Chegamos
ao final do mês de novembro, e o ano de 2015 já está chegando ao seu fim, assim
como os campeonatos vão se encerrando, conhecendo os seus campeões da
temporada. Então, como de costume, é hora de soltar uma edição da COTAÇÃO
AUTOMOBILÍSTICA, fazendo a tradicional avaliação do panorama do mundo do
esporte a motor neste mês de novembro, no velho esquema de sempre nas
avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM
BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Será a última cotação deste ano, e a seção
voltará somente em fevereiro de 2016. Portanto, uma boa leitura para todos...
EM ALTA:
Domínio
da Mercedes na F-1: O time alemão continua firme e imbatível na pista,
conquistando dobradinhas nas etapas do México e do Brasil, sem dar chance aos
adversários, especialmente a Ferrari, de sonhar com alto melhor do que o 3°
lugar no pódio. Nico Rosberg fez a pole e venceu com autoridade ambas as
corridas, enquanto o novo tricampeão mundial Lewis Hamilton foi o 2° colocado
com larga folga para o resto dos concorrentes. Os rivais que comecem a
trabalhar duro para tentar impedir novo domínio em 2016, porque os carros
prateados tem tudo para dominar mais um ano na categoria...
Lucas
Di Grassi: O piloto brasileiro da equipe Audi ABT venceu a segunda prova da
nova temporada da F-E e assumiu a liderança do campeonato. Lucas já havia sido
2° colocado na etapa de Pequim, e em Putrajaya, aproveitou-se dos problemas dos
adversários para vencer sua segunda corrida e liderar a competição, estando na
posição certa para aproveitar as oportunidades que surgiram quando os carros da
favorita e.dams apresentarem problemas. Mas Di Grassi sabe que o campeonato
ainda está somente no início, e o caminho até o encerramento vai ser árduo e
complicado, pois o time francês ainda tem sobras de performance para todos os
demais. No momento, é apostar na constância e fiabilidade para contrabalançar o
favoritismo dos rivais.
Porsche
campeã no WEC: A Porsche conquistou os títulos de construtores e de pilotos no
Mundial de Endurance, com mais uma vitória, na etapa de encerramento do
campeonato, na Bahrein, e fecha o ano com 6 vitórias e 8 etapas. A Audi,
vencedora das duas primeiras corridas, teve de se render à força dos seus
irmãos alemães, e ficou com o vice-campeonato de construtores e de pilotos. E o
trio Mark Webber, Timo Bernhard e Brendon Hartley ficou com o título de
pilotos, coroando o retorno da marca alemã às provas de endurance, onde voltou
no ano passado. os rivais que se preparem para tentar destroná-la em 2016, o
que não vai ser fácil.
Sébastien
Ogier: O piloto francês encerrou o campeonato Mundial de Rali de 2015 com mais
uma vitória, somando 8 triunfos na temporada, e fechando a competição com
praticamente 80 pontos de vantagem para o companheiro de equipe na Volkswagen,
o finlandês Jari-Matti Latvala, que venceu apenas 3 etapas no ano, e ficou
zerado na pontuação em outras 3, enquanto Ogier só deixou de pontuar em apenas
uma. Os rivais agora que se preparem para tentar destronar Ogier e a Volkswagen
no próximo ano, porque em 2015 fracassaram de longe...
Jorge
Lorenzo: Suspeitas de conchavos à parte com Marc Márquez, que tingiu de
suspeitas a decisão do título da MotoGP em Valência, Lorenzo conquistou o seu
tricampeonato com méritos, vencendo 7 provas no ano, e conseguindo reverter a
expectativa no momento decisivo. Em Valência, largou na pole e liderou firme a
corrida inteira, fazendo por merecer a conquista do campeonato de 2015. Uma
pena que acabará carregando a suspeita se foi ou não beneficiado por uma
"acomodação" de Marc Márquez para prejudicar Valentino Rossi, algo
que não merecia, pois é um dos grandes nomes da categoria, e campeão. E vai
querer mais em 2016, os rivais que se preparem. Especialmente a equipe da
Yamaha, que terá de administrar o ego de sua dupla de pilotos.
