sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

GRID COMPLETO NA INDY 2017


A equipe KV fecha as portas e o grid da Indy 2017 fica com apenas 21 carros.

            O grid da temporada 2017 da Indycar se fechou oficialmente nesta semana, com o anúncio oficial, já esperado, do fechamento da equipe KV Racing, que era a única escuderia que ainda não havia definido piloto para a nova temporada. Infelizmente, Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven não conseguiram encontrar patrocinadores, e optaram por encerrar as atividades da escuderia, cujas dificuldades financeiras já vinham desde o ano passado, quando competiu com apenas um carro em tempo integral na temporada, com o francês Sébastien Bourdais, que fechou contrato para correr pela Dale Coyne este ano.
            Com isso, o grid da Indycar este ano será de apenas 21 carros, o mais magro em várias temporadas, o que mostra que as dificuldades no automobilismo não se restringem apenas à F-1, onde seus custos exorbitantes também levaram um de seus times, a Manor, a fechar as portas no início deste ano, sem condições de seguir na competição. Mesmo sendo um certame com custos bem mais acessíveis, a Indy não parece mais tão atrativa quanto já foi, haja visto que recentemente, outro time, a Panther, também fechou as portas após perder o seu principal patrocinador, que eram as forças armadas americanas, e também não conseguiu substitui-lo por outros interessados.
            O número em questão de competidores se torna mais preocupante se levarmos em conta que praticamente metade do grid pertence apenas a 3 times. Penske, Ganassi e Andretti, juntas, alinharão 12 carros no grid, sendo 4 para cada escuderia. Todos os demais, Carpenter, Foyt, Dale Coyne, e Schmidt-Peterson, com exceção da Rahal-Letterman, terão 2 pilotos cada uma. O time de Bobby Rahal só tem confirmado Graham Rahal para a temporada.
            A Penske dispensou Juan Pablo Montoya, e trouxe a sensação Josef Newgarden para o seu lugar, e deve ser o time a ser batido. Não apenas a estrutura da Penske é a maior, mas seu grupo de pilotos é extremamente forte. Além de Newgarden, o time ainda conta com os campeões Will Power e Simon Pagenaud, além de ter também o brasileiro Hélio Castro Neves, tricampeão das 500 Milhas de Indianápolis, e ainda buscando seu primeiro título. Fora o fato de contar com os motores da Chevrolet, que também possui um kit aerodinâmico um pouco mais competitivo.
Com a adição de Josef Newgarden, a Penske é o time mais forte da categoria, e correrá com 4 pilotos em tempo integral na temporada.
            O maior desafio deve vir da Ganassi, que este ano retornou à sua parceira com a Honda, e tem como principal trunfo o neozelandês Scott Dixon, e o brasileiro Tony Kanaan. Os demais pilotos da equipe, Charlie Kimball e Max Chilton, por outro lado, podem até incomodar em algumas corridas, mas a principal força do time do velho Chip estará mesmo no duo Dixon-Kanaan. Resta saber se o time saberá extrair da Honda a força que não obteve da Chevrolet no ano passado, quando ficou de fora da briga pelo título da temporada, que acabou restrita aos pilotos da Penske. Mesmo com a recuperação de performance dos motores japoneses e de seu kit aerodinâmico, obtendo resultados interessantes no treino coletivo realizado em Phoenix há poucos dias, muitos ainda preveem um certo domínio da Chevrolet na disputa. Mas é claro que não se pode subestimar a capacidade da Ganassi.
            Pelo sim, pelo não, a Honda conta com dois dos maiores times do grid, e além da Ganassi, tem também a Andretti, que continua firme com Ryan Hunter-Reay, seu principal piloto. Marco Andretti, filho de Michael, sempre alterna altos e baixos, estes mais frequentes que aqueles, e precisa mostrar ainda a que veio, não conseguindo repetir o mesmo sucesso que o pai e o avô, Mario, tiveram ao volante das categorias Indy. Com 183 provas disputadas até hoje em 11 temporadas, só venceu duas provas. Alexander Rossi, que se tornou o destaque de 2016 por vencer a Indy 500, ainda precisa se firmar na categoria, e mostrar que o resultado de Indianápolis não foi algo isolado. Rossi até conseguiu terminar o ano passado à frente de Hunter-Reay, mas vai precisar mostrar mais serviço na pista. A escuderia fechou o seu quarteto de pilotos com o japonês Takuma Sato, que já mostrou sua velocidade na Indy, e até já venceu uma corrida das 118 provas que disputou desde que estreou na categoria em 2010. Sato sempre ficou à mercê dos altos e baixos das equipes por onde passou, como a KV e a Foyt, mas agora terá um time bem mais estruturado, e quem sabe, possa fazer valer a sua velocidade. Resta saber se ele renderá mais do que Carlos Muñoz, que acabou dispensado por Michael Andretti, e foi ocupar justamente o lugar deixado pelo japonês no time de A. J. Foyt, que este ano passou a utilizar os motores e aerokit da Chevrolet, deixando os Honda.
