Pois
é: o mês de maio já está praticamente no fim, e quase metade de 2016 já foi
embora, com o tempo andando com uma velocidade que parece tão veloz quanto as
dos carros de competição em sua luta pelas melhores colocações. E todo fim de
mês é momento para se fazer um balanço do que ocorreu nas últimas semanas. Portanto,
é hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, fazendo a tradicional
avaliação do panorama do mundo da velocidade neste mês de maio que está nos
deixando, no velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor
verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro).
Então, uma boa leitura para todos, e no mês que vem tem mais...
EM ALTA:
Simon
Pagenaud: O piloto francês da equipe Penske já tinha vencido duas corridas do
campeonato 2016, mas resolveu mostrar que continua com a corda toda no certame da
IRL, vencendo a prova do circuito misto de Indianápolis, e abrindo larga
vantagem para os demais concorrentes, que terão de suar o macacão se quiserem
alcançar o jovem francês, que até o presente momento vem dando pinta de ser o
principal candidato ao título da temporada. Mas ainda é cedo para comemorar, ainda
mais porque vem aí as 500 Milhas de Indianápolis, prova que terá pontuação
dobrada, e sempre apronta algumas surpresas no seu decorrer. Mas é bom a
concorrência ficar de olho em Simon, pois ele quer manter a boa fase, e
aumentar ainda mais a sua vantagem. Os concorrentes que se virem e tratem de ir
à luta...
Lucas
Di Grassi: O piloto da equipe Audi ABT teve um fim de semana complicado na
etapa de Berlim do campeonato da F-E, onde largou em 8° e conseguiu terminar em
3°, garantindo, assim, a permanência na liderança da competição, que com uma
vitória irretocável de Sébastien Buemi, voltou a ficar bem apertada. Mas o
piloto brasileiro também conseguiu enfim sua primeira vitória também no
Campeonato Mundial de Endurance, ao vencer as 6 Horas de Spa-Francorchamps,
pela equipe oficial da Audi. O sonho de Lucas agora não é nada modesto: ele
quer chegar à vitória nas 24 Horas de Le Mans. Sonhar é preciso, e Lucas, se
por um lado garantiu a primeira vitória de um piloto brasileiro desde que Raul
Boesel venceu na antiga competição de Esporte-Protótipos em 1987, quando foi
campeão da categoria, vai ter de dar duro para conseguir o seu intento de ser o
primeiro piloto tupiniquim a vencer as míticas 24 Horas de Le Mans na categoria
LMP1, pois os rivais da Porsche tem outros planos, e seus colegas no outro
carro da Audi Sports também...
Max
Verstappen: O intrépido piloto holandês teve uma reviravolta incrível em sua
situação na F-1 no último mês. Se ele já impressionava andando com o carro da
Toro Rosso, ser promovido para o time da Red Bull foi a antecipação de algo que
já estava planejado para a próxima temporada, e ainda por cima, deu a sorte de
ver os pilotos da Mercedes se enroscarem em Barcelona, o que lhe propiciou a
chance, não desperdiçada, de vencer logo em sua estréia no novo time, e com
isso, tornar-se o piloto mais jovem a vencer uma corrida na F-1 em todos os
tempos. Se a sorte ajudou Max, por outro lado é inegável que ele teve méritos
na vitória, especialmente depois do duelo com Kimi Raikkonem na parte final da
corrida, onde todos davam como certa a vitória do piloto finlandês, mas que no
final das contas, não conseguiu achar a brecha necessária para superar o novo
astro da equipe Red Bull, que a partir de agora promete infernizar bastante o
pelotão da frente nas corridas. Olho nele que o garoto não vai ficar apenas no
que mostrou na corrida da Espanha...
Jorge
Lorenzo: O piloto da equipe Yamaha já se decidiu por ir para a Ducati para a
temporada de 2017, mas enquanto o próximo campeonato não chega, o atual campeão
da MotoGp mostra que pretende ir para o time italiano na condição de
tetracampeão mundial. E o piloto espanhol mostra que não está para brincadeira,
ao vencer as duas últimas corridas, em Le Mans, e Mugello, onde travou um duelo
acirradíssimo com Marc Márquez pela vitória, conquistando o GP da Itália na
bandeirada de chegada com uma margem apertadíssima para Márquez por míseros
0s019, que só não levantou mais o público da pista italiana por causa do
abandono de Valentino Rossi por quebra do motor de sua Yamaha. Lorenzo tem 10
pontos de vantagem para Márquez na competição, que tem dado de tudo para
acompanhar o ritmo das motos da marca dos três diapasões. Mas o momento é de
Lorenzo: ele venceu metade das 6 provas disputadas na atual temporada, e ainda
temos 12 corridas pela frente até o encerramento da competição. Quem vai
segurar o atual tricampeão?
