E
o ano de 2017 segue firme em alta velocidade. Já estamos iniciando o mês de
maio, e logo, logo, estaremos na metade do ano. Realmente, o tempo por vezes
parece correr na velocidade dos bólidos na pista. E todo início de mês é hora
de mais uma edição da sessão Flying Laps, relacionando alguns acontecimentos do
mundo do esporte a motor ocorridas neste último mês de abril, com alguns
comentários de costume em cada tópico, procurando dar um giro mais rápido pelo
que aconteceu no universo mundial das corridas. Então, uma boa leitura para
todos, e até a próxima sessão Flying Laps, no próximo mês...
Hélio Castro Neves bem que impressionou
na classificação para a segunda etapa do campeonato 2017 da Indycar, ao
arrancar a pole-position para a corrida de Long Beach, no tradicional circuito
de rua do balneário californiano na Grande Los Angeles. Numa pista de difíceis
ultrapassagens, largar na frente sempre é importante, mas infelizmente o
brasileiro da Penske não conseguiu capitalizar com a conquista da pole: caiu
para trás na largada, ficando em 6º lugar. Mais adiante, Hélio ainda teve de
cumprir uma punição por excesso de velocidade no box, fazendo um stop & go,
e perdendo completamente as chances de um bom resultado na corrida, que
terminou em 9º lugar. Josef Newgarden, em sua segunda corrida pela Penske,
subiu ao pódio em 3º lugar, enquanto o atual campeão, Simon Pagenaud, cruzou a
linha de chegada em 5º lugar. Helinho só não foi o pior piloto de Roger Penske
na pista porque Will Power se estranhou com Charlie Kimball, e ambos foram
parar no muro. Se para o piloto da Ganassi a corrida terminou ali, o
australiano ainda conseguiu ir até os boxes para reparar o seu carro, e voltar
à corrida, onde finalizou em 13º lugar. Nas voltas finais, tivemos um duelo
renhido entre James Hinchcliffe, Sébastien Bourdais e Scott Dixon, mas o neozelandês
da Ganassi precisou fazer uma parada extra nos boxes, e voltou para terminar em
4º lugar. E Bourdais, em outro resultado surpreendente para a pequena Dale
Coyne, subiu novamente ao pódio, em 2ºlugar, mantendo a liderança do campeonato
da Indycar.
A corrida de
Long Beach foi complicada para alguns pilotos. Tony Kanaan, por exemplo, além
de largar em 11º, ainda se envolveu em um toque com o russo Mikhail Aleshin e
teve um pneu furado, o que o obrigou a ir aos boxes para uma parada extra,
caindo para o pelotão de trás, de onde não conseguiu se recuperar, vindo a
terminar em 15º lugar, à frente apenas de Conor Daly, entre os que receberam a
bandeirada de chegada. Mas, se o resultado de Kanaan não foi dos melhores, para
o time inteiro da Andretti Autosport a prova de Long Beach foi um desastre
completo: Marco Andretti sofreu problemas mecânicos em seu carro logo no início
da corrida, vindo a abandonar; mais à frente na prova, foi a vez de Alexander
Rossi ter problemas em seu carro, dizendo adeus à corrida também; e como
desgraça pouca é bobagem, Takuma Sato e Ryan Hunter-Reay ficaram fora de
combate por, vejam só, problemas em seus motores Honda, os mesmos que não
apresentaram problema algum com os primeiros colocados na corrida, James
Hinchcliffe, Sébastien Bourdais, em 1º e 2º; e Scott Dixon, em 4º lugar.
Michael Andretti já viveu dias menos conturbados em Long Beach...
