quarta-feira, 3 de junho de 2015

FLYING LAPS - MAIO DE 2015



            O mês de maio já foi embora, e estamos agora em junho, praticamente encerrando a primeira metade de 2015. Mas sempre fica alguma coisa que aconteceu no mês passado que ficou sem ser comentada nas colunas regulares, portanto, é hora de mais uma sessão da Flying Laps, trazendo em notas rápidas alguns destes acontecimentos do mundo do esporte a motor ocorridos neste mês de maio. Uma boa leitura a todos, e no mês que vem, tem mais...


A F-E disputou em Monte Carlo sua primeira corrida em um local que também é utilizado para as corridas da F-1, e apesar do circuito ser bem mais curto, o charme de um verdadeiro Grande Prêmio esteve presente como se fosse uma corrida da categoria máxima do automobilismo, e as arquibancadas estiveram lotadas. E, infelizmente, a corrida também não foi das mais empolgantes, com os carros elétricos a oferecerem poucas ultrapassagens do público, em virtude das apertadas ruas monegascas. E, a exemplo da F-1, a curva Saint Devote, se não foi a causadora, assistiu a uma carambola de vários carros logo no início da prova, com os competidores a descerem para a via paralela ao porto e se enroscarem feio quando Nicolas Prost deu um toque em Daniel ABT, que por sua vez acertou Bruno Senna, e na confusão também se envolveram Jean-Éric Vergne e Jaime Alguersuari. O carro de Bruno quase decolou e capotou, mas felizmente nada de pior aconteceu além do abandono do piloto brasileiro, ao lado de Alguersuari, cujo bólido também não sobreviveu para continuar na corrida. Com a prova retomada após o safety car, coube aos brasileiros Lucas Di Grassi e Nelsinho Piquet darem emoção à corrida, com um duelo renhido entre os dois que só não foi melhor porque em Monte Carlo não se ultrapassa sem uma boa dose de sorte e erro do piloto da frente. Lucas defendeu-se bem nas poucas oportunidades que Nelsinho teve de realmente tentar passar, e assim ambos completaram o pódio na 2ª e 3ª posições. A vitória ficou com Sebastien Buemi, que com o triunfo se tornou o único piloto até então a vencer mais de uma corrida no campeonato da F-E. E a popularidade da categoria cresceu, a ponto de já ter garantido lotação esgotada para todas as etapas restantes do campeonato, que termina no último fim de semana de junho, com uma rodada dupla nas ruas de Londres, capital de Inglaterra.


Lucas Di Grassi, aliás, foi o principal nome da etapa seguinte da F-E, a etapa de Berlim, na Alemanha, disputada em uma pista montada no antigo aeroporto de Tempelhoff. Jarno Trulli conquistou uma inesperada pole-position, e o italiano, que vem tendo uma temporada abaixo da crítica, até conseguiu largar bem, mas Luas conseguiu ultrapassar Jarno antes mesmo da primeira volta, e com isso, abriu uma larga vantagem enquanto os rivais sofriam para superar Trulli. Di Grassi chegou a abrir quase 15s de vantagem, antes da troca de carros, e depois tratou de ir administrando a vantagem, cruzando a linha de chegada com pouco mais de 7s de vantagem para o belga Jêrome D'Ambrosio. Nelsinho Piquet, largando em 13°, fez uma corrida combativa para terminar a prova na 5ª posição, enquanto Bruno Senna, em mais uma corrida para esquecer, foi apenas o 19° colocado. Sebastian Buemi, vencedor da etapa de Mônaco, fechara o pódio em 3°. Só que o esforço de Lucas Di Grassi acabou sendo jogado pela janela: a equipe fez um pequeno conserto numa das asas dianteiras do carro, e apesar de mínimo, tal ato é considerado irregular, e com isso, o brasileiro acabou desclassificado da corrida, e D'Ambrosio acabou ficando com a vitória, e todos os pilotos subiram uma posição. O resultado deixou Nelsinho Piquet na liderança do campeonato, com 103 pontos, 2 a mais que Sebastien Buemi, o segundo colocado na classificação, com 101. Lucas Di Grassi, claramente inconformado com o resultado, é o 3°, com 93 pontos, e promete reagir na pista para chegar ao título. Nicolas Prost é o 4° colocado no campeonato, com 78 pontos. No campeonato por equipes, a e.Dams lidera o campeonato com 179 pontos, seguida da escuderia Dragon, com 116 pontos. A Audi ABT, time de Lucas Di Grassi, está logo atrás, com 115 pontos, enquanto a China Racing, escuderia defendida por Nelsinho Piquet, é a 4ª colocada, com 107 pontos. A próxima etapa é no dia 6 de junho, com a etapa de Moscou.


