A equipe KV fecha as portas e o grid da Indy 2017 fica com apenas 21 carros. |
O grid da temporada
2017 da Indycar se fechou oficialmente nesta semana, com o anúncio oficial, já
esperado, do fechamento da equipe KV Racing, que era a única escuderia que
ainda não havia definido piloto para a nova temporada. Infelizmente, Jimmy
Vasser e Kevin Kalkhoven não conseguiram encontrar patrocinadores, e optaram
por encerrar as atividades da escuderia, cujas dificuldades financeiras já
vinham desde o ano passado, quando competiu com apenas um carro em tempo
integral na temporada, com o francês Sébastien Bourdais, que fechou contrato
para correr pela Dale Coyne este ano.
Com isso, o grid da
Indycar este ano será de apenas 21 carros, o mais magro em várias temporadas, o
que mostra que as dificuldades no automobilismo não se restringem apenas à F-1,
onde seus custos exorbitantes também levaram um de seus times, a Manor, a
fechar as portas no início deste ano, sem condições de seguir na competição.
Mesmo sendo um certame com custos bem mais acessíveis, a Indy não parece mais
tão atrativa quanto já foi, haja visto que recentemente, outro time, a Panther,
também fechou as portas após perder o seu principal patrocinador, que eram as
forças armadas americanas, e também não conseguiu substitui-lo por outros
interessados.
O número em questão de
competidores se torna mais preocupante se levarmos em conta que praticamente
metade do grid pertence apenas a 3 times. Penske, Ganassi e Andretti, juntas,
alinharão 12 carros no grid, sendo 4 para cada escuderia. Todos os demais,
Carpenter, Foyt, Dale Coyne, e Schmidt-Peterson, com exceção da
Rahal-Letterman, terão 2 pilotos cada uma. O time de Bobby Rahal só tem
confirmado Graham Rahal para a temporada.
A Penske dispensou
Juan Pablo Montoya, e trouxe a sensação Josef Newgarden para o seu lugar, e
deve ser o time a ser batido. Não apenas a estrutura da Penske é a maior, mas
seu grupo de pilotos é extremamente forte. Além de Newgarden, o time ainda
conta com os campeões Will Power e Simon Pagenaud, além de ter também o
brasileiro Hélio Castro Neves, tricampeão das 500 Milhas de Indianápolis, e
ainda buscando seu primeiro título. Fora o fato de contar com os motores da
Chevrolet, que também possui um kit aerodinâmico um pouco mais competitivo.
Com a adição de Josef Newgarden, a Penske é o time mais forte da categoria, e correrá com 4 pilotos em tempo integral na temporada. |
O maior desafio deve
vir da Ganassi, que este ano retornou à sua parceira com a Honda, e tem como
principal trunfo o neozelandês Scott Dixon, e o brasileiro Tony Kanaan. Os
demais pilotos da equipe, Charlie Kimball e Max Chilton, por outro lado, podem
até incomodar em algumas corridas, mas a principal força do time do velho Chip
estará mesmo no duo Dixon-Kanaan. Resta saber se o time saberá extrair da Honda
a força que não obteve da Chevrolet no ano passado, quando ficou de fora da
briga pelo título da temporada, que acabou restrita aos pilotos da Penske.
Mesmo com a recuperação de performance dos motores japoneses e de seu kit
aerodinâmico, obtendo resultados interessantes no treino coletivo realizado em
Phoenix há poucos dias, muitos ainda preveem um certo domínio da Chevrolet na
disputa. Mas é claro que não se pode subestimar a capacidade da Ganassi.
Pelo sim, pelo não, a
Honda conta com dois dos maiores times do grid, e além da Ganassi, tem também a
Andretti, que continua firme com Ryan Hunter-Reay, seu principal piloto. Marco
Andretti, filho de Michael, sempre alterna altos e baixos, estes mais
frequentes que aqueles, e precisa mostrar ainda a que veio, não conseguindo
repetir o mesmo sucesso que o pai e o avô, Mario, tiveram ao volante das
categorias Indy. Com 183 provas disputadas até hoje em 11 temporadas, só venceu
duas provas. Alexander Rossi, que se tornou o destaque de 2016 por vencer a
Indy 500, ainda precisa se firmar na categoria, e mostrar que o resultado de
Indianápolis não foi algo isolado. Rossi até conseguiu terminar o ano passado à
frente de Hunter-Reay, mas vai precisar mostrar mais serviço na pista. A
escuderia fechou o seu quarteto de pilotos com o japonês Takuma Sato, que já
mostrou sua velocidade na Indy, e até já venceu uma corrida das 118 provas que
disputou desde que estreou na categoria em 2010. Sato sempre ficou à mercê dos
altos e baixos das equipes por onde passou, como a KV e a Foyt, mas agora terá
um time bem mais estruturado, e quem sabe, possa fazer valer a sua velocidade.
