quarta-feira, 25 de março de 2015

ESPECIAL INDY RACING LEAGUE 2015



            Neste domingo começa mais um campeonato de 2015: é a vez da Indy Racing League, que disputa sua etapa inaugural no circuito urbano de São Petesburgo, na Flórida, uma vez que a etapa brasileira foi para o vinagre novamente, portanto, é hora de uma matéria especial sobre o que esperar do campeonato da categoria para este ano, com o calendário e lista completa de pilotos e equipes. E contamos mais uma vez com dois pilotos brasileiros na lista de favoritos ao título. Uma boa leitura a todos, e que venha a largada...


IRL 2015

Temporada deste ano marca a estréia dos kits aerodinâmicos produzidos por Honda e Chevrolet

Adriano de Avance Moreno

Os carros da IRL estão prontos para acelerar novamente. Will Power vai em busca do bicampeonato na Penske. Os adversários que se cuidem...
            A Indy Racing League prepara-se para dar início à temporada de 2015 tendo como principal novidade a estréia dos kits aerodinâmicos, além da estréia de uma nova pista no calendário, o GP da Louisiana. Mas a categoria já deveria ter iniciado a competição no último dia 8 de março, data para a qual estava programada a etapa do Brasil, que deveria ser ter sido realizada no Autódromo Nélson Piquet, em Brasília, no Distrito Federal. Contudo, o contrato assinado para a realização da corrida, que precisava efetuar reformas no circuito da capital federal estava eivado de várias irregularidades, e com a não-reeleição de Agnelo Queiroz para o governo do Distrito Federal, escancarou de vez a catastrófica situação econômica de Brasília, que não tinha nenhuma condição financeira de assumir a obrigação de sediar a prova, pelo que o novo governador eleito, Rodrigo Rollemberg, após comunicação do Ministério Público, não demorou a cancelar o acordo, até porque não havia respaldo jurídico para o governo do DF ser responsabilizado, e era preciso cortar despesas.
            O resultado é que as obras foram iniciadas, e toda a infraestrutura do circuito foi desmantelada, antes das obras serem canceladas. Quando veio o comunicado do governo do DF de cancelar as obras, e com isso praticamente inviabilizando a realização da prova, a direção da Indycar ainda tentou buscar um acordo com o autódromo de Goiânia, em Goiás, a fim de tentar salvar a realização da corrida, mas não teve jeito, e o Brasil saiu novamente do calendário, deixando uma péssima impressão pela lambança executada no acordo que garantiria a corrida da Indy na capital federal. Mas, palhaçadas nacionais à parte, a própria direção da categoria errou ao confiar demais nos parceiros nacionais para a realização da empreitada, não fiscalizando as negociações como deveria, a fim de se prevenir contra a inviabilização da corrida. Mas deve ficar mesmo marcado é a incompetência brasileira para se fazer as tratativas de realização da corrida, o que significa que tão cedo nosso país não deve voltar a sediar uma corrida da categoria.
            Na verdade, o acordo desfeito colocou a TV Bandeirantes, promotora da corrida e detentora dos direitos de exibição da categoria no Brasil, em uma tremenda saia justa, ainda mais pelo contrato malfeito onde a emissora teria de assumir pesadas multas caso a etapa não fosse realizada. Temeu-se pela manutenção do contrato de exibição da categoria em nosso país, mas pelo menos neste ano, a transmissão da IRL está garantida, ainda que o esquema de transmissão da Bandeirantes continue sendo irregular na maneira como transmitem as corridas, exibindo algumas no canal aberto, mostrando outras somente no canal pago Bandsports, e por aí vai. Na etapa de abertura em São Petesburgo, neste domingo, a prova será mostrada ao vivo pelo Bandsports, pelo motivo óbvio de sempre: bate de frente com o horário do futebol, para azar de quem não tem acesso ao canal por assinatura.
O kit aerodinâmico que a Chevrolet fornecerá a seus times este ano deve dar mais personalidade aos carros da categoria, assim como o kit da rival Honda (abaixo).