A rodada dupla da IRL em Detroit, no último fim de semana de maio, foi uma ducha de água fria para muitos pilotos, literalmente. Ambas as corridas, de sábado e do domingo, foram marcadas pela chuva que caiu na cidade durante todo o fim de semana, a ponto de a classificação para a segunda corrida ter sido cancelada e todos terem largado pela posição no campeonato. A Penske, que havia se saído muito bem no grid de ambas as provas, teve um final de semana para esquecer, praticamente. Na prova de sábado, seu melhor resultado foi o 3° lugar de Simon Pagenaud, que foi seguido por Will Power em 4°. Hélio Castro Neves foi o 6°, e Juan Pablo Montoya, o 10° colocado. Já na corrida de domingo, a Penske amargou dois de seus pilotos abandonando ao mesmo tempo, quando Will Power se estranhou com Tristan Vautier, da Dale Coyne, e acabou acertando o carro de Helinho, tirando ambos da prova. Juan Pablo Montoya foi novamente o 10° colocado, enquanto Pagenaud foi o 14°. Quem comemorou na primeira corrida foi a Andretti Autosport, com uma dobradinha no pódio, com a primeira vitória de Carlos Muñoz, com Marco Andretti em 2° lugar. Ambos ganharam enorme vantagem mantendo os pneus slicks enquanto caía apenas uma chuva fina sobre o circuito, ganhando com isso cerca de 10s por volta sobre os demais concorrentes, e guiando com extremo cuidado para evitar rodar no piso que voltava a ficar molhado. Mas a sorte de Muñoz ficou nisso: na corrida de domingo, o colombiano foi o primeiro a abandonar, com problemas mecânicos, e quem deu sorte na estratégia, com as bandeiras amarelas, e com um novo encerramento prematuro da corrida, o que já havia acontecido na primeira corrida, foi Sebastian Bourdais, que conseguiu sua segunda vitória na categoria. Takuma Sato foi o 2° colocado, com Graham Rahal obtendo outro grande resultado com o 3° lugar. A exemplo da Penske, a Ganassi também não levou boas recordações de Detroit este ano. Na prova do domingo, especialmente, Chip Ganassi, a exemplo de Roger Penske, também viu dois de seus pilotos baterem um no outro, no caso, Charlie Kimball, que tentando fazer uma ultrapassagem e não conseguindo, retomou seu traçado, sem notar que seu companheiro de equipe Scott Dixon já estava a seu lado, e acabou mandando o neozelandês para o muro, que deu adeus à corrida. E Tony Kanaan, por sua vez, acabou abalroado na prova de sábado, voltou à corrida depois de 14 voltas perdidas, apenas para abandonar de vez. E, no domingo, largando a meio do grid, depois de tantos altos e baixos da corrida, acabou na mesma posição de largada, 13°. Um detalhe interessante foi ver Sage Karan, da Ganassi, enroscar-se durante a corrida de domingo duas vezes com Jack Hawksworth, da Foyt, em diferentes pontos da pista. Jack deu mais sorte e foi 7°, enquanto Karan foi 12°, mas certamente deve ter levado alguns impropérios de Hawksworth por debaixo do capacete pelas duas pancadas recebidas. De fato, nada como a chuva para bagunçar as estratégias de times e pilotos, e dar um colorido interessante a uma corrida. Isso, claro, para quem está do lado de fora, porque do lado de dentro, muitos pilotos devem ter amaldiçoado São Pedro no fim de semana, para não falar dos mecânicos de vários times, que tiveram o trabalho de consertar os vários carros batidos do fim de semana, e acelerados, pois a próxima corrida já é no próximo final de semana...


Na segunda etapa do Mundial de Endurance, as 6 Horas de Spa-Francorchamps, na Bélgica, nova vitória da Audi no campeonato, e novamente com o trio André Lotterer, Benoit Tréluyer e Marcel Fässler. E, a exemplo da primeira corrida, em Silverstone, o duelo na pista das Ardenhas foi acirrado, com a vitória sobre o trio Romain Dumas, Neel Jani, e Marc Lieb ser conseguida com uma vantagem de apenas 13s42, outra margem pequena se considerarmos a duração de uma prova de endurance. a Audi se valeu da melhor estratégia de pit stops para assumir a liderança, mas os carros da Porshe apresentaram um rendimento forte. O outro carro da montadora, pilotado pelo trio Timo Bernhard, Mark Webber, e Brandon Hartley, fechou em 3° lugar, com uma volta a menos, mas ainda assim, com uma volta de vantagem para o 4° colocado, o outro carro da Audi, pilotado pelo trio Filipe Albuquerque, Marco Bonanomi, e René Rast. A atual campeã, a Toyota, não conseguiu mostrar seu poderio em Spa: ficou apenas em 5° e 8° lugares. Lucas Di Grassi terminou em 7° lugar com o terceiro carro da Audi, com 8 voltas de desvantagem para o carro vencedor do mesmo time. Já o brasileiro Pipo Derani foi o 2° colocado na categoria LMP2, pela equipe G-Drive, enquanto Fernando Rees, com a Aston Martin, foi novamente vencedor na categoria GTEPro. Agora, todos os times da Endurance começam a se preparar para a prova mais importante do campeonato, as 24 Horas de Le Mans, que serão disputadas nos dias 13 e 14 de junho, no famoso circuito de Sarthe, em Le Mans, na França. Em Le Mans, Audi, Toyota e Porshe ganharão mais um concorrente na classe LMP1, com a tão aguardada estréia da Nissan, com seu modelo de tração e motorização dianteiros, ao contrário dos demais competidores da principal classe da Endurance, que certamente vai atrair a atenção de muitos torcedores e da imprensa especializada.
 

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