Resta saber se ele renderá mais do que Carlos Muñoz, que acabou dispensado por
Michael Andretti, e foi ocupar justamente o lugar deixado pelo japonês no time
de A. J. Foyt, que este ano passou a utilizar os motores e aerokit da
Chevrolet, deixando os Honda.
A dupla da Foyt se
completa com Conor Daly, que mostrou potencial no ano passado, pelo equipamento
limitado de que dispôs na Dale Coyne, e agora terá, em tese, um time um pouco
maior à sua disposição. Só que a Foyt anunciou que ainda está se acertando com
os equipamentos da Chevrolet, e portanto, não se pode esperar muito deles.
A equipe Andretti também correrá com 4 pilotos, entre eles o americano Ryan Hunter-Reay, único campeão do time no momento. |
A equipe de Ed
Carpenter perdeu sua principal estrela, Josef Newgarden, para Roger Penske, e
ninguém pode culpar Ed Carpenter por ter deixado seu piloto escapar, afinal,
quem recusaria o convite para correr pelo time mais poderoso e tradicional da
Indy? Ed Carpenter continua a desempenhar papel duplo, de dono do time, e
piloto nas pistas ovais, onde costuma mostrar suas qualidades, onde já obteve 3
vitórias em 164 provas disputadas. Para o restante da temporada, nos circuitos
mistos, Spencer Pigot deverá assumir o cockpit de Carpenter, enquanto o outro
carro da escuderia ficará com J.R. Hildebrand, que retorna à categoria em tempo
integral depois de ter participado de apenas duas provas no ano passado. No ano
passado, o time, que continua usando os aerokits e motores da Chevrolet,
conseguiu apresentar um bom carro em diversas corridas, permitindo a Newgarden
dar o seu show em várias provas, e resta saber se conseguirá manter esse nível
de preparação neste ano.
O time de Sam Schmidt
continuará com o canadense James Hinchcliffe, e manteve sua dupla de pilotos,
com o russo Mikhail Aleshin em mais uma temporada. Já a Dale Coyne, o menor
time da categoria, terá Sébastien Bourdais, ao lado de Ed Jones. E fechando o
grid, Bobby Rahal manterá apenas um carro para a temporada 2017, com seu filho
Graham ao volante.
Fica a dúvida sobre
quantos pilotos “extras” estarão presentes na Indy 500 este ano, sendo que até
o presente momento, estão confirmados apenas Juan Pablo Montoya, que correrá em
um 5° carro da equipe Penske, e Sage Karan, na única apresentação que a equipe Dreyer
& Reinbold fará na temporada, o que dá até o momento 23 carros, faltando
ainda mais 10. Ainda é cedo para pensar no grid das 500 Milhas, é verdade, mas
já se foram os tempos onde haviam vários times que só apareciam para competir
em Indianápolis, sendo que em determinadas ocasiões, haviam mais de 80 carros
disputando uma das 33 vagas do grid, e os tempos atuais não permitem pensar que
este panorama se repetirá tão breve.
A direção da Indycar
espera que o panorama melhore a partir do ano que vem, quando os custos de
competição devem baixar com a introdução de aerokits universais, o que em tese
deve atrair mais alguns times para a competição. Acho um pouco otimista demais
esse pensamento, pois a Indy já tem um custo de competição que, comparado a
outros certames, é bem mais acessível, por se tratar de uma categoria de
monopostos considerada “TOP”, o que torna a perda de equipes em tempos recentes
bem preocupante, por não conseguirem obter patrocinadores que as sustentem. Ao
mesmo tempo em que isso pode ser considerado incompetência dos times em
convencer potenciais apoiadores, por outro lado, considerando o histórico
destes times que fecharam recentemente, como a Panther e a KV, que até faziam
apresentações decentes, o que se tem também é a impressão de que a Indy não é
atrativa o suficiente para várias empresas que poderiam investir nas
escuderias.
O certame vem
conseguindo melhorar paulatinamente seus índices de audiência na TV americana,
o que é visto como um bom sinal, e a inclusão de pistas que os torcedores
sempre gostaram, como Road America, também é algo a ser comemorado. Esperemos
que o grid mais magro desta temporada seja apenas passageiro, e a categoria
possa iniciar uma recuperação a partir do ano que vem, com mais nomes e
patrocinadores dispostos a apoiar a competição.