            Barbeiragens brasileiras de lado, é hora da categoria iniciar realmente sua competição de 2015, e este ano teremos a estréia dos kits aerodinâmicos, que deverão dar maior diferenciação aos carros da categoria. O "kit" referido é nada menos do que o conjunto de carenagens que revestem os bólidos. Os kits já estavam planejados para serem introduzidos desde que a categoria passou a utilizar os novos chassis DW12 da Dallara, em 2012, mas sua introdução foi sendo postergada a pedido dos próprios times por motivos de contenção de gastos, até que finalmente serão adotados este ano. Assim, nestes últimos anos, os times utilizaram as carenagens padrão fornecidas pela própria Dallara.
            Os kits serão fornecidos pelos fabricantes de motores que competem na categoria, Honda e Chevrolet. Era previsto que a Lotus também fornecesse kits, mas com o fracasso dos motores da marca em sua única temporada de competição, o fabricante pulou fora. Os chassis continuarão a ser os modelos DW12 da Dallara, mas a adoção do kit aerodinâmico promete dar mais personalidade aos monopostos de acordo com os objetivos particulares de cada time. Na prática, cada time terá opção de utilizar tanto o kit produzido pelo fabricante do motor com o qual compete, ou utilizar o kit padrão da própria Dallara, de acordo com sua conveniência e/ou possibilidade.
            Os kits são uma tentativa de oferecer opções de diferenciação dos monopostos, sem aumentar os gastos de competição significativamente. A antiga F-Indy, no início dos anos 1990, por exemplo, competia com chassis de diferentes fornecedores, como a Lola, March, e Penske. Os motores também tinham alguma variedade, tendo como opções os Chevrolet, Judd, Ford, e por um breve momento, Porshe. Tirando a Penske, que competia com chassi próprio, e fornecia no máximo a um outro time, todos os demais podiam competir com o chassi que lhe conviesse, e que podiam ser equipados com qualquer um dos motores dos fabricantes disponíveis. Havia um regulamento técnico que mantinha os custos em níveis bem razoáveis, e a competitividade, apesar de alguns altos e baixos, era bem homongênea.
            Na última década a IRL caracterizou-se por se tornar um campeonato monomarca, com todos os times usando chassis da Dallara, e, com exceção de 2012 para cá, usaram sempre motores da Honda. Se por um lado isso foi uma tentativa de manter os custos baixos, por outro lado não forneceu atratividade técnica. Atualmente, há somente motores da Chevrolet e da Honda equipando os carros, e com os novos kits aerodinâmicos, mesmo utilizando o mesmo chassi, eles poderão ter aparências diferentes, ajudando a diversificar o visual da categoria.
Detalhe da aerodinâmica na traseira do kit da Chevrolet: novas aletas e proteções aos pneus traseiros dão novo visual aos carros.
            Mas não é apenas no visual diferente que darão aos carros que os kits irão atrair o interesse de todos. Fica a dúvida sobre qual deles será mais eficiente, e como os times poderão otimizar seus ajustes nas provas do campeonato. Tudo indica que, pelo visual mais arrojado que os kits exibem, sejam capazes de proporcionar melhor downforce e estabilidade aerodinâmica aos carros do que a carenagem padrão da Dallara. O desafio fica para as escuderias descobrirem como utilizarem melhor este novo recurso para ganhar qualquer vantagem que seja possível, em um certame que caracteriza-se por ser bem equilibrado.
Will Power é o homem a ser batido em 2015: australiano finalmente conquistou o título em 2014, depois de ser vice-campeão por 3 anos seguidos.
            