            A dupla da Foyt se completa com Conor Daly, que mostrou potencial no ano passado, pelo equipamento limitado de que dispôs na Dale Coyne, e agora terá, em tese, um time um pouco maior à sua disposição. Só que a Foyt anunciou que ainda está se acertando com os equipamentos da Chevrolet, e portanto, não se pode esperar muito deles.
A equipe Andretti também correrá com 4 pilotos, entre eles o americano Ryan Hunter-Reay, único campeão do time no momento.
            A equipe de Ed Carpenter perdeu sua principal estrela, Josef Newgarden, para Roger Penske, e ninguém pode culpar Ed Carpenter por ter deixado seu piloto escapar, afinal, quem recusaria o convite para correr pelo time mais poderoso e tradicional da Indy? Ed Carpenter continua a desempenhar papel duplo, de dono do time, e piloto nas pistas ovais, onde costuma mostrar suas qualidades, onde já obteve 3 vitórias em 164 provas disputadas. Para o restante da temporada, nos circuitos mistos, Spencer Pigot deverá assumir o cockpit de Carpenter, enquanto o outro carro da escuderia ficará com J.R. Hildebrand, que retorna à categoria em tempo integral depois de ter participado de apenas duas provas no ano passado. No ano passado, o time, que continua usando os aerokits e motores da Chevrolet, conseguiu apresentar um bom carro em diversas corridas, permitindo a Newgarden dar o seu show em várias provas, e resta saber se conseguirá manter esse nível de preparação neste ano.
            O time de Sam Schmidt continuará com o canadense James Hinchcliffe, e manteve sua dupla de pilotos, com o russo Mikhail Aleshin em mais uma temporada. Já a Dale Coyne, o menor time da categoria, terá Sébastien Bourdais, ao lado de Ed Jones. E fechando o grid, Bobby Rahal manterá apenas um carro para a temporada 2017, com seu filho Graham ao volante.
            Fica a dúvida sobre quantos pilotos “extras” estarão presentes na Indy 500 este ano, sendo que até o presente momento, estão confirmados apenas Juan Pablo Montoya, que correrá em um 5° carro da equipe Penske, e Sage Karan, na única apresentação que a equipe Dreyer & Reinbold fará na temporada, o que dá até o momento 23 carros, faltando ainda mais 10. Ainda é cedo para pensar no grid das 500 Milhas, é verdade, mas já se foram os tempos onde haviam vários times que só apareciam para competir em Indianápolis, sendo que em determinadas ocasiões, haviam mais de 80 carros disputando uma das 33 vagas do grid, e os tempos atuais não permitem pensar que este panorama se repetirá tão breve.
            A direção da Indycar espera que o panorama melhore a partir do ano que vem, quando os custos de competição devem baixar com a introdução de aerokits universais, o que em tese deve atrair mais alguns times para a competição. Acho um pouco otimista demais esse pensamento, pois a Indy já tem um custo de competição que, comparado a outros certames, é bem mais acessível, por se tratar de uma categoria de monopostos considerada “TOP”, o que torna a perda de equipes em tempos recentes bem preocupante, por não conseguirem obter patrocinadores que as sustentem. Ao mesmo tempo em que isso pode ser considerado incompetência dos times em convencer potenciais apoiadores, por outro lado, considerando o histórico destes times que fecharam recentemente, como a Panther e a KV, que até faziam apresentações decentes, o que se tem também é a impressão de que a Indy não é atrativa o suficiente para várias empresas que poderiam investir nas escuderias.
            O certame vem conseguindo melhorar paulatinamente seus índices de audiência na TV americana, o que é visto como um bom sinal, e a inclusão de pistas que os torcedores sempre gostaram, como Road America, também é algo a ser comemorado. Esperemos que o grid mais magro desta temporada seja apenas passageiro, e a categoria possa iniciar uma recuperação a partir do ano que vem, com mais nomes e patrocinadores dispostos a apoiar a competição.
            A Nascar continua extremamente forte, e com 40 carros na competição, e a Imsa Weather Tech conta com mais de 30 carros na disputa de seu certame. A Indycar precisa recuperar o seu espaço, pois a competição tem rivais bem fortes e, teoricamente, mais atrativos no momento, não apenas para os fãs das competições do esporte a motor, como para os patrocinadores. E nada indica que a concorrência irá esmorecer nesta disputa...


