sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

PETERHANSEL FAZENDO HISTÓRIA


Peterhansel conquistou seu 11° título nas areias do Dakar,
 recordista absoluto na competição
            O rali Dakar terminou no último final de semana, e mais uma vez, o francês Stéphane Peterhansel conquistou mais uma vitória naquele que é considerado o maior rali do mundo. Com a vitória na prova deste ano, Peterhansel chegou à sua 11ª vitória no Dakar, tornando-se o recordista absoluto de vitórias na competição. Seus triunfos, aliás, já vem de longe: em 1991, Stéphane conquistou seu primeiro título no Dakar, vencendo a prova na categoria motos, competindo com uma Yamaha, feito que repetiria em 1992 e 1993. Em 1995, o francês venceu novamente, e ainda faturaria a competição nas edições de 1997 e 1998, totalizando até então 6 títulos na categoria motos do perigoso e difícil rali. Qualquer piloto poderia ficar acomodado com todos estes títulos, mas Peterhansel queria mais: largou as motos e passou a competir nos carros, um desafio tão ou até mais desafiador do que pilotar motos, ainda mais em se tratando do Dakar.
            E quem achava que o francês não exibiria nas 4 rodas a mesma desenvoltura mostrada nas 2 rodas, quebrou a cara: demorou um pouco, mas Peterhansel voltaria ao lugar mais alto do pódio no rali, em 2004, competindo pela Mitsubishi. E o francês pegou gosto pelas 4 rodas, repetindo o título em 2005. Em 2007, Stéphane atacou de novo, e averbou seu 3° título nos carros e o seu 9ª troféu no Dakar. E no ano passado, competindo agora com os Minis da equipe alemã X-Raid, Peterhansel averbou sua 4ª vitória na categoria carros, empatando em número de títulos com um dos nomes de maior respeito e sucesso da história do Dakar, o finlandês Ari Vatanen, que havia sido campeão nos carros nos anos de 1987, 1989, 1990, e 1991, competindo com um Peugeot nos 3 primeiros triunfos e com um Citroen no último.
            Peterhansel já havia deixado para trás no ano passado outros dois grandes nomes da competição: os franceses René Metge (campeão em 1981, 1984, e 1986 nos carros) e Pierre Lartigue (vencedor em 1994, 1995, e 1996). Quando conquistou seu último título nas motos, havia superado em mais um título o feito do compatriota Cyril Neveu, que foi campeão na categoria motos do Dakar em 1979, 1980, 1982, 1986, e 1987. Os 5 títulos de Neveu, aliás, foram igualados este ano, com a vitória do também francês Cyril Despress, que alcançou também 5 triunfos nas 2 rodas. Será que o recorde de títulos de Peterhansel irá perdurar por muito tempo? Despress tem interesse não apenas em igualar o recorde das motos do compatriota, mas especialmente em superá-lo. Os próximos anos mostrarão se terá sucesso. Neste ano, a ausência de Marc Coma, que preferiu continuar com sua recuperação de um acidente ocorrido em outubro, facilitou as coisas para Cyril, mas não se pode garantir que terá sempre sorte de ver os rivais ficarem de fora.
            Para Peterhansel, que teve neste ano sua 24ª participação no Dakar, a ameaça da aposentadoria começa a ficar mais próxima, ao admitir que deve disputar pelo menos mais duas edições do rali antes de pendurar o capacete. O piloto completará 48 anos em 2013, e pretende pelo menos chegar firme aos 50 na competição, no mínimo. Enquanto sua motivação e dedicação estiverem plenas, ele garante que continuará competindo, mas em um universo por vezes imprevisível como são as provas de rali, tudo pode mudar. Mas, se tudo correr bem, Stéphane tem tudo para aumentar ainda mais seu quadro de triunfos. O piloto elogiou muito o Mini All4 Racing preparado pela equipe X-Raid neste ano, classificando-o como o melhor carro que já dirigiu em uma edição do Dakar. É verdade que alguns adversários potenciais que poderiam complicar a situação tiveram suas complicações, como Carlos Sainz e Nasser Al-Attiyah, que eram tidos como os principais rivais do francês na luta pelo título dos carros, mas acabaram ficando pelo meio do caminho. E o americano Robby Gordon, embora prometesse muito na disputa, ficou fora de combate após capotar em uma das etapas e literalmente dar adeus às chances de vitória, embora tenha conseguido terminar o rali.
            Entre os brasileiros, apenas Reinaldo Varela chegou ao final nos carros, competindo com um UTV. Ele terminou em 54° lugar na classificação geral de carros, mas em 2° lugar entre os UTVs. Nas motos, Jean Azevedo ficou em 23° lugar na classificação final, com quase 5 horas de desvantagem para o campeão Cyril Despress. