Will Power venceu sua 4ª corrida na temporada e vai à caça de Simon Pagenaud, que está apenas 20 pontos à frente. |
No ano em que seu time
de competições no automobilismo comemorou 50 anos de fundação, Roger Penske
caminha a passos largos para conquistar mais um título nas categorias Indy. O
australiano Will Power venceu as 500 Milhas de Pocono, disputadas nesta última
segunda-feira, e com o abandono de Simon Pagenaud, está agora apenas 20 pontos
atrás do intrépido francês. E com apenas 3 provas faltando para fechar o
campeonato, o favoritismo de Pagenaud desceu ao seu nível mais baixo desde que
venceu pela primeira vez no ano, na etapa de Long Beach, na Califórnia. Numa
categoria onde a vitória oferece 50 pontos, os 20 de vantagem atualmente
desfrutados por Simon não significam muita coisa. Para a Penske, pouco importa
quem vai ser campeão, se Pagenaud ou Power: ambos são seus pilotos, e Roger tem
novamente o privilégio de ver a disputa do título restrita praticamente a seus
pilotos, como viu em 2014, quando Hélio Castro Neves e o mesmo Will Power
decidirem o título, que acabou com o australiano.
Na teoria, não se pode
dizer que o duelo ficará mesmo restrito a Pagenaud e Power. Contando somente as
vitórias, temos 200 pontos em jogo nas últimas 3 corridas. Há que se lembrar
que a etapa de Sonoma, na Califórnia, por encerrar o campeonato, tem pontuação
dobrada, e isso aumentar o leque de possibilidades de uma zebra nos momentos
finais, como ocorreu no ano passado, na mesma pista californiana, onde Juan
Pablo Montoya perdeu o título in extremis para Scott Dixon, da Ganassi, que chegara
na pista como azarão. Desta vez, quem pode fazer tal papel é o jovem Josef
Newgarden, da equipe de Ed Carpenter. Newgarden é o atual terceiro colocado na
competição, exatos 100 pontos atrás de Pagenaud, e 80 atrás de Power. Pela
constância que vem apresentando no campeonato, Josef poderia ser uma surpresa
inesperada na luta pelo título da competição.
Abandono nas 500 Milhas de Pocono reduziu significativamente a vantagem do piloto francês, que está na alça de mira de seu companheiro de time na Penske. |
Mas, na prática, o
duelo deve ficar mesmo entre Pagenaud e Power. Newgarden tem uma desvantagem: a
corrida que será disputada amanhã, no Texas, é a sequência da prova iniciada em
junho, que foi interrompida devido à chuva, após 71 voltas completadas. Amanhã,
a corrida será reiniciada com a mesma ordem, e os mesmos competidores de quando
foi interrompida. Acontece que, àquela altura, Newgarden estava fora da corrida
devido a um violento acidente com Conor Daly, e assim, os dois pilotos não
poderão retomar a corrida. Dessa maneira, Newgarden já perde a chance de lutar
por 50 pontos, situação que Power e Pagenaud aproveitarão para abrir ainda mais
vantagem para os potenciais rivais na classificação do campeonato. Scott Dixon,
o atual campeão, poderia ser uma potencial ameaça aos dois pilotos da Penske,
mas a Ganassi não vem demonstrando a mesma força este ano, e embora em 2015
Dixon também não parecesse capaz de levar o título, a performance do
neozelandês na competição não era tão apagada quanto a deste ano, onde Dixon
venceu apenas uma corrida, no oval de Phoenix, e não foi capaz de repetir o
resultado nas demais corridas até agora, tendo subido ao pódio apenas mais uma
vez, em Long Beach. Mesmo assim, não se pode ignorar a possibilidade do piloto
da Ganassi reagir nestas etapas finais e embolar a disputa, proporcionando uma
nova reviravolta como a do ano passado, onde Montoya também chegou à etapa
final com ares de grande favorito, e perdeu a parada mais por culpa própria do
que por méritos de Dixon, sem desmerecer a vitória do neozelandês, claro.
Hélio Castro Neves
poderia embolar a disputa com seus companheiros na Penske, mas o brasileiro,
além de não estar fazendo uma temporada brilhante, vem tendo alguns azares
grotescos, como o visto em Pocono, onde acabou atropelado dentro dos boxes pelo
salseiro arrumado pela Andretti ao liberar Alexander Rossi sem maiores cuidados
de seu pit stop, fazendo o vencedor da Indy500 deste ano colidir com Charlie
Kimball, que vinha entrando, e catapultando Rossi para cima do carro de
Helinho, que por pouco não foi atingido na cabeça, com consequências que
poderiam ter sido feias. O abandono fez Hélio cair da 3ª para a 5ª colocação,
estando 113 pontos atrás de Pagenaud na classificação. Seria preciso um
verdadeiro milagre para o brasileiro conseguir reverter essa desvantagem,
precisando que tanto Power quanto Pagenaud simplesmente abandonassem duas das
três provas e Helinho vencesse essas mesmas duas corridas, para disputar
efetivamente o título, o que parece pouco provável de acontecer, embora não
impossível. Hélio tem mostrado boa performance durante o ano, mas não conseguiu
se impor perante seus companheiros em várias provas, tendo ficado para trás no
duelo travado entre Pagenaud e Power. Dificilmente irá conseguir mudar o
panorama a esta altura. E, mesmo que o consiga, a vantagem de seus dois colegas
de time é muito grande. Pesa contra Helinho o fato de não ter vencido nenhuma
corrida no ano, enquanto Power e Pagenaud já triunfaram em 4 corridas cada um.
