Bem,
cá estou novamente com mais uma antiga coluna na seção Arquivo. Nesta, datada
de 25 de outubro de 1996, o assunto era o anúncio oficial da estréia da nova
equipe de Jackie Stewart na F-1, para a temporada de 1997, com os pilotos Jan
Magnussen e Rubens Barrichello. O time teve vida breve na F-1, durando apenas 3
temporadas, antes de ser comprado pela Ford, e transformado na equipe Jaguar.
Alguns anos depois, sem conseguir resultados à altura dos investimentos, o time
foi vendido para a Red Bull, que hoje se tornou o time a ser batido na F-1.
Durante essas 3 temporadas, apenas na última o time começou a despontar como
força a ser considerada, tendo passado os dois primeiros anos mais quebrando do
que terminando as provas. Com os bons resultados colhidos em 1999, Barrichello
acabou contratado pela Ferrari para a temporada seguinte, mas isso já é outra
história. De quebra, alguns tópicos rápidos sobre outros acontecimentos daquela
semana no mundo da velocidade. Uma boa leitura, e em breve tem mais...
NOVOS ARES
Nesta
semana, em São Paulo,
o tricampeão Jackie Stewart fez o anúncio oficial de sua dupla de pilotos para
a temporada de estréia de sua equipe na F-1 em 1997. Como já se esperava, os
pilotos serão Jan Magnussen e Rubens Barrichello. O tricampeão escocês nunca
escondeu sua admiração pelo talento dos pilotos brasileiros e tem plena
confiança no trabalho de Rubinho, que ultimamente parecia sofrer de descrédito
geral no seio da F-1. Uma frase de Stewart, tentando explicar o talento de
nossos pilotos, ficou famosa: “Deve ser a água que eles bebem.” Dizem que o
melhor motivo para Stewart admirar nossos pilotos foi o fato de ter sido
derrotado em 1972 por Émerson Fittipaldi. Aquela foi uma temporada cheia de
disputas entre o escocês e o brasileiro na F-1.
E
a nova Stewart Racing, que teoricamente pode parecer um passo atrás na carreira
de Barrichello, na verdade é um passo à frente. O ambiente na Jordan já estava
bastante desgastado. Não apenas a confiança do time em Rubinho já não era a
mesma, mas a própria equipe Jordan dava nítidos sinais de fadiga de material.
Pelo segundo ano consecutivo, a escuderia mostrou potencial para subir para o
time das equipes de ponta da F-1, e pelo segundo ano seguido, os resultados
ficaram muito aquém do esperado. Este ano, a Jordan até que começou muito bem,
com um excelente desempenho de Barrichello em Interlagos, seguido de boas
atuações na Argentina , Alemanha (Nurburgring) e San Marino. Mas acabou ficando
nisso. As outras escuderias desenvolveram seus carros, enquanto a Jordan foi
ficando para trás. Pior, a mudança na área de engenharia da equipe a meio da
temporada, com vistas a dar mais agilidade à área técnica, deixou o time ainda
mais para trás em termos de performance. Ligier e Sauber, que se encontravam
abaixo da Jordan, passaram a competir com os carros de Martin Brundle e Rubens
Barrichello, não apenas em classificação, mas também na corrida, e
superando-os.
Para
Rubinho, a nova equipe trará ares novos, muito necessários ao piloto
brasileiro. No ambiente desgastado da Jordan não se poderia esperar muito mais.
E um ambiente novo é tudo o que Rubinho precisa para fazer o seu talento brotar
novamente. Só para exemplificar, Nélson Piquet também passou por dois anos desgastantes
na Brabham, 1984 e 1985, onde a equipe estava numa descendente, sem conseguir
bons resultados, e outros dois anos ainda piores, 1988 e 1989, na Lótus.
E
Jackie Stewart também não está na F-1 para brincar. E o escocês começou muito
bem: tem o apoio oficial da Ford, da qual será a equipe oficial, por 5 anos,
com direito a usar todas as melhores e mais novas versões dos motores
desenvolvidos pela Cosworth. Tem bons patrocinadores que garantirão um
orçamento de renome e um corpo técnico que reúne excelentes profissionais do
ramo automobilístico. Sem falar no excelente trânsito de Stewart entre todos no
meio da F-1, e seu carisma de campeão e empreendedor incansável. E tudo isso
são ingredientes muito importantes hoje em dia na F-1.
Eddie
Jordan também já teve ares melhores, especialmente quando estreou na F-1. Mas,
de lá para cá, o entusiasmo vibrante de Jordan parece ter decaído junto com sua
escuderia. A Jordan quer ser grande, quando ainda é pequena. Já a Stewart quer
se firmar na F-1 antes de tentar vôos mais ousados. A temporada de 97 ainda é
uma incógnita, e o potencial do time só poderá ser avaliado assim que começarem
os testes do carro, que deverá ser apresentado em dezembro, em Londres. No quesito
piloto, Magnussen e Barrichello são nomes fortes. Têm talento de sobra para
mostrar. Só precisam de um lugar decente para isso. E é o que Jackie Stewart
pretende lhes dar. Pra não mencionar que ambos poderão aprender muito com o que
o velho tricampeão tem a ensinar.
Em
todo o caso, a estréia da nova Stewart Racing é algo comemorado no meio da F-1.
Assim como a Jordan, em 91, trouxe novos ares à categoria, espera-se que a nova
equipe do velho Jackie repita o feito conseguido por Eddie Jordan, em 97. Boa
sorte, velho campeão!
Comentário à solta no paddock de Suzuka,
após a corrida do GP do Japão de F-1: Jacques Villeneuve perdeu sua melhor
chance de ser campeão; em 1997, a parada vai ser muito mais dura, não só por
parte da concorrência, como por parte da própria Williams, que contratou
Heinz-Harald Frentzen, que é considerado muito melhor piloto do que o inglês
Damon Hill...
Definido o calendário 97 da F-Indy. O
certame terá 17 etapas no próximo ano, assim distribuídas:
DATA
|
PROVA
|
DATA
|
PROVA
|
02/03
|
Miami
|
13/07
|
Cleveland
|
06/04
|
Austrália
|
20/07
|
Toronto
|
13/04
|
Long Beach
|
27/07
|
Michigan
|
27/04
|
Nazareth
|
10/08
|
Mid-Ohio
|
11/05
|
Brasil
|
17/08
|
Road
America
|
24/05
|
Madison
|
31/08
|
Vancouver
|
01/06
|
Milwaukee
|
07/09
|
Laguna
Seca
|
08/06
|
Detroit
|
28/09
|
Fontana
|
22/06
|
Portland
|
|
|
A Lola anuncia sua volta à F-1 já em 97.
Depois de sua última e frustrada tentativa de competir na categoria, em 1993, a
Lola resolveu investir alto no projeto de F-1. Os planos da fábrica, que atua
também na F-Indy, são de competir com o motor Ford V-8 EC, atualização do velho
ED desta temporada, que está sendo desenvolvido pela Cosworth, e correr com um
motor V-10 de concepção própria em 98. Os projetos já se encontram em
desenvolvimento e a fábrica procura pilotos para a nova escuderia. Um dos mais
cotados é o brasileiro Ricardo Rosset.
Rosset, aliás, está negociando com a
Minardi, Tyrrel e Sauber. As melhores chances são na Tyrrel, mas a concorrência
está forte. Tarso Marques é outro brasileiro na parada tentando achar uma vaga
para 97...
Fim de temporada no mundial de
Motovelocidade. Após o GP da Austrália, que encerrou o campeonato, domingo
passado, Alexandre Barros ficou em 4º lugar no campeonato das 500cc, sua melhor
performance desde que começou a competir na categoria. Barros ficou atrás
apenas de Michael Doohan, Alex Crivillé e Lucca Cadalora...
Enrique Bernoldi encerrou o campeonato
internacional de F-Renault com chave de ouro: vitória na última etapa, em Magny-Cours. Foi
sua 7ª vitória no ano, onde já era campeão por antecipação. Já Mário Haberfeld
acabou tendo vários azares na reta final e terminou o campeonato em 5º lugar.
Jorg Müller, campeão da F-3000
Internacional, já definiu seu futuro em 1997: irá para a F-Indy. A decisão
pegou muita gente de surpresa. O piloto alemão também declarou não ter planos
de ir para a F-1...
E, voltando a falar da F-Indy, a CART
resolveu mudar as corridas em ovais curtos para 97. As provas de Nazareth e
Milwaukee, que tinham 200 milhas de percurso, passarão a ter 240 milhas. O
objetivo é dar mais tempo de corrida aos expectadores...
Ainda sobre a Indy: Maurício Gugelmim
começou esta semana os testes com os pneus Firestone, que serão usados pela
PacWest no próximo ano. O brasileiro ficou impressionado com o desempenho dos
compostos, que mostraram performance muito superior aos Goodyear, além de muito
mais durabilidade. Bons indícios do potencial a ser utilizado na próxima
temporada...
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