Le Mans está pronta para mais uma edição das 24 Horas... |
Este
vai ser um fim de semana cheio para quem curte automobilismo e disputa: chegou
a hora da edição 2013 das 24 Horas de Le Mans, uma das corridas mais famosas e
tradicionais do mundo, válida pelo Campeonato Mundial de Endurance atualmente.
A largada é neste sábado, às 15 horas do fuso horário local, e ao finalizar
esta coluna, já haviam sido disputados os primeiros treinos de classificação,
que seriam encerrados com a sessão desta quinta-feira à tarde.
Baseado
no que vi no primeiro treino classificatório, a Audi é (mais uma vez) a grande
favorita da corrida, como vem acontecendo na última década. A fábrica alemã
alinhará 3 carros na prova mais tradicional das corridas de longa duração, e há
um fator especial para atrair a atenção dos torcedores nacionais, pois Lucas Di
Grassi integra a escuderia, pilotando o carro n° 3 em parceria com o espanhol
Marc Gené e o inglês Oliver Jarvis. Mas a parada promete ser dura entre todo o
time da Audi, que terá no carro N° 1 o trio Tom Kristensen/Allan McNish/Loic
Duval, que por sinal fizeram o melhor tempo na quarta, com o tempo de
3min22s349, 1s992 de vantagem para o time integrado por Di Grassi. O terceiro
carro das quatro argolas terá André Lotterer/Marcel Fässler/Benoît Tréluyer, e
fez o 3° tempo, com 3s125 de desvantagem para o primeiro colocado.
A
Audi vai em busca de sua 12ª vitória em Le Mans, e o único time que pode
estragar os planos da esquadra alemã é a Toyota, que no ano passado estreou na
corrida prometendo desafiar o poderio do modelo R-18 alemão, mas acabou ficando
pelo caminho. Os japoneses só conseguiriam vencer na Endurance nas provas
finais do campeonato de 2012, quando chegaram a balançar mesmo o favoritismo da
Audi na categoria LMP1, e tudo indicava que este ano poderíamos ver um bom pega
entre as duas fábricas, mas a Audi não dormiu no ponto e tratou de se preparar
melhor do que já fazia, praticamente acabando, pelo menos nas duas primeiras
provas, com os planos da rival japonesa, que vai tentar iniciar uma recuperação
na maior prova do calendário.
Mas
vai ser difícil: no primeiro treino de classificação, o melhor carro dos
japoneses ficou na 4ª posição, a 4s327 de distância do primeiro colocado, e
ainda teve seu segundo carro superado pelo time Rebellion, cujo carro N° 5 se
intrometeu entre o duo da fábrica nipônica, com seu segundo carro ficando a
mais de 8s de distância. O que salva as esperanças é que as provas de longa
duração não privilegiam apenas a velocidade pura, mas a constância e
durabilidade, e é nestes quesitos que a Toyota tenta manter firme suas
esperanças de destronar os rivais alemães, o que vai ser uma tarefa das mais
complicadas, pelo fato do carro da Audi ser veloz, e confiável, e este ano deve
ser ainda mais durável, lembrando que no ano passado a fábrica alemã arriscou
ao introduzir o modelo E-tron Quattro híbrido, equipado com um dispositivo
similar ao Kers usado na F-1, que aumentava ainda mais a performance do carro,
além de ampliar sua autonomia de combustível. Este ano, o modelo está plenamente
desenvolvido, o que diminui ainda mais as possibilidades de uma quebra, para
desespero dos rivais.
Ao
todo 56 carros largarão amanhã para a corrida, sendo 8 na categoria principal,
a LMP1, 22 carros na categoria LMP2, 13 na GTE Pro, e mais 13 na GTE Am.
Veremos quantos conseguirão chegar ao final, no domingo. O circuito de Le Mans
tem 13,65 Km
de extensão, e a corrida não tem número exato de voltas: são 24 horas mesmo de
corrida, e no ano passado, o trio da Audi que venceu percorreu 378 voltas na pista,
enquanto o segundo colocado, também da Audi, terminou com uma volta de
desvantagem. Será que eles conseguem andar ainda mais este ano? Vamos conferir
no domingo.
