Olá
novamente a todos os leitores. Já estamos chegando nos finalmentes do mês de
junho, com praticamente metade do ano de 2015 já tendo ido embora. O tempo parece
realmente voar nessas horas, assim como nas competições automobilísticas, e
chegou novamente a hora de termos mais uma edição da COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA,
com uma avaliação dos acontecimentos do mundo do esporte a motor neste mês que
está se encerrando. Então, uma boa leitura a todos, com o velho esquema de
sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor
azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E a até a próxima edição da
Cotação Automobilística, que estará disponível aqui no final do próximo mês...
EM ALTA:
Porsche
nas 24 Horas de Le Mans: A recordista de vitórias na mais famosa prova de
endurance do planeta mostrou que não retornou à categoria no ano passado para
fazer figuração, e esse ano simplesmente arrasou na corrida disputada no famoso
circuito em Le Sarthe. O modelo 919 mostrou toda a sua velocidade nas longas
retas do circuito de Le Mans e abocanhou as 3 primeiras posições no grid com o
novo recorde da pista, e venceu a prova em dobradinha, obtendo sua 17ª vitória
na mítica prova de 24 Horas, exatamente 17 anos depois de seu último triunfo,
em 1998. Vencida a corrida mais famosa do calendário do Mundial de Endurance, a
Porsche agora vai atrás do título do campeonato, e não é mero blefe. Os
concorrentes que se cuidem...
Nico
Hulkenberg: O piloto alemão andava em baixa ultimamente na F-1, decepcionado
por ser preterido para guiar pelos times mais importantes da categoria, mesmo
após dar provas de seu talento nos últimos anos guiando carros limitados.
Portanto, quando surgiu o convite da Porsche para guiar seu carro extra nas 24
Horas de Le Mans na classe LMP1, o piloto alemão aceitou logo de cara, já
visando uma possível transferência para a categoria de endurance no caso de sua
carreira na F-1 não decolar. E ele conseguiu bem mais do que esperava, ao
vencer a prova em parceira com os pilotos Earl Bamber e Nick Tandy. A vitória
serviu para Hulkenberg recuperar sua moral, e o alemão chegou ao circuito da
Áustria muito assediado pela imprensa e pelos colegas de categoria, pela inveja
de seu triunfo em Le Mans. E, mostrando sua motivação renovada, Nico ainda
largou em ótima posição no grid e terminou em 6° lugar, melhor resultado do ano
para a Force India. E seu nome tornou a ser cogitado, nas fofocas, como
candidato a substituto de Kimi Raikkonem na Ferrari para 2016. Mas, se a
Porsche o convidar para ser seu piloto na endurance, creio que ele deixará a
F-1 para trás, assim como Lucas Di Grassi fez anos atrás...
Disputa
brasileira na F-E: Está chegando ao final o primeiro campeonato de carros
elétricos monopostos, e com grande sucesso pela empreitada que começou meio
desacreditada no ano passado, mas que foi crescendo a cada prova disputada, e
com um grid de pilotos que soube encontrar seu lugar ao sol mesmo depois de
perder suas chances na F-1. Restando apenas a rodada dupla de Londres para ser
disputada, o duelo pelo título se dará entre os brasileiros Lucas Di Grassi e
Nelson Angelo Piquet, dois nomes que também não conseguiram firmar sua carreira
na F-1, ainda que por motivos diferentes. Com 17 pontos de vantagem na
liderança da competição, Nelsinho Piquet é o
grande favorito, mas não dá para comemorar antecipadamente. Lucas Di
Grassi ainda tem boas chances de título, mas vai precisar de uma boa combinação
de resultados para vencer a parada. E eles ainda têm que se preocupar com
Sebastien Buemi, que vem logo atrás, em 3° lugar, e ainda pode surpreender e
levar a taça se algo acontecer entre a dupla verde-amarela. Mas, é a primeira
vez desde 2003, na Indy Racing League, que temos dois pilotos brasileiros
chegando na reta final de um campeonato de monopostos de renome como astros da
decisão do título. Naquele ano, Gil de Ferran e Hélio Castro Neves chegaram na
última etapa do campeonato com chances de conquistar o título junto com Scott
Dixon, e o neozelandês faturou o campeonato.