O carro de Alexander Rossi despencou em cima de Hélio Castro Neves nos boxes de Pocono. Felizmente ninguém saiu ferido, mas Helinho perdeu uma boa chance de pontuar na corrida. |
Em sexto na
classificação, Tony Kanaan encontra-se na mesma situação de seu compatriota.
Com 380 pontos, Tony também vem tendo um ano irregular, andando ora forte, ora
apenas mediano, e a exemplo de Hélio, também não ter conseguido vencer no ano.
O único consolo de Kanaan é o fato de estar apenas 6 pontos atrás de seu
companheiro de time Scott Dixon na classificação, o que apenas demonstra que a
própria Ganassi não vem tendo um ano dos mais brilhantes. Helinho não tem essa desculpa. O único consolo mesmo de Hélio é o fato de Juan Pablo Montoya,
seu companheiro de time, ao contrário de Power e Pagenaud, estar fazendo uma
campanha pífia nesta temporada, ocupando apenas a 13ª colocação, com 322
pontos. Um ano realmente apagado, a ponto de o colombiano já ser considerado
por alguns como carta fora do time de Roger para 2017, sendo que sua vaga
poderia ser ocupada pela nova sensação da categoria, Josef Newgarden, que
poderia integrar o quarteto do time no próximo ano, a exemplo do que Penske fez
há dois anos atrás, quando contratou Simon Pagenaud.
Quanto aos demais
pilotos, não há nenhuma possibilidade de surpresas a esta altura da competição,
que embora não impossíveis, são extremamente difíceis e improváveis. Único time
com estrutura para brigar de igual para igual com Penske e Ganassi, a Andretti
está padecendo da falta de competitividade não apenas do motor Honda, mas
também do kit aerodinâmico fornecido pela fábrica japonesa, que foi capaz de
mostrar serviço apenas nas duas etapas de 500 milhas do ano, com Alexander
Rossi tendo vencido a Indy500 e Ryan Hunter-Reay tendo feito uma corrida
espetacular em Pocono. Mas só isso, o que é muito pouco.
Will Power vem em
ascenção nas últimas corridas, desde a segunda corrida da rodada dupla de
Detroit, tendo sempre terminado as provas à frente de Simon Pagenaud, com
exceção da corrida em Mid-Ohio, vencida pela francês em um momento em que ele
precisava voltar a se impor para mostrar seu favoritismo ao título da
competição no duelo com seu companheiro australiano na equipe Penske. O
problema é que seu abandono em Pocono, e a vitória de Power, não apenas
eliminou a folga obtida em Lexington, como esta ficou ainda menor. A disputa
entre os dois pilotos promete ser emocionante nestas etapas finais do
campeonato. E o primeiro dos três embates finais já acontece neste sábado, na
pista oval do Texas Motor Speedway, para finalizarem a corrida iniciada em
junho passado.
Amanhã os pilotos
terão 10 minutos de treino de aquecimento para irem à pista e ajustarem seus
carros, divididos em dois grupos, a partir das 18h35 até às 19h00. A corrida
terá sua relargada às 22h20 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo
tanto da Bandeirantes quanto do canal pago Bandsports.
Uma das melhores pistas da F-1, Spa-Francorchamps é o melhor palco para a retomada da competição depois das férias de verão europeu. Aqui um bela vista da curva Eau Rouge... |
Depois das férias de agosto, é
hora de voltar ao batente na Fórmula 1, e o palco é uma das minhas pistas
favoritas, e de muita gente aqui no paddock também: Spa-Francorchamps. Aqui se
inicia a “segunda” fase do campeonato, que traz como grande atrativo (senão o
único no momento) o duelo entre a dupla da Mercedes pelo título da temporada.
Lewis Hamilton virou o jogo e assumiu a dianteira do campeonato, com nada menos
do que 19 pontos de vantagem para Nico Rosberg, que conseguiu a proeza de arrebatar
uma vantagem de 43 pontos para o tricampeão inglês, e ver tudo ir pelos ares.
Nico deverá ter vantagem aqui na pista belga: Hamilton, no limite de unidades e
sistemas de motores permitidos pelo regulamento, já anunciou que deverá apelar
para o uso de peças de uma nova unidade, o que o fará perder pelo menos 10
posições no grid. A jogada tem seus riscos, mas sendo Spa uma pista de alta
velocidade, onde as Mercedes devem ser mais favoritas do que nunca, e com bons
pontos de ultrapassagem, a chance de Hamilton, mesmo saindo de meio ou até
mesmo de trás do grid, terminar entre os primeiros, é muito boa. Na verdade, a
intenção é pelo menos chegar ao pódio, e minimizar a perda dos pontos de
vantagem acumulados na liderança da competição. Se Lewis for terceiro, na
hipótese de Rosberg vencer, ele perde 10 pontos; se conseguir ser o 2°
colocado, a perda será de apenas 7 pontos. E, com 19 pontos de vantagem, o
inglês pode se dar ao luxo de usar as novas peças no motor nesta pista, e com
isso ter uma unidade a mais de seus componentes para utilizar até o fim do
campeonato. Dependendo da situação, a tática talvez seja utilizada também em
Monza, próxima etapa, uma vez que se trata de uma pista de alta velocidade
também, e com boas retas para ultrapassagens. Falta combinar com os
concorrentes, entretanto, e nas últimas provas, a Red Bull tem andado próxima o
suficiente para aprontar alguma coisa em cima dos carros prateados na
possibilidade de haver problemas com Rosberg ou Hamilton. E, dependendo da
performance dos rubrotaurinos, nem mesmo o fato de Spa ser um circuito de alta
velocidade, que exige muito do motor pelas subidas que a pista apresenta, pode
ser garantia de supremacia incontestável da Mercedes. O que joga a favor do
time alemão é o fato de a Ferrari estar precisando muito de um bom resultado, e
com isso, travar uma luta renhida com a Red Bull pelas melhores posições no
grid e na corrida. E, se isso acontecer, a ordem é escapar na frente e deixarem
a equipe dos energéticos e o time de Maranello se engalfinharem pelas curvas da
pista da floresta das Ardenhas. Quem sabe os treinos de hoje já nos dão uma
perspectiva de quem está com a vantagem por aqui?
O circuito de Spa promete ter o
melhor público dos últimos anos. Além dos tradicionais torcedores que se
espalham pelas arquibancadas e morros da região, os holandeses invadiram as
imediações. O motivo é a sensação Max Verstappen, o mais novo ídolo do esporte
da Holanda, que foi o único a vencer na temporada fora a dupla da Mercedes. Sem
um GP próprio desde que a F-1 correu pela última vez na pista de Zandvoort, em
1985, essa é a melhor chance dos holandeses torcerem por seu novo destaque na
categoria máxima do automobilismo. E quem sabe, torcer para um novo triunfo de
Max, uma vez que o modelo RB12 está cada vez melhor. E se pintar uma bobeada
pelos lados da Mercedes, tudo pode acontecer... Só falta mesmo combinar com
Daniel Ricciardo, que não está a fim de deixar o jovem piloto cantar demais de
galo no time dos energéticos, pra não falar da dupla da Ferrari, que anda com a
Red Bull entalada na garganta nas últimas corridas, em sentido quase literal da
expressão...
Jenson Button, da McLaren, está
para se tornar o terceiro piloto da F-1 a participar de 300 GPs na categoria
máxima do automobilismo. O campeão de 2009 atingirá esse número aqui mesmo, em
Spa-Francorchamps, e se garantir contrato para correr em 2017, irá superar o
recorde de 326 GPs de Rubens Barrichello, que deixou a F-1 ao fim de 2011.
Button é um dos nomes ventilados na Williams para o próximo ano, mas até o
presente momento, tudo continua incerto se o inglês retornará ao time onde fez
sua estréia na F-1, ou se continuará na McLaren, ao lado de Fernando Alonso.
Curiosamente, foi aqui também neste circuito que Barrichello comemorou seus 300
GPs na F-1, no GP da Bélgica de 2010. A corrida infelizmente não foi feliz para
o brasileiro, que abandonou a prova após uma batida. Vejamos se Button tem
melhor sorte que Rubinho...
A F-1 tem um novo nome no grid
para o resto do campeonato a partir desta prova em Spa-Francorchampos. O
francês Steban Ocon estréia nos treinos de hoje como piloto titular da equipe
Manor. Ocon assume o lugar que era do indonésio Rio Haryanto, que sem conseguir
mais dinheiro com seus patrocinadores e com o governo da Indonésia, ficou a pé
na competição após a prova da Alemanha. Mas não é apenas a falta do dinheiro de
Haryanto que explica a promoção de Ocon. O piloto faz parte do programa de
desenvolvimento de pilotos da Mercedes, que fornece as unidades de potência da
pequena escuderia, a exemplo do outro piloto do time, Pascal Werhlein, que até
já conseguiu pontuar pelo time. Ambos os lados saem ganhando: a Mercedes
garante um lugar onde seus pilotos podem estrear e ganhar experiência sem
pressões demasiadas (afinal, todos sabem que os carros da Manor são os menos
competitivos do grid depois da Sauber), e a Manor garante algum desconto no
fornecimento dos motores da Mercedes. E, pelo menos, é de se elogiar que a nova
dupla de pilotos tem tudo para brilhar pelo talento, e não exatamente pela
conta bancária, algo que vem tomando proporções cada vez maiores no mundo do
esporte a motor em algumas categorias...
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