A Nascar continua
extremamente forte, e com 40 carros na competição, e a Imsa Weather Tech conta
com mais de 30 carros na disputa de seu certame. A Indycar precisa recuperar o
seu espaço, pois a competição tem rivais bem fortes e, teoricamente, mais
atrativos no momento, não apenas para os fãs das competições do esporte a
motor, como para os patrocinadores. E nada indica que a concorrência irá
esmorecer nesta disputa...
Depois de praticamente três
meses, a Formula-E volta à pista neste final de semana, com a terceira etapa da
temporada 2016/2017. É a vez da etapa da Argentina, e o palco é o Circuito de
Puerto Madero, montado dentro do Parque Micaela Bastidas, em Buenos Aires, capital
do país, com extensão de 2,48 km e 12 curvas. No ano passado, a vitória na
corrida portenha foi de Sam Bird, que conseguiu resistir às investidas de
Sébastien Buemi, que largou praticamente em último, e chegou na segunda
colocação, a apenas 0s7 atrás do piloto inglês. Lucas Di Grassi até tentou se
intrometer na briga, mas teve de se contentar com a 3ª posição. Para este ano,
a perspectiva é de uma boa disputa pelas primeiras colocações, com Buemi sendo
novamente o piloto a ser vencido, após triunfar nas duas corridas disputadas na
atual temporada, em Hong Kong e Marrakesh, disparando na liderança com 50
pontos. Lucas Di Grassi, vice-campeão da temporada passada, é o 2° colocado na
disputa, com 28 pontos, e precisa começar a tirar a diferença se quiser
disputar novamente o título com o piloto suíço, o atual campeão da categoria.
Mas, além da boa forma de Buemi, a sua escuderia, a e.dams, mostra que é o time
mais completo no momento, com seu outro piloto, Nicolas Prost, a ocupar a 3ª
colocação, com 24 pontos. O brasileiro, contudo, acha que a pista portenha é
boa para o carro do seu time, e tentará iniciar sua reação na competição,
procurando tirar pontos da vantagem de Buemi, o que não quer dizer que a
corrida será fácil. O calor está forte em Buenos Aires, e isso pode trazer
complicações para pilotos e equipes, como aconteceu na Malásia na temporada do
ano passado, quando vários carros tiveram problemas em seus sistemas devido ao
forte calor. A corrida terá transmissão do canal Fox Sports 2 neste sábado, a
partir das 15:30, mostrando o treino classificatório também.
Quem espera melhorar sua
apresentação na atual temporada é Nelsinho Piquet, que não conseguiu apresentar
bons resultados nas duas provas realizadas até aqui, em que pese uma melhora na
performance de seu time, a NexTev. Mas não é apenas o piloto brasileiro e seu
time que querem mostrar serviço: a Techeetah, que compete com equipamento
idêntico ao da e.dams, também quer mostrar a que veio, transformando a
impressionante velocidade apresentada também em confiabilidade, e obter os
resultados compatíveis com a performance que Jean-Eric Vergne apresentou na
pré-temporada e nos treinos das duas etapas realizadas. A Jaguar, novo time de
fábrica da categoria, também pretende mostrar melhor performance, e conseguir
marcar seus primeiros pontos na competição, que está se mostrando mais
complicada do que a fábrica inglesa esperava. Depois da etapa de Buenos Aires,
a próxima corrida do campeonato da F-E será no dia 1° de abril, na Cidade do
México.
A F-E, apesar do crescimento do
interesse de fábricas e cidades para receber a categoria, também tem seus
percalços. O mais novo deles surgiu com relação à etapa de Berlin, com a
proibição pelo Senado alemão do uso do local onde a categoria correu na
temporada passada. A solução foi retornar ao palco da primeira edição da
disputa, o aeroporto desativado de Tempelhof, que em 2016 não pôde ser usado
por estar servindo de abrigo para refugiados da Síria. Mas outro problema
também apareceu na etapa da Bélgica, uma vez que o local de disputa ainda não
foi confirmado na cidade de Bruxelas. Marcado para o mês de julho, a etapa
talvez tenha de ser transferida para outro local. Comenta-se que Hamburgo possa
ser a solução, mas até o presente momento, nada ainda foi oficializado.
Com a pré-temporada da F-1 se
aproximando, a Sauber confirmou que seu piloto Pascal Wehrlein não irá
participar na primeira sessão de testes, a partir do dia 27 de fevereiro, na
pista de Barcelona. O piloto sofreu lesões no pescoço durante a disputa da “Race
of Champions”, quando sofreu um acidente em disputa com Felipe Masa, em Miami.
Para seu lugar a Sauber terá de contar com o italiano Antonio Giovanazzi,
graças ao acordo de motores que a Sauber tem com a Ferrari. Mas ainda fica a
dúvida se Wehrlein estará recuperado para a segunda e última sessão de testes
coletivos, a partir do dia 7 de março...
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