O
fim do ano se aproxima. Já iniciamos o mês de novembro, e o mundo da velocidade
não desacelera, rumo à conclusão de seus campeonatos. E aqui está novamente a
sessão Flying Laps, trazendo alguns rápidos tópicos de alguns momentos do
universo do esporte a motor ocorridas no mês de outubro, sempre com alguns
comentários pessoais. Boa leitura a todos, e até a sessão Flying Laps do
próximo mês...
Depois de ver seus planos irem por água abaixo, literalmente, na etapa
dos Estados Unidos, no Circuito das Américas, em Austin, a Toyota não deixou
pedra sobre pedra na corrida de seu país, as 6 Horas de Fuji, disputadas no último
dia 12 de outubro. A escuderia nipônica largou na pole-position e desde o
início ficou claro que só um imprevisto deteria o ritmo de seus carros. Dito e
feito: Anthony Davidson e Sebastien Buemi levaram o carro N° 8 à vitória, e
ainda fizeram dobradinha com seu segundo bólido, pilotado pelo trio Alexander
Wurz/Stéphane Sarrazin/Kazuki Nakajima, que cruzou a linha de chegada pouco
mais de 25s depois. O pódio foi completado pelo carro N° 20 da Porshe, com o
trio Imo Bernhard/Mark Webber/Brandon Hartley, que fecharam a corrida com 1
volta de desvantagem para o Toyota vencedor. A marca alemã ainda fechou a 4ª
posição com seu segundo carro, pilotado pelo trio Romain Dumas/Neel Jani/Marc Lieb,
com 2 voltas de desvantagem para os vencedores. Quem não teve motivos para
comemorar em Fuji foi a campeã Audi, que amargou ver seus dois carros incapazes
de lutar pelo pódio na etapa japonesa: ficaram em 5° e 6° colocados, com 2 e 3
voltas de desvantagem, uma performance nada inspiradora para a direção do time
das quatro argolas. E eles tiveram mais um motivo para sair do Japão
desconsolados: com o resultado da corrida em Fuji, a dobradinha da Toyota
colocou a escuderia japonesa de volta na liderança do campeonato, que estava
nas mãos da Audi, com 183 pontos, enquanto o time alemão contabiliza 175. A Porshe segue atrás,
com 109 pontos. A próxima etapa do campeonato é as 6 Horas de Shanghai, no dia
02 de novembro. Depois, restarão ainda as provas do Bahrein (15 de novembro) e
São Paulo (30 de novembro). Pela performance exibida no Japão, a Audi vai ter
muito trabalho para defender seu título. A Toyota vem exibindo uma performance
melhor, e até mesmo os carros da Porshe começam a mostrar força. Será que a
marca das quatro argolas está enfrentando fadiga de material? A conferir...
Todo mundo na MotoGP sabia que era apenas questão de tempo até Marc
Márquez fechar a fatura do título e comemorar o bicampeonato. Mas alguns
percalços nas últimas corridas fizeram a disputa se estender um pouco mais, e
para a Honda, não poderia ter sido melhor: Márquez faturou o título de 2014
justamente em Motegi, no Japão, circuito de propriedade da Honda. A vitória na
corrida foi de Jorge Lorenzo, que averbou na pista nipônica o seu segundo
triunfo consecutivo no ano, e apagando definitivamente os resquícios de seu
péssimo início de temporada. Valentino Rossi completou o pódio em 3° lugar,
enquanto Dani Pedrosa, coitado, foi apenas o 4° colocado, e viu seu parceiro de
equipe tornar-se o mais jovem bicampeão da história da MotoGP, enquanto ele ainda
persegue o seu primeiro título. Mas a festa foi mesmo de Márquez, com direito
até a aparição de um guerreiro samurai, que entregou ao jovem espanhol uma
espada, com a qual Marc fez alguns movimentos, antes de devolver a lâmina. Até
então, Márquez faturara 11 vitórias nas 15 corridas disputadas até então, sendo
nada menos do que 10 consecutivas nas 10 primeiras corridas do campeonato. A
briga sempre foi para ver quem seria o vice-campeão, e pelo menos nisso, a
disputa foi mais acirrada, com Dani Pedrosa tendo que se virar com a dupla da
Yamaha, Jorge Lorenzo e Valentino Rossi.
Pedrosa, aliás, deu azar até mesmo na luta pelo vice-campeonato: O
piloto espanhol ficou praticamente a ver navios nas corridas da Austrália e da
Malásia, ficando sem pontuar, e já está fora da luta pelo segundo lugar na
classificação. Com apenas uma etapa para fechar o campeonato, em Valência,
Pedrosa não tem mais como alcançar Rossi e Lorenzo. A disputa do vice ficou
para a dupla da rival Yamaha, o que sem dúvida não deixou boa impressão na
equipe da Honda, pois contando com o mesmo equipamento com o qual Márquez
conquistou 12 vitórias no ano, Pedrosa venceu apenas uma corrida, em Brno, e
vai amargar o 4° lugar na competição, uma vez que não tem como ser alcançado
por Andrea Dovizioso, o 5° colocado.
