Esboço do prometido novo autódromo do Rio de Janeiro, em Deodoro. E que não deverá passar disso...apenas um esboço, e nada mais... |
Esta
semana, logo após a disputa do Grande Prêmio do Brasil, surgiu a notícia de que
a licitação para as obras de reforma do autódromo de Brasília, com vistas a
receber a etapa de estréia do campeonato 2015 da Indy Racing League, foi
suspensa. O motivo? Falhas no processo, para não mencionar que o projeto tinha
vários dados e levantamento de preços não detalhados. E estas falhas poderiam
elevar os preços das reformas, estimadas em R$ 250 milhões, para mais de R$ 300
milhões, conforme matéria veiculada no site Grande Prêmio
(www.grandepremio.uol.com.br). Portanto, com as bolas fora do projeto, a
empresa responsável pelas obras, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do
Brasil - Novacap, suspendeu o acordo, e agora, será necessário fazer uma nova
licitação, e como a burocracia brasileira adora criar empecilhos e/ou atrasar
cronogramas, isso já coloca em risco a realização da corrida brasileira do
certame Indy, que iria abrir o calendário 2015 da IRL no dia 8 de março.
Seria
um mico e tanto, depois do cancelamento da corrida neste ano, pela tirada de
corpo fora da Bandeirantes, quando a corrida começava a conquistar o público
brasileiro. A quebra de contrato, inclusive com a emissora querendo pular fora
das transmissões da categoria, levaram a direção da Indycar a mover um processo
por quebra de contrato, e só depois de muita conversa se colocou panos quentes
na situação, com a Bandeirantes continuando a transmitir a categoria, e ainda
viabilizar novamente uma etapa brasileira, que foi anunciada com pompa para ser
realizada na capital federal, no autódromo Nélson Piquet. Mas todos sabiam que
o estado do autódromo, quase de abandono, exigiria reformas extensas para
deixá-lo preparado para receber os monopostos da categoria americana. Claro,
prometeram que todas as reformas seriam feitas.
Como
já não dava tempo de reformar todo o autódromo, que iria durar muito tempo, o
plano era dividir as reformas em duas fases, procurando deixar pronto apenas o
que fosse necessário para viabilizar a realização da corrida, como recapeamento
da pista, e reforma completa das áreas de escape, procurando dar toda a
segurança necessária para a competição. O restante do autódromo seria
recuperado depois, com um cronograma de obras que só terminaria para a corrida
Indy de 2016. Claro que, na teoria, tudo parece lindo. Mas, quem disse que no
Brasil as coisas andam direito? Na verdade, devemos ficar surpresos é quando
tudo é feito da maneira correta, do jeito que as coisas são feitas em nosso
país...
Com
praticamente 4 meses até a corrida, as perspectivas de que mesmo as poucas
reformas projetadas para dar um suporte mínimo à realização do GP possam ser
concluídas a tempo são pessimistas. Além do tempo que uma nova licitação deve
gastar para ser feita, e o atraso que isso pode provocar nas obras, como bem
lembrou o jornalista Flávio Gomes, o Distrito Federal estará empossando novo
governo em janeiro, e nada garante que o novo governador eleito, Rodrigo
Rollemberg, que substituirá Agnelo Queiroz, mantenha a mesma fidelidade ao
projeto, ainda mais se levarmos em conta que um dos temas de campanha abordados
foi o grande déficit de mais de R$ 2 bilhões nas contas públicas, ao qual
Queiroz diz não existir, e que entregará o cargo com um grande superávit a
Rollelberg. Conversa fiada de políticos à parte, se o buraco nas contas for
grande, a tentação de cortar gastos pode acabar comprometendo as obras de
reforma, e por tabela, a corrida. O jeito seria, quem sabe, fazer a prova nas
ruas da capital, mas será que alguém pensou em um plano B para a situação? De
acordo com Mark Milles, diretor da Indycar, quando o anúncio da corrida foi
feito, não há plano B algum, e que sabia que os trabalhos de adequação do
autódromo seriam extensos e árduos, mas confiava na capacidade de tudo ser
feito a tempo.
Fosse
o Brasil um país sério, com certeza se conseguiria acertar tudo o que fosse
necessário, e até mais. Infelizmente, não é o caso, e temos o exemplo dos
estádios da Copa do Mundo para ilustrar. Ficaram prontos? Ficaram, no talo, em
vários lugares, mas levando-se em conta que nosso país teve 7 anos para se
preparar para o evento, quando se vê a lista de obras que ficaram pelo caminho,
e o que ficou "meio pronto", realmente é para se perder a fé em qualquer
promessa de autoridade pública...