Jorge
Lorenzo: O piloto espanhol da Yamaha continua mandado bala na MotoGP, e averbou
em Barcelona sua 4ª vitória consecutiva no campeonato, encostando de vez no
líder Valentino Rossi, que tem agora apenas 1 ponto de vantagem para o parceiro
na escuderia nipônica. Como já havia feito nas últimas etapas, Lorenzo assumiu
a ponta logo na largada e tratou de se mandar na liderança, deixando os rivais
se digladiando atrás de si. A performance do bicampeão espanhol deixou seu
compatriota e atual bicampeão Marc Márquez bem pressionado, a ponto de o piloto
da Honda acabar caindo nas últimas etapas. Lorenzo anda mesmo impossível, e até
mesmo Rossi tem tido dificuldades para conseguir brecar o ímpeto do parceiro,
que vai em busca da liderança do campeonato em posse do italiano, e quer o
tricampeonato da categoria rainha do motociclismo. Os rivais que se cuidem...
Equipe
Ducati na MotoGP: A marca italiana, que passou os últimos anos na categoria
rainha do motociclismo apenas como coadjuvante, está surpreendendo mesmo este
ano na MotoGP, e é a 2° colocada na competição de fabricantes. Falta voltar a
vencer, é verdade, mas seus dois pilotos estão sempre ali nas primeiras
posições, prontos para aproveitar quaisquer brechas que os atuais favoritos da
Yamaha possam inadvertidamente oferecer, e aproveitando que a Honda está tendo
seu ano mais complicado do que esperava. A Ducati já conseguiu largar na pole
em duas provas em 2015, e sua dupla ocupa a 3ª e 4ª posições no campeonato, com
um equilíbrio bem satisfatório entre Andrea Iannone e Andrea Dovizioso. Alguns
percalços impediram melhores resultados, mas a Ducati voltou a ser uma das
protagonistas da competição, e a qualquer momento, pode retornar ao círculo das
vitórias, em sua busca para voltar a disputar efetivamente o título e
conquistá-lo, o que não acontece desde 2007, quando foi campeã com Casey
Stoner.
NA MESMA:
McLaren/Honda:
O time de Woking já pode considerar a temporada de 2015 a pior da história do
time desde que Ron Dennis assumiu a direção da escuderia em 1980. O motor
Honda, além de pouco potente, não tem mostrado a fiabilidade melhorar, e para
piorar, até mesmo o modelo MP4/30 começa a deixar dúvidas sobre seu potencial,
uma vez que tudo parece não ter fiabilidade. Em duas pistas de alta velocidade,
a performance dos carros de Fernando Alonso e Jenson Button foi patética, com
ambos os pilotos tendo de deixar a corrida sem conseguir mostrar praticamente
nada. E o time já estourou o limite de motores para a temporada com seus dois
pilotos, que só não pagaram a punição prevista pelo regulamento porque ficaram
fora de combate logo às primeiras voltas da corrida austríaca. Nem é preciso
dizer que o ambiente anda carregado na escuderia inglesa pela falta de performance
e de resultados...
Equipe
Williams: É consenso geral de que a Williams não melhorou tanto quanto se
imaginava do campeonato de 2014 para este ano na F-1. Se desafiar a Mercedes
era pedir demais, o time inglês acabou sendo surpreendido pela melhoria da
Ferrari, que se tornou facilmente a segunda força do campeonato, e até já
conseguindo vencer uma corrida, aproveitando-se de quaisquer problemas que a
Mercedes possa sofrer, estando sempre ali por perto para aproveitar. Só que o
time do velho Frank, se não melhorou a performance a ponto de superar o time
italiano, aproximou-se a ponto de fazer com os carros vermelhos o que estes
tencionavam fazer com os carros prateados, e portanto, nas derrapadas surgidas
nas últimas duas corridas, a Williams voltou ao pódio, primeiro com Valtteri
Bottas no Canadá, e com Felipe Massa na Áustria, com atuações impecáveis de
cada um dos pilotos nas respectivas provas, mostrando que eles podem, com um
pouco mais de esforço, entrar firme na luta pelo vice-campeonato de equipes.
Não vai ser fácil, pois o modelo SF-15T ainda tem se mostrado superior ao
modelo FW37, mas a diferença tem diminuído, e os pódios podem dar o empurrão
definitivo para a Williams se motivar e partir para cima da Ferrari no
campeonato. Caso contrário, terá no 3° lugar do campeonato um resultado acima
das expectativas se levarmos em conta sua postura "conservadora", que
não se sustentará se os rivais estiverem em melhor forma. É preciso ser mais
ousado, tanto nos boxes quanto na pista, e os seus pilotos não são capazes de
fazer tudo sozinhos.
Novela
da permanência de Monza na F-1: Com contrato vencendo em breve, o GP da Itália
na pista de Monza continua em suspense se segue ou não na F-1. Bernie
Ecclestone continua bradando suas ameaças de levar a F-1 a lugares "mais
rentáveis", se os organizadores não aceitarem suas exigências financeiras
para a renovação do contrato. E o manda-chuva da FOM já deu a entender que não
dá a mínima para o circuito italiano, se ele não pagar o que pede. Surgiu até
uma conversa de que Ímola poderia passar a sediar a prova italiana, mas
esqueceram de mencionar se os administradores do autódromo que era sede do GP
de San Marino irão topar as exigências absurdas de Bernie para sediar a prova.