A Yamaha, aliás, não teve do que reclamar
da corrida australiana: fez dobradinha, com nova vitória de Valentino Rossi,
com Jorge Lorenzo na segunda posição. O pódio acabou completado por Bradley
Smith, seu melhor resultado na temporada inteira. A corrida em Phillip Island
também viu o primeiro abandono de Marc Márquez na temporada, com a
"Formiga Atômica" caindo pela primeira vez durante uma corrida no ano
e abandonando a disputa, resultado que já não faz muita diferença, com o
bicampeonato garantido. Mas é claro que Marc não iria levar desaforo para casa,
e na corrida seguinte, em Sepang, na Malásia, o novo bicampeão mostrou quem é
que manda, e depois de um duelo ferrenho com Valentino Rossi e Jorge Lorenzo,
conquistou sua 12° vitória na temporada. O resultado fez Márquez igualar a
marca do australiano Michael Dohan, que foi campeão na temporada de 1997 também
com 12 vitórias, competindo pela Honda. Naquele ano, o certame teve 15
corridas, enquanto o campeonato deste ano tem 18 provas. Proporcionalmente, o
domínio de Dohan na temporada foi maior, vencendo 80% das corridas de 1997.
Márquez venceu até agora em 66,6% da temporada, e mesmo que vença a corrida
final em Valência, ficará com um domínio de 72,2%, ainda inferior à da
conquista de Dohan. Mas que ninguém avise Marc desse detalhe...o bicampeão pode
começar a ficar com idéias sobre a temporada de 2015, e a concorrência nem quer
pensar no desastre que pode vir por aí...
A Volkswagen já tinha garantido matematicamente o título por equipes no
Mundial de Rali deste ano, mas faltava confirmar o bicampeonato do francês
Sebastien Ogier. E, no Rali da Espanha, Ogier venceu novamente e faturou o
título da temporada. Seu companheiro, o finlandês Jari-Matti Latvala, bem que
tentou evitar a comemoração antecipada, mas não conseguiu: se ele venceu a
etapa da França, e ainda teve a sorte de Ogier ficar sem marcar pontos na
etapa, o que o deixou esperançoso de conseguir reduzir a desvantagem para o
parceiro de equipe, faltando 2 etapas para fechar o campeonato. Mas na Espanha,
Ogier voltou a dar as cartas, e Latvala ficou em 2° lugar na etapa, vendo o
parceiro comemorar mais um título. Como Latvala não pode ser alcançado na
classificação, na prática ele já garantiu o vice-campeonato. Resta agora apenas
o Rali da Inglaterra, neste mês de novembro, para fechar a competição. No
campeonato de Marcas a Volkswagen tem 603 pontos, contra apenas 328 da Ford,
177 da Citroen, e 176 da Hyundai. No campeonato de equipes, a Volkswagen
Motorsport tem 348 pontos, enquanto a segunda colocada, a Total Abu Dhabi WRT,
tem apenas 154 pontos.
Quem voltou também a dar show com seu carro no Mundial de Rali foi
Robert Kubica, que mais uma vez arrasou, no sentido literal da palavra, com seu
carro, na etapa da França, ao entrar com tudo em uma vala. Na etapa da Espanha,
o polonês conseguiu se manter longe das encrencas, mas apesar de ter tido um
bom início na etapa, acabou fechando a classificação final apenas em 17°. Não
foi exatamente um ano muito positivo para Robert: em 12 etapas disputadas, ele
marcou pontos em apenas 3, e ocupa a 15ª colocação, com 14 pontos, na
classificação. Para efeito de comparação, Ogier, que faturou o bicampeonato,
marcou 242 pontos, enquanto Latvala tem 211. Mas não se pode dizer que o
resultado do polonês é totalmente ruim: o tcheco Martin Prokop, 9° colocado no
campeonato, tem apenas 42 pontos, seguido pelo espanhol Dani Sordo, com 40. A seguir vem o norueguês
Henning Solberg (26 pontos), o francês Brian Bouffier (20), o finlandês Juho
Hanninen (20), e o neo-zelandês Hayden Paddon (18). Quem acha as disparidades
do Mundial de F-1 na classificação das equipes deveria dar uma olhada na tabela
do campeonato do Mundial de Rali, onde as disparidades de pontuação podem ser
tão grande quanto, ou até maiores...
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