Daí
então, não venham se surpreender se a etapa brasileira for cancelada. Aliás, a
MotoGP, que ensaiava um retorno ao Brasil, pulou fora justamente por causa das
incertezas relativas justamente às reformas necessárias para que a pista
estivesse apta a sediar uma etapa da categoria. FIM e Dorna resolveram não
pagar para ver, e posso dizer que não se arrependeram nem um pouco. Não sei se
a Indycar terá a mesma sorte... E pena dos fãs brasileiros que curtem
automobilismo, que merecem melhor sorte para terem a chance de assistirem a
mais competições internacionais por aqui.
Autódromo de Brasília: obras para receber a IRL em março tiveram a licitação suspensa. A corrida pode ir para o brejo... |
Cansado
da demora da situação, o Ministério dos Esportes, que coordenava os trabalhos,
suspendeu tudo. Com a enrolação da justiça, nesse ponto não dá para
criticá-los, afinal, a demora poderia fazer perder praticamente tudo o que
fosse feito, e de dinheiro gasto à toa no governo federal, certamente não
precisamos de mais desperdício, apesar de que se formos listar todas as
bobagens que o governo faz, gastaríamos a vida inteira nisso.
Interessa
saber mesmo é o balanço da situação: a construção do novo autódromo era a
condição "obrigatória" para a desativação completa do autódromo de
Jacarepaguá. O circuito há havia sido mutilado para as obras os Jogos
Pan-Americanos na década passada, onde resolveram construir parte das
instalações justo em cima de uma das curvas do circuito. O resto do traçado,
ainda ileso, exceção ao circuito oval, ainda sediou algumas corridas, mas todo
mundo sabia que era questão de tempo até acabarem de vez com a pista. Depois
que surgiu a "promessa" de um novo autódromo, todo modernoso e dotado
das mais avançadas instalações e tudo o mais, assim como os mais recentes
autódromos visitados pela F-1 nos últimos anos, arrefeceu-se a pouca oposição
que já existia ao projeto, e Jacarepaguá foi definitivamente para o vinagre. A
"indignação" da CBA - Confederação Brasileira de Automobilismo, com a
"demora" e "descaso" da justiça, é conversa para boi
dormir. A entidade não fez praticamente nada para salvar o autódromo. Venceram
os políticos e a cartolagem esportiva, um bando de cretinos da pior espécie, e
que mereciam ser fuzilados em praça pública, se este fosse de fato um país
sério. Como não é...
O
prefeito do Rio já tirou o corpo fora há tempos. E como o enguiço passou a ser
federal, e com a situação em parafuso que nosso país está, especialmente em se
tratando do atual desgoverno, que continua dizendo que não há "nada de
errado" com o Brasil, podem esquecer qualquer perspectiva de a cidade do
Rio de Janeiro voltar a ter um autódromo. E quem argumenta que se os russos
conseguiram fazer uma pista no seu Parque Olímpico, em Sochi, o Brasil também
poderia fazer o mesmo, desculpe dizer, mas os interesses são distintos. Os
russos, apesar dos pesares, fizeram um planejamento mais cuidadoso com suas
instalações em Sochi, e foram criativos e inteligentes ao conceberem a idéia de
fazer o seu circuito de F-1 nas ruas do parque olímpico. Aqui no Brasil,
infelizmente, o que moveu a destruição de Jacarepaguá foram os especuladores
imobiliários, que junto com a politicagem e a cartolagem, que certamente devem
ter recebido sua gorda cota de propinas, pretendem fazer daquela área um
conjunto de condomínios privados, ou pelo menos, de gente muito endinheirada,
ou similar. Encaixar uma pista de corridas ali poderia muito bem ser feito,
exceto por um único detalhe: eles não tem interesse, e nem querem isso.
Acusar
os pilotos é besteira. Eles até protestaram, mas o que poderiam de fato fazer?
Desistir de correr? E seus times, abandonar sua atividade de vida? O povo,
infelizmente, também tem parte da culpa, uma vez que há muito tempo os
torcedores se mobilizam mais para coisas inúteis e cretinas - como brigas de
torcidas rivais nos dias de jogos de futebol, onde acontecem até de matarem alguém,
do que se mobilizarem por algo realmente útil e correto. E isso infelizmente
vale para boa parte da sociedade como um todo. Fiquei com alguma esperança
quando eclodiram as manifestações do meio do ano passado, mas logo se viu que
aquilo era fogo de palha, não indo a lugar nenhum.