Que a Penske é o time a ser batido na
Indycar, todo mundo sabe. Não apenas pela qualidade de seus pilotos, mas pela
capacidade técnica da escuderia. Mas o início da temporada 2017 estava
mostrando um panorama diferente do esperado: apesar do time de Roger Penske ter
obtido todas as poles, a vitória acabou com outros pilotos de outros times,
inclusive com a nanica Dale Coyne liderando a competição com o surpreendente
Sébastien Bourdais. Mas estava na hora de botar ordem na casa, e nada melhor do
que a primeira corrida em circuito misto na temporada para mostrar quem é que
manda. Na pista do Barber Motorsport, no Alabama, Will Power mais uma vez
marcou a pole-position, com direito à Penske ter toda a primeira fila do grid,
com Hélio Castro Neves, mais uma vez em excelente forma nas classificações,
largar em 2º lugar. Logo atrás, em 3º, Simon Pagenaud completava o domínio do
time de Roger Penske, e Josef Newgarden largava apenas em 7º lugar. Mas, ao
final das 90 voltas, foi justamente Newgarden a dar a primeira vitória à Penske
na atual temporada, depois de um duelo mais do que renhido com Scott Dixon nas
voltas finais pela primeira colocação. Simon Pagenaud também fez uma grande
corrida, e fechou o pódio com a 3ª colocação. Hélio Castro Neves foi um
combativo 4º lugar. Will Power, por sua vez, teve problemas em um pneu, que o
obrigou a fazer um pit stop extra, derrubando-o para a segunda metade do
pelotão, deixando o australiano apenas na 14ª posição na bandeirada. Tony
Kanaan largou em 10º, e terminou em 7º lugar. Sébastien Bourdais largou em 12º,
e com a 8ª colocação final, conseguiu se manter ainda na liderança da
competição, o que muitos consideram um feito, mas os concorrentes estão
chegando perto muito rápido.
A etapa seguinte da Indycar se deu na
pista de Phoenix, no Arizona, na primeira etapa em circuito oval da temporada.
Hélio Castro Neves pulverizou o recorde da pista para largar pela segunda vez
na pole-position na atual temporada, com seu companheiro de time Will Power
largando a seu lado na primeira fila. Mas a prova no pequeno circuito oval de
uma milha foi das mais monótonas dos últimos tempos, com raras ultrapassagens
entre os competidores. O que deu emoção à corrida foram as bandeiras amarelas:
logo no início da prova, Mikhail Aleshin rodou e envolveu mais quatro pilotos,
tirando vários competidores da corrida. O mais prejudicado foi Sébastien
Bourdais, que ali perdeu qualquer chance de se manter na liderança do
campeonato, abandonando a prova. Quem também ficou fora de combate foi Marco
Andretti, Max Chilton e Graham Rahal. Na segunda metade da corrida, outra
bandeira amarela, provocada por Takuma Sato, acabou beneficiando Simon
Pagenaud, que parou depois de todos, e conservou uma grande vantagem na
relargada. O atual campeão da categoria rumou firme para a vitória. Will Power,
depois dos azares enfrentados nas corridas iniciais do campeonato, foi o 2º
colocado, com um impressionante J.R. Hildebrand, da Ed Carpenter Racing, a
fechar o pódio na 3ª colocação. Hélio Castro Neves, que largou na pole, dominou
o início da corrida, mas suas paradas de box foram muito lentas, e o time o fez
perder posições na pista em todos os pit stops, o que deixou o brasileiro
apenas em 4º lugar. A Penske fez sua primeira dobradinha na temporada, e só não
comemorou mais porque Josef Newgarden roçou o bico de seu carro em outro
competidor e precisou ir ao box efetuar reparos, o que o deixou em 9º lugar na
bandeirada de chegada. Tony Kanaan disputou sua melhor prova no ano, e foi um
combativo 6º lugar, logo atrás de seu companheiro de time Scott Dixon. E mais
uma prova para esquecer no time de Michael Andretti: seus quatro pilotos
ficaram novamente pelo caminho...
A Yamaha fez dobradinha na segunda etapa
do campeonato 2017 da MotoGP, em Termas de Rio Hondo, na Argentina, com mais
uma vitória de Maverick Viñales, faturando seu segundo triunfo em sua segunda
corrida pela equipe dos três diapasões, e com isso disparando na liderança da
competição. Valentino Rossi bem que tentou estragar os planos de seu
companheiro de equipe, mas não foi capaz de desalojar Maverick do primeiro
lugar na etapa argentina. Marc Márquez largou na pole-position, e parecia determinado
a vencer a corrida, mas acabou caindo sozinho quando liderava a prova. Com o
piloto da Honda fora de combate, as Yamaha deitaram e rolaram, apesar de Rossi
ter tido que se defender de um impressionante Carl Crutchlow, da LCR Honda, que
o infernizou na disputa pelo pódio, mas tendo que se contentar com a 3ª posição
final. Dani Pedrosa também ficou pelo meio do caminho, ajudando a Honda a ter
um dia bem ruim na Argentina. Quem também não teve o que comemorar em Termas de
Rio Hondo foi a Ducati, com o abandono de sua dupla de pilotos, Andrea
Dovizioso e Jorge Lorenzo.