O chefão da F-1 ainda aproveitou para desdenhar da França, ao falar que o país
não tem nenhum circuito que sirva para a F-1, esquecendo que Magny-Cours e Paul
Ricard já sediaram com muita competência o GP francês, e que só não recebem
novamente a categoria porque Ecclestone não arreda pé de suas exigências
financeiras. Será que a F-1 vai perder mais um GP europeu por causa dessa queda
de braço financeira?
Brasileiros
na Indy Racing League: Com 10 corridas disputadas até agora no certame 2015 da
IRL, Tony Kanaan e Hélio Castro Neves ainda não conseguiram subir ao degrau
mais alto do pódio, e vão começando a ficar para trás nas perspectivas de
disputar o título da categoria este ano. Tony é apenas o 9° no campeonato,
enquanto o parceiro Scott Dixon é o 3° colocado, tendo vencido as etapas de Long
Beach e do Texas, e seguindo bem atrás dos líderes Juan Pablo Montoya (1°) e
Will Power (2°), ambos da equipe Penske, que já contabilizam 2 e 1 vitória,
respectivamente, no ano, enquanto Helinho, também da Penske, até agora não
conseguiu exibir performance de domínio em nenhuma corrida no ano. Ou Helinho e
Tony reagem, ou vai ser mais um ano na fila de espera de tentar um título...
Mundial
de Rali: A etapa da Itália viu mais um triunfo de Sebastien Ogier, que faturou
assim sua 4ª vitória no atual campeonato, depois de apenas 6 etapas disputadas.
Está difícil segurar o francês, que já tem praticamente o dobro de pontos do 2°
colocado na competição. E depois ainda vem gente dizendo que a disputa na F-1 é
que está chata. e olha que a competição de rali é muito mais complicada e
imprevisível...melhor irem se preparando para ver Ogier comemorar mais um
título competição logo, logo...
EM BAIXA:
Estréia
da Nissan no Mundial de Endurance: Saudada como mais um time de fábrica para
competir na categoria LMP1 no WEC, a marca japonesa já causou sensação pelo
projeto de seu protótipo, com tração dianteira, ao contrário dos demais modelos
da competição. Mas a expectativa começou a fraquejar depois que a marca
anunciou atrasos em sua preparação, e que só estrearia mesmo nas 24 Horas de Le
Mans. O atraso já denunciava que o projeto poderia estar com problemas,
portanto, um tempo maior de preparação era necessário. Até aí, nada demais.
Mas, ao entrar na pista para os primeiros treinos em Sarthe, não houve como
esconder a decepção com os carros de tração e motor dianteiros rodando
praticamente 20s mais lentos que os mais rápidos, e em alguns casos, sendo
superados até pelos competidores da categoria LMP2. Pra não falar que a
fiabilidade do modelo parecia não empolgar também. Não deu outra: dos três
carros que largaram, apenas um chegou ao final, e por não ter cumprido 75% do
percurso de sua categoria, como manda o regulamento, acabou não sendo
classificado. E o tormendo promete prosseguir nas próximas etapas, com a marca nipônica
precisando trabalhar muito para reverter a má impressão deixada nas 24 Horas de
Le Mans.
Equipe
Toyota nas 24 Horas de Le Mans: Campeã no WEC em 2014, a Toyota nitidamente
regrediu na competição este ano, sendo superada não apenas pela tradicional
rival Audi, mas também pela renascente Porsche, que tornaram-se os carros a
serem batidos. De favorita nas 24 Horas de Le Mans de 2014, a fábrica japonesa
viu seus esforços irem por água abaixo diante do melhor trabalho de corrida da
Audi em Sarthe. Com a conquistado título do campeonato, esperava-se que a
Toyota redobrasse seus esforços para triunfar finalmente em Le Mans, mas o
resultado acabou sendo o oposto: seus carros foram amplamente superados pelos
Porsche, e ainda pelos Audi. Se esperava compensar na corrida, com um melhor
ritmo e estratégia de prova, o tiro saiu pela culatra, com ambos os carros a
ficarem longe da disputa pela vitória, que foi em poucos momentos desafiada
apenas pela Audi na resistência à supremacia da Porsche. Pior que a performance
para o restante do campeonato WEC também pode ser de tornar-se coadjuvante na
luta entre os times alemães, frustrando os planos da fábrica nipônica de obter
o bicampeonato do Mundial de Endurance.
