Nico Rosberg venceu o Grande Prêmio do Japão e aumentou para 33 pontos sua vantagem sobre Lewis Hamilton. O alemão caminha para o título da temporada 2016 na F-1. |
A Fórmula 1 encerrou
sua segunda visita à Ásia vendo Nico Rosberg cada vez mais próximo do seu tão
sonhado primeiro título de campeão mundial da categoria máxima do
automobilismo. Lewis Hamilton precisava dar uma resposta cabal em Suzuka depois
de ver seu esforço virar fumaça no estouro de seu motor em Sepang, e a exemplo
do que vimos em Monza, uma largada falha do atual campeão mundial colocou tudo
a perder. Hamilton ainda se recompôs e foi firme durante o resto da prova
japonesa, mas sua recuperação esbarrou na defesa firme de Max Verstappen pela
2ª posição, que conseguiu manter até a bandeirada final. Pole-position, Nico
nadou de braçada para vencer pela 9ª vez na temporada, e abrir confortáveis 33
pontos de vantagem para seu companheiro de equipe.
Para piorar, o momento
é plenamente favorável a Nico Rosberg. Faltando apenas 4 provas para encerrar o
campeonato, o piloto alemão da Mercedes pode se dar ao luxo de não precisar
mais vencer para garantir o título. Mesmo que Hamilton vença todas as 4 provas,
bastará a Nico ser o 2° colocado em todas elas para faturar o caneco de
campeão, e ele tem todas as condições de conseguir isso. Na verdade, Nico pode
se dar ao luxo de ser até o 3° colocado em uma das corridas, que mesmo assim
garantirá o título da temporada, mas quem disse que ele jogará tão apertado
desse jeito? Nada disso. Podem apostar que ele virá com tudo para vencer mais
corridas neste fim de campeonato, a fim de esfregar isso na cara de Hamilton.
Há quem diga que Lewis
já está em crise por causa disso. Acho um grande exagero. Se é verdade que o
inglês cometeu erros crassos nas largadas da Itália e do Japão, o maior golpe
que ele sofreu foi sem dúvida a quebra de seu motor em Sepang, onde ele rumava para
uma vitória certa, e acabou praticamente sem nada. Não fosse aquilo, a
diferença entre os pilotos da Mercedes seria de apenas 5 pontos, e aí é que
veríamos mesmo o bicho pegar nestas etapas finais da competição, com um duelo
homem a homem entre a dupla da equipe prateada. Uma pena, pois todos nós
gostaríamos de ver o duelo roda a roda, ponto a ponto, e ver Lewis alijado em
virtude de um problema no qual não teve controle infelizmente joga contra a
emoção da decisão, mas faz parte do jogo. Foi o segundo abandono de Lewis no
ano, sendo que o primeiro abandono se deu em Barcelona, por culpa dele próprio,
que colidiu com Rosberg ainda na primeira volta da corrida catalã. Rosberg, por
outro lado, conseguiu pontuar em todas as demais etapas, fora Espanha, e isso
tem seus méritos, que não podem ser desprezados.
Por isso mesmo, agora,
Hamilton não dependerá apenas de si para ser campeão, mas do que Nico fará nas
etapas finais. Um abandono do piloto alemão poderia reequilibrar o jogo na
disputa, e isso poderia implodir o favoritismo de Rosberg na disputa pelo
título. Assim, Nico deverá evitar a qualquer custo se envolver em situações que
possam levar a um abandono. E como a Mercedes ainda mantém franca superioridade
sobre os demais concorrentes, mesmo com a aproximação da Red Bull, tudo leva a
crer que ele poderá jogar pelo seguro, administrando seus resultados de modo a
manter sua grande vantagem. O alemão irá marcar Hamilton na pista, procurando
não deixar que ele desgarre nas corridas. Mas nada impede que vá em busca de
uma nova vitória, se isso estiver a seu alcance. Vale lembrar que, no ano
passado, das pistas restantes, Nico andou forte e a fundo em todas elas. Perdeu
a vitória em Austin por uma desgarrada, em uma prova que começou debaixo de
chuva forte, e que teve pista molhada até o fim, mas depois, na Cidade do
México, São Paulo, e Abu Dhabi, Nico foi impecável, não dando chances a Lewis.
Nada impede que o
piloto alemão repita a performance, e vá firme para a conquista do título
determinado a encerrar a contenda o mais breve possível. Temos 100 pontos em
jogo, portanto, muita coisa ainda pode acontecer. Mas Nico não pode perder a
oportunidade que está à sua frente. Com as novas regras técnicas que a F-1 terá
no próximo campeonato, ninguém sabe se a Mercedes continuará demonstrando a força
que tem atualmente. E, se isso acontecer, a temporada de 2017 tem tudo para ser
muito mais equilibrada e disputada do que foram os últimos 7 campeonatos, onde
assistimos à supremacia de dois times apenas, primeiro a Red Bull, e depois a
Mercedes. Com tudo podendo mudar potencialmente no próximo ano, Nico Rosberg
pode ter este ano talvez sua última oportunidade de ser campeão da F-1. É
agora, ou pode não ser nunca mais. Para quem já esteve 43 pontos à frente de
Lewis Hamilton, e viu tudo virar de cabeça para baixo, com o inglês chegando a
abrir 19 pontos na liderança, muitos apostavam que Nico seria novamente
engolido pelo piloto inglês, que rumaria tranquilamente para o seu 4° título
mundial.
