Saudações a
todos os leitores. Hoje trago novamente um de meus antigos textos, e este foi
publicado no dia 13 de março de 1998, e o assunto abordado era a expectativa
sobre o campeonato da F-CART daquele ano, que começava cheio de esperanças de
vermos um desafio mais equilibrado contra a equipe Chip Ganassi, campeã nos
dois anos anteriores, com Jimmy Vasser e Alessandro Zanardi. Havia boas
expectativas, e até houve boas disputas e corridas, mas no final, a Ganassi, e
especialmente Zanardi, mostrariam sua força, e o italiano seria bicampeão da
categoria, e tentaria refazer sua imagem na F-1 no ano seguinte.
De quebra,
entre os pilotos estreantes naquele ano, os brasileiros Tony Kanaan e Hélio Castro
Neves, que anos depois migrariam para a IRL, onde estão até hoje, praticamente
20 anos depois. Quem também estreava na competição era um certo escocês chamado
Dario Franchiti, que muitos anos depois se tornaria tetracampeão da Indy Racing
League. Naquele ano, Michael Andretti e Bobby Rahal ainda eram pilotos, e hoje
ambos são donos de equipes. Bom, Rahal já era dono de seu próprio time, que
estreara em 1992 com vitória do próprio, no que foi o único campeonato ganho
pela escuderia Rahal. De quebra, o calendário da Indy Lights de 1998, e algumas
notas rápidas sobre a F-CART. Aproveitem o texto, e em breve trago mais colunas
antigas por aqui...
O MUNDO DOS OVAIS
Mais
velocidade neste domingo. Agora é a F-CART que dá a largada para o seu
campeonato de 1998. E, como não poderia deixar de ser, mais uma vez a categoria
mostra muito boas perspectivas para este ano. Fica a dúvida de como a equipe
Chip Ganassi, campeã de 96 e 97, irá se comportar nesta temporada. Alessandro
Zanardi, o atual campeão, e Jimmy Vasser, seu companheiro de equipe e campeão
de 96, conseguiram excelentes resultados nos testes feitos até agora, dando a
entender que a concorrência terá de suar muito para batê-los novamente.
E vontade
para isso é o que não falta. As maiores ameaças ao poderio da Chip Ganassi vêm
de dois times, principalmente: a Walker, que foi vice-campeã de 97 com Gil de
Ferran, vem mais do que preparada para abater a equipe campeã neste ano. O
piloto brasileiro obteve excelentes marcas nos testes, comprovando ter um carro
muito bom para o campeonato. A outra ameaça potencial é a Newmann-Hass. Michael
Andretti e Christian Fittipaldi fizeram muitos testes desde a última etapa do
campeonato do ano passado até agora, e o novo carro Swift/Ford mostrou-se
incrivelmente rápido em todos os circuitos onde o time treinou. Os problemas
mecânicos surgidos em 97, ano de estréia do chassi Swift, não deverão se
repetir com a mesma freqüência nesta temporada.
Mas entre
os brasileiros, há mais 2 pilotos com bom potencial para o campeonato. Maurício
Gugelmim, da PacWest, terminou o campeonato de 97 com a cotação em alta, o
mesmo valendo para sua equipe. Já André Ribeiro teve a sua chance de subir para
um time de ponta em definitivo, sendo agora piloto da Penske, o melhor time da
categoria. Só há um problema mais crônico para ambos: o novo motor Mercedes,
derivado de seu similar utilizado na F-1. O problema é que, enquanto os motores
de F-1 que equipa a McLaren mostram perfeito funcionamento, como atestou a
dobradinha da equipe de Ron Dennis na Austrália, o motor desenvolvido para a
F-CART ainda apresenta diversos problemas de gerenciamento eletrônico. E, até
estes problemas serem sanados, os times da Mercedes podem enfrentar problemas
adicionais nas primeiras etapas do certame. A PacWest preferiu se prevenir e
vai correr as etapas iniciais, em Miami e Motegi, com os carros e motores
utilizados em 97. Como o motor ainda não atingiu a confiabilidade necessária, e
como o motor de 98 não se encaixa no carro do ano passado, o time de Bruce
McCaw preferiu conseguir uma performance mais discreta, porém mais segura, do
que ficar com ambos os carros pelo caminho nas duas corridas.
Temos dois
brasileiros estreantes na categoria: Tony Kanaan, campeão da Indy Lights no ano
passado, é o único piloto da equipe Tasman; já Hélio Castro Neves, vice-campeão
da categoria de acesso, será o único piloto da equipe Bettenhausen, onde terá a
consultoria técnica de Émerson Fittipaldi. Ambos têm bom suporte técnico de
suas escuderias, e mesmo admitindo que o ano é de aprendizado, poderão fazer
bonito em diversas etapas.
O último
brasileiro na categoria é Roberto Moreno, que irá disputar as etapas iniciais
em ovais como piloto da equipe Project Indy no lugar de Christian Danner. Para
disputar o restante do campeonato, Moreno ainda terá de arranjar patrocínio.
A equipe
Green dobrou seu efetivo, assim como a Forsythe. Greg Moore terá a companhia do
piloto-revelação de 97, Patrick Carpentier. Já a Green trocou seu piloto Parker
Johnstone por Paul Tracy e ainda chamou Dario Franchiti para ser o segundo
piloto do time no campeonato.
A equipe
Hogan terá seu único carro confiado ao finlandês J.J. Letho, que tenta dar a
volta por cima depois de sua pífia passagem pela Benetton em 1994 na F-1. Já
Bobby Rahal, proprietário da Rahal Racing, afirma que este será seu último ano
como piloto. Seu time conta ainda com Bryan Herta, um piloto considerado de bom
potencial.
Ainda temos
a Patrick Racing, com Scott Pruett e Adrian Fernandez, tentando se firmar como
time de ponta. Do restante, nem vale a pena comentar, pois não terão muitas
chances de aparecer. Mas, poderosos ou não, todos têm um único objetivo em
mente: vencer a Ganassi. E o primeiro round é neste domingo, em Miami, no
complexo de Homestead, que foi reformado para melhorar o traçado oval, que
agora tem um formato mais redondo, o que irá permitir maiores disputas e
ultrapassagens. Pode-se até dizer que é outro circuito, se comparado com o
traçado que sediou a corrida em 97. E, para o fim do mês, outro circuito fará
sua estréia no campeonato: Motegi, no Japão. Preparem-se, fãs da velocidade!
Chegou a vez dos circuitos ovais da F-CART, e os motores já começaram a
roncar...
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