As escuderias da F-1 terão várias novidades em seus carros para o GP da Espanha, na pista de Barcelona. Mas a Mercedes segue sendo a favorita destacada. |
Cá estamos na Europa
para o início da fase do Velho Continente do Mundial de F-1, e como já virou
praxe nos últimos anos, Barcelona é a primeira parada, no circuito da
Catalunha. Para as expectativas do campeonato, a pergunta é: Lewis Hamilton vai
começar a reagir, ou Nico Rosberg vai se distanciar ainda mais no campeonato?
Com 43 pontos de vantagem, o piloto alemão da Mercedes só não pode deitar e
rolar porque o menor descuido pode inverter a situação no campeonato, em que
pese hoje isso exigir pelo menos duas provas com um desastre total para Nico
com tudo dando certo para Lewis.
Mas todo mundo também
quer saber como o novo "queridinho" da Red Bull, Max Verstappen, vai
se sair pilotando pela primeira vez um carro de ponta. O piloto holandês foi
promovido para o time matriz, com Daniil Kvyat sendo "rebaixado" para
o seu lugar na Toro Rosso, depois dos percalços na prova da Rússia, há duas
semanas. E, demonstrando falta de sensibilidade, a FIA ainda escalou os dois
pilotos para as coletivas de imprensa ontem aqui no paddock, onde era nítido
ver que Kvyat não estava com a menor disposição de ter toda essa atenção
voltada para si, em um momento onde ele precisa de um pouco de paz e
tranquilidade para acertar o seu rumo, de volta ao time "B" dos
energéticos. O jovem russo vai precisar colocar a cabeça no lugar se quiser dar
a volta por cima, mas muitos já dão Daniil como em situação de aviso prévio
para 2017, e isso certamente não vai ajudar muito em sua paz de espírito.
Por outro lado, é
nítido como Verstappen está animado com a chance que normalmente teria no
próximo ano, mas viu chegar antes do tempo. O jovem holandês tem mostrado
talento e velocidade na Toro Rosso, mas também já andou mostrando ter uns chiliques
que ninguém anda gostando, especialmente na Austrália, onde disparou farpas
contra seu parceiro de time, Carlos Sainz Jr. Todo mundo quer ver o que Max vai
render com um carro de ponta à sua disposição. Há quem diga que isso pode
tumultuar o ambiente na Red Bull, pois Daniel Ricciardo vai ser o alvo direto
de Max, que precisará ser superado a todo custo, se quiser manter sua fama de
prodígio conquistada desde sua estréia na F-1 no ano passado. Mas a euforia por
querer mostrar serviço também pode ser perigosa, o que resultaria em possíveis
acidentes na competição. Exagero? Talvez, mas pelo sim, pelo não, quem for
largar ao lado de Verstappen no domingo terá de tomar alguns cuidados a mais,
para se prevenirem da impetuosidade do piloto. Isso, claro, se forem
cautelosos... Tem aqueles que não irão dar mole na dividida de curva, para não
abrir espaço e não acostumarem mal o piloto, que já anda meio que se achando no
ambiente da categoria.
Com relação à corrida
em si, a pista de Barcelona infelizmente tem mostrado uma das provas mais
maçantes dos últimos tempos. Como os testes da pré-temporada são normalmente
realizados aqui, todos os times já entram na pista com mais dados do que em
qualquer circuito, o que tira parte das surpresas que todos podem encontrar. E
isso e traduz em provas sem muitas disputas. A variedade de curvas desta pista
colocam à prova o equilíbrio e estabilidade dos carros. Quem anda bem aqui
provavelmente anda bem em todos os circuitos. Por outro lado, a pista também
coloca à prova a qualidade dos projetos das escuderias, de modo que aqueles
monopostos que não andarem bem, terão graves problemas no restante do
campeonato.
Neste ponto, a
Mercedes é candidata mais do que natural à primeira fila, lembrando que o time
alemão não mostrou toda a sua força nos dias da pré-temporada, quando testaram
por aqui. Em compensação, a Red Bull, cujo modelo RB12 mostrou ser excelente em
equilíbrio, tem tudo para conseguir incomodar os ponteiros, a exemplo do que
fez na China. Para a Ferrari, ainda em busca de um triunfo na temporada, resta
saber se o SF-16H terá mesmo condições de desafiar o modelo W07 da Mercedes, o
que até agora não conseguiu demonstrar, o que já vem causando uma certa
impaciência na direção da Ferrari.
Barcelona também
costuma ser a pista onde a grande maioria das equipes coloca os primeiros
grandes upgrades em seus carros. Todos os dados acumulados das primeiras
corridas do ano já foram exaustivamente analisados nas sedes, que providenciam
as evoluções dos modelos. E esta semana terá um atrativo adicional, com dois
dias de testes que serão realizados após o GP, portanto, vários dispositivos
novos foram trazidos para este circuito. Hoje, nos treinos livres, já deveremos
ver parte destas novidades. Mas há quem não terá essa chance. A Sauber já
anunciou que não teria atualizações no seu monoposto, razão pela qual nem irá
participar dos dois dias de testes durante a semana. A situação do time suíço,
infelizmente, não é das melhores, tanto em competitividade, quanto em termo
financeiros.
E quem vencerá a
corrida domingo? Muito provavelmente, pelo favoritismo, um dos pilotos da
Mercedes, o que irá acabar com quase uma década em que Barcelona, apesar das
provas em sal que tem apresentado, teve sempre pilotos diferentes vencendo. Em
2007, o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, venceu a corrida, que em 2008
veria o triunfo de Kimi Raikkonem. Em 2009, Jenson Button, com a surpreendente
Brawn, cruzaria a linha de chegada em primeir lugar. No ano seguinte, com a Red
Bull se impondo como novo time de ponta da categoria, a vitória ficou com Mark
Webber, com o time dos energéticos repetindo a dose em 2011, agora com
Sebastian Vettel. Em 2012, a
surpresa foi a vitória de Pastor Maldonado, com a Williams, com o venezuelano
também largando da pole-position, no que foi a última vitória do time de Frank
Williams na F-1 até hoje. O ano de 2013 veria o triunfo de Fernando Alonso,
pela Ferrari. No ano seguinte, com o início da era de supremacia da Mercedes,
Lewis Hamilton venceu a corrida, que no ano passado teve o triunfo de Nico
Rosberg. O último a vencer mais de uma vez esta corrida foi Fernando Alonso,
que triunfou em 2006, quando competia pela Renault, no ano de seu bicampeonato.
Antes disso, em 2005, a
vitória foi de Kimi Raikkonem, então defendendo a McLaren.
A esperança é que a
nova regra que permite maior variedade de estratégia dos compostos de pneus
ajude a movimentar a corrida, proporcionando mais duelos do que normalmente
este GP tem apresentado. Até o ano passado, devido ao imenso conhecimento que os
times possuem do circuito, não havia surpresas com relação às estratégias
adotadas pelos pilotos, com todo mundo quase sempre apostando igual nos
momentos de parada. Este ano, com mais uma opção a ser disponibilizada, quem
sabe as coisas mudem. Tem funcionado até aqui na temporada, com exceção da
corrida na Rússia, por ter tido apenas uma parada de praxe para a grande
maioria dos pilotos, mas que pode voltar a apimentar a prova aqui em Barcelona,
mesmo com o grande conhecimento que pilotos e times têm da pista. Tomara que
ajude a termos boas brigas e duelos no domingo.
A Indycar prepara-se para
disputar as provas de Indianápolis, e hoje teremos o treino de classificação
que definirá o grid para o GP de Indianápolis, prova que será disputada amanhã
no traçado misto do Indianapolis Motor Speedway, que foi criado para as
corridas da F-1 e mais recentemente era usado também para a MotoGP. No ano
passado, a corrida foi vencida por Will Power, e a Penske é novamenteo time
favorito para discutir a vitória na prova, apesar do bom treino de Scott Dixon,
da Ganassi, nesta quinta-feira. Será a 3ª edição da corrida, criada em 2014 a fim de aumentar o
interesse dos fãs pelas 500
Milhas de Indianápolis, uma vez que a prova no traçado
misto passou a ser anunciada como "prévia" da corrida mais importante
do calendário. Em 2014, a
corrida foi vencida pelo francês Simon Pagenaud, na época competindo pela
equipe de Sam Schmidt. No ano passado, vitória da Penske, com Will Power. Para
os brasileiros, a melhor posição foi o 3° lugar de Hélio Castro Neves na prova
de 2014. Na semana que vem, todos os pilotos e equipes iniciarão os treinos
visando as 500 Milhas
de Indianápolis, marcada para 29 de maio, e que marcará a 100ª realização da
corrida no famoso circuito oval.
O Grande Prêmio de Indianápolis abre as atividades do mês de maio no famoso autódromo da capital do Estado de Indiana. |
A F-3 Européia disputa neste fim
de semana a prova em um dos circuitos mais difíceis e tradicionais, Pau, na
França. O traçado urbano de aproximadamente 2,8 Km de extensão é
considerado um dos mais difíceis pelo pessoal das categorias que correm por lá,
sendo uma pista de difícil ultrapassagem e com boas chances de o pessoal se
envolver em fortes acidentes. A prova, curiosamente, teria a participação, pela
equipe Carlin, de Nelsinho Piquet, que já disputou a prova nos tempos da GP2 na
década passada. Mas a FIA, numa decisão duvidosa, vetou a participação do
piloto brasileiro, justificando que sua participação "desvirtua" o
foco da categoria, que é ser uma competição de acesso à F-1. Até certo ponto, o
raciocínio é válido, mas por outro lado, eles acabam se dando o direito de
proibir um piloto de competir, o que acho uma picaretagem e falta de caráter,
pois isso só deveria ser feito se o piloto em si não fosse qualificado, ou
estivesse suspenso de suas atividades profissionais, o que não é o caso de
Nelsinho, que inclusive é o atual campeão da F-E, uma competição chancelada
pela FIA. E a Carlin tinha interesse em contar com a participação do
brasileiro, que aliás, traria destaque à competição no fim de semana, por ser
um nome de respeito, com passagem pela F-1 (ainda que tenha participado daquela
presepada de Cingapura em 2008), e de sucesso na F-E (mesmo que atualmente
esteja indo mal no atual campeonato), além de já ter competido em provas da
Endurance, Nascar, Truck Series, entre outros certames. Pelo visto, a FIA não se
embanana apenas quando precisa decidir alguma coisa sobre a F-1...
Nos últimos dias, mais uma vez
veio à tona o assunto sobre as condições do heptacampeão mundial de F-1 Michael
Schumacher, que sofreu um acidente em dezembro de 2013, batendo a cabeça numa
pedra em uma estação de esqui, e que desde então "sumiu" do mundo,
envolto em uma blindagem absurdamente controlada por sua família, que lançou
uma cruzada contra o mundo inteiro na tentativa de desestimular notícias sobre
o real estado do ex-piloto. Um médico que teria operado Schumacher alegou que
sua vida estaria "nas últimas", e aos poucos, a discussão sobre as
reais condições de Michael voltou a aflorar entre os fãs mundo afora. E a
família, claro, chama de irresponsável qualquer um que noticie algo sobre
Schumacher, segundo eles, lançando boatos infundados e sem nenhum respaldo da
sua família. Concordo que, sem uma notícia "oficial" por parte da
família, pode ser leviano apontar como Michael estaria nos dias de hoje. Por
outro lado, a maneira como eles se fecharam para o mundo, quando o assunto é
como o ex-piloto se encontra, é excessivamente centralizador e obsessivo,
ameaçando qualquer um que publique algo se processo na justiça, e com pesadas
multas. Por mais que a família tenha todo o direito a manter sua privacidade, o
que acho mais do que justo, este tipo de comportamento, conforme já falei,
infelizmente suscita também a ação de "aventureiros" que querem dar
um furo noticioso, e tem gente neste mundo bem maluca para fazer algo assim.
Mas lamento dizer que, no atual estado da situação, pelas poucas informações
que todos dispõem sobre a recuperação do heptacampeão, que sua situação
realmente não é das melhores, pelo simples fato de que em teoria, como alguém
com sequelas cerebrais de vulto estaria vivendo depois de quase dois anos e
meio nestas condições. Estaria Michael de fato "vivo"? Ou sua vida
hoje resume-se a um inválido preso em uma cadeira de rodas ou a algum sistema
de suporte vital, sem ter talvez consciência de quem é...? De fato, o dilema
continua, e a sua família, certamente, é quem mais deve sofrer de vê-lo em sua
real condição atual, seja lá qual for, que possa ser de um arremedo de pessoa.
E, novamente, volto a frisar que, bastaria eles darem informações confiáveis
sobre a situação, para desestimular os caçadores de notícias sobre a situação
do ex-piloto. Uma hora, infelizmente, essa situação terá de acabar, e ela será
unicamente para anunciar o seu falecimento. Quando ou como isso irá acontecer,
desconheço completamente. Mas, novamente, me pergunto: essa blindagem toda que
a família faz está valendo a pena? Tanto esforço para preservar a imagem que
todos conhecem de Michael Schumacher é louvável, mas uma hora a realidade terá
de se impor, e a vida segue. Michael não precisa ser exibido como uma
fatalidade, mas novamente, seus milhões de fãs pelo mundo inteiro mereciam ao
menos saber algo mais preciso sobre sua condição. E haveria meios de a família
fazer isso sem transformar a situação em um "circo", que no fundo é o
que todos não querem que aconteça, além de ser extremamente desagradável e
desnecessário.
A direção da F-E confirmou o
cancelamento da corrida de Moscou, marcada para o mês de junho, e que seria a
penúltima prova do campeonato, antes da rodada dupla final em Londres, no início
de julho. Com isso, restam agora apenas 3 corridas para encerrar a competição,
que além das duas provas na capital britânica, terá também a prova de Berlin,
marcada para o dia 21 deste mês de maio. Em virtude do tempo exíguo, a direção
da categoria de carros elétricos informou não ser possível providenciar nenhuma
prova substituta. Resta saber agora se a corrida russa retornará no próximo
ano. Se a saída for definitiva, já existem vários candidatos a receber uma
prova da categoria, o que deve facilitar a montagem do calendário para a
próxima temporada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário