E
o segundo semestre de 2016 avança firme, e já estamos adentrando o mês de
agosto. Por isso, vamos a mais uma sessão da Flying Laps, com algumas notas
rápidas de alguns dos acontecimentos ocorridos no mundo da velocidade neste mês
de julho, que não puderam ser citados nas colunas semanais, com alguns
comentários rápidos sobre cada assunto. Então, uma boa leitura para todos, e até
a próxima sessão Flying Laps no mês que vem.
A corrida da
Alemanha, em Sachsenring, válida pelo Mundial da MotoGP, foi novamente cheia de
emoções este ano. A chuva deixou todo mundo enrolado na parte inicial da
corrida, oferecendo a pilotos que raramente disputam as primeiras colocações a
chance de brilhar, como Danilo Petrucci, Hector Barbera, e Jack Miller, entre
outros. Mas, depois do primeiro terço da prova, a chuva parou, e com a pista
secando, as condições foram se alterando. Nos boxes, as equipes preparavam as
motos reserva para os pilotos, à espera do melhor momento para efetuar a troca.
O problema é que, com a pista ainda úmida, as opções se resumiam a que tipo de
pneu usar na moto reserva. Marc Márquez, que havia largado na pole e caído para
o meio do grid, resolveu apostar nos slicks, e quando fez a troca, a pista já
havia secado o suficiente, embora o risco das partes molhadas ainda fosse bem
considerável. Mas a “Formilga Atômica”, que já havia até saído da pista quando
esta estava molhada, começou a ganhar terreno rapidamente, andando de 4s a 6s
mais rápido que os ponteiros. A pista ia secando cada vez mais, e os pilotos
que andavam nas primeiras colocações, entre eles Valentino Rossi, demoraram
demais para irem aos boxes trocarem de motos. Quando o fizeram, voltaram lá
atrás, e Márquez, por sua vez, já era o líder da competição, rumando firme para
a vitória. Carl Crutchlow, Andrea Dovizioso e Scott Reding travaram uma boa
luta pelas posições seguintes do pódio, com Crutchlow garantindo o 2° lugar, à
frente de Dovizioso, em outro bom resultado para a Ducati, que também conseguiu
ter Andrea Ianonne na 5ª colocação, atrás de Reding, que finalizou em 4°.
Valentino Rossi, por sua vez, perdeu não apenas a chance de disputar a vitória
como de um bom resultado ao demorar demais para trocar de moto, terminando
apenas em 8° lugar. Mas pior ainda foi Jorge Lorenzo: o atual campeão mundial
mostrou-se totalmente fora de rumo com o piso molhado do circuito alemão, e
terminou o GP apenas em 15° lugar, sem conseguir em momento algum andar entre
os primeiros colocados. Com o resultado, Márquez disparou na liderança do
campeonato, com 170 pontos. Apesar do mau resultado em Sachsenring, Jorge
Lorenzo ainda manteve-se na vice-liderança, com 122 pontos. Valentino Rossi,
com um mau resultado na segunda corrida consecutiva disputada com chuva, está
com 111, e vendo suas chances de disputar o título ficarem mais complicadas do
que nunca, com 59 pontos de desvantagem para Márquez. A próxima etapa do
campeonato é no dia 14 de agosto, no circuito do Red Bull Ring, na Áustria.
