sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O ADEUS DE HÉLIO NA INDY


A última vitória de Helinho em Iowa, este ano, como participante regular da Indycar.

            O que já era ventilado nos últimos tempos, acabou de ser confirmado: Hélio Castro Neves encerrou sua participação na Indycar e a partir do próximo ano, irá disputar o IMSA Wheater Tech Sportscars Campionship, categoria de endurance nos Estados Unidos, como um dos pilotos da equipe que Roger Penske acabou de montar, em parceira com a Honda. Os outros pilotos já confirmados para disputar a competição, ao lado do brasileiro, são Juan Pablo Montoya, e Dane Cameron, que dividirão um dos dois carros do time na competição. Helinho fará dupla com outro piloto cujo nome ainda será divulgado.
            Com isso, a Indycar sofre uma baixa considerável. O piloto brasileiro era um dos mais populares competidores da categoria, que até tentou dissuadir Roger Penske de tirar Hélio de lá, mas não deu certo. Hélio deixa as categorias Indy após 20 anos de disputas, desde a sua estréia, em 1998, pelo time de Tony Bettenhausen, egresso da Indy Lights, onde competiu por duas temporadas, em 1996 e 1997, sendo 7º colocado no primeiro ano, e vice-campeão no segundo, perdendo a disputa do título para Tony Kanaan. Foram 4 vitórias nos dois anos, e colocaram Helinho no radar dos donos dos times da F-CART.
            O brasileiro fez um ano satisfatório de estréia na competição, disputando o campeonato com uma escuderia média, e finalizou em 17º na temporada, com 36 pontos, tendo como melhor resultado um 2º lugar em Milwaukee. Ao fim do ano, mudança para a equipe de Carl Hogan, outro time médio, e esperar por melhor sorte. Acabou em 15º lugar, com 48 pontos, e novamente um 2º lugar, na pista de Gateway, como melhor resultado no ano. As opções de Hélio para o ano seguinte não eram das melhores, e o brasileiro provavelmente teria ficado a pé, não fosse a tragédia que se abateu na categoria na última prova da temporada de 1999, com o falecimento de Greg Moore na pista de Fontana, na Califórnia. O piloto canadense já estava confirmado para ser o companheiro de Gil de Ferran na equipe Penske, e com sua morte, Helinho acabou contratado como substituto. E ele não decepcionou Roger Penske.
            Logo em sua primeira temporada em um time de ponta, Hélio faturou 3 corridas, e foi 7º colocado na competição, um resultado nada mal, mesmo considerando que Gil de Ferran, seu parceiro,foi o campeão. Ainda marcou 3 pole-positions, mostrando que era um piloto veloz. Na sua primeira vitória, em Detroit, ele parou o carro após a bandeirada, e escalou o alambrado, acenando para a torcida em frente, o que lhe valeu a alcunha de “Homem-Aranha”, e onde começou a se tornar um dos pilotos mais carismáticos e populares da categoria. No ano seguinte, Hélio venceu novamente 3 corridas, e foi o 4º colocado na classificação, com Gil conquistando o bicampeonato. Mas Helinho teve sua maior glória ao vencer pela primeira vez as 500 Milhas de Indianápolis em 2001, e escalando o alambrado do famoso oval de Indiana no seu estilo característico.
            A partir de 2002, com a mudança da Penske da F-CART para a IRL, Helinho seguiu junto com o time, e conquistou a sua segunda vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, além de ser vice-campeão da categoria, perdendo o título para Sam Hornish Jr. E, de lá para cá, Hélio cumpriu nada menos do que 18 de suas 20 temporadas nas categorias Indy, tornando-se um patrimônio da equipe Penske, ganhando a confiança total de Roger Penske, a ponto de se tornar amigo pessoal da família do chefe. Em fins de 2008 e início de 2009, quando Helinho foi acusado de sonegação por parte do fisco dos Estados Unidos, ele foi totalmente amparado pelo patrão. Inclusive, quando foi dado o veredicto final, com a absolvição do piloto, a categoria estava disputando os treinos para a corrida de Long Beach, e o brasileiro teve praticamente o jato de Roger Penske pronto para levá-lo até a Califórnia, onde ele sentou no carro imediatamente e disputou a corrida. E o brasileiro ainda venceria no mesmo ano pela terceira vez as 500 Milhas de Indianápolis, entrando para os anais da história da famosa corrida como um de seus mais vitoriosos pilotos, perdendo apenas para a trinca formada por Rick Mears, Al Unser, e A. J. Foyt, todos com 4 triunfos.
O primeiro triunfo nas 500 Milhas de Indianápolis, em 2001. O brasileiro tornaria a vencer no ano seguinte, e em 2009, e segue firme na busca da quarta vitória.
            Aliás, é pela confiança que Hélio está mudando de categoria. Roger Penske e o brasileiro formaram um vínculo de união como poucos, e Helinho se mantém fiel ao seu chefe, e por isso mesmo, apesar de preferir continuar na Indycar, irá defender o novo projeto de Penske na categoria de endurance. Mais do que a confiança de um chefe em seu piloto, Hélio não estará dando adeus por completo à Indycar: ele terá carro garantido para disputar as 500 Milhas de Indianápolis, com o intuito de alcançar não apenas as 4 vitórias dos maiores vencedores da história da corrida, mas até superá-los, quem sabe. Roger Penske sempre valorizou os triunfos de Helinho em Indianápolis, e este ano, por pouco o brasileiro não venceu a prova novamente. Aliás, Hélio por 3 vezes foi o segundo colocado na Indy500, tendo chegado nesta posição em 2003, 2014, e 2017. Roger Penske dá muita importância à Indy500, e sabe que Hélio, assim como ele, tem grande interesse em vencer mais vezes na Brickyard Line.
