E
nem bem começamos o ano de 2017, e o mês de janeiro já se foi. Sim, o tempo por
vezes parece voar, e o mundo do automobilismo já começou o novo ano com algumas
de suas competições acelerando forte, e como é de praxe no início de cada mês,
é hora de mais uma edição da sessão Flying Laps, relacionando alguns fatos das competições
realizadas neste início de 2017, com os comentários de costume em cada tópico. Então,
uma boa leitura para todos, e até a próxima sessão Flying Laps, no próximo
mês...
Stéphane Peterhansel voltou a fazer
história no rali Dakar. O piloto francês, aos 51 anos, venceu mais uma vez o
maior rali do mundo, na categoria carros, obtendo nada menos do que sua 13ª
vitória na competição. Peterhansel, que já havia sido campeão nas motos em seis
oportunidades, já havia conseguido igualar o número de títulos desde que havia
passado a competir nos carros, e o título deste ano é o 7° que conquista nas
quatro rodas no Dakar. E não foi uma vitória fácil: se é verdade que o abandono
do catariano Nasser Al-Attiyah facilitou um pouco por tirar da competição um
adversário potencial ao título, por outro, o duelo com outra lenda do rali, o
compatriota Sébastien Loeb, foi ferrenha do começo ao fim da competição, com Peterhansel
vencendo a parada por uma diferença de cerca de 5 minutos. Loeb, em sua segunda
participação no Dakr, mostrou porque foi campeão 9 vezes consecutivas do
Mundial de Rali, e deu muito trabalho a Stéphane, inclusive vencendo a etapa
final da competição, tentando tudo por tudo na luta pela vitória entre os
carros. Para a Peugeout, motivos de sobra para comemorar não só o título, mas o
sucesso na competição de carros. Afinal, ocupou os três lugares mais altos do
pódio do rali. Além do título (mais um) de Stéphane Peterhansel, conquistou o
vice com Sébastien Loeb, e ainda faturou o 3° lugar com Cyril Despres, que tem
nada menos do que 5 títulos no Dakar, que terminou a competição com pouco mais
de meia hora de diferença para o campeão. A Toyota até que quis jogar areia na
champanhe dos franceses, mas teve de se contentar com a 4ª e 5ª colocações, com
Nani Roma e Giniel de Villiers, que terminaram a disputa com mais de uma hora
de diferença para o vencedor. Agora é descansar um pouco e começarem a planejar
a competição de 2018.
Quem também
fez história no Dakar foi a dupla brasileira Leandro Torres e Lourival Roldan.
Eles se tornaram os primeiros campeões da categoria UTVs, além de serem também
os primeiros brasileiros campeões de uma categoria do Dakar na classificação
geral da competição. E isso não é pouco, mesmo que o número de participantes
tenha sido pequeno. Foram apenas 8 competidores, e metade deles ficou pelo
caminho, vítima das agruras que o Dakar sempre impõe a seus participantes.
Mesmo assim, Leandro e Lourival terminaram com autoridade, chegando à
bandeirada final com cerca de 4hs40 minutos de vantagem para a dupla
vice-campeã, os chineses Wang Fujiang e Li Wei. Mesmo assim, a competição não
foi fácil, e todos os participantes tiveram seu repertório de azares em algum
momento da disputa. Os brasileiros apenas conseguiram evitar de se envolver em
confusões mais complicadas, o que os adversários não foram capaz de fazer com
maior desenvoltura. A dupla já havia competido no Dakar em 2016, mas os veículos
UTVs faziam parte da competição da categoria carros, portanto, estavam no meio
do “bolo” da concorrência. Com a instituição dos UTVs como categoria própria, e
problemas da novidade de uma categoria própria dentro do Dakar à parte, isso
não tira o mérito que ambos demonstraram para se tornarem os campeões, e
certamente eles estarão novamente presentes no próximo ano para tentar repetir
o feito, quando a disputa terá tudo para ser muito mais complicada e acirrada,
com maior número de concorrentes na classe. Mas que certamente não será nenhum
empecilho para ambos mostrarem do que são capazes.