Para a disputa deste ano, a Penske é o time a ser batido. Will Power, depois de bater na trave por 3 anos consecutivos, finalmente desencantou e tirou o time de Roger da fila de onde se encontrava desde 2006, tornando-se finalmente campeão da categoria. E a escuderia ainda teve Hélio Castro Neves como vice-campeão, e o colombiano Juan Pablo Montoya, de volta a uma competição de monopostos, terminando em 4° lugar no campeonato, o que dá uma idéia da força que a Penske demonstrou em 2014. Assim, nada mais óbvio do que a concorrência vir com a idéia determinada de superar a escuderia mais poderosa da Indy. Só que Roger Penske não dormiu sobre os louros da vitória alcançada: reforçou ainda mais seu time, que irá alinhar este ano 4 pilotos por toda a temporada, a exemplo do que já faz o time de Michael Andretti. Além do trio Power/Castro Neves/Montoya, a Penske terá o francês Simon Pagenaud, que foi um dos destaques da categoria nos últimos anos, competindo pela equipe de Sam Schmidt, e chegando a disputar o título da competição, mesmo que seu time não tivesse as mesmas condições das grandes escuderias Ganassi, Andretti ou Penske. Pagenaud foi 5° colocado no ano passado, com duas vitórias no campeonato, e em 2013, ele foi o 3° colocado, tendo vencido também duas corridas, e ficando atrás apenas dos postulantes ao título Hélio Castro Neves e Scott Dixon. Com seu nome ganhando tanta projeção, Roger Penske tratou logo de garantir os serviços do mais novo talento da categoria, para azar dos rivais que pensavam em contratá-lo e perderam o bonde da parada.
Juan Pablo Montoya mostrou em 2014 que já tirou a ferrugem da pilotagem de monopostos. O colombiano deve dar muita dor de cabeça aos adversários nesta temporada.
            Penske, aliás, já havia mostrado sua rapidez em fins de 2013, quando contratou o colombiano Juan Pablo Montoya enquanto outros times como a Andretti ainda tentavam viabilizar sua contratação. E a aposta de Roger em Montoya mostrou-se válida: apesar de apanhar um pouco na sua volta aos monopostos, o colombiano foi ficando mais à vontade, e venceu as 500 Milhas de Pocono, terminando o campeonato entre os primeiros colocados, e mostrando que ainda pode render muito na Indy, a exemplo do que fez na categoria original no fim dos anos 1990. E com o atual quarteto de pilotos, a Penske sem dúvida será um time fortíssimo e tremendamente difícil de ser superado na pista, o que não quer dizer que os adversários irão fugir da briga.
            A maior rival é a Ganassi, que tem sido a grande vencedora de campeonatos nos últimos anos. Em 2014, a escuderia teve um ano irregular, encontrando sua melhor forma já perto do fim da competição, quando conquistou 3 vitórias, mas já não tinha chances efetivas de vencer o campeonato. Para este ano, dispensaram Ryan Briscoe e contrataram o novato Sage Karan, vencedor da Indy Lights em 2013, e que só agora se tornou piloto titular para toda a temporada na IRL. O time tem o tricampeão Scott Dixon e conta com Tony Kanaan, reconhecido como um dos pilotos mais técnicos e talentosos da categoria, e ainda conta com um piloto competente como Charlie Kimball, que já mostrou que pode vencer corridas quando tem domínio da situação e condições plenas de acelerar tudo o que pode.
Estreando o kit aerodinâmico produzido pela Honda, Ryan Hunter-Reay quer lutar pelo bicampeonato em 2015 com a Andretti Autosports.
            Outro adversário que quer voltar ao posto de campeão é a Andretti Autosport, que venceu o certame em 2012 com Ryan Hunter-Heay. A escuderia ficou de fora na reta final da luta pelo título em 2014, mas levou a vitória na Indy500, a corrida mais famosa dos Estados Unidos. Ryan tem se mostrado o piloto mais capaz do time, e certamente vai buscar o bicampeonato na competição. Marco Andretti parece ter atingido o seu limite, e muitos dizem que ele só não perde o lugar por ser filho do patrão Michael. E Marco tem de melhorar, tendo ficado atrás até do novato Carlos Muñoz na competição do ano passado, e pode roubar as atenções do resto do time, que completando seu tradicional quarteto de carros, terá a suíça Simona de Silvestro como titular do time, pelo menos até as 500 Milhas de Indianápolis.
            Penske, Ganassi e Andretti são as forças principais da categoria, mas os times médios e pequenos podem aprontar suas surpresas em algumas etapas da competição, e faturar algumas vitórias. E, com um pouco mais de constância e preparo, mesmo sem ter estrutura comparável às das principais equipes, podem incomodar e até almejar chegar ao título da competição, como ocorreu com o time de Sam Schmidt em 2013 com Simon Pagenaud. Tudo vai depender das oportunidades que surgirem durante as provas, e de quem estará preparado para aproveitar o momento e estar no lugar certo na hora certa. No ano passado, o time de Ed Carpenter faturou 3 corridas, mesmo sem ter conseguido disputar o título. Também venceram corridas a KV e a Dale Coyne, com nada menos do que 11 pilotos diferentes vencendo corridas no campeonato. Não há porque não esperar que possa haver menos surpresas este ano, ainda mais porque os novos kits aerodinâmicos também deverão ajudar a tornar algumas corridas mais agitadas, na possibilidade de algum time descobrir algum acerto mais específico que melhore seus desempenhos em determinados circuitos. Por outro lado, também haverá a possibilidade de ocorrer o contrário, com a chance de ajustes errados arruinarem a performance. O jogo de xadrez do acerto dos monopostos ganha um novo e interessante campo de atuação, uma vez que até o ano passado, só havia a possibilidade de mexer nas carenagens padrão dos carros.
Tricampeão da IRL, Scott Dixon quer o tetra. E a Ganassi tem time para conseguir isso.
            Em termos de calendário, a programação de 2015 continua extremamente compacta, com todas as corridas sendo disputadas em apenas 5 meses, evitando competir com outros eventos esportivos na TV americana. Com o cancelamento da etapa brasileira, haverá apenas a prova da Louisiana de novidade na competição. Serã 16 provas, sendo que haverá somente uma rodada dupla em 2015, que será realizada em Detroit. No ano passado, as etapas de Toronto e Houston tiveram um elevado índice de acidentes, e com a saída da metrópole texana do caledário, Toronto voltará a ser corrida única em seu fim de semana. Assim como a pista de Baltimore, Houston não deixou saudades entre os times e pilotos da categoria. O campeonato também teve sua etapa final mudada: Fontana foi realocada para o mês de junho, e a prova de Sonoma encerrará o campeonato, no final de agosto. Serão apenas 6 provas em pistas ovais, 4 em circuitos urbanos, e o restante em pistas mistas. A direção da Indycar tem interesse em aumentar o tamanho do calendário, com a inclusão de mais algumas pistas nas quais os fãs tem muito interesse, como por exemplo, Road America, tido como o melhor circuito misto dos Estados Unidos, que sediava uma das etapas da F-Indy original, e que nunca participou do campeonato da Indy Racing League, mas até o momento não se conseguiu chegar a termo para levar a IRL a novos locais. A transmissão das corridas nos Estados Unidos será feita pelos canais das redes ABC, CNBC, e NBC Sports, dependendo da etapa.
            Agregar mais corridas, e aumentar a duração do campeonato tem sido desafios que a direção da Indycar trata com cautela, a fim de não elevar os custos da competição, que poderia prejudicar as escuderias, uma vez que os patrocínios, apesar de estarem um pouco mais amplos este ano, ainda não permitem muitas ousadias. Mesmo assim, a categoria tem resistido aos percalços dos últimos anos, ainda que tenham cometido alguns equívocos. Se no ano passado deram um passo certo ao estabelecerem pontuação dobrada para as etapas de 500 milhas, restabelecendo o prestígio da "Tríplice Coroa" do campeonato, Indianápolis, Pocono e Fontana, este ano acabaram retrocedendo, sendo que apenas Indianápolis, e a corrida de Sonoma, terão pontos em dobro, sendo que a pista de Infineon é um circuito misto, e a prova tem a duração similar à das demais em pistas mistas, o que torna sem motivo a pontuação dobrada, mantida mais por ser a etapa final da competição do que por outra coisa mais relevante.
            A IRL ainda tem muito o que avançar se quiser ter a relevância que a F-Indy original já teve. Tem feito progressos nos últimos anos, mas precisa evitar implantar certas medidas com o único propósito de atrair mais atenção sem um estudo mais adequado, e aperfeiçoando suas análises de prova e eventuais punições a pilotos. Mas a esperança sempre se mantém, e 2015 promete ser um ano interessante. Aguardemos a bandeira verde, e preparem-se para o acelerar dos carros!
A equipe Schmidt-Peterson é outro time que usará os kits aerodinâmicos da Honda. Mas a escuderia perdeu Simon Pagenaud para a Penske.

