonato da Indycar,
como já havia feito em 2016, com o triunfo de Simon Pagenaud. A escuderia mais
poderosa da categoria venceu nada menos do que 10 das 17 corridas do
calendário, com 4 triunfos de Newgarden, três vitórias de Will Power, duas de Simon
Pagenaud, e uma de Hélio Castro Neves. Seu quarteto de pilotos conquistou 11
pole-positions na temporada, e terminou entre os 5 primeiros na competição.
Apenas Scott Dixon, da Ganassi, conseguiu se intrometer entre os pilotos da
Penske na classificação do campeonato, ao terminar na 3ª posição, batendo Hélio
Castro Neves e Will Power. No campeonato por equipes, a Penske acumulou 2.524
pontos, muito mais do que a segunda colocada, a Chip Ganassi, que obteve 1.747
pontos, batendo por muito pouco a Andretti, que ficou na 3ª posição, com 1.744
pontos. Todos os times competindo com 4 carros em todo o campeonato, à exceção
de algumas corridas, onde eles alinharam carros extras, como em Indianápolis,
onde a Andretti teve Fernando Alonso; e a Penske, Juan Pablo Montoya. Daí a
diferença para a 4ª colocada na competição, a escuderia de Ed Carpenter, com
753 pontos.
Para os pilotos brasileiros, o ano de 2016 foi de altos, para Hélio
Castro Neves, e de baixos, para Tony Kanaan. Enquanto Helinho pelo menos
desencalhou e voltou a vencer uma corrida, no circuito oval de Iowa, Tony
Kanaan encerrou sua terceira temporada consecutiva sem subir ao degrau mais
alto do pódio. Hélio ainda se manteve firme na corrida pelo título da
temporada, tendo alguns resultados muito bons, e só abandonou uma corrida, no
Texas, onde bateu. Foi segundo colocado em Indianápolis, por pouco não
conquistando sua 4ª vitória nas mais famosas 500 Milhas do mundo, mas novamente
acabou sucumbindo na etapa final, onde não conseguiu superar os adversários
para tentar efetivamente ser campeão. O brasileiro, aliás, pode estar se
despedindo da categoria, uma vez que Roger Penske está montando um time para
competir no IMSA Weather Tech Sportscar, o campeonato de provas de longa
duração dos Estados Unidos, onde já competem os brasileiros Christian
Fittipaldi e Osvaldo Negri Jr. A conquista do título manteria Helinho ainda
firme na Indy, mas a decisão oficial ainda não foi anunciada. Pesa a favor de
Hélio o fato de ser um dos pilotos mais famosos e carismáticos do grid, e
vários patrocinadores gostam muito dele. Hélio, por sua vez, já se manifestou
contrário a deixar a categoria, mas como empregado da Penske, seguirá o que o
seu patrão decidir. Enquanto isso, Tony Kanaan está garantido no grid em 2018,
e possivelmente, 2019. O baiano acertou contrato com o time de A. J. Foyt para
ser seu principal piloto no próximo ano. As relações de Tony com Chip Ganassi
já não andavam as melhores nos últimos tempos: além da falta de resultados de
Tony, se comparado com as performances de Scott Dixon, Kanaan também já vinha
se queixando de que a performance de seu carro não era a mesma de antes, e
algumas estratégias equivocadas adotadas pela escuderia teriam custado melhores
resultados em diversas corridas. Tony acabou por vencer apenas uma prova pela
Ganassi, e foi nas 500 Milhas da Califórnia de 2014, prova que encerrou a
competição naquele ano. De lá para cá, o máximo que Tony conseguiu foram alguns
lugares no pódio, enquanto Dixon, apesar dos problemas de competição da escuderia,
ainda foi campeão em 2015, e este ano, manteve-se firme na disputa até a prova
final, em Sonoma. Kanaan foi apenas o 10º colocado na competição, uma
performance muito abaixo da de Dixon. O brasileiro quase foi superado por Max
Chilton, que terminou em 11º lugar, poucos pontos atrás de Tony. Mas e Charlie
Kimball, que teve um ano apático, ficando apenas em 17º lugar na classificação?
Marc Márquez resolveu partir para o ataque e conseguiu duas vitórias
decisivas no campeonato da MotoGP. A “Formiga Atômica” conseguiu superar o piso
molhado na pista de Misano para vencer com categoria o GP de San Marino após um
duelo com Danilo Petrucci, da equipe Pramac, e reassumir a liderança do
campeonato, uma vez que Andrea Dovizioso, da Ducati, acabou adotando uma postura
conservadora na pista da Riviera de Rimini, e se contentou com o 3º lugar. Isso
fez Márquez empatar nos pontos com Dovizioso, mas por ter mais segundos
lugares, o piloto da Honda garantia a primeira colocado na classificação no
critério de desempate. Mas foi em Aragão, na Espanha, que Márquez consolidou a
sua liderança, ao obter uma vitória contundente após duelar com outro piloto,
Jorge Lorenzo, que parecia destinado a vencer a corrida, o que teve de desistir
diante da performance superior da Honda, que inclusive fez a dobradinha, com
Dani Pedrosa em 2º lugar. Nesta prova, Dovizioso teve sua pior performance,
terminando apenas em 7º lugar. O resultado deixou Marc Márquez na dianteira do
campeonato com 224 pontos, 16 a mais do que Andrea Dovizioso, com 208 pontos.
