quarta-feira, 4 de março de 2015

FLYING LAPS - FEVEREIRO DE 2015



            E ano de 2015 segue firme, e já estamos em março, mês que tradicionalmente assiste ao início de vários campeonatos do mundo do automobilismo. E como tem sido feito aqui em todo início de mês, é hora da mais nova edição da Flying Laps, trazendo notas rápidas de alguns acontecimentos do mundo do mundo do esporte a motor ocorridos neste mês de fevereiro, e que não puderam ser analisados nas colunas regulares por falta de oportunidade. Uma boa leitura a todos, e até a próxima edição da Flying Laps do mês que vem...


No dia 24 de fevereiro último, faleceu, aos 73 anos, o francês Gérard Ducarouge, engenheiro e projetista de carros que trabalhou em várias escuderias da F-1, mas que se notabilizou principalmente por projetar as Lotus com as quais Ayrton Senna obteve suas primeiras vitória na F-1, em 1985, 1986, e 1987. Nascido em Paray-le-Monial, em 23 de outubro de 1941, Ducarouge iniciou sua carreira no automobilismo em 1965, trabalhando na equipe Matra, onde ficou até 1974, quando a escuderia desistiu de competir na categoria máxima do automobilismo. Sua nova escuderia foi a Ligier, onde permaneceu até 1981, seguindo então para a Alfa Romeo, e então a Lotus, em 1983, onde ajudou a reerguer a moral da escuderia, após o falecimento de seu fundador Colin Chapman, em 1982. Foi com o modelo 97T que Ayrton Senna venceu suas primeiras corridas na F-1, em 1985, nas etapas de Portugal e da Bélgica, ajudando a resgatar o status de equipe de ponta que a Lotus teve na maior parte de sua história. E foi com o modelo 99T, em 1987, que a categoria viu pela primeira vez a revolucionária suspensão ativa, controlada por computadores, que aumentava sobremaneira a eficiência do monoposto. Infelizmente, o sistema foi abandonado em 1988 por ser muito complicado de se operar e desenvolver, e isso comprometeu parte da eficiência do modelo 100T, que aliado a outros erros de projeto, acabou derrubando a performance da escuderia, que naquele ano contava com o tricampeão Nélson Piquet, um exímio mestre na arte de acertar e desenvolver um carro de corrida. Com o fracasso da temporada, Ducarouge perdeu o emprego na escuderia, migrando para as equipes Larrousse e Ligier, onde deu por encerrada sua participação na F-1 ao fim de 1994.


Sébastien Ogier já começa a caminhar firme para mais um título no Mundial de Rali. O piloto francês faturou a segunda etapa do campeonato de 2015, o Rali da Suécia. A parada, contudo, não foi fácil: seu companheiro na equipe Volkswagen, o norueguês Andreas Mikkelsen, estava decidido a vencer o rali, mas um despiste na última etapa da competição acabou tirando o piloto da liderança, permitindo a recuperação de Ogier, que teve vários percalços nas etapas anteriores. Como desgraça pouca é bobagem, Mikkelsen ainda se viu superado pelo belga Thierry Neuville, da Hyundai, restando a 3ª colocação. Com a vitória, Ogier lidera o campeonato com 53 pontos, seguido relativamente de longe por Neuville, com 30 pontos, empatado com Mikkelsen. Na competição por fabricantes, a Volkswagen já tem uma vantagem menos confortável: 68 pontos contra 55 da Hyundai. Na terceira colocação está a M-Sport, com 32 pontos. A Citroen, outrora toda-poderosa nos tempos de Sébastian Loeb, ocupa apenas a 4ª posição, com apenas 20 pontos. A próxima etapa da competição é o Rali do México, nos próximos dias 5 a 8 de março.


A Nascar abriu seu campeonato de 2015 com a disputa de uma de suas mais tradicionais provas, as 500 Milhas de Daytona. E depois de 203 voltas, a vitória ficou com Joey Logano, da equipe Penske. Kevin Harvick, atual campeão da categoria, ficou com a 2ª colocação, enquanto Dale Earnhardt completou o pódio. Foi a primeira vitória da carreira de Logano na Nascar, e como é de costume, a corrida teve um grande acidente, desta vez na volta final, que envolveu os pilotos Jeff Gordon, Kyle Larson e Austin Dillon, mas felizmente ninguém se machucou.