A categoria rainha do motociclismo,
aliás, terá uma importante novidade para a última etapa do campeonato este ano:
a KTM, que já havia anunciado sua estréia no certame na próxima temporada, irá
disputar a prova final da competição de 2016. A marca participou dos testes
realizados no circuito de Zeltweg neste mês de julho, e resolveu apostar na
mesma estratégia utilizada pela Suzuki no ano retrasado, quando também correu a
prova final do campeonato, em Valência, como preparação para sua estréia no ano
passado. Com isso, Honda, Yamaha, Suzuki e Ducati ganharão mais uma equipe
oficial de fábrica para competir na pista, uma boa notícia para a MotoGP, que
vê as fábricas de motos mais renomadas fazendo participação oficial em seu
campeonato. A tendência para 2017 é que Honda e Yamaha tenham cada vez mais
trabalho com a Ducati, que em algumas corridas este ano mostrou que está
chegando cada vez mais perto, e deve incomodar mais do que nunca com Jorge
Lorenzo em 2017. A Suzuki ainda está um pouco mais atrás, mas espera melhorar
sua performance para o próximo ano, em que pese a perda de seu principal
piloto, Maverick Viñalez, para a Yamaha. Nos testes de Zeltweg, a KTM ficou a
cerca de 2s dos melhores tempos, resultado que foi considerado bem satisfatório
para a marca, que pretende evoluir o projeto e fazer de sua participação na
etapa de Valência um teste mais acurado de seu atual estágio, visando
incrementar a preparação para 2017. E quanto mais gente na disputa, melhor. O
próximo ano tem tudo para mostrar uma disputa bem interessante entre as
principais forças da categoria, que nos últimos anos ficaram restritas ao duelo
do binômio das duas grandes rivais japonesas de Honda e Yamaha.
A Stock Car se fez novamente presente no
circuito de Cascavel, no Paraná, e como tem sido de praxe, as provas disputadas
na rodada dupla no circuito paranaense foram cheias de disputas e emoção. Coube
a Cacá Bueno vencer a primeira corrida no domingo, depois de um duelo que
prometia levantar o público nas arquibancadas, com Marcos Gomes. A disputa,
contudo, acabou frustrada por problemas mecânicos no carro de Gomes, que o
levou a abandonar a prova. Cacá, que havia largado na pole, ficou livre para
vencer a corrida, e tentar diminuir a sua desvantagem de pontos na
classificação do campeonato. Completaram o pódio Ricardo Zonta, em 2° lugar, e
Diego Nunes, em 3°. Na segunda corrida, tivemos uma decisão de vitória
eletrizante na última volta, com Thiago Camilo ficando literalmente a pé nos
metros finais da corrida, vendo sua provável vitória ir para o espaço. Allam
Kodhair assumiu a dianteira, mas logo atrás vinha seu companheiro de equipe
Rubens Barrichello, embutido praticamente. E Rubinho saiu para a ultrapassagem
na reta dos boxes, cruzando a linha de chegada na frente por míseros 0s061 de
diferença para Kodhair, conquistando assim sua 3ª vitória na Stock, e a
primeira em praticamente dois anos. O pódio foi completado por Júlio Campos.
Marcos Gomes teve melhor sorte do que na primeira corrida, e foi 4°, enquanto
Cacá Bueno, por sua vez, não conseguiu repetir o brilho da primeira corrida e
foi somente o 13° colocado. Já Thiago Camilo acabou classificado em 11° lugar.
Com o resultado das provas de Cascavel, Felipe Fraga continua firme na
liderança da competição, com 133 pontos. Marcos Gomes é o vice-líder, com 112
pontos, seguido de perto por Max Wilson, com 110 pontos. Na 4ª colocação vem
Cacá Bueno, com 100 pontos, empatado com seu companheiro de equipe Daniel
Serra. Rubens Barrichello escalou algumas posições e agora é o 6° colocado, com
99 pontos, ao lado de Valdeno Brito. A categoria agora dá uma boa pausa, e
retorna apenas no dia 11 de setembro, para a disputa da prova mais importante
do calendário, a Corrida do Milhão, que será realizada no autódromo de Interlagos,
em São Paulo.
E estava demorando para acontecer alguma
coisa ligada ao esporte a motor, mas até nisso parece que os esquemas de
corrupção que são investigados pela Operação Lava Jato chegaram. Segundo
delações em curso na operação conduzida pela justiça e polícia federal, alguns
patrocínios realizados com times da Stock Car brasileira estavam sendo
“superfaturados” com o objetivo de efetuar lavagem de dinheiro, com o objetivo
de levantar propinas para pagamento dentro da Petrobrás. Ao que tudo indica,
será mais um enguiço que a categoria terá de resolver, como se já não tivesse
seus próprios problemas relativos a desmandos da CBA, entre outros assuntos
mais particulares. Tudo só vem mesmo a revelar que os governos, em especial o
federal, institucionalizou a corrupção a níveis nunca antes vistos neste país,
e que agora precisam ser desvendados, expostos, e seus praticantes colocados na
cadeia, de preferência jogando-se as chaves das celas fora. As investigações
conduzidas pela Lava Jato a cada dia vão descobrindo novas mutretas e
picaretagens perpetradas por políticos, empresários, etc, e toda sorte de
personagens que mostram o quanto nosso país está falido moralmente, precisando
ser reconduzido aos eixos em um processo que certamente poderá ser traumático,
mas muito necessário, uma vez que parece haver tantos rolos e confusões feitos
á revelia e desapreço à lei que o combate a tudo isso precisará se tornar uma
operação permanente, como se estivéssemos literalmente em uma guerra. Exagero?