Para
os brasileiros, existem boas chances de vitória brasileira na corrida, com
Lucas Di Grassi integrando o time da Audi, mas o brasileiro prefere não criar
expectativas, e lembrando que é sua estréia na famosa corrida, Lucas fala em
aprender antes de tudo, mas o pódio é muito mais garantido, e vale lembrar que
nas provas que Di Grassi disputou até agora pelo time alemão, subiu ao pódio em
todas elas, começando pela sua estréia em Interlagos, no ano passado, resultado
que validou sua contratação para o time nesta temporada.
Mas
também temos outro representando na corrida: Bruno Senna, que defende a equipe
Aston Martin, lidera o certame na categoria GTE Pro, e quer sair de Le Mans com
a vitória em sua categoria. Seu companheiro de equipe Frédéric Makowiecki foi o
mais veloz da GTe Pro na quarta-feira, e tem tudo para fazer bonito na corrida.
Mas, vale lembrar que as 24 Horas têm sua própria dinâmica de corrida, e tendo
praticamente quatro vezes a duração das demais etapas de longa duração, é
precipitado comemorar antecipadamente. Mas as chances são boas sim, e vale a
torcida.
Agora,
é esperar a largada, e começar a torcer. O canal pago SporTV prometeu
transmitir parte da corrida, mostrando o início e o final da prova, e com
informações gerais durante toda a programação no fim de semana. Um bom programa
para curtir a velocidade, sem dúvida alguma.
Com 8 vitórias, o dinamarquês Tom Kristensen é o maior vencedor das 24
Horas de Le Mans, e promete dar trabalho novamente este ano, quando tentará a
9ª vitória, mais uma vez ao volante de um dos modelos R-18 E-tron Quattro da
Audi. Mas a maior vencedora da corrida francesa é a Porshe, com nada menos do
que 16 triunfos na prova. Ausente nos últimos anos, a fábrica alemã promete
retornar no ano que vem, e nos últimos dias, já foram divulgadas imagens do seu
modelo em testes para estrear em 2014, o que já deve provocar uma grande
expectativa pelo duelo com outro gigante de peso do automobilismo. O duelo
promete ser eletrizante no próximo ano, com os pegas entre a Toyota e as
poderosas Audi e Porshe. E podem apostar que a Porshe virá determinada a manter
sua fama na categoria.
Ontem em Paris ia haver o julgamento da equipe Mercedes no Tribunal
Internacional da FIA, em virtude do teste “secreto” feito pelo time alemão para
a Pirelli no mês passado. Como esta coluna foi fechada antes do julgamento, não
sei qual foi o resultado do julgamento, mas muitos apostam que a Mercedes não
terá uma punição de peso, por sua importância para a F-1 atual, onde alguns
apostam que, em caso de um castigo exagerado e considerado injusto pela fábrica
alemã, ela poderia até deixar a categoria, o que resultaria em grandes
transtornos para a F-1, que perderia não apenas 1 time, mas deixaria outras 3
escuderias sem motor para o próximo campeonato. A Mercedes tem a seu favor o
fato de ter tido consentimento oficial da FIA para efetuar o teste, quando a
entidade foi consultada pela escuderia sobre a possibilidade de fazer tal
treino a pedido da Pirelli, o que significa que a própria FIA deve acabar
metida no rolo. E deve sobrar também para a Pirelli, por ter feito o teste e
não ter dado aos outros times a mesma oportunidade, em que pese o fato da
fabricante de pneus afirmar que basta os times solicitarem o teste e agendarem
o mesmo. O fato de o Tribunal Internacional ser um órgão novo, e teoricamente
independente, da Federação Internacional de Automobilismo faz com que a
expectativa sobre o resultado do julgamento seja alta, já que não dá para
prever qual veredicto será aplicado. De minha parte, espero apenas que seja
tomada a decisão mais correta e coerente, e que possamos ver o desenrolar do
campeonato de F-1 deste ano sem mais confusões.
A Indy Racing League volta à pista novamente neste final de semana, no
oval de Iowa, mais uma prova em circuito oval. Hélio Castro Neves, da Penske,
defende a liderança do campeonato. Na pista, teremos também a presença de Bia
Figueiredo, em mais uma prova pela Dale Coyne. E Tony Kanaan está firme na KV.
Boa sorte a todos eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário