quarta-feira, 5 de junho de 2013

FLYING LAPS – MAIO DE 2013



            Findo o mês de maio, eis aqui a nova edição da Flying Laps, comentando alguns dos acontecimentos do último mês em algumas categorias pelo mundo afora. Uma boa leitura a todos, e mês que vem tem mais...


O piloto J.R. Hildebrand parece ter desenvolvido uma relação conturbada com a pista de Indianápolis. Depois de quase ganhar a edição de 2011 das 500 Milhas de Indianápolis, ao bater na última curva da última volta e ver o inglês Dan Wheldon faturar a corrida nos metros finais, este ano o piloto acabou sendo o primeiro a provocar uma bandeira amarela na prova mais famosa dos Estados Unidos. O abandono do piloto na corrida foi até o de menos: logo depois, durante a semana, Hildebrand acabou sendo dispensado de seu time, a Panther, que resolveu apostar em outro piloto para o restante do campeonato da Indy Racing League, e o escolhido acabou sendo Ryan Briscoe, que até o ano passado era um dos pilotos da Penske. Briscoe já assumiria o lugar de Hildebrand na etapa dupla de Detroit. A confirmar se a Panther fez uma boa escolha...


Quem também fechou sua participação no atual campeonato da IRL foi a brasileira Bia Figueiredo. Acabou a grana de seus patrocinadores, e sem conseguir um novo acordo, aconteceu o que já se esperava desde o início da competição, de que só teria lugar garantido até a Indy500. Para o lugar da brasileira, pelo menos para as etapas de Detroit, a Dale Coyne contratou o piloto inglês Mike Conway. Conway, contudo, não quer participar das provas em pistas ovais, o que deverá levar o time a ter de recorrer a outro piloto para estas etapas. Bia tenta viabilizar um acordo que permita seu retorno nestas pistas, e no restante do campeonato, mas ao que parece, tal qual o ano passado, as chances da brasileira decolar na competição e conseguir competir a tempo integral novamente se esvaíram. Apesar de ter feito um bom 15° lugar em Indianápolis, a piloto precisava ter mostrado desempenhos mais consistentes nas provas que teve a chance de disputar, o que certamente teria atraído chances de obter mais patrocínios capazes de mantê-la na competição. Agora, pelo visto, só de novo em 2014...


E o grid da IRL perdeu um time para o restante da competição: conforme noticiado ainda no mês de abril, a equipe Dreyer & Reinbold encerrou sua participação nas 500 Milhas de Indianápolis. Sem orçamento para o restante do campeonato, a escuderia resolveu se retirar. Com isso, o piloto espanhol Oriol Sérvia está novamente a pé na categoria, e já começa a fazer contatos para arrumar novamente um cockpit para competir, talvez ainda este ano. O espanhol, aliás, fechou a Indy500 em um bom 11° lugar, mas nem isso foi suficiente para o time conseguir convencer patrocinadores potenciais a garantirem a permanência da escuderia no campeonato.


Na etapa do rali da Argentina, válida pelo Campeonato Mundial de Rali (WRC), Sébastien Loeb voltou a participar da competição, e novamente arrasou a concorrência, vencendo pela 8° vez a prova portenha, e deixando Sébastien Oggier comendo poeira literalmente. O piloto da Volkswagen finalizou a competição com quase 1 minuto de desvantagem para seu conterrâneo da Citroen, que para sua sorte, só retorna agora ao campeonato na prova da França, no segundo semestre, que irá marcar sua despedida definitiva da categoria. E Oggier agradece, pois lidera a competição com grande folga, e imagine que, mesmo participando apenas esporadicamente do campeonato deste ano, Loeb ocupa a vice-liderança, com 68 pontos, contra os 122 de Oggier. O mais próximo adversário em tempo integral do piloto da equipe Volkswagen é o finlandês Mirko Hirvonnen, que até o momento tem apenas 57 pontos, e é o 3° colocado na classificação do campeonato. Se Oggier vai enfim conquistar seu tão merecido título, já começam a pipocar os comentários de que ele só vai vencer pela desistência de Loeb em participar da categoria. Infelizmente, pelo que se viu até o momento, parece uma dura realidade, pois Oggier só superou Loeb em uma única prova este ano, na Suécia. Nos dois outros confrontos, acabou perdendo a parada. Pela diferença que ambos estabeleceram sobre a concorrência, o público certamente merecia ver o confronto de ambos por mais um título em tempo integral. Mas Loeb se mantém firme, e nem mesmo os apelos dos fãs ou da Citroen parecem tê-lo feito mudar de idéia de se retirar firme do Mundial de Rali. Então, o jeito é aproveitar sua última participação, na França, para vê-lo em ação pela última vez e reverenciar sua grande carreira...


