quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

FLYING LAPS - JANEIRO DE 2017



            E nem bem começamos o ano de 2017, e o mês de janeiro já se foi. Sim, o tempo por vezes parece voar, e o mundo do automobilismo já começou o novo ano com algumas de suas competições acelerando forte, e como é de praxe no início de cada mês, é hora de mais uma edição da sessão Flying Laps, relacionando alguns fatos das competições realizadas neste início de 2017, com os comentários de costume em cada tópico. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima sessão Flying Laps, no próximo mês...


Stéphane Peterhansel voltou a fazer história no rali Dakar. O piloto francês, aos 51 anos, venceu mais uma vez o maior rali do mundo, na categoria carros, obtendo nada menos do que sua 13ª vitória na competição. Peterhansel, que já havia sido campeão nas motos em seis oportunidades, já havia conseguido igualar o número de títulos desde que havia passado a competir nos carros, e o título deste ano é o 7° que conquista nas quatro rodas no Dakar. E não foi uma vitória fácil: se é verdade que o abandono do catariano Nasser Al-Attiyah facilitou um pouco por tirar da competição um adversário potencial ao título, por outro, o duelo com outra lenda do rali, o compatriota Sébastien Loeb, foi ferrenha do começo ao fim da competição, com Peterhansel vencendo a parada por uma diferença de cerca de 5 minutos. Loeb, em sua segunda participação no Dakr, mostrou porque foi campeão 9 vezes consecutivas do Mundial de Rali, e deu muito trabalho a Stéphane, inclusive vencendo a etapa final da competição, tentando tudo por tudo na luta pela vitória entre os carros. Para a Peugeout, motivos de sobra para comemorar não só o título, mas o sucesso na competição de carros. Afinal, ocupou os três lugares mais altos do pódio do rali. Além do título (mais um) de Stéphane Peterhansel, conquistou o vice com Sébastien Loeb, e ainda faturou o 3° lugar com Cyril Despres, que tem nada menos do que 5 títulos no Dakar, que terminou a competição com pouco mais de meia hora de diferença para o campeão. A Toyota até que quis jogar areia na champanhe dos franceses, mas teve de se contentar com a 4ª e 5ª colocações, com Nani Roma e Giniel de Villiers, que terminaram a disputa com mais de uma hora de diferença para o vencedor. Agora é descansar um pouco e começarem a planejar a competição de 2018.


Quem também fez história no Dakar foi a dupla brasileira Leandro Torres e Lourival Roldan. Eles se tornaram os primeiros campeões da categoria UTVs, além de serem também os primeiros brasileiros campeões de uma categoria do Dakar na classificação geral da competição. E isso não é pouco, mesmo que o número de participantes tenha sido pequeno. Foram apenas 8 competidores, e metade deles ficou pelo caminho, vítima das agruras que o Dakar sempre impõe a seus participantes. Mesmo assim, Leandro e Lourival terminaram com autoridade, chegando à bandeirada final com cerca de 4hs40 minutos de vantagem para a dupla vice-campeã, os chineses Wang Fujiang e Li Wei. Mesmo assim, a competição não foi fácil, e todos os participantes tiveram seu repertório de azares em algum momento da disputa. Os brasileiros apenas conseguiram evitar de se envolver em confusões mais complicadas, o que os adversários não foram capaz de fazer com maior desenvoltura. A dupla já havia competido no Dakar em 2016, mas os veículos UTVs faziam parte da competição da categoria carros, portanto, estavam no meio do “bolo” da concorrência. Com a instituição dos UTVs como categoria própria, e problemas da novidade de uma categoria própria dentro do Dakar à parte, isso não tira o mérito que ambos demonstraram para se tornarem os campeões, e certamente eles estarão novamente presentes no próximo ano para tentar repetir o feito, quando a disputa terá tudo para ser muito mais complicada e acirrada, com maior número de concorrentes na classe. Mas que certamente não será nenhum empecilho para ambos mostrarem do que são capazes.


