De
volta com um de meus antigos textos, esse foi publicado em 20 de junho de 1997,
e o assunto era a busca por motores pelos times da F-1 para a temporada de
1998. Algumas escuderias já estavam garantidas neste quesito, enquanto outras
ainda buscavam quem lhes fornecesse propulsor para o ano seguinte. Pode-se ver
que, pelos valores da época, os propulsores de ponta já eram algo bem caro, que
somente os times grandes conseguiam bancar o custo, restando aos demais times
buscarem opções mais econômicas, que por tabela, nunca eram tão competitivas
quanto as marcas ou modelos mais caros. A diferença é que na época a F-1 tinha
mais opções do que hoje em dia, quando temos apenas 4 marcas, e 2 delas estão
deixando a desejar no momento.
De
quebra, notas rápidas sobre o GP do Canadá daquele ano, as 24 Horas de Le Mans,
e a F-CART. Boa leitura a todos, e em breve tem mais...
CRUZADA PELOS MOTORES
Enquanto
o Mundial de Fórmula 1 segue em frente, ocorre uma disputa paralela entre as
equipes nos bastidores da categoria. Nesta disputa as escuderias correm atrás
de motores para a próxima temporada.
Alguns
times já tem contrato assinado para 1998. A Williams continuará usando motores
Renault, que serão fornecidos pela Mecachrome, subsidiária da Renault, que
deixará a F-1 oficialmente ao fim desta temporada. A Ferrari, por fabricar seus
próprios propulsores, fica de fora desta disputa. Outra equipe garantida para
98 é a McLaren, que continuará apoiada na potência da Mercedes. A Stewart, como
escuderia oficial da Ford, também já tem motor garantido para a próxima
temporada. Por seu lado, Alain Prost garantiu para sua escuderia o fornecimento
dos motores Peugeot para o próximo campeonato. E a Sauber continuará utilizando
o motor Ferrari, sob desenvolvimento autônomo, bancado pela Petronas, principal
patrocinador do time suíço.
Fora
isso, as demais equipes correm atrás de bons motores para a próxima temporada.
Um motor de primeira linha abre facilidades na hora de conseguir patrocínios. E
quanto mais dinheiro, melhor. Por outro lado, equipes que dispõem de motores de
segundo escalão ficam impossibilitadas de conseguir boas colocações, mesmo que
tenham boa condição financeira, já que um motor menos competititivo geralmente
não permite grandes resultados nas corridas com regularidade. Tome-se a
TWR-Arrows como exemplo.
Trabalhando
nos bastidores, Bernie Ecclestone, o grande cartola da categoria, tenta
convencer as fábricas de motores a fornecer seus propulsores ao maior número de
equipes disponível, como forma de melhorar a competitividade da F-1. Ecclestone
já agiu assim em 96, e conseguiu que a Ferrari fornecesse seu motor de 1996 à
equipe Sauber, que está utilizando os propulsores italianos com um
desenvolvimento independente e rebatizando o motor de Petronas. Como resultado,
a Sauber tem mostrado boa competitividade e já chegou a estar perto de
conseguir até um pódio este ano.
Atuando
neste sentido, Ecclestone já vê uma boa perspectiva para 1998, pois a
Mecachrome, que fará o fornecimento dos motores Renault, já declarou que
pretende fornecer motores a pelo menos 3 escuderias. Com a Williams já
confirmada, a Benetton é a próxima da lista da empresa, e só não oficializou
nada ainda porque a escuderia deve sofrer uma grande reformulação para a
próxima temporada, começando pela provável demissão de Flavio Briatore da
direção da equipe. A mais provável terceira equipe a suar os propulsores
franceses é a TWR-Arrows. Tom Walkinshaw está se desdobrando para garantir
motores de primeira linha para sua escuderia depois do fiasco com os motores
Yamaha até o momento, que tem deixado Damon Hill e Pedro Paulo Diniz a ver
navios nas corridas. O único problema com a Mecachrome é o preço: quem for
utilizar os motores deverá pagar cerca de US$ 20 milhões por temporada. Frank
Williams não tem problemas de dinheiro, o mesmo valendo para Tom Walkinshaw,
que já teria até o cheque pronto para oficializar o acordo. No caso da
Benetton, a falta de resultados está influindo no orçamento do time, o que pode
dificultar as coisas para conseguir os motores franceses.