            Nas estatísticas, Hélio deixa sua participação nas categorias Indy com nada menos do que 344 largadas, 30 vitórias, e 54 pole-positions. Ele ainda teve 41 segundos lugares, e chegou 22 vezes na terceira posição, números nada desprezíveis. O único ponto negativo mesmo vai para a falta de um título. Em todas essas 18 temporadas guiando para o time de ponta da Penske, Hélio conseguiu quatro vice-campeonatos, em 2002, 2008, 2013, e 2014. Não seriam resultados tão ruins, não fosse o fato de que, neste período, Hélio viu vários companheiros de equipe serem campeões, começando por Gil de Ferran, que foi bicampeão em 2000 e 2001. Em 2006, ele viu Sam Horsnish Jr. vencer e se tornar bicampeão, enquanto ele foi o 3º colocado. Em 2014, foi Will Power quem se sagrou campeão, deixando o brasileiro novamente na fila de espera, tendo finalizado o ano como vice-campeão. E nas últimas duas temporadas, Simon Pagenaud e Josef Newgarden foram campeões com a Penske, enquanto Hélio terminou estes anos em 3º e 4º lugares, respectivamente. Competindo por um time de ponta como a Penske, não deixa de ser um marco negativo na carreira de Hélio, que acumula assim dois reveses de título para seu compatriota Tony Kanaan, que foi campeão de Indy Lights em 1997, derrotando justamente Helinho, e sendo campeão da IRL em 2004.
            Nos últimos anos, contudo, o piloto brasileiro veio tendo um jejum de vitórias, que já não vinham mais ocorrendo no mesmo ritmo de antes. Os triunfos passaram a ficar escassos, e em duas temporadas, praticamente não conseguiu vencer nenhuma corrida, em 2015 e 2016, que somados ao tempo sem vencer em 2014 e 2017, deu praticamente três anos de ausência de vitórias na Indycar. Chegando aos 40 anos, deu a impressão de que Hélio, apesar dos bons resultados, já poderia estar sentindo o peso da idade, o que não é verdade. Mas também não se pode negar que vários resultados neste período recente acabaram aquém do esperado por vários problemas, alguns alheios ao controle do piloto, outros nem tanto. Uma percepção que não pega muito bem quando seus novos companheiros de time vencem e conquistam títulos. Não que isso tirasse a popularidade e a fama de Hélio perante a torcida ou os patrocinadores, que nunca deixaram de apoiar o brasileiro todos estes anos.
Hélio se tornou íntimo como poucos de Roger Penske, tendo completa confiança de seu chefe em sua capacidade.
            Para o torcedor brasileiro, fica a perda de um de nossos representantes na competição, que terá então apenas Tony Kanaan competindo por todo o campeonato de 2018, defendendo o time da Foyt Enterprises. Mesmo com a possível chegada de Mateus Leist e Victor Franzoni para breve, até o presente momento, teremos somente o piloto baiano como representante do Brasil no grid da categoria no próximo ano, pelo menos disputando todo o campeonato, já que Hélio deverá estar presente nas provas disputadas em Indianápolis. Fica preocupante em se manter o interesse na competição, que já não vinha sendo grande coisa nos últimos anos por parte da Bandeirantes, que no presente momento está apenas mantendo o cumprimento do atual contrato de transmissão firmado com a direção da Indycar. Mas, e depois? Já tivemos inúmeros nomes na categoria, mas a grande maioria não vingou, ou por falta de resultados, ou pela necessidade de se arrumar patrocínios, situação complicada nos tempos atuais.
            Mas Helinho nada tem a ver com isso. Como piloto e profissional, ele estará na pista onde sua equipe, a Penske, lhe designar, e o Wheater Tech Sportscar vem crescendo bastante em importância no universo de competições, não apenas nos Estados Unidos, mas até mesmo no mundo, com vários pilotos manifestando interesse em participar da disputa, e onde já se encontram alguns brasileiros, como Christian Fittipaldi, Oswaldo Negri Jr., e mais recentemente, Pipo Derani, que vem mostrando muita competência e personalidade. Que Helinho se mantenha competitivo, e dê o seu melhor na disputa das provas da Endurance, e possa ser bem-sucedido nelas como foi em sua maior parte da carreira nas categorias Indy. Criticado por muitos fãs por não ter sido campeão, Helinho deve satisfações somente a si mesmo, e a seu time, que sempre esteve do seu lado nos momentos de necessidade.
            Portanto, vida longa a Hélio Castro Neves no IMSA Wheatertech Sportscar Campionship. Ele pode ter dado adeus à Indycar em tempo integral, mas ainda demonstra ter muita lenha para queimar, e vai dar o seu melhor ainda por vários anos. Que seja feliz em sua nova fase na carreira. Ele mais do que merece. Boa sorte, Helinho!


