Red Bull (acima) e Mercedes (abaixo) já mostraram sua adequação às novas regras de identificação dos pilotos nos carros. |
Este é o primeiro GP
do calendário onde as escuderias trazem seus motorhomes e o paddock atrás dos
boxes é recheado com as construções dos times, que montam suas sedes
provisórias para suas atividades de marketing, negócios, e até mesmo encontro
do pessoal. Já vão longe os tempos em que as equipes apenas estacionavam seus
ônibus e caminhões convertidos e se viravam para fazer tudo do jeito que dava.
Hoje, as estruturas são colossais, mesmo dos times mais modestos.
E é nesta corrida que
passa a valer a nova regra da FIA para tornar mais visível o número dos carros
e os nomes dos pilotos. O objetivo é proporcionar ao público, via televisão ou
nas arquibancadas, melhores condições de conseguir saber quem é o piloto que
está passando naquele determinado momento. E não é para menos: nos últimos
tempos, os times foram encolhendo cada vez mais os números de identificação dos
carros, e com a moda de alguns pilotos de mudar de capacete de corrida para
corrida, não é exagero afirmar que tornava-se complicado identificar quem era
que estava em tal carro apenas pela observação visual. E, se pelo monitor ou
pela TV já era ruim, imagine para quem estava na arquibancada, que via o carro
passar e por vezes ficava sem saber quem estava ao volante? O objetivo da FIA,
em conjunto com as novas ações do grupo Liberty Media, é fazer com que os fãs
tenham maior interação com os pilotos, e nada melhor do que lhes dar condições
de identificar, por si sós, quem é o piloto ao volante de cada carro.
É lógico que alguns
times chiaram. Nos últimos tempos, com o aspecto comercial tendo cada vez mais importância,
até o espaço antes destinado aos números passou a ser ocupado por
patrocinadores, em que pese não serem todos os times a conseguirem ocupar todos
os espaços das carenagens de seus bólidos. E eles alegam que a nova regra baixada
atrapalha por ocupar um espaço que lhes seria muito mais útil se fosse ocupado
por patrocínios. O argumento é válido, mas também fraco: nada que um pouco de
criatividade não resolva a situação. E acho muito importante poder identificar,
de longe, quem está na pista. Há algum tempo atrás, a FIA também já tinha dado
um passo neste sentido ao proibir que os pilotos ficassem mudando o visual de
seus capacetes a torto e a direito como alguns vinham fazendo. Nos velhos
tempos, os pilotos raramente mudavam o visual de seus “cascos”, e por isso
mesmo, possuíam uma identidade visual facilmente reconhecida pelos fãs, uma
empatia que tenta se recriar ultimamente. Os números terão de apresentar um
tamanho de cerca de 230 mm, no mínimo, enquanto as abreviações dos nomes dos
pilotos, tal como são vistos nas informações de cronometragem, terão 150 mm, no
mínimo.
E, se alguns capacetes
ainda são difíceis de identificar (confesso que ainda não consegui memorizar
vários deles), pelo menos o fato dos pilotos usarem agora numeração fixa, outra
regra implantada também há pouco tempo, ajuda sobremaneira a distinguir os
pilotos. E cada time adotou sua própria solução para atender à nova regra. Alguns
times, como a Mercedes, a Red Bull e a Hass resolveram aproveitar o espaço
livre nas “barbatanas” em cima da tampa do motor para ali estampar números e
abreviação dos nomes de seus competidores, com layouts variados. Na Williams,
que já tem um design sóbrio na sua pintura, nada de mais: apenas aumentaram o
tamanho dos números para se adequar à regra. Cada time tem liberdade para escolher
onde colocar a numeração e a abreviação do nome do piloto. A única obrigação é que
obedeça ao tamanho mínimo exigido, e que seja plenamente visível de longe. A
Force India, por sua vez, precisou rebolar um pouco para cumprir a regra, já
que a maior parte do espaço da carenagem estava “ocupado”, mas nada que não se
conseguisse resolver com um pouco de vontade...