Outro piloto que perdeu contato foi Maverick Viñales, da Yamaha, que concluiu
ambas as corridas na 4ª colocação, mantendo-se em 3º no campeonato, com 196
pontos. Dani Pedrosa apareceu bem forte em Aragão, e até tentou discutir a
vitória com Márquez, mas o tricampeão mundial foi firme em deixar claro que não
abriria nenhuma brecha para seu parceiro de time, que teve de se contentar
mesmo com o 2º lugar, e assumindo a 4ª colocação no campeonato, com 170 pontos.
Por outro lado, Valentino Rossi, que havia quebrado a perna em um acidente de
enduro há algumas semanas, desfalcou a Yamaha na etapa de San Marino, mas
surpreendeu os médicos com sua recuperação, e voltou à competição em Aragão,
três semanas após o seu acidente. E, levando-se em conta suas condições
físicas, o “Doutor” mostrou categoria: largou em 3º no grid, e durante boa
parte da prova foi o 2º colocado, só perdendo o ritmo nas voltas finais,
provavelmente devido às fortes dores na perna ainda em recuperação, sendo
superado por Dani Pedrosa e seu companheiro de time Viñales, terminando a
corrida de Aragão em 5º lugar. Com este resultado, Rossi caiu para a 5ª posição
na classificação, acumulando 168 pontos. Rossi, aliás, quando foi superado por
Pedrosa, ainda levou uma reclamação do espanhol, que afirmou que o italiano lhe
deu uma fechada desleal quando estava para ser ultrapassado por ele. O “Doutor”
não deixou barato, e retrucou que se Pedrosa reclama assim, que corresse
sozinho na pista. Aliás, Pedrosa anda devendo melhor performance, se for
comparado com Marc Márquez, que desde que chegou à Honda já conquistou 3
títulos em 4 anos, e caminha firme para tentar o 4º título, enquanto Dani até
agora nem conseguiu incomodar Márquez na disputa do campeonato em nenhuma
ocasião...
Ainda não foi desta vez que Jorge Lorenzo conseguiu vencer na MotoGP
pela Ducati: o piloto espanhol fez em Aragão sua melhor apresentação na
temporada, tendo largado na primeira fila e liderado a corrida por um bom
tempo. Mas, no final, Jorge acabou sucumbindo à pressão da dupla da Honda, que
estava com uma performance muito forte na pista espanhola. Lorenzo repete,
assim, o seu melhor resultado na temporada, obtido em Jerez de La Fronteira,
onde também foi o 3º colocado, perdendo, por coincidência, justamente para a mesma
dupla da Honda, mas em ordem invertida, já que o triunfo na pista da Andaluzia
acabou com Pedrosa, com Márquez sendo o 2º colocado. Mas, em termos de
performance, a apresentação de Lorenzo em Aragão foi mais significativa, uma
vez que o piloto da Ducati, mesmo superado pela dupla da Honda, nunca ficou
muito para trás, tendo cruzado a linha de chegada com apenas 2s de desvantagem
para o vencedor, enquanto na prova de Jerez, a diferença havia ficado na casa
de 14s7. Com a evolução da Ducati, Lorenzo ainda tem esperanças de pelo menos
vencer alguma corrida até o fim do campeonato. Mas a disputa promete ser
complicada: faltam quatro corridas para encerrar a competição, em Motegi
(Japão), Phillip Island (Austrália), Sepang (Malásia), e Valência (Espanha), e
a depender das possibilidades de conquistar o título com Andrea Dovizioso,
talvez a Ducati venha fazer o jogo de equipe e priorizar o piloto italiano,
ainda mais agora que Márquez abriu vantagem na classificação do campeonato, que
precisará ser descontada nas corridas que faltam no campeonato...
Quase quatro anos depois de sofrer um acidente andando de esquis numa
estação de inverno na França, o estado de saúde de Michael Schumacher ainda é
um completo mistério, e recentemente, foi noticiada a possibilidade de se
transferir o ex-piloto para os Estados unidos, para efetuar tratamento com um
médico estadunidense especialista em lesões cerebrais, chamado Dr. Mark Weeks,
na cidade de Dallas, Estado do Texas. Tudo leva a crer que a situação do
heptacampeão segue extremamente delicada, e cujas chances de recuperação devem
ser escassas, a se confirmar tal procedimento, o que indicaria que seu estado
de saúde ainda deve ser muito débil. Como de costume, a família não fornece
maiores detalhes sobre o assunto...
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