Uma hora tinha que desencantar. Max Verstappen vinha fazendo uma temporada abaixo das expectativas, com muitas quebras e algumas confusões, enquanto Daniel Ricciardo vinha acumulando vários pódios, além de uma vitória na pista de Baku. Os infortúnios eram tantos que Max já estava sendo alcançado na pontuação por Sérgio Perez, da Force Índia. Mas, em uma corrida sem percalços inesperados, o jovem holandês, que completou 20 anos de idade no final de semana do Grande Prêmio da Malásia, ganhou o seu melhor presente de todos: sua segunda vitória na F-1, e derrotando na pista, sem problemas adversos dos concorrentes, até Lewis Hamilton. Verstappen assumiu a liderança logo no início da corrida malaia, e simplesmente não foi mais incomodado em momento algum. Hamilton, tendo a vantagem de ver Sebastian Vettel largando do fundo do grid, e recordando-se do ocorrido no ano passado, quando liderava a corrida e seu motor quebrou, adotou uma postura mais prudente, e correu para chegar, especialmente pelo fato de seu carro não apresentar a mesma performance esperada na corrida, depois de arrebatar sua 70ª pole-position na carreira. O desempenho de Verstappen chama atenção pelo fato de ele ter posto 22s5 de vantagem para Daniel Ricciardo na bandeirada. O australiano fechou o pódio, em um excelente resultado para a Red Bull, que vem crescendo de produção nesta reta final da competição. O time dos energéticos, aliás, espera outro bom desempenho aqui em Suzuka, no Japão, onde começam hoje os treinos livres para a corrida nipônica, que acontece neste domingo. No ano passado, Verstappen subiu ao pódio aqui, depois de suportar a forte pressão de Lewis Hamilton nas voltas finais da prova, com o inglês não conseguindo superar o atrevido holandês na pista. E ele está de volta para infernizar os concorrentes, podem apostar...
Depois de muitos azares na temporada, tudo deu certo para Verstappen em Sepang, e o holandês pôde enfim comemorar mais uma vitória na F-1.


A corrida da Malásia foi um desastre quase completo para a Ferrari. Punido pela troca de componentes em seu motor, Sebastian Vettel precisou largar do fundo do grid, enquanto seu grande rival na luta pelo título, Hamilton, saía na pole, e tinha todas as condições de aumentar ainda mais sua vantagem na classificação do campeonato. Vettel precisava fazer uma corrida demoníaca para reverter a desvantagem e tentar minimizar o prejuízo. A esperança era que Kimi Raikkonem, que largava ao lado de Lewis na primeira fila, pudesse pular à frente e segurar o ritmo do piloto da Mercedes até que Sebastian alcançasse o pelotão da frente, mas aí veio a ducha de água fria: Kimi nem conseguiu largar, com problemas no motor de sua Ferrari, e ficando fora de combate antes mesmo de começar a corrida. Vettel deu tudo de si e mais um pouco, e conseguiu chegar à 4ª colocação, cruzando a linha de chegada com 37s de desvantagem para o vencedor, que para sorte do alemão, não foi Hamilton, mas Verstappen, o que impediu que o tricampeão inglês aumentasse ainda mais sua dianteira na classificação. Mas a situação continua complicada: Hamilton abriu 34 pontos de vantagem para Vettel, e pode começar a administrar os resultados nas 5 provas que faltam para encerrar o campeonato. Vettel espera que o desempenho em ascenção da Red Bull aja a seu favor, impedindo Hamilton de obter melhores resultados, e confiando em não ter outro fim de semana complicado como o de Sepang, onde pelo ritmo que demonstrou, afirmou sem cerimônias que poderia ter vencido a corrida, não tivesse tido que largar na última posição. O time rosso espera ter melhor sorte aqui no Japão. Vejamos o que irá acontecer...
A Ferrari teve outro fim de semana complicado, mas o prejuízo não foi tão grande quanto em Singapura. Mesmo assim, as chances do título vão ficando cada vez mais difíceis...


Quem diria: Felipe Massa, que começou a temporada dando de goleada em cima de seu parceiro, o novato Lance Stroll, já está quase sendo superado pelo canadense na classificação do campeonato. O brasileiro é o 11º colocado, com 33 pontos, enquanto Stroll é o 12º, logo atrás, com 32 pontos. Ou seja, apenas 1 ponto separa Massa de Stroll. Certo que Felipe teve suas dificuldades, mas lembrando o tanto que o canadense se envolveu em confusões no início da temporada, o retrospecto ainda é desfavorável ao brasileiro na comparação. Assim, fica difícil Massa ainda querer permanecer em 2018...

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