O ano de 2017
avança firme em seu segundo semestre. E o mês de agosto já ficou para trás.
Então, vamos à mais uma sessão Flying Laps, com notas sobre alguns dos
acontecimentos do mundo do esporte a motor ocorridos neste último mês, sempre
com alguns comentários rápidos a respeito de cada assunto. Uma boa leitura a
todos, e vamos adiante pelo mês de setembro, sempre em altíssima velocidade,
característica mais do que marcante do mundo das corridas...
Andrea Dovizioso resolveu mostrar as
garras nas etapas da MotoGP na Áustria e na Inglaterra. Na etapa disputada em
Zeltweg, o piloto da Ducati, que largou na segunda colocação do grid, sempre
esteve no ataque desde a largada, mostrando que a equipe italiana, que havia
feito dobradinha na pista austríaca no ano passado, continuou a mostrar força
no circuito da Estíria. Jorge Lorenzo até que iniciou bem a corrida, assumindo
a liderança, e dando a entender que iria finalmente desencantar com a marca de
Borgo Panigale. Contudo, à medida que a prova se desenvolvia, o tricampeão
espanhol começou a perder terreno, e foi sendo superado, primeiro por Márquez,
que largou na pole, e tomou a ponta, e depois por Dovizioso, que começava a mostrar
muito mais ritmo que o parceiro de time. Logo atrás, a dupla da Yamaha tentava
chegar mais à frente, mas o time dos três diapasões, apesar de andar próximo
dos líderes, parecia não ter fôlego para atacar e tentar tomar a liderança.
Mais atrás, Dani Pedrosa veio recuperando terreno e superou tanto Maverick
Viñales quanto Valentino Rossi, colocando-se na terceira posição, enquanto seu
companheiro Marc liderava a prova, mas sem poder descansar, com Dovizioso em
seus calcanhares. E tanto insistiu que o italiano tomou a liderança de Márquez
e assumiu a ponta na prova, mas sem poder também relaxar a guarda, já que o
piloto da Honda estava firme no seu retrovisor. Os dois pilotos trocaram de
posições em algumas oportunidades, mas nas voltas finais, era Dovizioso quem se
mantinha na frente. Na última volta, na última curva, Márquez surpreendeu
Andrea e passou a frente, mas perdeu a freada e permitiu a retomada da ponta
pelo italiano, que venceu pela terceira vez na temporada, em um final dos mais
eletrizantes dos últimos tempos, uma vez que a vitória só se decidiu nos
últimos metros da corrida. Lorenzo, mais uma vez, teve que se resignar a ver o
parceiro vencer uma corrida, enquanto ele ficava de fora do pódio, em 4º lugar,
e fortemente acossado por Johann Zarco, da Tech3, que superou a dupla da equipe
oficial da Yamaha, em uma grande corrida, finalizando em 5º lugar. Viñales foi
o 5º colocado, e Rossi, o 6º. Uma prova de quão equilibrado foi o ritmo dos
primeiros colocados foi o fato de Rossi, o 6º, ter cruzado a linha de chegada a
quase 9s de desvantagem do vencedor Dovizioso. Mas a disputa pela liderança
ficou mesmo restrita a Márquez e Dovizioso. Dani Pedrosa até tentou entrar na
brincadeira, mas não conseguiu manter o ritmo dos dois ponteiros.
A etapa
seguinte da MotoGP, disputada em Silverstone, mostrou outro pega bem próximo
entre os líderes, tanto que entre os que cruzaram a linha de chegada, a
diferença entre o vencedor e o 6º colocado foi de meros 7s, mostrando novamente
uma disputa parelha e acirrada entre os pilotos. Marc Márquez mais uma vez
marcou a pole-position, mas a exemplo da Áustria, o piloto da Honda acabou
sendo superado no arranque da largada, desta vez por Valentino Rossi, que
largando em 2º, tratou de ir para a frente e lá foi ficando, enquanto Márquez
passava a ser acossado por Maverick Viñales, mas sem deixar o “Doutor” escapar
na liderança da competição. Não demorou para Viñales superar o piloto da Honda.