O cancelamento do contrato para a realização da corrida da Indy em Brasília ainda está dando o que falar. Com as irregularidades no contrato firmado entre o governo do Distrito Federal e a TV Bandeirantes para a realização da corrida, a justiça do DF acatou pedido do Ministério Público para bloquear os bens do ex-governador Agnelo Queiroz, que governava o Distrito Federal no ano passado e deu o aval para o acordo, mesmo sem ter condições financeiras para tanto, e firmou um contrato sem as devidas formalidades exigidas pelas normas da administração pública. E isso é só a ponta do iceberg do que está sendo levantado sobre a gestão de Queiroz à frente do Distrito Federal, que literalmente quebrou em sua gestão, deixando bilhões em dívidas a serem pagas, sendo que até mesmo os funcionários públicos ficaram sem receber seus salários. E a Bandeirantes, inconformada com o cancelamento da corrida, avisa que irá buscar seus direitos para ter seus prejuízos ressarcidos. No meio disso tudo, chegou-se a noticiar que o novo governador iria liberar verba para pelo menos recuperar parte do autódromo de Brasília, que teve suas instalações demolidas para as reformas visando a corrida da IRL, mas o governo do DF já reiterou que não há verba disponível para reformar o circuito. De fato, com todas as dívidas deixadas pela gestão irresponsável de Queiroz, Brasília tem muitas outras prioridades na fila a serem atendidas, e infelizmente, o autódromo acabou entrando de gaiato nessa operação que se revelou mais uma furada entre tantas outras que ocorrem em nosso país...


Pietro Fittipaldi já tem seu destino definido em 2015: o neto de Émerson Fittipaldi, que foi campeão da F-Renault inglesa no ano passado vai disputar o campeonato da F-3 Européia, pela equipe Fortec. O Brasil, aliás, terá a presença também de Sérgio Sette Câmara, que irá defender a equipe Motorpark. O caminho de Pietro é a escolha óbvia para dar seguimento na carreira, uma vez que o campeonato de F-3 mais prestigiado até hoje, o inglês, deixou de existir nesta temporada, situação que acabou ocorrendo também com o campeonato alemão. Por enquanto, Pietro segue o planejamento para subir até a F-1: o time da Fortec é bem conceituado, e o jovem Fittipaldi terá boas condições de fazer um bom campeonato e se desenvolver na competição. No ano passado, ele dominou a F-Renault inglesa, vencendo nada menos do que 10 das 15 corridas do campeonato. Este ano, tudo indica que o desafio será mais difícil para se obter sucesso igual, mas será uma excelente oportunidade para aprender e evoluir cada vez mais. Resta esperar e ver como Pietro irá se sair nesse novo desafio de sua carreira.


Antiga sensação na Indy Racing League, a piloto Danica Patrick voltou a reafirmar que não tem interesse em competir na F-1. Disputando atualmente a série principal da Nascar, o nome de Danica teria sido alvo de boatos devido à estréia da equipe de Gene Hass na categoria máxima do automobilismo na próxima temporada. Não é segredo que ter um piloto dos Estados Unidos seria bom para a nova escuderia, mas Danica prefere desconversar sobre a possibilidade de competir na F-1, alegando duas razões principais: a primeira, é que teria de morar na Europa, e ela não tem desejo de sair dos Estados Unidos; a segunda razão, é que ela não teria chances de vencer por lá, ou estas seriam mínimas. Com um mercado automobilístico forte, realmente os pilotos americanos não se sentem seduzidos pela F-1, que aliás é até relativamente pouco divulgada nos EUA, apesar de não ser desconhecida. Mas o público prefere mesmo é as competições da Nascar, a IRL, e os diversos campeonatos regionais. E competir na Europa é muito caro, e dependendo da situação, não há retorno satisfatório para o investimento. Mas, pessoalmente, não acho Danica Patrick tudo isso que é falado dela. Mesmo tendo sido a primeira - e única mulher a ganhar uma corrida na IRL, ela ganhou mais fama por ser mulher do que exatamente por seus bons resultados, que incluem somente 3 poles e 7 pódios na categoria de monopostos americana, além de ter ganhado fama de irritadiça e birrenta em diversas ocasiões. Competindo na Nascar desde 2012, a piloto até agora não conseguiu o destaque que esperava, não vencendo nenhuma corrida, e tendo apenas 1 pole na divisão Nationwide e outra pole na Sprint Cup. Mas, mesmo sem ter resultados de porte na Nascar, há que se reconhecer que na Stock Car americana ele tem muito mais chances de obter resultados do que competindo por uma escuderia que ainda irá estrear na F-1, caso o convite seja mesmo feito, o que ela nega ter surgido até o presente momento.


Os fãs do campeonato da World Series by Renault terão a oportunidade de acompanhar o certame este ano através do canal do Esporte Interativo, que adquiriu os direitos do campeonato pelos próximos dois anos com exclusividade. A Bandeirantes exibia o certame até o ano passado, mostrando as corridas no canal pago Bandsports.



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