Outro
motor de excelente performance, o Honda, fornecido pela Mugen, subsidiária da
Honda, já estaria com seu fornecimento para 1998 sendo acertado com a Jordan.
Eddie Jordan, inseguro com a posição da Peugeot, parece querer garantir motores
de nível antes de ficar sem opções.
Pelo
seu lado, a Ford deve continuar sendo a maior fornecedora da categoria.
Comenta-se que o novo motor Ford Zetec-S deste ano, exclusivo da Stewart,
poderá ser fornecido às equipes-clientes no lugar do atual EC V-8 na próxima
temporada. A Stewart, claro, terá à sua disposição uma versão mais avançada do
propulsor, como time oficial da Ford.
Restam
então os motores de segundo nível, o Yamaha e o Hart. Fica a pergunta: se a
oferta de motores realmente melhorar, quem vai querer usar estes motores? Com
certeza, alguém terá de encarar essa situação, se ficar sem opções...
Olivier Panis vai ficar de fora da F-1 até o GP da Bélgica. O piloto
francês quebrou as duas pernas na forte batida que sofreu com seu Prost na 52ª
volta do GP do Canadá. O seu substituto mais provável é Emmanuel Collard. Na
parada também está o piloto Martin Brundle.
A torcida canadense viveu um pesadelo no fim de semana. Jacques
Villeneuve, o favorito disparado na opinião dos torcedores, foi superado no
treino de classificação para a corrida por Michael Schumacher. E na corrida o
canadense da Williams não conseguiu dar nem 2 voltas: ficou no muro que dá
acesso à reto dos boxes, para frustração geral da torcida. Quem venceu? Michael
Schumacher, o que já está dando calafrios na Williams, como nos tempos de 3
anos atrás...
No último final de semana tivemos mais uma edição da tradicional prova
das 24 Horas de Le Mans. E mais uma vez o Brasil ficou longe de almejar uma
vitória nesta prova. O trio formado pelo tricampeão Nélson Piquet, J. J. Letho
e Steve Soper ficou pelo meio do caminho. A vitória ficou com o trio formado
por Michele Alboreto, Stephan Johansson e Tom Kristensen, com Porsche, depois
de percorrerem cerca de 4.909,6
Km em 361 voltas no circuto francês. Antônio Hermann, em
conjunto com Pierluigi Martini e Christian Pescatori, foi o único brasileiro a
terminar a prova, em 8º lugar, ao volante de um Porsche.
A F-CART disputa mais uma etapa neste domingo: as 200 Milhas de
Portland, que marca a primeira prova em autódromo misto do calendário, no
circuito de Portland International Raceway. A corrida será disputada em 98
voltas no traçado de 3,138 Km, totalizando 307,545 Km de percurso total. No ano
passado, o italiano Alessandro Zanardi venceu a corrida, além de ter largado na
pole-position. O Brasil fez maioria no pódio, com Gil de Ferran em 2º e
Christian Fittipaldi em 3º. Christian, por sinal, faz seu retorno nesta
corrida, depois do forte acidente sofrido em Surfer’s Paradise, na Austrália.
Antes da etapa da F-CART, haverá mais uma etapa da Indy Lights, onde
Hélio Castro Neves defende a liderança do campeonato. Tony Kanaan e Cristiano
da Matta também prometem entrar firme na briga pelo título.
Os amantes da velocidade no Brasil começam a ficar bem servidos de
publicações sobre o automobilismo. Além da revista RACING, editada pela BQ1
Editora em conjunto com a Motor Press International sob o selo Motorpress
Brasil, publicada já há alguns meses, acaba de ser lançada a revista
SPEEDWAY-SBT, publicada pela IM Editora em conjunto com a TVS/SBT, cobrindo
especialmente o Mundial da F-CART...
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