Acidentes
na F-3 Européia: A garotada inicando carreira no automobilismo internacional
deu mostras de ser bem indisciplinada e agressiva além da conta na rodada
tripla disputada na pista de Monza, com direito a toques de rodas, suspensões
avariadas, entradas e saídas de pista com vários carros lado a lado sem
aliviar, e até capotagens, sendo uma delas assustadora. Ninguém se machucou
gravemente, mas a pauleira geral na pista foi tanta que a terceira corrida no
circuito italiano acabou encerrada antes do tempo em virtude do mal
comportamento dos concorrentes, que já haviam levado bronca da organização da
corrida. Se o aviso surtiu efeito, não foi total, pois na rodada seguinte, em
Spa-Francorchamps, os pilotos voltaram a se estranhar nas corridas, sendo que
em uma delas tivemos uma nova capotagem, onde o piloto felizmente não se
machucou. Mas, se os garotos não tomarem mais cuidado, uma hora a coisa vai
ficar feia, e pode surgir uma tragédia. A FIA nos últimos tempos tem agido com
um rigor obssessivo e até doentio no que tange a punições na pista por toques e
acidentes, e tudo o que não se precisava era de episódios como o que foram
vistos na F-3 Européia dando razão à entidade em sua cruzada por um
automobilismo "seguro" ao extremo, tentando eliminar por completo os
riscos da competição automobilística, que por natureza, é sempre perigoso.
Punições
técnicas na F-1: Desde que entrou em vigor no ano passado o novo regulamento
técnico com relação às novas unidades de potência híbridas a serem utilizadas
pela categoria máxima do automobilismo que já se falava que o limite do número
de motores era demasiado pequeno para um campeonato tão longo, ainda mais se
tratando de uma tecnologia nova e que certamente ainda demandaria muito
desenvolvimento. Mas, se em 2014
a situação até que correu relativamente bem, com poucas
quebras, este ano a situação está ficando feia para os carros equipados pela
Renault e pela Honda. As unidades francesas retrocederam em relação ao ano
passado, não melhoraram sua performance e ainda ficaram muito menos fiáveis,
enquanto os japoneses marcaram bobeira na sua preparação para sua estréia este
ano e agora não conseguem obter nem performance, e muito menos fiabilidade. Na
Áustria Daniel Ricciardo já precisou utilizar um novo motor, estourando o
limite de 4 unidades para o ano, o mesmo ocorrendo com os pilotos da McLaren,
que ainda precisaram trocar outros componentes, o que deu, no cômputo geral,
cerca de 70 posições no grid de punição para os pilotos envolvidos. Um recorde
na categoria que nenhum orgulho vai gerar, muito pelo contrário. E nem falo dos
modos de se pagar as punições, que no caso da McLaren a zica do time anda tão
alta que seus pilotos ficaram fora de combate antes mesmo de coneguirem pagar
as determinações impostas pelo regulamento, cada vez mais confuso e esdrúxulo.
Para azar de Renault e Honda, Mercedes e Ferrari estão indo bem, portanto, não
lhes interessa mudar as regras, então, franceses e nipônicos que se virem junto
com seus parceiros...
Chiadeira
da Red Bull na F-1: Aproveitando a oportunidade do GP em seu país, Dietrich Mateschitz
voltou a reclamar das regras da categoria, ameaçando tirar seus times de campo,
ao afirmar que a F-1 não desperta mais a emoção e paixão de antes. E voltando
também a acusar a Renault pelo mau campeonato que vem tendo neste ano. Se é
verdade que várias das críticas feitas têm fundamento, e que a F-1 precisa
rever muita coisa, por outro lado é patente o sentimento pelo paddock de que o
time rubrotaurino está chorando mais do que deveria, enquanto os demais, do
jeito que podem, reclamam menos e tentam melhorar. E, para piorar o clima,
reforçando o sentimento de mau perdedor do time que foi campeão de 2010 a 2013, é o fato da
Toro Rosso, time que também pertence à Red Bull, estar tendo um campeonato de
2015 melhor do que o de 2014, pelo menos até agora. No ano passado, findo o GP
da Áustria, o time "B" dos energéticos tinha apenas 12 pontos na
competição, enquanto este ano já acumula 19 pontos, uma melhora de 50% nos
resultados. Já o time "matriz" despencou dos 142 pontos do ano passado
para apenas 55 em 2015. problemas das unidades de potência da Renault à parte,
a queda da Red Bull é patente, mostrando que não é apenas o motor que está ruim
este ano, mas também o carro. Adrian Newey está fazendo mais falta do que
imaginavam...
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