quarta-feira, 6 de setembro de 2017

FLYING LAPS – AGOSTO DE 2017



O ano de 2017 avança firme em seu segundo semestre. E o mês de agosto já ficou para trás. Então, vamos à mais uma sessão Flying Laps, com notas sobre alguns dos acontecimentos do mundo do esporte a motor ocorridos neste último mês, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada assunto. Uma boa leitura a todos, e vamos adiante pelo mês de setembro, sempre em altíssima velocidade, característica mais do que marcante do mundo das corridas...


Andrea Dovizioso resolveu mostrar as garras nas etapas da MotoGP na Áustria e na Inglaterra. Na etapa disputada em Zeltweg, o piloto da Ducati, que largou na segunda colocação do grid, sempre esteve no ataque desde a largada, mostrando que a equipe italiana, que havia feito dobradinha na pista austríaca no ano passado, continuou a mostrar força no circuito da Estíria. Jorge Lorenzo até que iniciou bem a corrida, assumindo a liderança, e dando a entender que iria finalmente desencantar com a marca de Borgo Panigale. Contudo, à medida que a prova se desenvolvia, o tricampeão espanhol começou a perder terreno, e foi sendo superado, primeiro por Márquez, que largou na pole, e tomou a ponta, e depois por Dovizioso, que começava a mostrar muito mais ritmo que o parceiro de time. Logo atrás, a dupla da Yamaha tentava chegar mais à frente, mas o time dos três diapasões, apesar de andar próximo dos líderes, parecia não ter fôlego para atacar e tentar tomar a liderança. Mais atrás, Dani Pedrosa veio recuperando terreno e superou tanto Maverick Viñales quanto Valentino Rossi, colocando-se na terceira posição, enquanto seu companheiro Marc liderava a prova, mas sem poder descansar, com Dovizioso em seus calcanhares. E tanto insistiu que o italiano tomou a liderança de Márquez e assumiu a ponta na prova, mas sem poder também relaxar a guarda, já que o piloto da Honda estava firme no seu retrovisor. Os dois pilotos trocaram de posições em algumas oportunidades, mas nas voltas finais, era Dovizioso quem se mantinha na frente. Na última volta, na última curva, Márquez surpreendeu Andrea e passou a frente, mas perdeu a freada e permitiu a retomada da ponta pelo italiano, que venceu pela terceira vez na temporada, em um final dos mais eletrizantes dos últimos tempos, uma vez que a vitória só se decidiu nos últimos metros da corrida. Lorenzo, mais uma vez, teve que se resignar a ver o parceiro vencer uma corrida, enquanto ele ficava de fora do pódio, em 4º lugar, e fortemente acossado por Johann Zarco, da Tech3, que superou a dupla da equipe oficial da Yamaha, em uma grande corrida, finalizando em 5º lugar. Viñales foi o 5º colocado, e Rossi, o 6º. Uma prova de quão equilibrado foi o ritmo dos primeiros colocados foi o fato de Rossi, o 6º, ter cruzado a linha de chegada a quase 9s de desvantagem do vencedor Dovizioso. Mas a disputa pela liderança ficou mesmo restrita a Márquez e Dovizioso. Dani Pedrosa até tentou entrar na brincadeira, mas não conseguiu manter o ritmo dos dois ponteiros.