Nas motos, o título do Dakar ficou mais uma vez com a KTM, desta vez com o inglês Sam Sunderland. Toby Price, que foi o campeão nas motos na edição 2016, não deu sorte este ano, sofrendo um violento acidente e quebrando a perna, ficando fora de combate. A KTM ainda fez dobradinha na disputa, obtendo o 2° lugar com o austríaco Matthias Walkner. Na categoria dos caminhões, o russo Eduard Nikolaev, ao lado dos pilotos Evgeny Yakovlev e Vladimir Rybakov, conquistou o bicampeonato no Dakar, repetindo o feito de 2013. E, a exemplo da KTM, a Kamaz também fez dobradinha, conquistando o vice-campeonato com a trinca Dmitry Sotnikov/Ruslan Akhmadeev/Igor Leonov, derrotando a turma da Iveco. Nos quadriciclos, o triunfo foi do russo Sergey Karyakin. E entre mortos e feridos (felizmente apenas força de expressão, já que o Dakar não teve vítimas fatais na competição deste ano), todos chegaram ao final de mais uma edição do Dakar. Talvez o rali não tenha mais o mesmo charme de quando acontecia na Europa e norte da África, mas nem por isso deixou de ser mais difícil, e menos disputado e concorrido. Os “loucos do deserto” estarão novamente em ação em 2018, aqui mesmo nas paragens das terras da América do Sul, e prontos para acelerarem com tudo na busca por mais títulos. Podem apostar!


Nos últimos dias 28 e 29 foi disputada a 55ª edição das 24 Horas de Daytona, nos Estados Unidos, abrindo campeonato da IMSA Wheather Tech Sportscar Championship. E a disputa foi do começo ao fim, com duelos durante toda a corrida, para deixar os fãs do mundo da velocidade de cabelo em pé. No final, a vitória ficou com o carro N° 10 da equipe Wayne Taylor Racing, com o quarteto Rick Taylor/Max Angelelli/Jordan Taylor/Jeff Gordon. Mas a parada foi difícil, em especial contra o carro N° 5 da Action Express Racing, que contava com o trio Filipe Albuquerque/Christian Fittipaldi/João Barbosa, que largou na pole-position da corrida, e manteve-se sempre nas primeiras colocações durante toda a prova. Na parte final da corrida, uma bandeira amarela permitiu a aproximação de Rick Taylor, que partiu para cima de Albuquerque, mostrando que estava disposto a brigar pela vitória. E, na entrada da parte mista do circuito, uma pequena bobeada de Filipe foi o suficiente para Taylor dar o bote, que resultou num toque e fez o piloto da Action rodar na curva, mas conseguindo retornar à pista, e tentar tudo por tudo nos menos de 10 minutos que faltavam para o fim da corrida de 24 horas, vindo em um ritmo alucinante para recuperar a ponta. Mas não foi o suficiente, e Rick Taylor conduziu o carro da Wayne Taylor à bandeirada final com 0s671 de vantagem para Albuquerque, que sentiu o gosto amargo da derrota nos momentos finais da corrida, e impediu que seu companheiro Christian Fittipaldi obtivesse seu terceiro triunfo nas 24 Horas de Daytona. E a vitória foi um sucesso para os novos modelos DPi-V.R, da Cadillac, montado sobre a plataforma do chassi da italiana Dallara, equipados com um motor V-8 de 6,2 litros, carro utilizado pelos dois primeiros colocados na corrida. O toque entre ambos os pilotos foi considerado incidente de corrida, e ficou por isso mesmo, em que pese o inconformismo de Albuquerque, que infelizmente, deu a brecha, e ao tentar fechá-la, acabou se complicando, uma vez que Taylor não conseguiu evitar o toque. Na terceira colocação ficou o carro N° 90 da equipe Riley, com o trio Marc Goossens/Renger van der Zande/René Rast, com o modelo Ruley MK. 30, impulsionado pelo motor Gibson GK428 V-8 de 4.2 litros, chegando com uma volta de diferença. Foram 659 voltas no circuito que combina o traçado oval do Daytona International Speedway com um trecho misto na parte interna do autódromo, que começaram no final da tarde de sábado, passando por um tempo sob chuva durante a noite e a madrugada, e terminando no final da tarde de domingo. A lamentar apenas o grande número de cadeiras vazias nas arquibancadas doo autódromo, que deu a impressão de que as 24 Horas este ano não conseguiram atrair um bom público, o que foi pena, porque emoção não faltou na pista...


