E
ano de 2015 segue firme, e já estamos em março, mês que tradicionalmente
assiste ao início de vários campeonatos do mundo do automobilismo. E como tem
sido feito aqui em todo início de mês, é hora da mais nova edição da Flying
Laps, trazendo notas rápidas de alguns acontecimentos do mundo do mundo do
esporte a motor ocorridos neste mês de fevereiro, e que não puderam ser
analisados nas colunas regulares por falta de oportunidade. Uma boa leitura a
todos, e até a próxima edição da Flying Laps do mês que vem...
No dia 24 de
fevereiro último, faleceu, aos 73 anos, o francês Gérard Ducarouge, engenheiro
e projetista de carros que trabalhou em várias escuderias da F-1, mas que se
notabilizou principalmente por projetar as Lotus com as quais Ayrton Senna
obteve suas primeiras vitória na F-1, em 1985, 1986, e 1987. Nascido em
Paray-le-Monial, em 23 de outubro de 1941, Ducarouge iniciou sua carreira no
automobilismo em 1965, trabalhando na equipe Matra, onde ficou até 1974, quando
a escuderia desistiu de competir na categoria máxima do automobilismo. Sua nova
escuderia foi a Ligier, onde permaneceu até 1981, seguindo então para a Alfa
Romeo, e então a Lotus, em 1983, onde ajudou a reerguer a moral da escuderia,
após o falecimento de seu fundador Colin Chapman, em 1982. Foi com o modelo 97T
que Ayrton Senna venceu suas primeiras corridas na F-1, em 1985, nas etapas de
Portugal e da Bélgica, ajudando a resgatar o status de equipe de ponta que a
Lotus teve na maior parte de sua história. E foi com o modelo 99T, em 1987, que
a categoria viu pela primeira vez a revolucionária suspensão ativa, controlada
por computadores, que aumentava sobremaneira a eficiência do monoposto.
Infelizmente, o sistema foi abandonado em 1988 por ser muito complicado de se
operar e desenvolver, e isso comprometeu parte da eficiência do modelo 100T,
que aliado a outros erros de projeto, acabou derrubando a performance da
escuderia, que naquele ano contava com o tricampeão Nélson Piquet, um exímio
mestre na arte de acertar e desenvolver um carro de corrida. Com o fracasso da
temporada, Ducarouge perdeu o emprego na escuderia, migrando para as equipes
Larrousse e Ligier, onde deu por encerrada sua participação na F-1 ao fim de
1994.
Sébastien Ogier já começa a caminhar firme para mais um título no
Mundial de Rali. O piloto francês faturou a segunda etapa do campeonato de
2015, o Rali da Suécia. A parada, contudo, não foi fácil: seu companheiro na
equipe Volkswagen, o norueguês Andreas Mikkelsen, estava decidido a vencer o rali,
mas um despiste na última etapa da competição acabou tirando o piloto da
liderança, permitindo a recuperação de Ogier, que teve vários percalços nas
etapas anteriores. Como desgraça pouca é bobagem, Mikkelsen ainda se viu
superado pelo belga Thierry Neuville, da Hyundai, restando a 3ª colocação. Com
a vitória, Ogier lidera o campeonato com 53 pontos, seguido relativamente de
longe por Neuville, com 30 pontos, empatado com Mikkelsen. Na competição por
fabricantes, a Volkswagen já tem uma vantagem menos confortável: 68 pontos
contra 55 da Hyundai. Na terceira colocação está a M-Sport, com 32 pontos. A
Citroen, outrora toda-poderosa nos tempos de Sébastian Loeb, ocupa apenas a 4ª
posição, com apenas 20 pontos. A próxima etapa da competição é o Rali do México,
nos próximos dias 5 a
8 de março.
A Nascar abriu seu campeonato de 2015 com a disputa de uma de suas mais
tradicionais provas, as 500
Milhas de Daytona. E depois de 203 voltas, a vitória
ficou com Joey Logano, da equipe Penske. Kevin Harvick, atual campeão da
categoria, ficou com a 2ª colocação, enquanto Dale Earnhardt completou o pódio.
Foi a primeira vitória da carreira de Logano na Nascar, e como é de costume, a
corrida teve um grande acidente, desta vez na volta final, que envolveu os
pilotos Jeff Gordon, Kyle Larson e Austin Dillon, mas felizmente ninguém se
machucou.