Depois do revés na Argentina, Marc
Márquez chegou a Austin determinado a manter sua hegemonia no Circuito das
Américas, na etapa seguinte do campeonato da MotoGP. E o atual tricampeão mostrou
a que veio nos treinos, arrancando a pole-position e deixando a dupla da Yamaha
e o colega de equipe Dani Pedrosa comendo poeira. Mas, na corrida, quem se deu
melhor inicialmente foi Pedrosa, que arrancou de sua 4ª colocação para assumir
a liderança logo na primeira curva, surpreendendo a todos. E mantendo um ritmo
forte, Pedrosa obrigou Márquez a ir com tudo na disputa de posição pela
liderança da corrida, que durou praticamente metade da prova, até que Marc
finalmente conseguiu reassumir a liderança, mas sem conseguir tirar Dani de
seus calcanhares. Mas o atual campeão da classe rainha conseguiu se distanciar,
e Pedrosa começou a ter problemas com Valentino Rossi, que se aproximava
rapidamente. Não deu outra: o “Doutor” superou o espanhol a três voltas do
final da corrida, abrindo distância e tentando ir para cima de Márquez, que não
deu qualquer chance de aproximação ao italiano da Yamaha. E Márquez manteve sua
invencibilidade em Austin, conquistando sua primeira vitória na temporada, e
iniciando sua reação na luta pelo título. Com a segunda colocação, Valentino
Rossi assumiu a liderança da competição. Dani Pedrosa foi o 3º colocado,
fechando o pódio. E Maverick Viñales sofreu seu primeiro azar na temporada, ao
cair da moto sozinho na primeira parte da corrida, e vendo seu companheiro de
equipe assumir a dianteira na classificação. Carl Crutchlow, da LCR Honda, fez
outra boa corrida, terminando em 4º lugar. E a KTM continua penando para
melhorar tanto na classificação quanto na corrida: em Austin, só conseguiu ser
melhor do que a Aprillia, o que não serve muito de consolo...
Mais um ponto negativo no mundo do
automobilismo ocorreu neste mês de abril. No dia 22, um dos kartistas que
disputavam uma etapa do Campeonato Asturiano de Kart, no kartódromo de propriedade
de Fernando Alonso, em La Mogral, sofreu um forte acidente durante os treinos
livres. Levado para o hospital, Gonzalo Basurto, de 10 anos de idade,
infelizmente não resistiu aos ferimentos e faleceu. Fernando Alonso, que estava
nos Estados Unidos, acompanhando a etapa da Indycar no Alabama, ficou arrasado
pela notícia da morte do jovem piloto.
No último dia 16 de abril, outro
acidente violento vitimizou o piloto Billy Monger, de 17 anos, durante uma
etapa da F-4 Inglesa, disputada no circuito de Donnington Park. O piloto, sem
visão acertou o carro parado de outro competidor na pista, e o procedimento de
retirada do competidor das ferragens do carro foi bem demorado. Submetido a
cirurgia, Monger precisou ter as duas pernas amputadas, em decorrência das
sérias lesões sofridas. A família iniciou uma campanha de doações para custear
o seu tratamento de recuperação, e já tinha conseguido arrecadar mais de R$ 2
milhões até o fechamento deste texto, com doações inclusive de vários pilotos
da F-1, como Max Verstappen, e Jenson Button, entre outros. Que o piloto
consiga se recuperar bem, e sua família já avisou que ele pretende continuar no
automobilismo, mesmo com a perda de suas pernas. Boa sorte, e que tudo corra
bem para ele.
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