De volta
com uma de minhas antigas colunas, esta foi lançada no dia 20 de março de 1998,
e o assunto debatido era a estréia de nossos representantes nos principais
campeonatos de monopostos à época, aF-1, e a F-CART. Na categoria máxima do
automobilismo, teríamos mais um período de vacas magras, com nossos pilotos na
categoria carecendo de carros competitivos para poderem mostrar do que eram
capazes. A expectativa era pelo menos conseguir fazer algo melhor do que em 1997,
mas nem isso era algo muito possível. Não bastasse nossos pilotos não terem
carros de boa performance, ainda sofriam com a falta de fiabilidade, sofrendo
os mais variados percalços. Enquanto isso, do lado de cá do Atlântico, a F-CART
atravessa uma excelente fase, e o Brasil tinha vários representantes no grid, a
grande maioria com carros competitivos que permitiam até vencer corridas. Mas,
mesmo com um equipamento menos desigual, não seria naquele ano que nossos
pilotos mostrariam sua força de fato. Gil de Ferran até que tentou, mas a
superioridade da Ganassi e de Alessandro Zanardi acabaram com as esperanças do
brasileiro e de seus demais compatriotas que ansiavam por melhores resultados e
chances de disputarem o título.
Nas notas
rápidas, os calendários daquele ano dos certames da F-3 Inglesa, e da F-Renault
Européia, além de comentários rápidos sobre a estréia da F-1 em Melbourne, na
Austrália, além de mais alguns comentários a respeito da F-CART, e da F-3
Inglesa. Aproveitem o texto, que em breve tem mais...
A LARGADA DOS BRASILEIROS
Enfim,
foram iniciados os campeonatos de 98 da Fórmula 1 e Fórmula CART. Mais uma vez,
o Brasil marca presença nos dois campeonatos. No caso da F-1, entretanto,
nossos pilotos começaram 98 com o pé esquerdo. Na Austrália, Rubens
Barrichello, Ricardo Rosset e Pedro Paulo Diniz não conseguiram nada de
positivo. De certo modo, pareceu tudo igual ao ano passado, quando nenhum de
nossos pilotos teve um bom fim de semana em Melbourne.
Na
TWR-Arrows, o panorama foi quase igual ao de 97: o carro foi feito em cima da
hora, quase sem testes, tendo que ir para a pista mostrar serviço. Diniz teve
um tremendo susto ao ver seu carro pegar fogo quando levava o monoposto para o
grid de largada antes de começar a corrida. Teve de mudar para o carro reserva,
que não permitiu nada muito melhor. Já Rubinho limitou-se a engatar a primeira
marcha, pois o câmbio quebrou na hora e sua corrida ficou em 2 míseros metros
percorridos para encostar o bólido. Rosset ainda conseguiu andar razoavelmente
bem, mas ficou a pé antes da metade da corrida.
Já na
F-CART, nossos pilotos começaram razoavelmente bem, mas tiveram inúmeros
percalços durante a prova de Miami. Gil de Ferran e André Ribeiro que o digam:
Gil liderava a corrida quando sua equipe arriscou na estratégia de Box, e com
isso, derrubou o brasileiro para a 15ª posição. Terminou a prova em 7º lugar,
posição até satisfatória. Já André Ribeiro acabou sendo traído pelos pneus,
cujo primeiro jogo estava com desgaste muito acentuado e provocou um pit stop
extra. André caiu para as últimas posições e não conseguiu recuperar as voltas
de desvantagem na prova. Nossos dois estreantes na categoria, Tony Kanaan e
Hélio Castro Neves, praticamente já foram “diplomados” nos ovais: primeira
corrida, e primeira batida no muro. Christian Fittipaldi finalmente começou bem
um ano, terminando em 4º lugar. Maurício Gugelmim acabou num decepcionante 10º
lugar, segundo ele próprio admitiu. Já Roberto Moreno, que assumiu de última
hora o carro da equipe Project Indy, conseguiu a façanha de terminar a corrida
com apenas 1 volta de desvantagem para o vencedor, Michael Andretti, mesmo que
em apenas 15º lugar.
É cedo para
fazer qualquer análise do que se pode esperar da temporada em relação aos
brasileiros, mas é certo que todos, seja na F-1 ou na F-CART, ficaram aquém de
suas possibilidades. As equipes TWR-Arrows, Stewart e Tyrrel podem fazer muito
mais do que mostraram na Austrália. Todos os times dispõem de bons orçamentos
para esta temporada. O problema é a falta de fiabilidade dos carros. Até mesmo
a Tyrrel, que estava mais adiantada do que a Stewart e a TWR-Arrows, acabou
sucumbindo a problemas mecânicos em Melbourne. Mas, mesmo que consigam resolver seus
dilemas, as possibilidades de nossos pilotos, ao menos na F-1, não parecem ser
das melhores para este campeonato.