Se
este fosse um país sério, Jacarepaguá ainda estaria lá, com a CBA exercendo seu
dever como deveria ser, defendendo o autódromo até o cumprimento da criação da
nova pista, até o ponto de fazer os patifes que se dizem "defensores"
do esporte desistirem da parada, ou eles mesmos, em parceria com a iniciativa
privada, lançar a construção de uma nova pista, sem as frescuras do poder
público. Lamentavelmente, e isso ficou ainda mais claro nestas últimas
eleições, onde se viu uma campanha de extrema baixaria promovida justamente
pelo partido que diz "defender" os trabalhadores, mas na verdade
defende mesmo só a corrupção e a picaretagem, e que mesmo assim acabou reeleito
para a presidência, mesmo com todos os exemplos de patifaria que pipocam a todo
mundo. Boa parte do povo brasileiro merece mesmo os políticos que elegem. Uma
pena que boa parte do povo tenha que arcar com as consequências destas escolhas
pra lá de questionáveis.
Resumindo,
qual a novidade nisso tudo? Parece mesmo que não conhecemos o país onde temos
de viver... E cada vez mais perco as esperanças do Brasil tomar jeito...
Lendas Brasileiras do Automobilismo: cada fascículo trará uma miniatura, além de muitas informações e curiosidades sobre nossos pilotos na F-1. |
Colecionadores de automobilismo, preparem os bolsos: a editora
Eaglemoss, especializada em coleções, está lançando a série "Lendas
Brasileiras do Automobilismo", uma coleção composta de 60 fascículos que
trará todos os grandes nomes nacionais das pistas que competiram na Fórmula 1,
dos anos 1950 até os dias atuais. E cada edição trará também uma miniatura de
um carro de competição, na escala 1:43, pilotado pelo piloto em destaque em
cada edição. A distribuição em bancas começa em dezembro, mas no site da
editora, no endereço http://www.lendasf1.com.br, é possível já fazer
pré-assinaturas da coleção, com direito a descontos e brindes promocionais. A
coleção deverá durar 2 anos, e quem optar por assinar por este período integral
terá opção de pagar tudo em 12 parcelas de R$ 209,25, preço já com 10% de
desconto sobre as 60 edições avulsas. Há também a opção de assinar por um ano,
adquirindo 30 edições, pelo preço de R$ 131,24, com desconto de 5% sobre os
exemplares avulsos. Quem comprar por assinatura ganhará de brinde um pôster
exclusivo com os maiores pilotos brasileiros que já passaram pela F-1 (Émerson
Fittipaldi, Nélson Piquet, Ayrton Senna, Rubens Barrichello, e Felipe Massa),
uma caixa para arquivar os fascículos, além de um kit com 3 fotos de Ayrton
Senna. Quem assinar o pacote completo de dois anos ainda ganhará um brinde
adicional: uma miniatura, escala 1:43, de um caminhão de transporte da McLaren.
Cada fascículo trará várias informações e curiosidades de corridas e do
campeonato do ano do carro em questão que virá na edição. As primeiras 4
edições da coleção já tiveram seus modelos divulgados: a edição de estréia
trará o McLaren MP4/4, com o qual Ayrton Senna foi campeão em 1988; a segunda
edição trará o Lotus 99T, com o qual Ayrton disputou sua última temporada no
time fundado por Colin Chapman, em 1987; a edição 3 terá o McLaren MP4/6, com o
qual Senna foi tricampeão em 1991.
A edição 4 trará o lendário Lotus 72D, com o qual o
Brasil conquistou pela primeira vez um título na F-1, com Émerson Fittipaldi,
em 1972.
É hora de reservar uma boa grana para adquirir toda essa coleção, que
tem tudo para trazer aos fãs verdadeiras relíquias do mundo da velocidade,
ilustrando a saga de nossos pilotos na categoria máxima do automobilismo. E
será uma coleção bem mais prática do que a da PlanetadeAgostini, que no ano
passado lançou uma coleção para se montar o modelo McLaren MP4/4, com cerca de
90 fascículos, com cada edição trazendo novas peças para a montagem do carro,
que deve estar sendo um verdadeiro teste de paciência para os fãs do tricampeão
Ayrton Senna, e qualquer outro fã de automobilismo que tenha aceitado o desafio
de colecionar a série e montar o carro. Sem falar também que a coleção da
Eaglemoss será bem mais em conta, além de que os fascículos certamente trarão
muitas informações interessantes para os fãs.
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