A etapa seguinte da MotoGP, disputada em Silverstone, mostrou outro pega bem próximo entre os líderes, tanto que entre os que cruzaram a linha de chegada, a diferença entre o vencedor e o 6º colocado foi de meros 7s, mostrando novamente uma disputa parelha e acirrada entre os pilotos. Marc Márquez mais uma vez marcou a pole-position, mas a exemplo da Áustria, o piloto da Honda acabou sendo superado no arranque da largada, desta vez por Valentino Rossi, que largando em 2º, tratou de ir para a frente e lá foi ficando, enquanto Márquez passava a ser acossado por Maverick Viñales, mas sem deixar o “Doutor” escapar na liderança da competição. Não demorou para Viñales superar o piloto da Honda. Logo atrás, Andrea Dovizioso superava Jorge Lorenzo e iniciava sua caçada às primeiras posições. Primeiro, o italiano superou Carl Crutchlow, da LCR, e sua próxima vítima foi Márquez, que assim ia ficando de fora do pódio da etapa britânica. Mas ainda havia muita corrida pela frente, e mesmo a 4ª posição ainda mantinha o piloto da Honda numa posição bem confortável no campeonato da MotoGP. Até que o motor de sua RC213V quebrou, deixando a ”Formiga Atômica” a ver navios e assistir à sua liderança do campeonato evaporar-se. Dovizioso e Viñales começaram a trocar posições, até que o espanhol da Yamaha acabou superado pelo piloto da Ducati, que foi à caça de Rossi, líder desde a largada da corrida. A três voltas do final, o “Doutor” acabou superado por Andrea, e não conseguiu reagir para retomar a posição, dando adeus às chances de vitória em Silverstone. Mas não seria o único revés para o piloto de Tavulia: Viñales veio na cola, e também superou seu companheiro de equipe, relegando Valentino à 3ª colocação. Dovizioso venceu, com Maverick em 2º. Mais uma vez, um piloto de time satélite fez uma boa prova, no caso, Carl Crutchlow, da LCR, que finalizou em 4º, à frente de Jorge Lorenzo, que largara em 5º e terminou na mesma posição, sem conseguir discutir a liderança uma única vez, apesar de ter andado sempre próximo dos ponteiros. Johann Zarco, da Tech3, foi o 6º colocado, enquanto Dani Pedrosa não teve razões para comemorar o seu 7º lugar. Com o triunfo em Silverstone, Andrea Dovizioso tornou-se o piloto com mais vitórias na temporada atual da classe rainha do motociclismo, com 4 vitórias. Maverick Viñales e Marc Márquez venceram 3 provas cada um, enquanto Valentino Rossi e Dani Pedrosa chegaram na frente uma vez cada. A próxima corrida será no dia 10 de setembro, na pista de Misano, Itália, para o GP de San Marino.


Com o triunfo em Silverstone, Andrea Dovizioso reassumiu a liderança da MotoGP, com 183 pontos, 9 à frente de Marc Márquez, com 174. E Maverick Viñales vem logo atrás, com 170 pontos. Valentino Rossi é o 4º colocado, com 157 pontos, e vai ficando mais distante da briga pelo título da temporada, e vendo Dani Pedrosa começar a ambicionar sua posição na tabela, estando com 148 pontos. O piloto da Ducati tem que começar a ser visto como um forte candidato ao título, e a Ducati, pela primeira vez em muitos anos, pode romper o domínio da dupla Honda-Yamaha na classe rainha do motociclismo, vigente há uma década, desde o título de Casey Stoner em 2007, naquele que foi o único campeonato vencido pela Ducati até hoje. E antes, o último título de um piloto não-Honda e não-Yamaha foi em 2000, com Kenny Roberts Jr., com a Suzuki, marca que está de volta ao mundial, mas que no momento ainda não tem mostrado performance para desafiar o trinômio Honda-Yamaha-Ducati, e até mesmo alguns de seus times satélites. Com seis corridas ainda para encerrar o campeonato, ainda tem muito chão pela frente, mas os ases da Yamaha e da Honda já não podem mais ignorar a presença do piloto italiano da Ducati na briga pela taça de campeão. Não apenas a Ducati tem melhorado bastante, mas Dovizioso tem feito uma temporada aguerrida e impecável até aqui. E podem estar certos de que ele não vai querer deixar a briga pelo título tão cedo assim...