Nas motos, o título do Dakar ficou mais
uma vez com a KTM, desta vez com o inglês Sam Sunderland. Toby Price, que foi o
campeão nas motos na edição 2016, não deu sorte este ano, sofrendo um violento
acidente e quebrando a perna, ficando fora de combate. A KTM ainda fez
dobradinha na disputa, obtendo o 2° lugar com o austríaco Matthias Walkner. Na
categoria dos caminhões, o russo Eduard Nikolaev, ao lado dos pilotos Evgeny Yakovlev
e Vladimir Rybakov, conquistou o bicampeonato no Dakar, repetindo o feito de
2013. E, a exemplo da KTM, a Kamaz também fez dobradinha, conquistando o
vice-campeonato com a trinca Dmitry Sotnikov/Ruslan Akhmadeev/Igor Leonov,
derrotando a turma da Iveco. Nos quadriciclos, o triunfo foi do russo Sergey
Karyakin. E entre mortos e feridos (felizmente apenas força de expressão, já
que o Dakar não teve vítimas fatais na competição deste ano), todos chegaram ao
final de mais uma edição do Dakar. Talvez o rali não tenha mais o mesmo charme
de quando acontecia na Europa e norte da África, mas nem por isso deixou de ser
mais difícil, e menos disputado e concorrido. Os “loucos do deserto” estarão
novamente em ação em 2018, aqui mesmo nas paragens das terras da América do
Sul, e prontos para acelerarem com tudo na busca por mais títulos. Podem
apostar!
Nos últimos dias 28 e 29 foi disputada a
55ª edição das 24 Horas de Daytona, nos Estados Unidos, abrindo campeonato da
IMSA Wheather Tech Sportscar Championship. E a disputa foi do começo ao fim,
com duelos durante toda a corrida, para deixar os fãs do mundo da velocidade de
cabelo em pé. No final, a vitória ficou com o carro N° 10 da equipe Wayne
Taylor Racing, com o quarteto Rick Taylor/Max Angelelli/Jordan Taylor/Jeff
Gordon. Mas a parada foi difícil, em especial contra o carro N° 5 da Action
Express Racing, que contava com o trio Filipe Albuquerque/Christian
Fittipaldi/João Barbosa, que largou na pole-position da corrida, e manteve-se
sempre nas primeiras colocações durante toda a prova. Na parte final da
corrida, uma bandeira amarela permitiu a aproximação de Rick Taylor, que partiu
para cima de Albuquerque, mostrando que estava disposto a brigar pela vitória.
E, na entrada da parte mista do circuito, uma pequena bobeada de Filipe foi o
suficiente para Taylor dar o bote, que resultou num toque e fez o piloto da
Action rodar na curva, mas conseguindo retornar à pista, e tentar tudo por tudo
nos menos de 10 minutos que faltavam para o fim da corrida de 24 horas, vindo
em um ritmo alucinante para recuperar a ponta. Mas não foi o suficiente, e Rick
Taylor conduziu o carro da Wayne Taylor à bandeirada final com 0s671 de
vantagem para Albuquerque, que sentiu o gosto amargo da derrota nos momentos
finais da corrida, e impediu que seu companheiro Christian Fittipaldi obtivesse
seu terceiro triunfo nas 24 Horas de Daytona. E a vitória foi um sucesso para
os novos modelos DPi-V.R, da Cadillac, montado sobre a plataforma do chassi da
italiana Dallara, equipados com um motor V-8 de 6,2 litros, carro utilizado
pelos dois primeiros colocados na corrida. O toque entre ambos os pilotos foi
considerado incidente de corrida, e ficou por isso mesmo, em que pese o
inconformismo de Albuquerque, que infelizmente, deu a brecha, e ao tentar
fechá-la, acabou se complicando, uma vez que Taylor não conseguiu evitar o
toque. Na terceira colocação ficou o carro N° 90 da equipe Riley, com o trio Marc
Goossens/Renger van der Zande/René Rast, com o modelo Ruley MK. 30,
impulsionado pelo motor Gibson GK428 V-8 de 4.2 litros, chegando com uma volta
de diferença. Foram 659 voltas no circuito que combina o traçado oval do
Daytona International Speedway com um trecho misto na parte interna do
autódromo, que começaram no final da tarde de sábado, passando por um tempo sob
chuva durante a noite e a madrugada, e terminando no final da tarde de domingo.