O cancelamento do contrato para a realização da corrida da Indy em
Brasília ainda está dando o que falar. Com as irregularidades no contrato
firmado entre o governo do Distrito Federal e a TV Bandeirantes para a
realização da corrida, a justiça do DF acatou pedido do Ministério Público para
bloquear os bens do ex-governador Agnelo Queiroz, que governava o Distrito
Federal no ano passado e deu o aval para o acordo, mesmo sem ter condições
financeiras para tanto, e firmou um contrato sem as devidas formalidades
exigidas pelas normas da administração pública. E isso é só a ponta do iceberg
do que está sendo levantado sobre a gestão de Queiroz à frente do Distrito
Federal, que literalmente quebrou em sua gestão, deixando bilhões em dívidas a
serem pagas, sendo que até mesmo os funcionários públicos ficaram sem receber
seus salários. E a Bandeirantes, inconformada com o cancelamento da corrida,
avisa que irá buscar seus direitos para ter seus prejuízos ressarcidos. No meio
disso tudo, chegou-se a noticiar que o novo governador iria liberar verba para
pelo menos recuperar parte do autódromo de Brasília, que teve suas instalações
demolidas para as reformas visando a corrida da IRL, mas o governo do DF já
reiterou que não há verba disponível para reformar o circuito. De fato, com
todas as dívidas deixadas pela gestão irresponsável de Queiroz, Brasília tem
muitas outras prioridades na fila a serem atendidas, e infelizmente, o
autódromo acabou entrando de gaiato nessa operação que se revelou mais uma
furada entre tantas outras que ocorrem em nosso país...
Pietro Fittipaldi já tem seu destino definido em 2015: o neto de
Émerson Fittipaldi, que foi campeão da F-Renault inglesa no ano passado vai disputar
o campeonato da F-3 Européia, pela equipe Fortec. O Brasil, aliás, terá a
presença também de Sérgio Sette Câmara, que irá defender a equipe Motorpark. O
caminho de Pietro é a escolha óbvia para dar seguimento na carreira, uma vez
que o campeonato de F-3 mais prestigiado até hoje, o inglês, deixou de existir
nesta temporada, situação que acabou ocorrendo também com o campeonato alemão.
Por enquanto, Pietro segue o planejamento para subir até a F-1: o time da
Fortec é bem conceituado, e o jovem Fittipaldi terá boas condições de fazer um
bom campeonato e se desenvolver na competição. No ano passado, ele dominou a
F-Renault inglesa, vencendo nada menos do que 10 das 15 corridas do campeonato.
Este ano, tudo indica que o desafio será mais difícil para se obter sucesso
igual, mas será uma excelente oportunidade para aprender e evoluir cada vez
mais. Resta esperar e ver como Pietro irá se sair nesse novo desafio de sua
carreira.
Antiga sensação na Indy Racing League, a piloto Danica Patrick voltou a
reafirmar que não tem interesse em competir na F-1. Disputando atualmente a
série principal da Nascar, o nome de Danica teria sido alvo de boatos devido à
estréia da equipe de Gene Hass na categoria máxima do automobilismo na próxima
temporada. Não é segredo que ter um piloto dos Estados Unidos seria bom para a
nova escuderia, mas Danica prefere desconversar sobre a possibilidade de
competir na F-1, alegando duas razões principais: a primeira, é que teria de
morar na Europa, e ela não tem desejo de sair dos Estados Unidos; a segunda
razão, é que ela não teria chances de vencer por lá, ou estas seriam mínimas.
Com um mercado automobilístico forte, realmente os pilotos americanos não se
sentem seduzidos pela F-1, que aliás é até relativamente pouco divulgada nos EUA,
apesar de não ser desconhecida. Mas o público prefere mesmo é as competições da
Nascar, a IRL, e os diversos campeonatos regionais. E competir na Europa é
muito caro, e dependendo da situação, não há retorno satisfatório para o
investimento. Mas, pessoalmente, não acho Danica Patrick tudo isso que é falado
dela. Mesmo tendo sido a primeira - e única mulher a ganhar uma corrida na IRL,
ela ganhou mais fama por ser mulher do que exatamente por seus bons resultados,
que incluem somente 3 poles e 7 pódios na categoria de monopostos americana,
além de ter ganhado fama de irritadiça e birrenta em diversas ocasiões.
Competindo na Nascar desde 2012,
a piloto até agora não conseguiu o destaque que
esperava, não vencendo nenhuma corrida, e tendo apenas 1 pole na divisão
Nationwide e outra pole na Sprint Cup. Mas, mesmo sem ter resultados de porte
na Nascar, há que se reconhecer que na Stock Car americana ele tem muito mais
chances de obter resultados do que competindo por uma escuderia que ainda irá
estrear na F-1, caso o convite seja mesmo feito, o que ela nega ter surgido até
o presente momento.
Os fãs do campeonato da World Series by Renault terão a oportunidade de
acompanhar o certame este ano através do canal do Esporte Interativo, que
adquiriu os direitos do campeonato pelos próximos dois anos com exclusividade. A
Bandeirantes exibia o certame até o ano passado, mostrando as corridas no canal
pago Bandsports.
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