quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

ARQUIVO PISTA & BOX - ABRIL DE 1997 - 11.04.1997



            Trazendo mais um antigo texto, este foi lançado em 11 de abril de 1997, e a ocasião era para se comemorar: a Fórmula 1 naquele final de semana, com a disputa do Grande Prêmio da Argentina, atingiria seu 600° Grande Prêmio. O texto faz um pequeno balanço com alguns dados interessantes dos até então 599 GPs disputados pela categoria máxima do planeta, que caminha atualmente para o seu milésimo GP, que deve ser disputado daqui a 5 anos, no ritmo de 20 provas por temporada, sendo que no GP do Bahrein do ano passado a categoria atingiu seu 900° Grande Prêmio. Fiquem agora com o meu texto de 1997, e torçamos para que a F-1 consiga chegar a seu milésimo GP com uma atitude mais positiva e menos egoísta do que o que se vê atualmente pelo seu panorama atual...


O 600º GRANDE PRÊMIO...

            A Fórmula 1 desembarcou esta semana em Buenos Aires, na Argentina, para completar uma marca histórica. Assim que for dada a bandeirada de chegada ao vencedor deste GP, a F-1 terá encerrado mais um ciclo de sua história, iniciada em 1950 e em curso ininterrupto desde então. O Grande Prêmio da Argentina, que será disputado neste domingo no Circuito Oscar Galvez, em Buenos Aires, será o 600º GP da história da Fórmula 1.
            Uma história que teve início no dia 13 de maio de 1950, no antigo circuito de Silverstone, na Inglaterra, quando foi disputado o primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1 oficialmente reconhecido. Até então, não havia um campeonato mundial unificado. A F-1 foi um esforço da FIA para acabar com o amadorismo das diversas competições automobilísticas existentes até então na Europa.
            E, logo no seu início, Giuseppe Farina, da equipe Alfa Romeo, entrou para a história do automobilismo mundial: ele foi o primeiro pole-position da categoria, venceu o 1º GP, e foi também o primeiro campeão mundial da nova categoria. E, no decorrer de sua história, a F-1 viu inúmeros pilotos, equipes e acontecimentos gerais.
            De início, eram disputados poucos GPs por ano. O primeiro campeonato, em 1950, teve apenas 7 etapas. Hoje, são disputados 17 GPs por temporada, e a partir do ano que vem, deverão ser 18 GPs. As temporadas de 1977 e 1995 foram as que tiveram maior número de corridas: 17 cada uma. Já as temporadas de 1950 e 1955 tiveram o menor número de provas: 7. De 1984 a 1994, todas as temporadas tiveram 16 corridas cada uma, assim como em 1996, 1982, 1978 e 1976.
            Nestes 599 GPs disputados até então, houve um piloto brasileiro no grid de largada em 424 corridas, o que dá uma participação de cerca de 70,8%. Nossos pilotos, do pioneiro Chico Landi ao último, Tarso Marques, conquistaram nada menos do que 8 títulos mundiais, inúmeras vitórias e poles. Dos cerca de 20 pilotos que defenderam nosso país na F-1, apenas 3 entraram para a história da categoria como verdadeiros super-homens da velocidade: Émerson Fittipaldi, Nélson Piquet e Ayrton Senna. Os tempos atuais, entretanto, são de vacas magras para os pilotos brasileiros na F-1. Não falta talento, mas carro à altura que lhes permita correr atrás de vitórias e títulos.
            E as equipes? Cerca de 50 times já passaram pelas pistas da categoria. Hoje, apenas 11 disputam as provas. Se por um lado a F-1 é a categoria de maior prestígio do mundo, não é exagero dizer que também é a mais cara. Só um time pequeno precisa de um orçamento de cerca de US$ 25 milhões para poder competir de uma forma no mínimo decente. Em virtude disso, é longa a lista de times que deixaram a F-1 em toda a sua história, em virtude das dificuldades financeiras que enfrentaram para conseguir competir. Nomes de peso como Alfa Romeo, Maserati, Lancia, só para citar as fábricas automotivas, e sem falar de times tradicionais como Lótus, Brabham, BRM, entre outros. A relação é ainda maior quando se relaciona os pequenos times que já competiram na F-1. Todos sumiram do mapa da categoria: nomes como Hesketh, Ensign, Surtess, Matra, Shadow, Ônix, AGS, Coloni, Rial, Spirit, ATS, entre muitos outros.
            De 1950 até hoje, apenas 1 time permanece na F-1: a Ferrari. Por isso, não é exagero quando afirmam que a escuderia de Maranello é sinônimo de F-1. É, até hoje, a mais carismática de todas as escuderias, e a mais vitoriosa nas estatísticas oficiais. Por mais que equipes como McLaren e Williams vençam corridas, nunca conseguirão igualar o carisma que envolve o nome Ferrari. É verdade que já vão longe os tempos em que os carros vermelhos eram o time a ser batido: o último título já dista quase 20 anos, quando Jody Schekter venceu o último mundial pela Ferrari, em 1979, mas o mito permanece vivo, e tenta ressurgir agora com Michael Schumacher.
            E em todos os GPs disputados até agora, o maior nome de todos continua sendo um só: Juan Manuel Fangio. Pentacampeão Mundial, Fangio foi o maior vencedor da categoria, com marcas proporcionais inigualadas até hoje. Não faltaram nomes de talento dispostos a tentar alcançar seus números. A lista é pequena se considerarmos apenas aqueles que mais próximos ficaram deste objetivo: Jack Brabham, Jackie Stewart, Jim Clark, Émerson Fittipaldi, Niki Lauda, Alain Prost, Nélson Piquet, e Ayrton Senna. Da geração atual, o maior nome é Michael Schumacher, mas o piloto alemão ainda está muito distante de conseguir igualar os feitos dos super-pilotos do passado, quando pilotar era muito mais do que apenas sentar no carro e acelerar. Era também ter carisma, caráter, conhecimentos técnicos de mecânica em geral, e acima de tudo, batalhador.
            E a F-1 segue seu caminho. Depois deste 600º GP, a categoria inicia sua caminhada para sua próxima corrida centenária, rumo ao futuro, no século XXI. E, como alguém mencionou por ocasião do 500º GP, em 1990, na Austrália, a F-1 não pára, e o caminho para o milésimo GP já está traçado. Vamos em frente!