Nico
Rosberg: O piloto alemão teve o seu primeiro revés na temporada 2016 da F-1, ao
abandonar o Grande Prêmio da Espanha em virtude da barbeiragem protagonizada em
maior parte por Lewis Hamilton, mas até certo ponto ele saiu no lucro em
Barcelona, pois Hamilton também ficou de fora, e sua vantagem na classificação
sobre o parceiro inglês continua grande: 43 pontos, uma vez que venceu a
corrida em Sochi, na Rússia, outra prova em que Hamilton enfrentou problemas e
não conseguiu duelar pela vitória como pretendia. Com isso, passou-se mais um
mês onde o piloto alemão está dando as cartas na competição, enquanto Hamilton
vem tendo dificuldades de reverter a situação a seu favor, não tendo conseguido
nenhum resultado melhor do que o do parceiro, que parece mesmo cada vez mais
candidato ao título. E cada corrida que se mantém na frente é uma chance a
menos de Hamilton reverter a situação, o que certamente deverá começar a
influir no comportamento do piloto inglês, a exemplo do ocorrido em Barcelona.
Será que chegou enfim a chance de Rosberg ser campeão? Tudo indica que os
ventos estão a seu favor... Resta esperar que a sorte não o abandone, e ele
continue fazendo o bom trabalho que tem desenvolvido até aqui...
NA MESMA:
Equipe
Ferrari: O time de Maranello encerrou a primeira fase do mundial com a sensação
frustrante de não se ver capaz de bater as Mercedes, tanto em ritmo de
classificação, onde a diferença tem oscilado muito, quanto em ritmo de corrida,
onde os carros prateados parecem ter ainda relativa folga de performance para a
concorrência. Mas agora, para deixar a situação do time rosso ainda mais
complicada, eis que a Red Bull dá mostras de que está mais competitiva do que
nunca, após o seu período de domínio na F-1. O time dos energéticos encarou a
esquadra rossa de igual para igual em Barcelona, e venceu pela primeira vez na
temporada, algo que a Ferrari ainda não conseguiu. E como os rubrotaurinos assustaram
correndo com uma unidade de potência que no momento é inferior à do time
italiano, a preocupação tende aumentar quando a Renault passar a fornecer seu
novo propulsor atualizado, o que deve complicar as pretensões de Maranello de
ser a principal rival da Mercedes no campeonato. E com isso, dizem que Sergio
Marchione, dirigente principal da Ferrari, já estaria com a paciência curta, o
que pode significar que alguma cabeças em Maranello poderão rodar a qualquer
momento...
Número
de provas no campeonato da IRL 2016: O campeonato da Indy Racing League sofreu
um revés com o cancelamento da etapa de Boston, que deveria ser uma das últimas
da competição nesta temporada, mas a direção da Indycar conseguiu agir rápido,
e já acertou uma prova substituta para repor a vaga em aberto. E todos acharam
a solução mais do que satisfatória: o circuito de Waktins Glen, que estava fora
do calendário nos últimos anos, que receberá novamente a categoria de
monopostos americana, e certamente agrada muito mais aos times e pilotos do que
o traçado que encontrariam na metrópole do nordeste dos Estados Unidos. O
circuito passou por algumas reformas recentemente, e teve todo o seu asfalto
recapeado, o que deve ser muito apreciado pelos pilotos e pelos fãs, que
poderão ver algumas boas disputas no tradicional circuito que já recebeu a F-1 há
muitos anos atrás.
Mundial
de Rally: A situação no campeonato mundial de Rally deste ano até que está
interessante, pelo menos do ponto de vista dos vencedores das etapas da
competição. Sébastien Ogier, o atual campeão, venceu apenas 2 etapas das 5 já
disputadas até aqui. Mas, se por um lado foi bom vermos pilotos como Kris
Meeke, Hayden Paddon, e Jari-Matti Latvala vencerem, por outro lado, Ogier
subiu ao pódio em todas as etapas, e continua disparado na classificação geral,
com quase o dobro de pontos do vice-líder, que neste momento é Andreas
Mikkelsen, que não venceu nenhuma etapa, mas é o segundo piloto mais regular da
competição, tendo deixado de pontuar em apenas uma etapa. Os demais vencedores
vem tendo uma campanha pra lá de irregular na competição, de modo que estão
muito longe de promover uma disputa competitiva pelo campeonato a fim de abalar
o favoritismo de Ogier, que no ritmo atual, tem tudo para conquistar mais um
título nesta temporada...
Como
está fica: Audi ABT e e.dams já anunciaram que manterão suas atuais duplas de
pilotos para a próxima temporada da F-E, que se iniciará no segundo semestre.
Lucas Di Grassi, um dos destaques do campeonato, chegou a ser sondado por
vários times, mas acertou sua renovação com sua atual escuderia, acreditando no
trabalho desenvolvido até aqui. Por sua vez, o time oficial da Renault também
preferiu assegurar a continuidade dos trabalhos de Sébastien Buemi e Nicolas
Prost por mais uma temporada. Quem também já renovou para mais uma temporada
com sua atual escuderia é Nelsinho Piquet, que continuará na China Racing, que
deverá ter todo um novo conjunto técnico para a próxima temporada da competição
de carros elétricos, depois do fiasco que foi a atual temporada do time.
Sebastian
Vettel: O tetracampeão alemão continua tendo seus percalços em pista nesta
temporada, e a exemplo de Hamilton, vem perdendo a briga para seu companheiro
de equipe, Kimi Raikkonem, embora por margem menor do que vem acontecendo na
Mercedes. Em Barcelona, Vettel terminou mais uma corrida atrás de Kimi, que já
tinha tido a oportunidade de pontuar bem na Rússia, onde Sebastian abandonou
após o toque com Daniil Kvyat. Para complicar a situação, Vettel ainda está
empatado em pontos com Daniel Ricciardo, com 48, enquanto Kimi é o vice-líder
do campeonato com 61 pontos, e olhe que o finlandês nem está empolgando tanto
assim. Como desgraça pouca é bobagem, o ferrarista está começando a atrair
críticas pelas reclamações que tem feito sobre as disputas que tem travado com
os rivais na pista: Na China, ele reclamou sem razão de Kvyat na disputa de
posição na primeira volta, o que o levou a bater no próprio companheiro de
equipe; e em Barcelona, achou as tentativas de ultrapassagem de Ricciardo muito
forçadas e agressivas. Sinal de pressão por resultados, ou Vettel está
começando a pegar maus hábitos de piloto campeão?
EM BAIXA:
Daniil
Kvyat: O piloto russo da Red Bull, depois do seu momento de glória na China,
quando subiu ao pódio em 3° lugar, foi direto para o inferno sem meio termo no
GP da Rússia, onde acabou acertando Sebastian Vettel duas vezes, e levou uma
rasteira de Helmut Marko, rebaixando-o para a Toro Rosso, entendendo que na
prática estará a pé em 2017. Para piorar sua situação, Kvyat ainda teve de
assistir a Max Verstappen, que assumiu seu carro no time matriz, vencer a
corrida espanhola e ganhar manchetes em todo o mundo, enquanto ele, dispondo
agora de um carro muito menos competitivo, só teve o sabor de marcar a volta mais
rápida da corrida espanhola, o que não vai deixar Marko nem um pouco
impressionado, que a esta altura está delirando com o sucesso de seu novo
protegido. Melhor Kvyat começar a procurar emprego em outro lugar, porque na
estrutura da Red Bull ele será apenas mais um a ser jogado no lixo em breve, e
sem a menor dor de consciência por parte dos chefes do time.
Equipe
Williams: O time inglês conseguiu um respiro na prova da Rússia, mas em
Barcelona, a dura realidade bateu à sua frente de vez: a Red Bull passou
definitivamente à frente na performance das escuderias, chegando a desbancar
até a Ferrari. Valtteri Bottas chegou quase 50s atrás de Max Verstappen no
circuito da Catalunha, que costuma expor os vícios e as virtudes de qualquer
máquina da competição, e o que temos no momento é que a Williams terá de se
contentar em ser a 4ª equipe no Mundial de Construtores, a menos que consigam
uma reviravolta que parece muito pouco provável. E começam a pipocar fofocas de
que a Williams só não vai cair mais porque McLaren e Force India não demonstram
muita capacidade de alcançar em curto espaço de tempo os carros de Sir Frank, o
que não quer dizer que a situação não possa mudar repentinamente. Mas que se
eles não se mexerem vão ficar para trás, isso vão...