Os carros da equipe Tyrrel na temporada de 1973 e seus vistosos números de identificação. Abaixo, Nigel Mansell ostentando o seu famoso "red five" nos tempos da Williams. |
A Ferrari, numa sacada
legal, resolveu colocar a numeração de seus pilotos com um visual retrô, bem ao
estilo do que se via antigamente nos carros de competição da categoria máximo do
automobilismo. E é bom que se diga: nos velhos tempos, os números eram mais do
que visíveis, com alguns carros estampando sua numeração em tamanhos garrafais,
de modo que era impossível ignorá-los no design das pinturas. E alguns números
ficaram bem conhecidos e até célebres. Quem não lembra do famoso “red five”,
como era chamado o inglês Nigel Mansell, em seus tempos de Williams, nas
temporadas de 1985 a 1988? O outro carro do time, que usava o número 6 nestes
anos, era usado em branco, tanto por Keke Rosberg (1985) quanto por Nélson
Piquet. Mas o número 5 utilizado pelo piloto inglês era vermelho, e assim foi
enquanto ele pilotou para o time de Frank Williams, inclusive retomando essa
característica nas temporadas de 1991 e 1992. Em 1994, nas poucas corridas que
disputou na escuderia inglesa, ele usou o número 2, mas igualmente pintado de
vermelho.
Gilles Villeneuve, e o número "27" imortalizado pelo piloto canadense. |
Não nos esqueçamos do
lendário “27”, imortalizado por Gilles Villeneuve, que o usou na maioria das
corridas que disputou pela Ferrari em sua curta, mais audaciosa carreira na
categoria máxima do automobilismo. Até hoje os tiffosi guardam com carinho a
lembrança do intrépido piloto canadense ao volante dos carros vermelhos com
esse número. Em 1979, por exemplo, Gilles correu com o número 12 em seu carro,
mas este detalhe não costuma ser relevante para os fãs do time de Maranello
como do piloto: para eles, Villeneuve será sempre o eterno 27.
Ayrton Senna com o número "12" em sua lendária Lotus preta e dourada. |
Dos pilotos
brasileiros, é de recordar que Ayrton Senna, durante as temporadas em que
defendeu a Lotus, usou sempre o número 12. Houve uma pré-temporada onde Ayrton
conduziu o carro preto e dourado com o número 11, mas foi solicitada a volta ao
número 12 a fim de aproveitar o material fotográfico já produzido com o
brasileiro. E Senna ainda correria sua primeira temporada pela McLaren
ostentando este número, antes de partir para exibir vistosamente o número “1”
de campeão nas temporadas de 1989, 1991, e 1992. Curiosamente, na temporada de
1990, Senna correu com o número 27 estampado em sua McLaren, o que muitos
consideraram algo que veio bem a calhar para a manutenção da “mítica” do número
defendido por Gilles Villeneuve, já que Senna era um piloto extremamente
arrojado, bem ao estilo do canadense.
A idéia da FIA é
resgatar essa identificação dos pilotos com os números de seus bólidos, o que
já foi o objetivo da instituição da numeração fixa para os pilotos há alguns
anos. E agora, com uma exposição visual mais condizente, temos um passo a mais
nessa direção. Agora, cabe aos pilotos criar a empatia necessária com os torcedores
para que esse objetivo seja alcançado.
A Formula-E está de novo na
pista, e o palco é o charmoso Principado de Mônaco, onde os carros monopostos
elétricos aceleram nas ruas neste sábado. A pista utilizada pela categoria usa
parte do traçado utilizado pela F-1, mas é menor. Todo o trecho do Porto, até a
freada para a curva Saint Devote são percorridos pelos carros, que a partir
dali pegam uma rua que os conduz até a chicane do Porto, tendo uma extensão
total de 1,75 Km, com 12 curvas. Se as ultrapassagens na corrida da F-1 já são complicadas,
a situação se repete na F-E. Largar na frente é mais fundamental do que nunca
para se obter um bom resultado, pois ultrapassar é extremamente difícil. Basta
ver o que aconteceu na primeira edição desta corrida, em 2015: Sébastien Buemi
largou na pole e na dianteira da prova ficou até a bandeirada de chegada. Lucas
Di Grassi, que largou na primeira fila, em 2º lugar, também recebeu a
bandeirada nessa posição, apesar dos ataques insistentes de Nelsinho Piquet,
que largou em 4º e terminou em 3º. A prova, aliás, foi marcada por um grande
enrosco de carros na Avenida J. F. Kenedy, logo após a chicane da Saint Devote,
com vários pilotos envolvidos na confusão. Na temporada passada a corrida não
foi realizada para não coincidir com outro evento que era realizado em Monte
Carlo, mas este ano a etapa está de volta. O canal pago Fox Sports 2 mostra a corrida
ao vivo na manhã deste sábado, a partir das 10:30 Hrs., horário de Brasília. A
corrida será disputada em 51 voltas, 4 a mais do que a etapa realizada em 2015,
o que significa um desafio adicional para os pilotos no que tange ao
gerenciamento da carga de suas baterias.