Logo atrás, Andrea Dovizioso superava Jorge Lorenzo e iniciava sua caçada às
primeiras posições. Primeiro, o italiano superou Carl Crutchlow, da LCR, e sua
próxima vítima foi Márquez, que assim ia ficando de fora do pódio da etapa
britânica. Mas ainda havia muita corrida pela frente, e mesmo a 4ª posição
ainda mantinha o piloto da Honda numa posição bem confortável no campeonato da
MotoGP. Até que o motor de sua RC213V quebrou, deixando a ”Formiga Atômica” a
ver navios e assistir à sua liderança do campeonato evaporar-se. Dovizioso e
Viñales começaram a trocar posições, até que o espanhol da Yamaha acabou
superado pelo piloto da Ducati, que foi à caça de Rossi, líder desde a largada
da corrida. A três voltas do final, o “Doutor” acabou superado por Andrea, e
não conseguiu reagir para retomar a posição, dando adeus às chances de vitória
em Silverstone. Mas não seria o único revés para o piloto de Tavulia: Viñales
veio na cola, e também superou seu companheiro de equipe, relegando Valentino à
3ª colocação. Dovizioso venceu, com Maverick em 2º. Mais uma vez, um piloto de
time satélite fez uma boa prova, no caso, Carl Crutchlow, da LCR, que finalizou
em 4º, à frente de Jorge Lorenzo, que largara em 5º e terminou na mesma
posição, sem conseguir discutir a liderança uma única vez, apesar de ter andado
sempre próximo dos ponteiros. Johann Zarco, da Tech3, foi o 6º colocado,
enquanto Dani Pedrosa não teve razões para comemorar o seu 7º lugar. Com o
triunfo em Silverstone, Andrea Dovizioso tornou-se o piloto com mais vitórias
na temporada atual da classe rainha do motociclismo, com 4 vitórias. Maverick Viñales
e Marc Márquez venceram 3 provas cada um, enquanto Valentino Rossi e Dani
Pedrosa chegaram na frente uma vez cada. A próxima corrida será no dia 10 de
setembro, na pista de Misano, Itália, para o GP de San Marino.
Com o
triunfo em Silverstone, Andrea Dovizioso reassumiu a liderança da MotoGP, com
183 pontos, 9 à frente de Marc Márquez, com 174. E Maverick Viñales vem logo
atrás, com 170 pontos. Valentino Rossi é o 4º colocado, com 157 pontos, e vai
ficando mais distante da briga pelo título da temporada, e vendo Dani Pedrosa
começar a ambicionar sua posição na tabela, estando com 148 pontos. O piloto da
Ducati tem que começar a ser visto como um forte candidato ao título, e a
Ducati, pela primeira vez em muitos anos, pode romper o domínio da dupla Honda-Yamaha
na classe rainha do motociclismo, vigente há uma década, desde o título de
Casey Stoner em 2007, naquele que foi o único campeonato vencido pela Ducati
até hoje. E antes, o último título de um piloto não-Honda e não-Yamaha foi em
2000, com Kenny Roberts Jr., com a Suzuki, marca que está de volta ao mundial,
mas que no momento ainda não tem mostrado performance para desafiar o trinômio
Honda-Yamaha-Ducati, e até mesmo alguns de seus times satélites. Com seis
corridas ainda para encerrar o campeonato, ainda tem muito chão pela frente,
mas os ases da Yamaha e da Honda já não podem mais ignorar a presença do piloto
italiano da Ducati na briga pela taça de campeão. Não apenas a Ducati tem
melhorado bastante, mas Dovizioso tem feito uma temporada aguerrida e impecável
até aqui. E podem estar certos de que ele não vai querer deixar a briga pelo
título tão cedo assim...
Will Power
teve altos e baixos nas últimas etapas de circuitos ovais da temporada 2017 da
Indycar. O piloto australiano da equipe Penske teve uma performance impecável
em Pocono, onde chegou a despencar para as últimas posições, e retornou à
liderança contando com uma excelente estratégia de seu time, e mesmo fortemente
acossado por seu colega de equipe Josef Newgarden, venceu a corrida de 500
milhas no trioval de altíssima velocidade de Long Pond, repetindo o feito do
ano passado, e entrando firme na luta pelo título da temporada, no que ainda
estava um pouco distante dos líderes, seus colegas no time da Penske, e Scott
Dixon, da Ganassi. Mas, um dia é da caça, e o outro, do caçador, e Power viu
seu bom momento virar pelo avesso na etapa seguinte, em Gateway, onde o
australiano arrebatou a pole-position, mas acabou rodando logo no início da
prova, com os pneus frios de seu carro não se entendendo com o novo asfalto do
circuito de Madison. E Power ainda acabou atingido de forma espetacular por Ed
Carpenter, que também rodou e atingiu o carro de Will, subindo em cima dele,
literalmente, mas felizmente, sem causar ferimentos em ambos os pilotos, cujos
únicos prejuízos foram ficar de fora da corrida. Com o abandono, Power viu suas
possibilidades de título minguarem, já que seus rivais na pontuação terminaram
muito bem a corrida, abrindo vantagem significativa na pontuação do campeonato.
