sexta-feira, 21 de junho de 2013

24 HORAS DE EMOÇÃO E VELOCIDADE



Le Mans está pronta para mais uma edição das 24 Horas...

            Este vai ser um fim de semana cheio para quem curte automobilismo e disputa: chegou a hora da edição 2013 das 24 Horas de Le Mans, uma das corridas mais famosas e tradicionais do mundo, válida pelo Campeonato Mundial de Endurance atualmente. A largada é neste sábado, às 15 horas do fuso horário local, e ao finalizar esta coluna, já haviam sido disputados os primeiros treinos de classificação, que seriam encerrados com a sessão desta quinta-feira à tarde.
            Baseado no que vi no primeiro treino classificatório, a Audi é (mais uma vez) a grande favorita da corrida, como vem acontecendo na última década. A fábrica alemã alinhará 3 carros na prova mais tradicional das corridas de longa duração, e há um fator especial para atrair a atenção dos torcedores nacionais, pois Lucas Di Grassi integra a escuderia, pilotando o carro n° 3 em parceria com o espanhol Marc Gené e o inglês Oliver Jarvis. Mas a parada promete ser dura entre todo o time da Audi, que terá no carro N° 1 o trio Tom Kristensen/Allan McNish/Loic Duval, que por sinal fizeram o melhor tempo na quarta, com o tempo de 3min22s349, 1s992 de vantagem para o time integrado por Di Grassi. O terceiro carro das quatro argolas terá André Lotterer/Marcel Fässler/Benoît Tréluyer, e fez o 3° tempo, com 3s125 de desvantagem para o primeiro colocado.
            A Audi vai em busca de sua 12ª vitória em Le Mans, e o único time que pode estragar os planos da esquadra alemã é a Toyota, que no ano passado estreou na corrida prometendo desafiar o poderio do modelo R-18 alemão, mas acabou ficando pelo caminho. Os japoneses só conseguiriam vencer na Endurance nas provas finais do campeonato de 2012, quando chegaram a balançar mesmo o favoritismo da Audi na categoria LMP1, e tudo indicava que este ano poderíamos ver um bom pega entre as duas fábricas, mas a Audi não dormiu no ponto e tratou de se preparar melhor do que já fazia, praticamente acabando, pelo menos nas duas primeiras provas, com os planos da rival japonesa, que vai tentar iniciar uma recuperação na maior prova do calendário.
            Mas vai ser difícil: no primeiro treino de classificação, o melhor carro dos japoneses ficou na 4ª posição, a 4s327 de distância do primeiro colocado, e ainda teve seu segundo carro superado pelo time Rebellion, cujo carro N° 5 se intrometeu entre o duo da fábrica nipônica, com seu segundo carro ficando a mais de 8s de distância. O que salva as esperanças é que as provas de longa duração não privilegiam apenas a velocidade pura, mas a constância e durabilidade, e é nestes quesitos que a Toyota tenta manter firme suas esperanças de destronar os rivais alemães, o que vai ser uma tarefa das mais complicadas, pelo fato do carro da Audi ser veloz, e confiável, e este ano deve ser ainda mais durável, lembrando que no ano passado a fábrica alemã arriscou ao introduzir o modelo E-tron Quattro híbrido, equipado com um dispositivo similar ao Kers usado na F-1, que aumentava ainda mais a performance do carro, além de ampliar sua autonomia de combustível. Este ano, o modelo está plenamente desenvolvido, o que diminui ainda mais as possibilidades de uma quebra, para desespero dos rivais.
            Ao todo 56 carros largarão amanhã para a corrida, sendo 8 na categoria principal, a LMP1, 22 carros na categoria LMP2, 13 na GTE Pro, e mais 13 na GTE Am. Veremos quantos conseguirão chegar ao final, no domingo. O circuito de Le Mans tem 13,65 Km de extensão, e a corrida não tem número exato de voltas: são 24 horas mesmo de corrida, e no ano passado, o trio da Audi que venceu percorreu 378 voltas na pista, enquanto o segundo colocado, também da Audi, terminou com uma volta de desvantagem. Será que eles conseguem andar ainda mais este ano? Vamos conferir no domingo.
            Para os brasileiros, existem boas chances de vitória brasileira na corrida, com Lucas Di Grassi integrando o time da Audi, mas o brasileiro prefere não criar expectativas, e lembrando que é sua estréia na famosa corrida, Lucas fala em aprender antes de tudo, mas o pódio é muito mais garantido, e vale lembrar que nas provas que Di Grassi disputou até agora pelo time alemão, subiu ao pódio em todas elas, começando pela sua estréia em Interlagos, no ano passado, resultado que validou sua contratação para o time nesta temporada.
            Mas também temos outro representando na corrida: Bruno Senna, que defende a equipe Aston Martin, lidera o certame na categoria GTE Pro, e quer sair de Le Mans com a vitória em sua categoria. Seu companheiro de equipe Frédéric Makowiecki foi o mais veloz da GTe Pro na quarta-feira, e tem tudo para fazer bonito na corrida. Mas, vale lembrar que as 24 Horas têm sua própria dinâmica de corrida, e tendo praticamente quatro vezes a duração das demais etapas de longa duração, é precipitado comemorar antecipadamente. Mas as chances são boas sim, e vale a torcida.
            Agora, é esperar a largada, e começar a torcer. O canal pago SporTV prometeu transmitir parte da corrida, mostrando o início e o final da prova, e com informações gerais durante toda a programação no fim de semana. Um bom programa para curtir a velocidade, sem dúvida alguma.


Com 8 vitórias, o dinamarquês Tom Kristensen é o maior vencedor das 24 Horas de Le Mans, e promete dar trabalho novamente este ano, quando tentará a 9ª vitória, mais uma vez ao volante de um dos modelos R-18 E-tron Quattro da Audi. Mas a maior vencedora da corrida francesa é a Porshe, com nada menos do que 16 triunfos na prova. Ausente nos últimos anos, a fábrica alemã promete retornar no ano que vem, e nos últimos dias, já foram divulgadas imagens do seu modelo em testes para estrear em 2014, o que já deve provocar uma grande expectativa pelo duelo com outro gigante de peso do automobilismo. O duelo promete ser eletrizante no próximo ano, com os pegas entre a Toyota e as poderosas Audi e Porshe. E podem apostar que a Porshe virá determinada a manter sua fama na categoria.


Ontem em Paris ia haver o julgamento da equipe Mercedes no Tribunal Internacional da FIA, em virtude do teste “secreto” feito pelo time alemão para a Pirelli no mês passado. Como esta coluna foi fechada antes do julgamento, não sei qual foi o resultado do julgamento, mas muitos apostam que a Mercedes não terá uma punição de peso, por sua importância para a F-1 atual, onde alguns apostam que, em caso de um castigo exagerado e considerado injusto pela fábrica alemã, ela poderia até deixar a categoria, o que resultaria em grandes transtornos para a F-1, que perderia não apenas 1 time, mas deixaria outras 3 escuderias sem motor para o próximo campeonato. A Mercedes tem a seu favor o fato de ter tido consentimento oficial da FIA para efetuar o teste, quando a entidade foi consultada pela escuderia sobre a possibilidade de fazer tal treino a pedido da Pirelli, o que significa que a própria FIA deve acabar metida no rolo. E deve sobrar também para a Pirelli, por ter feito o teste e não ter dado aos outros times a mesma oportunidade, em que pese o fato da fabricante de pneus afirmar que basta os times solicitarem o teste e agendarem o mesmo. O fato de o Tribunal Internacional ser um órgão novo, e teoricamente independente, da Federação Internacional de Automobilismo faz com que a expectativa sobre o resultado do julgamento seja alta, já que não dá para prever qual veredicto será aplicado. De minha parte, espero apenas que seja tomada a decisão mais correta e coerente, e que possamos ver o desenrolar do campeonato de F-1 deste ano sem mais confusões.


A Indy Racing League volta à pista novamente neste final de semana, no oval de Iowa, mais uma prova em circuito oval. Hélio Castro Neves, da Penske, defende a liderança do campeonato. Na pista, teremos também a presença de Bia Figueiredo, em mais uma prova pela Dale Coyne. E Tony Kanaan está firme na KV. Boa sorte a todos eles.

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