O Brasil teve seis pilotos na pista nas 24 Horas de Daytona este ano. Vencedor da prova no ano passado, Pipo Derani e seu time não conseguiram mostrar a mesma performance este ano, na classe Protótipos, com um novo equipamento, e terminaram a corrida na 4ª posição, com 3 voltas de desvantagem para o carro vencedor. E Christian Fittipaldi, também na classe Protótipos, por pouco não foi tricampeão da prova, quando seu parceiro Filipe Albuquerque perdeu a ponta da corrida a poucos minutos do final, ficando com o 2° lugar. Tony Kanaan, defendendo a equipe Ganassi com o modelo Ford GT, na classe GTLM, ficou com a 9ª colocação geral, cumprindo 652 voltas na competição. Augusto Farfus, também na classe GTLM, com a equipe da BMW, com o modelo BMW M¨GTLM, fez uma boa corrida, finalizando em 12° lugar, com 651 voltas completadas. Bruno Senna, competindo no segundo carro da Tequila Patron, a mesma escuderia de Pipo Derani, ficou apenas em 17° na Protótipos, com 23 voltas de atraso, em virtude de um acidente no meio da madrugada com o carro, quando Brendon Hartley estava na condução, fazendo o carro perder várias voltas nos boxes para sanar os problemas. E tivemos também Oswaldo Negri Junior, competindo pela equipe Michael Shank Racing, com um modelo Acura NSX GT3, que cruzou a chegada em 22° lugar, com 25 voltas de desvantagem, na classe GTD. Melhor sorte a todos na edição do ano que vem.


O campeonato da IMSA (International Motor Sport Association) Weather Tech Sportscar Championship, depois da prova das 24 Horas de Daytona, tem sua próxima etapa em março, com a disputa das 12 Horas de Sebring, no circuito do Sebring International Raceway, também no Estado da Flórida. O calendário é composto por 12 etapas, passando a seguir pelas pistas de Long Beach (Califórnia), Austin (Texas), Detroit (Michigan), Watkins Glen (Nova Iorque), Mosport (Canadá), Lime Rock Park (Connecticut), Road America (Wisconsin), Virginia (Virginia), Laguna Seca (Califórnia), e finalizando a competição em outubro, em Road Atlanta (Geórgia), com a disputa da Petit Le Mans, prova com duração de 10 horas.


Depois de ficar a pé na Fórmula 1, eis que surge a notícia de que o venezuelano Pastor Maldonado estaria negociando participar do campeonato da Indycar este ano. As conversar seriam com a equipe KV Racing, a única que ainda não definiu seu piloto para a temporada. Mas Maldonado teria por objetivo disputar apenas as etapas em circuitos mistos e de rua. Em tese, isso pode dificultar as coisas, pois a escuderia precisaria de um outro piloto para as etapas nos circuitos ovais. Mas, como o time de Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven anda mal das pernas financeiramente, pode até ser que o acordo saia. Mas os piadistas dizem que isso não seria o suficiente para garantir a “segurança” dos demais pilotos, afinal, Maldonado se caracterizou por ser um piloto extremamente rápido, e igualmente estabanado, e todas as suas batidas na F-1 foram em pistas mistas ou circuitos urbanos... Justamente onde planejaria correr no certame norte-americano... Dá para imaginar o nervosismo dos pilotos ao estarem ao lado dele na pista... Mas, por enquanto, não há nada oficial. Mas onde há fumaça pode ter fogo...
 

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