Hora
de voltar a trazer mais textos antigos aqui no blog. Este que trago hoje foi
minha primeira coluna escrita em 1998, e o assunto era o início frenético dos
testes de pré-temporada no início do mês de janeiro daquele ano, com os times
precisando mostrar serviço para conseguir se adaptar ao novo regulamento
técnico. E a programação das escuderias da F-1 previam testes intensos durante
todo o mês de janeiro e o mês de fevereiro. Quanta diferença dos tempos atuais,
onde a pré-temporada virou uma sombra do que era feito antigamente, e ainda por
cima mandam apenas um piloto de cada vez para a pista. De quebra, tópicos
rápidos mencionando certos assuntos que estavam em voga no mundo da velocidade
naquele início de ano. Uma boa leitura para todos, e em breve trago mais textos
antigos por aqui...
ESFORÇO DE GUERRA
A
Fórmula 1 começou o ano de 1998 em alta velocidade, e com um único objetivo:
recuperar o tempo perdido. E, desde a última terça-feira, as escuderias
começaram a se mexer. A Benetton foi para Jerez de La Fronteira, na Espanha,
fazer os primeiros testes a fundo com o novo chassi B198, e com sua dupla de
pilotos titular: Alexander Wurz e Giancarlo Fisichella. Quarta-feira, foi a vez
da Ferrari fazer em Fiorano a estréia oficial de seu novo carro 98: o 649. E a
movimentação continua: segunda-feira agora, Ferrari, Williams, McLaren e Arrows
devem começar os testes também em Jerez de La Fronteira. Mais
à frente, outras equipes irão rumar para o circuito da Andaluzia para
intensivos testes até o fim de fevereiro.
Tanta
correria tem bons motivos: o novo regulamento técnico adotado pela F-1 para
esta temporada motivou grandes mudanças nos carros em algumas áreas. Com isso,
o trabalho para descobrir soluções novas e recuperar a performance antiga dos
carros tornou-se muito intenso. E, como não basta apenas trabalhar nos
projetos, os testes de pista também são vitais para o desenvolvimento dos
bólidos. Só que as coisas ficaram meio complicadas em dezembro na Europa. O
inverno está sendo um dos mais rigorosos e gelados dos últimos tempos. Várias
regiões da Europa estão com forte queda de neve. Em outros lugares, a chuvarada
está bem intensa. E foi com esse quadro de chuva, frio e neve que as equipes se
depararam em alguns circuitos no mês passado.
Barcelona
foi a pista com o maior número de testes, embora as escuderias não tenham
conseguido treinar tanto quanto desejavam. Com a pista de Estoril fechada para
reformas, Barcelona acabou sendo a única opção para as equipes. Mas o tempo
esteve meio indócil em vários dias, estragando a programação dos times. A
McLaren foi uma das equipes que encontrou más condições em quase todos os dias
de testes programados, e não conseguiu dar início a contento com os treinos dos
novos pneus da Bridgestone. Já Jean Alesi fez um show de piruetas em sua
estréia com a Sauber, sem danificar o carro. Enquanto isso, Jacques Villeneuve
acabava se acidentando com sua Williams, felizmente sem nenhuma lesão.
Mesmo
assim, algumas escuderias correram com seu serviço. A Benetton foi a primeira
equipe a aprontar o seu modelo 98, tanto que chegou a colocá-lo na pista de
Silverstone, mesmo gelada, apenas para fazer a checagem de seus sistemas. Para
não ficar atrás, a Ferrari também aprontou rápido o seu carro, tão rápido que
nem estava pintado ainda quando foi mostrado à imprensa, estando todo preto,
que é a cor da fibra de carbono com a qual o monoposto é construído.
Agora,
após as festividades de fim de ano, o trabalho recomeça com tudo. Embora o
inverno ainda esteja rigoroso, as condições meteorológicas na Espanha já trazem
uma luz no fim do túnel para a F-1. E com a temporada tendo o seu início
marcado para o dia 8 de março, o tempo urge. Vai começar uma verdadeira
maratona entre todos os times para conseguir recuperar o tempo perdido. E todas
as escuderias estão prontas para começar um verdadeiro esforço de guerra na
luta pelo tempo disponível até a estréia do mundial. Mais do que nunca, a F-1
vai correr contra o tempo como sempre faz.
A Minardi confirmou o seu novo piloto para 1998: é o argentino Esteban
Tuero, de apenas 19 anos. Já Tarso Marques ainda está com a situação indefinida
no time. Craighton Brown, seu empresário, já advertiu Giancarlo Minardi para
tomar uma posição logo, mas o italiano continua em sua lenga-lenga: ele quer
Tarso, mas não parece fazer muito esforço para isto...
A Williams já começa o ano de forma nova. Com um novo patrocinador, os
cigarros Winfield, a cor dos carros de Frank Williams passarão a ter a cor
vermelha como predominante, em lugar do azul e branco mostrado nos últimos
anos...
Raul Boesel ficou sem lugar na F-CART, mas ainda vai correr na Indy. O
piloto brasileiro fechou contrato para disputar a Indy Racing League (IRL),
pela equipe McCormack.
Já com relação ao novo nome da categoria que aqui no Brasil nós
passamos a conhecer como F-Indy, e que agora chama-se oficialmente “FedEx
Championship Series”, pelo menos aqui na minha coluna continuarei chamando de
F-CART, que eu acho muito mais simples, e sem possibilidade de confusões. Pelo
mesmo caminho segue a TVS/SBT, que continuará chamando a categoria de “Fórmula
Mundial”.
Juan Pablo Montoya, vice-campeão da F-3000 em 1997, vai ser o piloto de
testes da equipe Williams em 1998. Montoya ganhou a vaga em disputa com vários
outros pilotos, entre eles o brasileiro Max Wilson...
A Michelin já adiantou, em face da notícia do abandono da Goodyear na
F-1 ao fim de 1998, que não estará na F-1 em 1999. Mas, e no ano 2000...?
Depois de mais de 30 anos presente nas comemorações de pódios da F-1, o
tradicional champanhe Moet-Chandon retirou-se da categoria. Até o momento, não
se sabe ainda quem irá ocupar o seu lugar...
Depois do julgamento sobre a morte de Ayrton Senna na justiça italiana,
agora é a vez da justiça alemã abrir inquérito para apurar a manobra desleal
que Michael Schumacher deu em Jacques Villeneuve em Jerez de La Fronteira. Pelo
visto, se for constatado a vontade explícita de causar um acidente, Schumacher
poderá ser acusado de tentativa de homicídio. O que será que vai aparecer
depois disso?
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