Felizmente, para o bem
da disputa do campeonato, não foi o que se viu. Rosberg vem aproveitando melhor
as oportunidades desde as férias de agosto, e tirando a etapa de
Spa-Francorchamps, onde fez sua obrigação, mas saiu com cara de derrotado pela
bela recuperação de Hamilton na prova belga, em todas as demais etapas, tirando
apenas a prova malaia, ele conseguiu se impor frente a Lewis, que não conseguiu
manter o mesmo nível de resultados. Em vitórias, já são 9 a 6 no ano, o que
justificadamente, dá para dizer que Rosberg merece sim ser campeão da
temporada. Mas, é prematuro dar a luta por encerrada. Hamilton pode estar
atrás, mas não está morto, e enquanto houver possibilidade, o inglês vai lutar
com tudo o que tem. Se vai conseguir reverter a situação, aí é outra história.
Para a Mercedes, que
comemorou em Suzuka a conquista do título de construtores da temporada, é
irrelevante quem será o campeão pela escuderia. Lewis Hamiton justificou até
aqui a sua contratação pelo time alemão, e teve méritos de manter a disputa
entre seus pilotos aberta o tempo todo, em que pese alguns dissabores que isso
tenha gerado em alguns momentos pelo espírito belicoso que se instalou entre
sua dupla de pilotos. Hamilton levou a melhor em 2014 e 2015, mas é Rosberg
quem está em melhor situação este ano, e portanto, tem sua oportunidade de
mostrar do que é capaz. Estripulias de Hamilton à parte, quando sugere
indiretamente que para a Mercedes pode ser mais vantajoso ver o alemão ser o
campeão da temporada, são ridículas. Todo piloto tem seu momento de azar, por
mais preparado que esteja, e Lewis ainda tem chance de ser campeão, por isso,
que vá para a pista e mostre isso. E, que se acabar vencido, saiba perder com
dignidade, mostrando esportividade e reconhecimento de que o parceiro fez um
trabalho melhor. Hamilton deu mostras disso ao reconhecer que Verstappen se
defendeu muito bem de seus ataques na disputa de posição durante as voltas
finais do GP do Japão. Que possa fazê-lo em caso de acabar como vice-campeão da
temporada.
Hamilton já é um dos
gigantes da F-1. Tricampeão mundial e maior vencedor em atividade na categoria,
uma derrota para Rosberg não manchará sua reputação. Nenhum piloto é imbatível.
Para Rosberg, sua conquista só lhe dará mais respeito do que já merece como
piloto, por conseguir superar um campeão do calibre de Hamilton, que todos
consideram ser muito mais talentoso do que o alemão. A bola do momento está com
Rosberg, e ele não pode perder a chance. Se o fizer, talvez nunca recupere o
estigma de piloto incapaz de ser campeão na F-1.
Um dado interessante: Ontem, dia
13, completou-se 20 anos da conquista do título da F-1 por Damon Hill, na
temporada de 1996. A conquista foi obtida na prova do Japão, em Suzuka, que
naquele ano encerrava o calendário (sim, isso acontecia no mês de outubro),
contra seu companheiro de equipe na Williams, o canadense Jacques Villeneuve.
Até hoje Damon é o único piloto filho de um campeão da F-1 que conseguiu
repetir o feito do pai, conquistando também o título da categoria máxima do
automobilismo. Graham Hill havia sido bicampeão da F-1 em 1962 e 1968, pelas
equipes BRM e Lotus, respectivamente. E no ano em que a conquista de Damon
completa duas décadas, eis que Nico Rosberg pode vir a se tornar o segundo
filho de campeão da F-1 a repetir o feito do pai. Keke Rosberg foi campeão em
1982, competindo pela equipe Williams. Nico tem até agora 23 vitórias, 30
poles, 53 pódios, e 1.522,5 pontos, em 202 corridas. Tirando os pontos, que não
servem de referência pela mudança de pontuação ocorrida em 2010, Nico já tem
números melhores que os de vários campeões mundiais. Falta-lhe o título, que
parece estar cada vez mais perto, depois dos dois vice-campeonatos obtidos nos
dois últimos anos...