Nem tanto. É preciso passar este país a limpo, em todas as esferas e áreas
possíveis, e infelizmente, o esporte é mais um setor onde esse câncer se
infiltrou. Que tudo seja apurado, que os responsáveis respondam à lei e que a
Stock possa se ver livre dessa mácula que nada de positivo poderá lhe render,
muito pelo contrário...
Depois da disputa das 24 Horas de Le
Mans, o Mundial de Endurance voltou à ativa nas 6 Horas de Nurburgring, na
Alemanha, e a corrida até que foi bem disputada. De início, com a Audi fazendo
a primeira fila do grid, imaginava-se que a Porsche, atual campeã, iria ter
trabalho com sua compatriota na pista de Nurburg, o que até aconteceu durante
parte da prova. Mas o carro N° 2 da Porsche acabou se envolvendo em algumas
confusões, e precisou ir ao box efetuar alguns reparos, além de sofrer um drive
through, o que o fez ficar de fora da luta pela vitória. Coube ao carro N° 1,
dos atuais campeões da categoria, o trio Mark Webber, Timo Bernhard e Brendon
Hartley, conquistar a vitória e finalmente ter um resultado positivo na atual
temporada. A Audi ficou com o resto do pódio: na segunda colocação ficou o
carro N° 8, com o trio Lucas Di Grassi, Loic Duval e Oliver Jarvis, que ficou à
frente do carro N° 7, que contou apenas com os pilotos Andre Lotterer e Marcel
Fässler nesta prova, já que Benoit Treluyér acabou vetado pela direção da prova
devido a uma contusão na coluna. Depois de brilhar em Le Mans, e perder a
vitória no final devido a um problema mecânico, a Toyota esteve longe de
apresentar a mesma performance em Nurburgring. Os japoneses terminaram a
corrida apenas em 5° e 6°, sem condições de acompanhar o ritmo das rivais Audi
e Porsche. Na classificação de pilotos da classe LMP1, o trio Neel Jani, Romain
Dumas e Marc Lieb lidera a competição com 106 pontos. O trio Lucas Di Grassi,
Loic Duval e Oliver Jarvis ocupa a vice-liderança, com 73 pontos. A próxima
corrida do campeonato é no dia 3 de setembro, com a disputa das 6 Horas da
Cidade do México, no autódromo Hermanos Rodriguez, na capital mexicana.
A torcida brasileira teve bons motivos
para ficar contente com a prova de Nurburgring do Mundial de Endurance. Além da
boa performance do carro N° 8 do trio onde Lucas Di Grassi compete na classe
LMP1, na classe LMP2, os demais brasileiros participantes também tiveram
destaque na etapa disputada no circuito alemão. Bruno Senna e seus companheiros
do carro N° 43 da equipe RGR Sport, Filipe Albuquerque e Ricardo Gonzalez, ficaram
com a 2ª colocação (9ª posição geral), enquanto em 3° lugar (10° lugar geral),
mais um brasileiro também subiu ao pódio: Pipo Derani defendendo o carro N° 31
da equipe Tequila Pátron, ao lado de Chris Cumming e Ryan Dalziel. Antonio
Pizzonia, que retornou à categoria nesta prova, também foi bem, terminando a
classe LMP2 na 5ª posição (12ª posição geral), com o carro N° 44 da equipe
Manor, tendo como companheiros de corrida Tor Greaves e Matthew Howson.
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