No campeonato, o duelo pelo
título segue tendo o atual campeão Sébastien Buemi como o franco favorito, em
busca do bicampeonato. Mas o suíço perdeu a mão na etapa da Cidade do
México, ficando pela primeira vez na atual temporada sem conseguir marcar
pontos, o que permitiu ao brasileiro Lucas Di Grassi dar uma equilibrada na
disputa, ao vencer a corrida de forma espetacular, e ocupar a vice-liderança do
campeonato com 71 pontos, contra 76 de Buemi. Mas o brasileiro sabe que seu
adversário ainda conta com um equipamento mais competitivo, e se nada de anormal
acontecer, tem tudo para retomar o controle da competição, já que a e.dams tem
tido o melhor desempenho de performance até aqui. Mas é muito cedo para apontar
o que poderá acontecer de fato na corrida. No campeonato passado, a e.dams e
Buemi também largaram na frente, mas várias coisas aconteceram, e Lucas
conseguiu equilibrar a disputa durante a maior parte da temporada. Ainda é cedo
para afirmar que vai acontecer isso novamente, mas o que se viu no México,
depois de três corridas vencidas de forma impecável por Buemi, que parecia
disparar na classificação, mostra que surpresas nas corridas podem acontecer. O
que irá prevalecer na etapa de Mônaco: a teoria fria das expectativas do retrospecto
de performance dos times, ou o imponderável? A F-E até aqui tem se mostrado bem
surpreendente na maioria das corridas disputadas, e quem sabe não vemos outras
surpresas na prova de amanhã? A conferir...
Hoje a Indycar inicia os treinos
em Indianápolis visando a corrida de aquecimento para o grande evento da
temporada, as 500 Milhas, que serão realizadas no próximo dia 28. Neste sábado,
os times disputam o GP de Indianápolis, a ser realizado no circuito misto
criado dentro da pista oval do Indianapolis Motor Speedway. Haverá duas sessões
de treinos livres, seguida pela sessão de classificação para a corrida. A
Bandeirantes e o canal pago Bandsports transmitirão a prova ao vivo na tarde
deste sábado, a partir das16:30 Hrs., horário de Brasília. E na semana que vem
todo mundo já entra na pista focado nos treinos para a Indy500.
Por ser extremamente conhecida
por todos os times, a pista de Barcelona não tem proporcionado corridas
exatamente empolgantes nos últimos tempos na F-1. Mas há um detalhe curioso que
é interessante mencionar: na última década, nenhum piloto conseguiu vencer mais
de duas vezes na pista da Catalunha, e olha que isso abrange os períodos de
domínio da Mercedes e da Red Bull. Em 2007, o triunfo foi de Felipe Massa, com
a Ferrari. O time de Maranello repetiria a vitória em 2009, mas com Kimi
Raikkonen. Em 2009, Jenson Button venceu aqui, no ano em que a Brawn GP
surpreenderia todo mundo. Em 2010, já estabelecida como time de ponta, a Red
Bull levaria a vitória com Mark Webber. O time dos energéticos venceria
novamente em 2011, agora com Sébastian Vettel. O ano de 2012 foi marcado pela
última vitória da equipe Williams, com o venezuelano Pastor Maldonado, que nada
mais de relevante conseguiu obter na F-1. Em 2013, Fernando Alonso, com a Ferrari,
levaria seus torcedores ao delírio com seu triunfo neste circuito. O ano de
2014 foi de vitória de Lewis Hamilton, com a nova potência da categoria, a Mercedes,
que também levaria o caneco em 2015, agora com Nico Rosberg. No ano passado,
com a batida entre a dupla da Mercedes na primeira volta, coube a um
surpreendente Max Verstappen mostrar suas qualidades e levar a Red Bull de
volta ao topo do pódio, conquistando o jovem holandês sua primeira e única
vitória na F-1 até hoje. Antes dessa década, Fernando Alonso tinha sido o
vencedor em 2006, no ano em que o asturiano conquistou o bicampeonato, e a “Alonsomania”
estava mais em alta do que nunca na Espanha. E a lista de vencedores diferentes
tem algumas chances de aumentar, já que a previsão do tempo é de chuva para o
fim de semana, o que pode trazer algumas surpresas na corrida, dependendo das
circunstâncias. Mas, dos principais times, apenas dois nomes poderiam engrossar
esta listagem: Valtteri Bottas, da Mercedes; e Daniel Ricciardo, da Red Bull. O
australiano, aliás, poderia muito bem ter vencido a corrida no ano passado, se
a equipe não tivesse se embanado na estratégia do piloto, fazendo-o perder
posições na pista para a dupla da Ferrari. E Bottas, depois da boa corrida que
fez em Sochi, chegou à Catalunha com a moral em alta para tentar repetir a dose
de subir mais uma vez ao alto do pódio. Falta, claro, combinar isso com
Hamilton, e com Vettel...
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