Tensão na
equipe Penske. Josef Newgarden venceu a corrida de Gateway com autoridade, mas
não sem arrumar um certo frisson com Simon Pagenaud, um de seus companheiros de
equipe na Penske. O piloto americano forçou sua ultrapassagem em cima do
francês, na 218ª volta. Os dois carros se tocaram de leve, e Pagenaud quase foi
parar no muro com a manobra, mas conseguiu controlar o carro e manter-se firme
na prova, tendo como única consequência a perda da 2ª colocação para Scott
Dixon. Newgarden venceu, triunfando pela 4ª vez na temporada, e assumindo a
posição de grande favorito na luta pelo título da temporada. Mas os ânimos
ficaram um pouco exaltados na Penske, pois a manobra foi considerada arrojada
em demasia, com a possibilidade de ambos os pilotos irem parar no muro.
Pagenaud foi duro nas críticas ao parceiro de time, que para ele não demonstrou
respeito pelo companheiro de equipe, e fez uma manobra temerária numa pista
oval àquela velocidade, que poderia ter tido consequências bem sérias.
Newgarden, por sua vez, disse que não fez nada demais e que não iria se
desculpar pelo ocorrido, uma vez que Pagenaud não foi parar no muro, e
portanto, tudo estava bem. É legal ver competição acirrada entre companheiros
de equipe, algo que as frescuras dos jogos de equipe minaram completamente na
F-1, maculando as disputas e empobrecendo os duelos na pista. Mas é preciso
haver um pouco de respeito pelos outros pilotos. As altas velocidades nas
pistas ovais pressupõem que os pilotos terão os devidos cuidados de evitarem
toques nos demais pilotos, uma vez que encostar nos outros carros pode ter
consequências variadas, podendo gerar acidentes muito perigosos e até trágicos.
Ao demonstrar não ter tido respeito por seu companheiro de time, e ainda achar
que foi tudo normal só porque ninguém se acidentou no episódio, Newgarden pode
criar um clima de cisão na Penske que Roger detestaria ver contaminar o
espírito da equipe, que é sempre de união, mas sem privilegiar nenhum dos
pilotos, lhes dando chances iguais de disputa nas pistas. E a última coisa que
o velho Penske precisa neste momento é de uma briga interna entre os pilotos do
time, que possa resultar na perda do título da temporada. Não que uma derrota
para Scott Dixon vá ser o fim do mundo, mas se essa derrota vier de uma luta
limpa na pista, tudo bem, faz parte do esporte. Mas, se perderem o título
devido a enroscos na pista motivados por manobras irresponsáveis e sem cuidado,
aí a situação muda de figura. Newgarden é um fenômeno e um dos melhores pilotos
da nova geração da Indycar, e seu arrojo de pilotagem já é conhecido. Mas é
preciso também ter um pouco de cuidado e respeito pelos companheiros de equipe,
o que não significa não duelar de forma acirrada entre eles nas corridas. Só
não pode exagerar... Aguardemos os acontecimentos das etapas finais do
campeonato para ver se não haverão novos entreveros...
Enquanto a
nova temporada não começa, algumas peças começam a se ajeitar nas equipes da
F-E, e o time de Jay Penske, a Dragon, que tem parceria com a Faraday, anunciou
a substituição de Loic Duval por Neel Jani para a temporada 2017/2018, que terá
início em dezembro, em Hong Kong. Jani, que atualmente é piloto da Porsche no
Mundialde Endurance, serão novo companheiro de Jérôme D’Ambrosio, que permanece
no time por mais um campeonato.
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