Will Power teve altos e baixos nas últimas etapas de circuitos ovais da temporada 2017 da Indycar. O piloto australiano da equipe Penske teve uma performance impecável em Pocono, onde chegou a despencar para as últimas posições, e retornou à liderança contando com uma excelente estratégia de seu time, e mesmo fortemente acossado por seu colega de equipe Josef Newgarden, venceu a corrida de 500 milhas no trioval de altíssima velocidade de Long Pond, repetindo o feito do ano passado, e entrando firme na luta pelo título da temporada, no que ainda estava um pouco distante dos líderes, seus colegas no time da Penske, e Scott Dixon, da Ganassi. Mas, um dia é da caça, e o outro, do caçador, e Power viu seu bom momento virar pelo avesso na etapa seguinte, em Gateway, onde o australiano arrebatou a pole-position, mas acabou rodando logo no início da prova, com os pneus frios de seu carro não se entendendo com o novo asfalto do circuito de Madison. E Power ainda acabou atingido de forma espetacular por Ed Carpenter, que também rodou e atingiu o carro de Will, subindo em cima dele, literalmente, mas felizmente, sem causar ferimentos em ambos os pilotos, cujos únicos prejuízos foram ficar de fora da corrida. Com o abandono, Power viu suas possibilidades de título minguarem, já que seus rivais na pontuação terminaram muito bem a corrida, abrindo vantagem significativa na pontuação do campeonato.


Tensão na equipe Penske. Josef Newgarden venceu a corrida de Gateway com autoridade, mas não sem arrumar um certo frisson com Simon Pagenaud, um de seus companheiros de equipe na Penske. O piloto americano forçou sua ultrapassagem em cima do francês, na 218ª volta. Os dois carros se tocaram de leve, e Pagenaud quase foi parar no muro com a manobra, mas conseguiu controlar o carro e manter-se firme na prova, tendo como única consequência a perda da 2ª colocação para Scott Dixon. Newgarden venceu, triunfando pela 4ª vez na temporada, e assumindo a posição de grande favorito na luta pelo título da temporada. Mas os ânimos ficaram um pouco exaltados na Penske, pois a manobra foi considerada arrojada em demasia, com a possibilidade de ambos os pilotos irem parar no muro. Pagenaud foi duro nas críticas ao parceiro de time, que para ele não demonstrou respeito pelo companheiro de equipe, e fez uma manobra temerária numa pista oval àquela velocidade, que poderia ter tido consequências bem sérias. Newgarden, por sua vez, disse que não fez nada demais e que não iria se desculpar pelo ocorrido, uma vez que Pagenaud não foi parar no muro, e portanto, tudo estava bem. É legal ver competição acirrada entre companheiros de equipe, algo que as frescuras dos jogos de equipe minaram completamente na F-1, maculando as disputas e empobrecendo os duelos na pista. Mas é preciso haver um pouco de respeito pelos outros pilotos. As altas velocidades nas pistas ovais pressupõem que os pilotos terão os devidos cuidados de evitarem toques nos demais pilotos, uma vez que encostar nos outros carros pode ter consequências variadas, podendo gerar acidentes muito perigosos e até trágicos. Ao demonstrar não ter tido respeito por seu companheiro de time, e ainda achar que foi tudo normal só porque ninguém se acidentou no episódio, Newgarden pode criar um clima de cisão na Penske que Roger detestaria ver contaminar o espírito da equipe, que é sempre de união, mas sem privilegiar nenhum dos pilotos, lhes dando chances iguais de disputa nas pistas. E a última coisa que o velho Penske precisa neste momento é de uma briga interna entre os pilotos do time, que possa resultar na perda do título da temporada. Não que uma derrota para Scott Dixon vá ser o fim do mundo, mas se essa derrota vier de uma luta limpa na pista, tudo bem, faz parte do esporte. Mas, se perderem o título devido a enroscos na pista motivados por manobras irresponsáveis e sem cuidado, aí a situação muda de figura. Newgarden é um fenômeno e um dos melhores pilotos da nova geração da Indycar, e seu arrojo de pilotagem já é conhecido. Mas é preciso também ter um pouco de cuidado e respeito pelos companheiros de equipe, o que não significa não duelar de forma acirrada entre eles nas corridas. Só não pode exagerar... Aguardemos os acontecimentos das etapas finais do campeonato para ver se não haverão novos entreveros...


Enquanto a nova temporada não começa, algumas peças começam a se ajeitar nas equipes da F-E, e o time de Jay Penske, a Dragon, que tem parceria com a Faraday, anunciou a substituição de Loic Duval por Neel Jani para a temporada 2017/2018, que terá início em dezembro, em Hong Kong. Jani, que atualmente é piloto da Porsche no Mundialde Endurance, serão novo companheiro de Jérôme D’Ambrosio, que permanece no time por mais um campeonato.
 



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