A lamentar apenas o grande número de cadeiras vazias nas arquibancadas doo
autódromo, que deu a impressão de que as 24 Horas este ano não conseguiram
atrair um bom público, o que foi pena, porque emoção não faltou na pista...
O Brasil teve seis pilotos na pista nas
24 Horas de Daytona este ano. Vencedor da prova no ano passado, Pipo Derani e
seu time não conseguiram mostrar a mesma performance este ano, na classe
Protótipos, com um novo equipamento, e terminaram a corrida na 4ª posição, com
3 voltas de desvantagem para o carro vencedor. E Christian Fittipaldi, também
na classe Protótipos, por pouco não foi tricampeão da prova, quando seu
parceiro Filipe Albuquerque perdeu a ponta da corrida a poucos minutos do
final, ficando com o 2° lugar. Tony Kanaan, defendendo a equipe Ganassi com o
modelo Ford GT, na classe GTLM, ficou com a 9ª colocação geral, cumprindo 652
voltas na competição. Augusto Farfus, também na classe GTLM, com a equipe da
BMW, com o modelo BMW M¨GTLM, fez uma boa corrida, finalizando em 12° lugar,
com 651 voltas completadas. Bruno Senna, competindo no segundo carro da Tequila
Patron, a mesma escuderia de Pipo Derani, ficou apenas em 17° na Protótipos,
com 23 voltas de atraso, em virtude de um acidente no meio da madrugada com o
carro, quando Brendon Hartley estava na condução, fazendo o carro perder várias
voltas nos boxes para sanar os problemas. E tivemos também Oswaldo Negri Junior,
competindo pela equipe Michael Shank Racing, com um modelo Acura NSX GT3, que
cruzou a chegada em 22° lugar, com 25 voltas de desvantagem, na classe GTD.
Melhor sorte a todos na edição do ano que vem.
O campeonato da IMSA (International
Motor Sport Association) Weather Tech Sportscar Championship, depois da prova
das 24 Horas de Daytona, tem sua próxima etapa em março, com a disputa das 12
Horas de Sebring, no circuito do Sebring International Raceway, também no
Estado da Flórida. O calendário é composto por 12 etapas, passando a seguir
pelas pistas de Long Beach (Califórnia), Austin (Texas), Detroit (Michigan),
Watkins Glen (Nova Iorque), Mosport (Canadá), Lime Rock Park (Connecticut),
Road America (Wisconsin), Virginia (Virginia), Laguna Seca (Califórnia), e
finalizando a competição em outubro, em Road Atlanta (Geórgia), com a disputa
da Petit Le Mans, prova com duração de 10 horas.
Depois de ficar a pé na Fórmula 1, eis
que surge a notícia de que o venezuelano Pastor Maldonado estaria negociando
participar do campeonato da Indycar este ano. As conversar seriam com a equipe
KV Racing, a única que ainda não definiu seu piloto para a temporada. Mas
Maldonado teria por objetivo disputar apenas as etapas em circuitos mistos e de
rua. Em tese, isso pode dificultar as coisas, pois a escuderia precisaria de um
outro piloto para as etapas nos circuitos ovais. Mas, como o time de Jimmy
Vasser e Kevin Kalkhoven anda mal das pernas financeiramente, pode até ser que
o acordo saia. Mas os piadistas dizem que isso não seria o suficiente para
garantir a “segurança” dos demais pilotos, afinal, Maldonado se caracterizou
por ser um piloto extremamente rápido, e igualmente estabanado, e todas as suas
batidas na F-1 foram em pistas mistas ou circuitos urbanos... Justamente onde
planejaria correr no certame norte-americano... Dá para imaginar o nervosismo
dos pilotos ao estarem ao lado dele na pista... Mas, por enquanto, não há nada
oficial. Mas onde há fumaça pode ter fogo...
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