PILOTOS E EQUIPES DO CAMPEONATO:

EQUIPE
PILOTOS
MOTOR
Penske Racing Team
Will Power
Hélio Castro Neves
Juan Pablo Montoya
Simon Pagenaud
Chevrolet
Chip Ganassi Racing
Scott Dixon
Sage Karan
Chevrolet
Andretti Autosport
Ryan Hunter-Reay
Marco Andretti
Simona De Silvestro
Carlos Muñoz
Honda
Foyt Enterprises
Jack Hawksworth
Takuma Sato
Honda
Bryan Herta Autosport
Gabby Chaves
Honda
KV Racing
Sebastien Bourdais
Stefano Coletti
Chevrolet
Nordisk Ganassi
Charlie Kimball
Chevrolet
NTT Ganassi
Tony Kanaan
Chevrolet
Rahal-Letterman-Lannigan
Graham Rahal
Honda
Schmidt Peterson
James Hinchcliffe
James Jakes
Honda
CFH Racing
Lucca Fillipi
Ed Carpenter
Josef Newgarden
Chevrolet
Dale Coyne
Carlos Huertas
Francesco Dracone
Honda
Fontana não encerra o campeonato este ano, ao contrário das últimas temporadas.

CALENDÁRIO DA INDY RACING LEAGUE 2015:

DATA
PROVA
TIPO DE CIRCUITO
29.03
GP de São Petesburgo
Urbano
12.04
GP da Louisiana
Misto
19.04
GP de Long Beach
Urbano
26.04
GP do Alabama
Misto
09.05
GP de Indianápolis
Misto
24.05
500 Milhas de Indianápolis
Oval
30.05
31.05
GP de Detroit (*)
GP de Detroit (*)
Urbano
Urbano
06.06
GP do Texas
Oval
14.06
GP de Toronto
Urbano
27.06
500 Milhas de Fontana
Oval
12.07
GP de Milwaukee
Oval
18.07
GP de Iowa
Oval
02.08
GP de Mid-Ohio
Misto
23.08
500 Milhas de Pocono
Oval
30.08
GP de Sonoma
Misto

(*) = Rodada dupla

O BRASILEIROS NA IRL 2015

Vice-campeão em 2014, Helinho vai novamente tentar o título em 2015. Brasileiro está na Penske desde o ano 2000. Já são 16 temporadas pela escuderia de Roger Penske.
            Novamente teremos apenas dois representantes na categoria este ano. Hélio Castro Neves segue na equipe Penske, após bater novamente na trave em 2014, e ficar com o vice-campeonato. Perto dos 40 anos, tudo indica que Helinho esteja perto de aposentar o capacete, mas nada impede que ele siga firme na categoria por vários anos ainda. Enquanto ele tiver a confiança de Roger Penske, ele terá lugar no time, e sua performance na temporada passada mostram que ele ainda é um piloto forte, precisando apenas melhorar sua constância em algumas provas onde deveria ter tido um melhor desempenho, assim como evitar alguns erros primários que um veterano como ele não deveria cometer, como aconteceu em Fontana, ao cruzar a linha branca de demarcação da pista que o levou a uma punição que praticamente definiu a luta pelo título na etapa final. Hélio ainda busca o objetivo maior de sua carreira, que é ser campeão, o que até hoje não conseguiu, tendo sempre ficado para trás quando seu time conseguiu conquistar o campeonato, fosse como Gil de Ferran na F-Indy original (em 2000 e 2001), fossem com Sam Horsnish Jr. (IRL, 2006), ou Will Power (IRL, 2014). Este ano, a competição dentro da própria Penske deve se tornar ainda mais acirrada, o que significa que Helinho vai ter de se aplicar mais do que nunca para superar seus colegas de escuderia e lutar a fundo pelo título da categoria.
Tony Kanaan conta com a Ganassi para lutar pelo bicampeonato.
            Tony Kanaan continua sendo um piloto extremamente técnico e competitivo, mas em 2014 levou mais tempo do que se imaginava sua adaptação à equipe Ganassi, onde se esperava que rendesse muito mais. Suplantado na maioria das provas por Scott Dixon, o baiano reagiu na parte final da competição, com uma bela vitória em Fontana, mostrando que sua fase de adaptação ao novo time já havia sido completa. Para este ano, Tony terá cores diferentes em seu carro, como deveria ter sido no ano passado, quando assumiu o carro de Dario Franchiti, aposentado. Para alguns, a subdivisão na Ganassi pode significar que o brasileiro pode ter um novo período de adaptação, mas para a maioria, isso não muda o status da Ganassi como um time, e Kanaan tem todas as condições de voltar a lutar pelo título, que já conquistara uma vez, em 2004, quando defendia o time de Michael Andretti.
            Para os torcedores, fica a esperança de um bom campeonato de ambos, pois tecnicamente, estão em escuderias de ponta, com grande capacidade técnica, e tanto um quanto o outro terão condições de lutar pelo título. Resta esperar, entretanto, que a realidade corresponda à teoria, pois a Indy deve apresentar uma grande competitividade e equilíbrio, e a luta será intensa entre todos para se chegar ao título.
            Infelizmente, há cada vez mais o temor de nossa participação na categoria findar em breve, uma vez que apenas Helinho e Tony permanecem na competição, onde já se encontram nos últimos 15 anos, estando, portanto, próximos de se aposentarem, sem que novos talentos nacionais tenham conseguido se firmar na Indy nos últimos anos, em virtude de falta de resultados e/ou de patrocínios. Um dado que só ajuda a constatar a situação crítica de nosso automobilismo nacional, que há tempos não exibe mais a fartura e pujança dos bons tempos, quando tínhamos praticamente levas de talentos que seguiam ou para a Europa - e a F-1, ou para os Estados Unidos, visando chegar à Indy. E um futuro que não parece ser muito animador, ainda mais agora com a recessão e estagnação rondando nossa economia.
Hélio Castro Neves testa o novo kit aerodinâmico da Chevrolet. Assim como a Penske, a Ganassi também utilizará os mesmos kits. Abaixo, Tony Kanaan experimenta o novo conjunto em seu carro, com as novas cores da NTTData.


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