O
ano de 2014 já ficou para trás, e entramos em 2015. Mas, todo início de mês é
hora de dar uma pequena repassada em alguns acontecimentos que ficaram sem
terem sido comentados no mês anterior. E então vamos à costumeira sessão Flying
Laps, com algumas notas rápidas sobre o mundo da velocidade para fechar de vez
o que rolou no ano passado. Uma boa leitura...
O Campeonato da Fórmula-E, com os monopostos movidos a energia
elétrica, vai se acertando a cada corrida, e no dia 13 de dezembro disputou sua
terceira etapa, no balneário uruguaio de Punta Del Este. E pela terceira
corrida tivemos um vencedor diferente: o triunfo na etapa uruguaia do certame
ficou com o suíço Sébastien Buemi, da equipe e.Dams, e a prova mostrou vários
duelos entre os pilotos, que com o passar das etapas, vão conhecendo melhor os
limites e potenciais dos carros, e sendo mais ousados em suas performances.
Buemi, que já tinha largado entre os primeiros, em 4°, manteve-se sempre nas
primeiras posições, e quando chegou a hora do pit stop para a troca de
monoposto, Sébastien conseguiu manter-se na pista e abrir uma pequena vantagem,
que aliada à rapidez na troca de carro, o permitiu voltar ainda na liderança,
de onde não mais saiu, mesmo com a perseguição ferrenha dos adversários e da
ameaça nas relargadas, quando podia ser surpreendido no arranque. Com o
resultado, Buemi empatou com Sam Bird na classificação, dividindo o 2° lugar na
classificação do campeonato. E já em janeiro a F-E volta à pista, com a etapa
de Buenos Aires, na Argentina, no dia 10. Depois, a categoria fará uma pausa de
dois meses, retornando apenas no dia 14 de março, para uma corrida na cidade de
Miami, Estados Unidos.
A etapa de Punta Del Este foi bem favorável aos pilotos brasileiros. Se
a vitória ficou com Sébastien Buemi, o restante do pódio foi todo
verde-amarelo. Nelsinho Piquet, procurando apagar a má impressão que os fracos
resultados das duas primeiras etapas deixaram, andou muito forte na prova
uruguaia, liderando a parte inicial da competição, após superar o pole,
Jean-Éric Vergne, na freada para a primeira curva. O ex-piloto da Toro Rosso,
entretanto, não permitiu que Piquet disparasse, e tanto pressionou que Nelsinho
acabou cedendo a posição. No final, Vergne teve problemas em seu carro, e
Piquet ficou com a 2ª posição, onde terminou a corrida. Lucas Di Grassi, líder
da competição, fez mais uma corrida segura e calculada no Uruguai, e foi
novamente ao pódio, fechando na 3ª colocação. O brasileiro, que pilota para a
equipe Audi Sport Abt, venceu a prova inicial, em Pequim, e foi segundo
colocado em Putrajaya, na Malásia. Com a 3ª colocação em Punta Del Este, Lucas
disparou na liderança do campeonato, com 58 pontos, e ainda viu seu mais
próximo perseguidor, o inglês Sam Bird, abandonar a etapa, após voar com seu
carro por passar por cima de uma zebra e danificar seu monoposto. Com 40 pontos,
Bird ainda foi igualado pelo vencedor da etapa Buemi, que empatou com ele nos
40 pontos. Bruno Senna, que foi punido por mexer nos pneus do carro em horário
fora do permitido, acabou largando em último, e fez uma corrida agressiva para
descontar o revés, e ainda deu uma batida no muro para evitar de colidir com
outros pilotos em disputa de posição logo à sua frente. Como já era hora de ir
para o box, Bruno deu uma tremenda sorte, pois ainda conseguiu chegar no box e
efetuar a troca de carro, mas novamente tinha perdido tempo e precisou recupera
novamente várias posições. No fim, terminou em 6° lugar, o que não foi
considerado um mal resultado, depois dos percalços enfrentados nas etapas
iniciais.
