Trazendo
mais um antigo texto, este foi lançado em 11 de abril de 1997, e a ocasião era
para se comemorar: a Fórmula 1 naquele final de semana, com a disputa do Grande
Prêmio da Argentina, atingiria seu 600° Grande Prêmio. O texto faz um pequeno
balanço com alguns dados interessantes dos até então 599 GPs disputados pela
categoria máxima do planeta, que caminha atualmente para o seu milésimo GP, que
deve ser disputado daqui a 5 anos, no ritmo de 20 provas por temporada, sendo
que no GP do Bahrein do ano passado a categoria atingiu seu 900° Grande Prêmio.
Fiquem agora com o meu texto de 1997, e torçamos para que a F-1 consiga chegar
a seu milésimo GP com uma atitude mais positiva e menos egoísta do que o que se
vê atualmente pelo seu panorama atual...
O 600º GRANDE PRÊMIO...
A
Fórmula 1 desembarcou esta semana em Buenos Aires, na Argentina, para completar uma
marca histórica. Assim que for dada a bandeirada de chegada ao vencedor deste
GP, a F-1 terá encerrado mais um ciclo de sua história, iniciada em 1950 e em
curso ininterrupto desde então. O Grande Prêmio da Argentina, que será
disputado neste domingo no Circuito Oscar Galvez, em Buenos Aires, será o
600º GP da história da Fórmula 1.
Uma
história que teve início no dia 13 de maio de 1950, no antigo circuito de
Silverstone, na Inglaterra, quando foi disputado o primeiro Grande Prêmio de
Fórmula 1 oficialmente reconhecido. Até então, não havia um campeonato mundial
unificado. A F-1 foi um esforço da FIA para acabar com o amadorismo das diversas
competições automobilísticas existentes até então na Europa.
E,
logo no seu início, Giuseppe Farina, da equipe Alfa Romeo, entrou para a
história do automobilismo mundial: ele foi o primeiro pole-position da
categoria, venceu o 1º GP, e foi também o primeiro campeão mundial da nova
categoria. E, no decorrer de sua história, a F-1 viu inúmeros pilotos, equipes
e acontecimentos gerais.
De
início, eram disputados poucos GPs por ano. O primeiro campeonato, em 1950,
teve apenas 7 etapas. Hoje, são disputados 17 GPs por temporada, e a partir do
ano que vem, deverão ser 18 GPs. As temporadas de 1977 e 1995 foram as que
tiveram maior número de corridas: 17 cada uma. Já as temporadas de 1950 e 1955
tiveram o menor número de provas: 7. De 1984 a 1994, todas as temporadas
tiveram 16 corridas cada uma, assim como em 1996, 1982, 1978 e 1976.
Nestes
599 GPs disputados até então, houve um piloto brasileiro no grid de largada em
424 corridas, o que dá uma participação de cerca de 70,8%. Nossos pilotos, do
pioneiro Chico Landi ao último, Tarso Marques, conquistaram nada menos do que 8
títulos mundiais, inúmeras vitórias e poles. Dos cerca de 20 pilotos que
defenderam nosso país na F-1, apenas 3 entraram para a história da categoria
como verdadeiros super-homens da velocidade: Émerson Fittipaldi, Nélson Piquet
e Ayrton Senna. Os tempos atuais, entretanto, são de vacas magras para os
pilotos brasileiros na F-1. Não falta talento, mas carro à altura que lhes
permita correr atrás de vitórias e títulos.
E
as equipes? Cerca de 50 times já passaram pelas pistas da categoria. Hoje,
apenas 11 disputam as provas. Se por um lado a F-1 é a categoria de maior
prestígio do mundo, não é exagero dizer que também é a mais cara. Só um time
pequeno precisa de um orçamento de cerca de US$ 25 milhões para poder competir
de uma forma no mínimo decente. Em virtude disso, é longa a lista de times que
deixaram a F-1 em toda a sua história, em virtude das dificuldades financeiras
que enfrentaram para conseguir competir. Nomes de peso como Alfa Romeo, Maserati,
Lancia, só para citar as fábricas automotivas, e sem falar de times
tradicionais como Lótus, Brabham, BRM, entre outros. A relação é ainda maior
quando se relaciona os pequenos times que já competiram na F-1. Todos sumiram
do mapa da categoria: nomes como Hesketh, Ensign, Surtess, Matra, Shadow, Ônix,
AGS, Coloni, Rial, Spirit, ATS, entre muitos outros.