Na F-CART,
o problema parece inverso: temos praticamente 3 pilotos em equipes de ponta,
enquanto outros 2 contam com excelentes estruturas intermediárias. Mas parece
surgir todo tipo de contratempo. Temos potencial de sobra para, mais uma vez,
disputar o título da categoria, mas fica a dúvida se esse potencial vai se
confirmar, ou se vamos ficar mais uma vez na expectativa apenas. É preciso
conter a euforia, pois há cerca de 4 anos estamos esperando um título na
categoria, e o máximo que conseguimos até agora foi o vice-campeonato de Gil de
Ferran ano passado.
Apesar de
tudo, a esperança nunca morre, e é a ela que nós nos agarramos, mais uma vez.
Que venham as próximas corridas!
CALENDÁRIOS 98: F-3
Inglesa
Data
|
Circuito
|
22.03
|
Donington Park
|
29.03
|
Thruxton
|
05.04
|
Silverstone
|
25 e 26.04
|
Brands Hatch
|
04.05
|
Oulton Park
|
17.05
|
Silverstone
|
25.05
|
Croft
|
14.06
|
Snetterton
|
10.07
|
Silverstone
|
15 e 16.08
|
Pembrey
|
30.08
|
Donington Park
|
13.09
|
Thruxton
|
27.09
|
Spa-Francorchamps*
|
04.10
|
Silverstone
|
(*) = Etapa na
Bélgica
CALENDÁRIOS 98:
F-Renault Européia
Data
|
Circuito (País)
|
22.03
|
Le Mans (França)
|
05.04
|
Silverstone (Inglaterra)
|
26.04
|
Jarama (Espanha)
|
10.05
|
Paul Ricard (França)
|
17.05
|
Ímola (San Marino)
|
07.06
|
Spa-Francorchamps
(Bélgica)
|
05.07
|
Monza (Itália)
|
30.08
|
Hungaroring (Hungria)
|
11.10
|
Hockenhein (Alemanha)
|
17.10
|
*
|
(*) = Etapa a definir
O massacre imposto
pela McLaren às demais equipes no GP da Austrália fez com que quase todas as
demais escuderias de F-1 se movimentassem intensamente. Esta semana todos
estiveram testando sem parar nas pistas de Monza, Barcelona e Silverstone. A
Ferrari, por sua vez, fez uso intensivo de suas duas pistas, em Mugello e
Fiorano. Em todas as equipes, apenas uma meta: não sofrer tamanha humilhação no
GP do Brasil, em Interlagos.
A F-3 Inglesa dá a
sua largada neste domingo, no circuito de Donington Park. Este ano, teremos 4
representantes brasileiros na disputa: Enrique Bernoldi, que corre pela equipe
Promatecme; Ricardo Maurício na Alan Docking Racing; e a dupla de pilotos da
Paul Stewart Racing, Mário Haberfeld e Luciano Burti. Todos com bons esquemas e
estruturas, e com excelentes chances de trazer para o Brasil mais uma taça de
campeão da F-3 Inglesa...
Só para lembrar,
nossos pilotos já conquistaram 7 títulos na F-3 Inglesa, a saber:
1969
|
Émerson Fittipaldi
|
1977
|
Nélson Piquet
|
1978
|
Chico Serra
|
1981
|
Maurício Gugelmim
|
1983
|
Ayrton Senna
|
1991
|
Rubens Barrichello
|
1992
|
Gil de Ferran
|
Vai começar também a
F-Renault Européia. Nosso brazucas na parada são Giuliano Losacco, Gastão
Fráguas e Hoover Orsi. Todos com chance de fazer bonito no certame...
Os motores Mercedes
surpreenderam em Homestead, na prova de abertura do campeonato da F-CART.
Nenhum quebrou, e o mais importante, conqusitaram a pole-position com Greg
Moore e por pouco não venceram a corrida com o mesmo piloto, que cruzou a linha
de chegada a míseros 0s07 de Michael Andretti, o vencedor. Um bom indício para
as demais equipes com o motor alemão, entre eles a PacWest, cujos pilotos
confessaram sua decepção com o desempenho dos carros de 97 no último domingo...
Nas transmissões da
F-CART a TVS/SBT fez a estréia de seu novo comentarista Celso Miranda no último
fim de semana. Miranda substituiu Dedê Gomez, que fazia parceria de transmissão
com Téo José e Luiz Carlos Azenha desde 1993...
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