Lewis
Hamilton: O atual tricampeão vem tendo mesmo uma temporada complicada. Teve
problemas novamente na classificação da etapa da Rússia, e quando conseguiu se
desvencilhar da concorrência, não teve como partir para o duelo contra Nico
Rosberg pela vitória. Na Espanha, quando parecia que seria batido na
classificação para o grid, mostrou novamente toda a sua velocidade, mas na
largada, acabou se preocupando demais em fechar a porta para Nico e foi
ultrapassado pelo parceiro. Na ânsia de querer recuperar a posição, embutiu na
traseira do alemão, que defendeu-se um pouco tardiamente, e acabou indo para
fora da pista, onde perdeu o controle do carro e acabou colidindo justo com o
seu companheiro de time, tirando ambos da prova espanhola. Os ânimos não foram
dos melhores na reunião a portas fechadas depois do incidente, mas começam a
circular rumores de que Hamilton estaria mais interessado em suas baladas do
que em poilotar com a devida concentração, o que estaria prejudicando o piloto
inglês no atual campeonato, dado o número de equívocos cometidos até aqui, o
que certamente pode ser considerado um exagero. Já falam até que o inglês
poderia tirar um ano sabático em 2017, mas é muito pouco provável, pois seu
contrato com a Mercedes vai até 2018. Mas é inegável que a atual temporada está
ficando aquém do que o piloto esperava, tendo sido superado na classificação
por Kimi Raikkonem, e vendo Rosberg aumentar cada vez mais sua dianteira no
campeonato. Lewis vai precisar botar a cabeça no lugar e o pé direito no
acelerador para recuperar sua condição de principal astro do time alemão, e sem
direito a cometer mancadas como a de Barcelona, se quiser ter a chance de ser
novamente campeão este ano...
Crise
no esporte a motor no Brasil: Que a crise econômica no Brasil anda brava, ninguém
discute. E ela finalmente bateu forte também no mundo do esporte a motor. O
Campeonato Brasileiro de Motovelocidade deste ano acabou cancelado por pura
falta de patrocinadores. Os que haviam se comprometido em apoiar a competição
neste ano infelizmente tiveram de rever seus gastos, em virtude da piora do
quadro econômico nacional, e a organização da categoria não teve outra opção
além de cancelar a competição neste ano, preferindo centrar esforços em
viabilizar o retorno do campeonato em 2017. Na Stock Car, o principal certame
do automobilismo nacional, o grid encolheu com a ausência da RZ Motorsport, que
sem receber de seu principal patrocinador, não esteve presente na etapa de
Goiânia, assim como a Mico’s Racing, que também perdeu seu principal apoiador.
A categoria já havia visto a ausência da Boettger, que saiu da competição neste
ano, também por problemas financeiros. Alguns dizem que a crise só não é mesmo
mais catastrófica porque o esporte a motor nacional hoje é uma sombra do que já
foi, tendo um número bem reduzido de certames em competição em nosso país.
Chega a ser ridículo concordar com isso, mas se houvesse muito mais
competições, o baque da crise financeira de nossa economia produziria um
cataclisma ainda pior, o que não serve se consolo para ninguém. E, enquanto
nosso país não sair do buraco, quem ainda sobrevive na pistas terá de rebolar
para não ser a próxima vítima da crise...
Andrea
Iannone: Com o anúncio da contratação de Jorge Lorenzo para a próxima
temporada, era questão de tempo até a Ducati se pronunciar a respeito de quem
de seus atuais pilotos seguiria no time. E o felizardo acabou sendo Andrea
Dovizioso, que terá a companhia de Lorenzo em 2017. Segundo algumas fontes
internas, pesou a tentativa atrapalhada de Iannone na última volta do GP da
Argentina, quando ele tentou ganhar a posição de seu companheiro de equipe
Dovizioso e ambos acabaram batendo e caindo a duas curvas da bandeirada, quando
o time italiano já praticamente comemorava o 2° e 3° lugares que iria
conquistar naquela corrida. Dovizioso, aliás, tem andado forte neste ano, mas
uma série de problemas o deixou sem pontuar em algumas etapas, sem culpa pelos
incidentes, e a Ducati teria escolhido o piloto menos propenso a arrumar
encrenca com o futuro companheiro de equipe. Pelo sim, pelo não, Iannone já se
garantiu também para 2017, firmando contrato com a Suzuki, que tem planos de
crescer de produção no curto prazo, mas que no atual momento não parece ter o
mesmo potencial que a Ducati.
Nenhum comentário:
Postar um comentário