A seguir, relaciono algumas estatísticas destes 599 GPs disputados pela Fórmula 1 até hoje:

Vencedores dos GPs centenários:

100º GP: Stirling Moss; Lótus/Clímax, GP da Alemanha de 1961, em Nurburgring.
200º GP: Jackie Stewart; Tyrrel/Ford, GP de Mônaco de 1971, em Monte Carlo.
300º GP: Ronnie Petterson; Lótus/Ford, GP da África do Sul de 1978, em Kyalami.
400º GP: Niki Lauda; McLaren/TAG-Porshe turbo, GP da Áustria de 1984, em Zeltweg.
500º GP: Nélson Piquet; Benetton/Ford, GP da Austrália de 1990, em Adelaide.

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GPs por equipes (Somente as atuais), incluídas a largada do 600º GP domingo:

Ferrari..........................572
Lotus (*).......................490
McLaren......................446
Tyrrel...........................388
Williams.......................365
Ligier............................329
TWR-Arrows...............291
Benetton.......................237
Minardi........................191
Lola...............................139
Jordan...........................100
Sauber.............................67
Stewart..............................3

(*) = A Lótus não participa mais da F-1, mas continua entre os times mais vitoriosos nas estatísticas da categoria.

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Vitórias por equipes (somente as atuais):

Ferrari............................108
McLaren............................105
Williams............................95
Lótus (*)...........................79
Benetton............................25
Tyrrel..............................23
Ligier...............................9

(*) = Idem ao item “GPs por equipes”.

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Quantidade de GPS por temporada (exceto 1997):

7: 1950 e 1955.
8: 1951, 1952, 1956, 1957, 1961.
9: 1953, 1954, 1959, 1962, 1966.
10: 1960, 1963, 1964, 1965.
11: 1958, 1967, 1969, 1971.
12: 1968 e 1972.
13: 1970.
14: 1975 e 1980.
15: 1973, 1974, 1979, 1981, 1983.
16: 1976, 1978, 1982, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1996.
17: 1977 e 1995.
 

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