NA MESMA:
Crise
na equipe Lotus de F-1: A escuderia negra e dourada continua vivendo seu
calvário financeiro de fim de temporada, tendo enfrentado novamente percalços
em Interlagos por pagamentos pendentes a fim de poder ocupar o seu espaço nos
boxes e paddock do circuito paulista. Sem melhorias nos carros, a performance
despencou, e o time só conseguiu parcos pontos nas últimas corridas. De
positivo, somente o fato de que a Renault já teria concretizado o acordo para
recompra do time, garantindo sua permanência na categoria em 2016. Mas o acordo
ainda estaria por ser finalizado, e enquanto isso não acontece, a única boa
notícia é o fato de ter apenas mais uma corrida para disputar este ano. Só que
a escuderia ainda corre o perigo potencial de cair mais uma posição no
campeonato de construtores, pois está apenas 9 pontos à frente da Toro Rosso,
que vem tendo desempenhos muito melhores nas últimas corridas, tendo marcado
mais pontos que o time inglês. E uma posição a menos é dinheiro a menos na
premiação da FOM, que certamente poderá fazer falta, já que mesmo com o retorno
da Renault como proprietária oficial, o time não deve exatamente nadar em
dinheiro...
Percalços
dos pilotos brasileiros no GP do Brasil: A corrida da casa nunca foi exatamente
fácil para nossos pilotos. Que o diga Rubens Barrichello, que aqui teve uma de
suas mais altas taxas de maus resultados de sua extensa carreira na F-1. E a
prova deste ano foi particularmente complicada para Felipe Nasr e Felipe Massa.
Enquanto o piloto da Sauber já previa um desempenho fraco pela falta de
competitividade de seu carro na pista paulistana, o piloto da Williams não
conseguiu se entender com o acerto de seu carro durante todo o fim de semana.
Nasr até conseguiu começar bem a corrida, mas ao longo da corrida seu carro foi
perdendo rendimento, e ele acabou ficando fora da zona de pontos. Massa, por
sua vez, teve sorte pior: acabou desclassificado por divergências na medição de
temperatura de um de seus pneus, que foi considerada fora das especificações, o
que jogou por terra o seu 8° lugar. Melhor sorte em 2016, porque 2015 foi mesmo
para esquecer...
Equipe
Andretti na Indy Racing League: O time de Michael Andretti manterá a maioria de
sua formação de pilotos para a próxima temporada da categoria. Ryan
Hunter-Reay, Marco Andretti, e Calos Munõz ficam firmes na escuderia para 2016.
Já o quarto carro da escuderia ainda não foi fechado, tendo sido pilotado pelo
espanhol Oriol Servia em várias etapas do ano. Andretti, Penske e Ganassi
continuarão sendo os maiores times no grid, alinhando quatro carros cada um, o
que já garante praticamente quase metade do grid da categoria.
Brasileiros
na Indy Racing League 2016: Por mais um ano, o Brasil continuará tendo dois
pilotos na categoria de monopostos dos Estados Unidos. Hélio Castro Neves segue
firme na Penske, ainda sem pretensões de aposentadoria, enquanto Tony Kanaan
teve seu contrato renovado com a Chip Ganassi, e irá para sua 3° temporada na
escuderia que foi campeã este ano com o neozelandês Scott Dixon. Helinho, por
sua vez, já é o piloto recordista de permanência no time de Roger Penske, indo
para sua 17ª temporada na escuderia, onde estreou no ano 2000, ao lado do
compatriota Gil de Ferran. E, por enquanto, não há perspectivas de termos mais
representantes brasileiros no grid a curto prazo.
Novela
do motor da Rd Bull/Toro Rosso para 2016: Até o fechamento deste texto, ainda
não havia sido anunciado o futuro das equipes de bebidas energéticas para a
próxima temporada da F-1 no que tange aos motores que irão utilizar. Tudo
indica que deverão continuar com os propulsores da Renault, que seriam
comprados e feita preparação e desenvolvimento independente através da Ilmor,
segundo comentários que surgiram nas últimas semanas. Essa informação, contudo,
ainda não foi confirmada, e embora tenham aumentado as certezas de que ambos os
times estarão no campeonato, tanto que a Red Bull terá patrocínio confirmado da
TAG-Heuer em 2016, falta um pronunciamento oficial que deixe tudo preto no
branco sobre a situação de ambas as equipes. A expectativa é que isso seja
feito em Abu Dhabi, na prova que encerra o campeonato deste ano.
EM BAIXA:
Emoção
nas provas da F-1: A categoria máxima do automobilismo voltou ao México depois
de mais de 20 anos de ausência, e apesar da empolgação com que foi recebida
pelos torcedores mexicanos, a corrida não foi das mais empolgantes,
apresentando duelos apenas pontuais. A situação se repetiu no Brasil, onde
faltou emoção e sobrou acomodação durante a prova, que teve como consequência o
seu menor índice de audiência de que há notícia. E tanto as pistas do México
quanto a do Brasil são circuitos à moda antiga, onde deveria ser mais fácil
haver disputas de posição, o que não se viu nas corridas deste ano. A categoria
precisa repensar algumas de suas regras e conceitos para permitir que as
corridas voltem a ser mais disputadas.
Fiabilidade
dos motores Honda na McLaren: Jenson Button e Fernando Alonso não veem a hora
de acabar o ano, porque resultados mesmo só em 2016, e olhe lá se a Honda
conseguir evoluir a contento sua unidade de potência, porque o que se viu esse
ano foi de dar pena, ainda mais para uma associação que foi tão vitoriosa há
mais de 25 anos atrás. Em Interlagos, Alonso teve de usar seu 12° motor na
temporada, acumulando mais uma punição e largando em último, sendo que no
México mal conseguiu dar 1 volta na corrida. Levando-se em conta que o limite
de unidades por piloto era de 4, dá para ver a quantas andou a fiabilidade dos
propulsores nipônicos em sua volta à F-1. E o pior de tudo é que a performance
do mesmo, se evoluiu, quase não conseguir ser notada. Os japoneses terão
obrigação de mostrar resultados em 2016, para não passar vergonha ainda maior.
A Renault está aí de exemplo, só para lembrar que, mesmo com este ano de
experiência, nada garante que na próxima temporada os resultados sejam
melhores...
Finanças
da equipe McLaren: Como tudo que está ruim teoricamente não tem como piorar,
eis que o time de Woking recebe outras más notícias, além da falta de
resultados na pista. Dois de seus patrocinadores pularão fora ao encerrar da
temporada, em Abu Dhabi. A marca de bebidas Johnnie Walker, e a TAG-Heuer,
passarão a concentrar suas verbas publicitárias na F-1 em outras paragens a
partir de 2016. A
Walker irá para a Force India, engrossando o patrocínio que já tem no time
indiano, enquanto a marca de relógios estampará os carros da Red Bull. Serão
duas baixas no já combalido caixa financeir da McLaren, que anda na corda bamba
nas duas últimas temporadas, e promete ficar ainda mais escasso para o próximo
ano, até porque a premiação da McLaren pela FOM vai cair consideravelmente este
ano, uma vez que o time é o penúltimo na tabela. Arrumar patrocinador para o
ano que vem vai ser complicado, até porque Ron Dennis, diretor da escuderia,
continua cobrando valores de time de ponta para quem quiser investir no time, e
os resultados não estão à altura no momento.
Decisão
da MotoGP 2015: A corrida final da temporada da classe rainha do motocilismo em
Valência mostrou um show de recuperação de Valentino Rossi, largando do fundo
do grid, mas na frente, a condução impecável de Jorge Lorenzo acabou com os
sonhos do italiano de conquistar mais um título, vencendo a 7ª corrida no ano.
Mas ficou a dúvida se Marc Márquez, que chegou em 2° lugar, fez tudo o que
podia para realmente vencer a etapa da Comunidade Valenciana, dando suspeita de
que ele não teria se esforçado realmente para que Lorenzo vencesse e Rossi
perdesse o título. Como nada poderá ser provado, o campeonato da MotoGP, que
foi emocionante durante todo o ano, termina com essa suspeita que, mesmo que
seja totalmente inverídica, vai assombrar e manchar a temporada em seu
histórico, pelas dúvidas que suscita.
Demissão
de Chico Rosa da Administração de Interlagos: A SPTuris, empresa que administra
o autódromo de Interlagos, a título de "corte de despesas", demitiu
Chico Rosa, que dedicou praticamente 4 décadas de serviços na administraçao do
autódromo paulistano, que pertence à Prefeitura Municipal. Depois, quando se
fala que em muitas empresas públicas neste país quem é competente entra pelo cano,
tem gente que fica brava, mas a demissão do velho Chico foi de uma
insensibilidade e incompetência atroz, pois se tem alguém que deu sua vida por
Interlagos, é ele, e não um punhado de burrocratas indicados por políticos da
prefeitura. Como consequência, Chico pela primeira vez em muito tempo não
esteve presente em Interlagos para acompanhar o GP do Brasil, e numa amostra
ainda maior de insensibilidade e falta de gratidão pelos serviços prestados,
não vi notícia de que alguém, empresa ou autoridade participante dos eventos do
GP, tenha lhe dado credencial para circular pelo autódromo. Depois, quando falo
que o Brasil é dose e está dando nojo ultimamente, é me segurar para não falar
palavrão aos montes, que muita gente está merecendo levar...
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