Quem esperava uma reação da Toyota na segunda etapa do Mundial de Endurance, na Bélgica, ficou desconsolado. A Audi literalmente massacrou a concorrência na categoria LMP1, e praticamente fez uma trinca no pódio com seus 3 carros. Venceu o trio André Lotterer/Marcel F”assler/Benoît Tréluyer, seguido dos times Tom Kristensen/Allan McNish/Loïc Duval, e Lucas Di Grassi/Marc Gene/Oliver Jarvis, todos pilotando os modelos R18 e-tron quattro híbridos. O time nipônico teve de contentar-se com a 4ª colocação, com mais de uma volta de desvatagem. Na categoria GTE Pro, o time de Bruno Senna ficou em 2° lugar, e o brasileiro agora lidera no certame. Lucas Di Grassi ainda saiu de Spa-Francorchamps com o novo recorde em treinos na pista para a categoria protótipos, ao marcar o tempo de 1min58s934, e está muito animado para a prova seguinte, as 24 Horas de Le Mans. Quem infelizmente não teve um bom fim de semana foi Antonio Pizzonia, que depois da boa apresentação na etapa inaugural, acertou participação para correr novamente em Spa, mas acabou sofrendo um fortíssimo acidente com seu carro na curva Eau Rouge, felizmente sem sofrer ferimentos de monta. O brasileiro passava bem após o atendimento médico, e já está pronto para outra, embora sua próxima participação no Campeonato Mundial de Endurance ainda não esteja definida.


Depois de começar o campeonato 2013 da MotoGP totalmente eclipsado pelo novo parceiro na equipe Honda, Marc Márquez, que chegou inclusive a vencer já em sua segunda corrida na categoria máxima do motociclismo, o espanhol Daniel Pedrosa precisava reagir e mostrar que ainda tinha condições de ser o principal piloto da Honda. E conseguiu efetuar a reação com duas excelentes vitórias, nas etapas disputadas nas pistas de Jerez de La Fronteira e Le Mans, assumindo a dianteira da competição. Mas Pedrosa não pode baixar a guarda: Márquez, o novato-sensação da MotoGP, subiu ao pódio nas duas oportunidades, e ocupava, ao fim da etapa francesa, a vice-liderança da competição, mostrando que a equipe Honda tem tudo para dominar o campeonato deste ano. E quem sentiu o golpe foi o atual campeão, Jorge Lorenzo, que não conseguiu mostrar em Jerez e Le Mans a mesma performance do início da temporada. Quem parece ter perdido um pouco o “gás” inicial do ano foi o italiano Valentino Rossi, que depois do seu belo pódio em Losail, no Catar, não conseguiu terminar mais nenhuma etapa no pódio, e vem perdendo seguidamente o confronto com Lorenzo dentro da equipe da Yamaha. Será que o “Doutor” está vivendo a síndrome “Schumacher”, sem conseguir repetir as mesmas performances de antigamente? Talvez, mas no momento, parece que a Yamaha anda um pouco perdida com a força demonstrada pela arquirrival Honda no certame. As próximas etapas devem dar uma resposta mais clara se iremos assistir a um passeio da Honda ou se a Yamaha conseguirá reagir na competição.


De forma meio claudicante, o mais importante campeonato de F-3 do mundo iniciou seu campeonato no último dia 26 de maio. A F-3 Inglesa efetuou uma rodada tripla na pista de Silverstone, e o inglês William Buller, da equipe Fortec, foi o grande vencedor do fim de semana, vencendo a primeira corrida e terminando em 2° lugar nas duas provas seguintes. Companheiro de Buller na Fortec, o brasileiro Felipe Guimarães fez dobradinha na primeira corrida, terminando em 2° lugar, mas teve corridas mais complicadas depois, ficando em 8° na segunda prova, e em 5° lugar na terceira corrida. Buller lidera o campeonato com 52 pontos, seguido pelo italiano Antonio Giovinazzi (vencedor da segunda prova), com 34 pontos. Em 3° lugar está Sean Gelael, com 28 pontos. Jordan King vem a seguir, com 26 pontos, empatado com o brasileiro Felipe Guimarães, também com 26 pontos.

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