Hoje começam os treinos para o
Grande Prêmio do Japão, pelo campeonato da MotoGP. O palco é o traçado misto do
Twin Ring Motegi, megacomplexo automobilístico construído pela Honda há quase
20 anos, e que já recebeu diversas etapas da F-Indy e Indy Racing League. O
traçado misto, usado para a prova de motociclismo, tem 4,8 Km de extensão, com
6 curvas para a esquerda e 8 para a direita. A corrida será disputada em um
total de 24 voltas, totalizando um percurso de 115,2 km, e terá transmissão ao
vivo a partir das 3:00 da manhã deste domingo, pelo horário de Brasília, pelo
canal pago SporTV. Marc Márquez defende a liderança da competição, e com 52
pontos de vantagem, terá a chance de conquistar o tricampeonato da classe
rainha do motociclismo, se conseguir ampliar sua vantagem para Valentino Rossi
em pelo menos 24 pontos. Na prática, Márquez precisa vencer e torcer para que a
dupla da Yamaha não marque pontos nesta corrida. É difícil, mas não impossível
de acontecer. Mas certamente seria o sonho de Márquez dar o título da
competição de 2016 à Honda justamente em sua pista, e no Japão...
Sébastien Buemi iniciou a terceira temporada da F-E com vitória nas ruas de Hong Kong. |
A F-E deu sua largada para a terceira
temporada, nas ruas de Hong Kong, e o panorama na bandeirada de chegada mostrou
que o campeonato de competição de carros monopostos elétricos ganhou novos
nomes e novas pistas, mas ainda vai mostrar uma boa competição entre seus
principais nomes. E Sébastien Buemi começou a nova temporada defendendo bem seu
título de campeão, vencendo a corrida com autoridade, e mostrando que a e.dams
ainda vai ser o time a ser batido, e Buemi, um páreo novamente duro de roer.
Mas Buemi certamente vai ver Lucas Di Grassi em seus calcanhares, e o piloto da
Audi ABT, depois de uma classificação horrível, onde largou praticamente nas
últimas posições, fez uma corrida combativa, teve problemas com o bico do carro
quebrado, e aproveitou-se do momento do safety car a meio da corrida para
efetuar sua troca de carro, o que o levou para as primeiras colocações,
levando-o a terminar em 2° lugar. Nick Heidfeld levou a Mahindra ao pódio, com
a 3ª colocação, começando bem o ano. Quem mostrou serviço mas teve azar foi
Nelsinho Piquet: o piloto brasileiro, primeiro campeão da categoria, largou na
pole-position, mas o piloto da NexTev precisou sair do traçado para evitar uma
batida, e com isso perdeu a liderança, e na hora do safety car, ainda foi aos
boxes no momento que se revelaria errado. Isso o derrubou para o meio do
pelotão, onde terminou apenas em 11° lugar. Mas pelo menos mostrou que seu time
está bem melhor do que no ano passado. A temporada promete boas brigas, e tem
tudo para ser novamente emocionante.
Lucas Di Grassi largou na última fila para terminar a prova de Hong Kong em 2° lugar e mostrar que vai ser novamente um dos destaques da temporada da F-E. |
Tetracampeão da finada F-Indy, o
francês Sébastien Bourdais acertou sua permanência na Indy Racing League em
2017 com a equipe Dale Coyne, time pelo qual já pilotou em 2011, quando estreou
na categoria, após uma passagem fracassada pela F-1 na equipe Toro Rosso.
Bourdais disputaria as duas temporadas seguintes pela Dragon, equipe do filho
de Roger Penske, Jay, até se mudar em 2014 para a KV Racing, substituindo Tony
Kanaan no time de Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven. De lá para cá, Bourdais
venceu 4 corridas pela escuderia. Apesar de ser um dos menores times da IRL, a
Dale Coyne vem reforçando seu staff técnico para a próxima temporada, e a
contratação do piloto francês é vista como decisiva para trazer resultados mais
consistentes ao time, que nesta temporada teve como piloto regular Conor Daly,
com o segundo carro da equipe dividido entre os pilotos Luca Fillipi, Gabby
Chaves e R.C. Enerson durante o campeonato.
Acabou o suspense que todos já
sabiam o desfecho: Roger Penske oficializou a contratação de Josef Newgarden
para ocupar o lugar de Juan Pablo Montoya na equipe Penske para a temporada de
2017 da Indy Racing League. Os demais pilotos da escuderia permanecem os
mesmos: Simon Pagenaud, o campeão desta temporada; Will Power, o vice-campeão;
e Hélio Castro Neves, que foi o 3° colocado. Pelo que demonstrou competindo
pela equipe de Ed Carpenter este ano, os demais pilotos da Penske que se
preparem, pois Newgarden tem tudo para bagunçar a hierarquia no time mais
poderoso da categoria. Resta saber se ele vai se adaptar rapidamente, ou se
passará o próximo ano se encaixando no esquema do time. Vale lembrar que no ano
passado, Simon Pagenaud sofreu um pouco para se acostumar à escuderia, mas
neste ano, o piloto francês simplesmente detonou os concorrentes na pista, e
levou o título com todos os méritos. Fica a dúvida agora para onde Juan Pablo
Montoya irá. O piloto colombiano já disse que vai permanecer na IRL, resta
saber por qual time irá correr...
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