Quem fez uma estréia de impacto em Punda Del Este foi o francês
Jean-Éric Vergne, que preterido pela Toro Rosso, procurou outras opções para
sua carreira, e fez um acordo para disputar a etapa uruguaia da F-E pelo time
de Michael Andretti, visando também abrir negociações para possibilitar
disputar a temporada 2015 da Indy Racing League pelo time do filho de Mario
Andretti. E não poderia ter começado melhor, fazendo de cara a pole-position
com um carro que praticamente só veio a conhecer no dia da corrida. Vergne
disputou a corrida como se fosse um veterano, e muito provavelmente terminaria
em 2° lugar, após ser superado por Buemi na troca de carros. Mas, nas voltas
finais, seu carro apresentou problemas, e ele foi perdendo as posições,
terminando apenas em 14° lugar. A performance do francês com certeza deve ter dado
uma tremenda saia justa em Helmut Marko, homem forte na equipe Red Bull e que
coordena o programa de jovens pilotos da empresa, e que dispensou o francês,
como de costume, sem cerimônias, em favor de Daniel Ricciardo (promovido à Red
Bull em 2014) e Max Verstappen e Carlos Sainz Jr. (titulares da Toro Rosso este
ano). Vergne classificou a experiência com os carros elétricos de positiva, e
no momento ainda segue negociando para ver por onde correrá esta temporada.
Apesar do problema no final da prova, Michael Andretti viu com bons olhos o
desempenho do francês, mas é preciso fechar um pacote de patrocínio decente
para lhe disponibilizar um carro para disputar o campeonato da IRL.
Aliás, ainda não foi decidido o destino do
4° carro da Andretti na IRL este ano. Com a perda do patrocínio da GoDaddy,
dançou o canadense James Hinchcliffe, que não perdeu tempo e já acertou sua
participação no próximo campeonato pelo time da Schmidt-Peterson. Estão
confirmados no time de Michael seu filho Marco, Ryan Hunter-Reay, e Carlos
Muñoz. Se não aparecer um pacote de patrocínio para bancar o quarto carro, é
bem possível que o time, que sempre competiu com 4 pilotos durante todo o
campeonato nas últimas temporadas, fique somente em 3 carros mesmo. Quem remou
na contramão foi a Penske, que manteve seu trio Will Power/Hélio Castro
Neves/Juan Pablo Montoya e ainda terá o reforço do francês Simon Pagenaud.
Pagenaud fez excelente campeonato em 2013 e 2014 pelo time de San Schmidt,
inclusive vencendo corridas e por pouco disputando o título, um feito para a
escuderia, que não dispõe dos recursos à disposição de Penske, Andretti ou
Ganassi. Foi certamente uma grande perda para o time, que vai precisar de uma
boa sorte para Hinchcliffe ser um substituto à altura. O canadense até que teve
um campeonato positivo em 2013, mas em 2014 não brilhou como no ano anterior.
Quem também está engordando seu time é A.
J. Foyt. Depois de correr integralmente com apenas um piloto nas últimas
temporadas, a escuderia do lendário heptacampeão da antiga F-Indy disputará a
IRL 2015 com dois pilotos em tempo integral. Takuma Sato segue firme no time, e
terá a seu lado o inglês Jack Hawksworth. E o patrão já avisou que ambos
poderão competir livremente nas corridas, só pedindo a eles o óbvio: que não batam
um no outro nas disputas. Felizmente, Takuma Sato parece fugir à escrita de que
pilotos nipônicos nos monopostos estão sempre metidos em confusões, ainda que
ele dê suas pancadas ocasionais; Hawksworth, por sua vez, conseguiu fazer boas
performances no ano passado, competindo pelo time de Brian Herta.
Quem resolveu ir cantar em outras paragens
foi Mike Conway. O piloto inglês pegou trauma de circuitos ovais, e no ano
passado disputou apenas as etapas em circuitos mistos e de rua da IRL, pelo
time de Ed Carpenter, que substituia Conway mas etapas em ovais. Mike conseguiu
firmar acordo para defender o time da Toyota no Mundial de Endurance deste ano,
e logicamente, não viu motivos para participar de um campeonato apenas em
algumas etapas, sem chances de disputar as primeiras posições no campeonato, já que estaria em franca
desvantagem por não disputar as etapas nos ovais. E deve-se levar em
consideração que ele terá um carro de ponta no WEC, com chances de vencer as
corridas e até mesmo o campeonato da competição. Fez muito bem de aceitar.
O campeonato da IRL em 2015 terá algumas
mudanças: as largadas paradas não mais serão realizadas, devido à falta de
intimidade dos pilotos da categoria com este tipo de procedimento. Já as etapas
com pontuação dobrada ficarão restritas às 500 Milhas de
Indianápolis e à prova final do campeonato, que será em Sonoma. Se a abolição
da largada parada foi bom senso, deixar apenas a Indy500 e Sonoma com pontuação
dobrada já não foi. Deviam ter mantido como em 2014, onde a pontuação em dobro
era nas etapas de 500
milhas da competição, o que lhes justificava a diferença
de pontuação. Não é só a F-1 que toma algumas decisões sem sentido...
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