Depois de praticamente três meses, a Formula-E volta à pista neste final de semana, com a terceira etapa da temporada 2016/2017. É a vez da etapa da Argentina, e o palco é o Circuito de Puerto Madero, montado dentro do Parque Micaela Bastidas, em Buenos Aires, capital do país, com extensão de 2,48 km e 12 curvas. No ano passado, a vitória na corrida portenha foi de Sam Bird, que conseguiu resistir às investidas de Sébastien Buemi, que largou praticamente em último, e chegou na segunda colocação, a apenas 0s7 atrás do piloto inglês. Lucas Di Grassi até tentou se intrometer na briga, mas teve de se contentar com a 3ª posição. Para este ano, a perspectiva é de uma boa disputa pelas primeiras colocações, com Buemi sendo novamente o piloto a ser vencido, após triunfar nas duas corridas disputadas na atual temporada, em Hong Kong e Marrakesh, disparando na liderança com 50 pontos. Lucas Di Grassi, vice-campeão da temporada passada, é o 2° colocado na disputa, com 28 pontos, e precisa começar a tirar a diferença se quiser disputar novamente o título com o piloto suíço, o atual campeão da categoria. Mas, além da boa forma de Buemi, a sua escuderia, a e.dams, mostra que é o time mais completo no momento, com seu outro piloto, Nicolas Prost, a ocupar a 3ª colocação, com 24 pontos. O brasileiro, contudo, acha que a pista portenha é boa para o carro do seu time, e tentará iniciar sua reação na competição, procurando tirar pontos da vantagem de Buemi, o que não quer dizer que a corrida será fácil. O calor está forte em Buenos Aires, e isso pode trazer complicações para pilotos e equipes, como aconteceu na Malásia na temporada do ano passado, quando vários carros tiveram problemas em seus sistemas devido ao forte calor. A corrida terá transmissão do canal Fox Sports 2 neste sábado, a partir das 15:30, mostrando o treino classificatório também.
A F-E faz sua visita à America do Sul, na etapa de Buenos Aires.


Quem espera melhorar sua apresentação na atual temporada é Nelsinho Piquet, que não conseguiu apresentar bons resultados nas duas provas realizadas até aqui, em que pese uma melhora na performance de seu time, a NexTev. Mas não é apenas o piloto brasileiro e seu time que querem mostrar serviço: a Techeetah, que compete com equipamento idêntico ao da e.dams, também quer mostrar a que veio, transformando a impressionante velocidade apresentada também em confiabilidade, e obter os resultados compatíveis com a performance que Jean-Eric Vergne apresentou na pré-temporada e nos treinos das duas etapas realizadas. A Jaguar, novo time de fábrica da categoria, também pretende mostrar melhor performance, e conseguir marcar seus primeiros pontos na competição, que está se mostrando mais complicada do que a fábrica inglesa esperava. Depois da etapa de Buenos Aires, a próxima corrida do campeonato da F-E será no dia 1° de abril, na Cidade do México.


A F-E, apesar do crescimento do interesse de fábricas e cidades para receber a categoria, também tem seus percalços. O mais novo deles surgiu com relação à etapa de Berlin, com a proibição pelo Senado alemão do uso do local onde a categoria correu na temporada passada. A solução foi retornar ao palco da primeira edição da disputa, o aeroporto desativado de Tempelhof, que em 2016 não pôde ser usado por estar servindo de abrigo para refugiados da Síria. Mas outro problema também apareceu na etapa da Bélgica, uma vez que o local de disputa ainda não foi confirmado na cidade de Bruxelas. Marcado para o mês de julho, a etapa talvez tenha de ser transferida para outro local. Comenta-se que Hamburgo possa ser a solução, mas até o presente momento, nada ainda foi oficializado.


Com a pré-temporada da F-1 se aproximando, a Sauber confirmou que seu piloto Pascal Wehrlein não irá participar na primeira sessão de testes, a partir do dia 27 de fevereiro, na pista de Barcelona. O piloto sofreu lesões no pescoço durante a disputa da “Race of Champions”, quando sofreu um acidente em disputa com Felipe Masa, em Miami. Para seu lugar a Sauber terá de contar com o italiano Antonio Giovanazzi, graças ao acordo de motores que a Sauber tem com a Ferrari. Mas ainda fica a dúvida se Wehrlein estará recuperado para a segunda e última sessão de testes coletivos, a partir do dia 7 de março...

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