De
1950 até hoje, apenas 1 time permanece na F-1: a Ferrari. Por isso, não é
exagero quando afirmam que a escuderia de Maranello é sinônimo de F-1. É, até
hoje, a mais carismática de todas as escuderias, e a mais vitoriosa nas
estatísticas oficiais. Por mais que equipes como McLaren e Williams vençam
corridas, nunca conseguirão igualar o carisma que envolve o nome Ferrari. É
verdade que já vão longe os tempos em que os carros vermelhos eram o time a ser
batido: o último título já dista quase 20 anos, quando Jody Schekter venceu o
último mundial pela Ferrari, em 1979, mas o mito permanece vivo, e tenta
ressurgir agora com Michael Schumacher.
E
em todos os GPs disputados até agora, o maior nome de todos continua sendo um
só: Juan Manuel Fangio. Pentacampeão Mundial, Fangio foi o maior vencedor da
categoria, com marcas proporcionais inigualadas até hoje. Não faltaram nomes de
talento dispostos a tentar alcançar seus números. A lista é pequena se
considerarmos apenas aqueles que mais próximos ficaram deste objetivo: Jack
Brabham, Jackie Stewart, Jim Clark, Émerson Fittipaldi, Niki Lauda, Alain
Prost, Nélson Piquet, e Ayrton Senna. Da geração atual, o maior nome é Michael
Schumacher, mas o piloto alemão ainda está muito distante de conseguir igualar
os feitos dos super-pilotos do passado, quando pilotar era muito mais do que
apenas sentar no carro e acelerar. Era também ter carisma, caráter,
conhecimentos técnicos de mecânica em geral, e acima de tudo, batalhador.
E
a F-1 segue seu caminho. Depois deste 600º GP, a categoria inicia sua caminhada
para sua próxima corrida centenária, rumo ao futuro, no século XXI. E, como
alguém mencionou por ocasião do 500º GP, em 1990, na Austrália, a F-1 não pára,
e o caminho para o milésimo GP já está traçado. Vamos em frente!
A seguir, relaciono algumas estatísticas destes 599 GPs disputados pela
Fórmula 1 até hoje:
Vencedores dos GPs centenários:
100º GP: Stirling Moss; Lótus/Clímax, GP da Alemanha de 1961, em
Nurburgring.
200º GP: Jackie Stewart; Tyrrel/Ford, GP de Mônaco de 1971, em Monte Carlo.
300º GP: Ronnie Petterson; Lótus/Ford, GP da África do Sul de 1978, em
Kyalami.
400º GP: Niki Lauda; McLaren/TAG-Porshe turbo, GP da Áustria de 1984,
em Zeltweg.
500º GP: Nélson Piquet; Benetton/Ford, GP da Austrália de 1990, em
Adelaide.
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GPs por equipes (Somente as atuais), incluídas a largada do 600º GP
domingo:
Ferrari..........................572
Lotus (*).......................490
McLaren......................446
Tyrrel...........................388
Williams.......................365
Ligier............................329
TWR-Arrows...............291
Benetton.......................237
Minardi........................191
Lola...............................139
Jordan...........................100
Sauber.............................67
Stewart..............................3
(*) = A Lótus não participa mais da F-1, mas continua entre os times
mais vitoriosos nas estatísticas da categoria.
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Vitórias por equipes (somente as atuais):
Ferrari............................108
McLaren............................105
Williams............................95
Lótus (*)...........................79
Benetton............................25
Tyrrel..............................23
Ligier...............................9
(*) = Idem ao item “GPs por equipes”.
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Quantidade de GPS por temporada (exceto 1997):
7: 1950 e 1955.
8: 1951, 1952, 1956, 1957, 1961.
9: 1953, 1954, 1959, 1962, 1966.
10: 1960, 1963, 1964, 1965.
11: 1958, 1967, 1969, 1971.
12: 1968 e 1972.
13: 1970.
14: 1975 e 1980.
15: 1973, 1974, 1979, 1981, 1983.
16: 1976, 1978, 1982, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990, 1991,
1992, 1993, 1994, 1996.
17: 1977 e 1995.
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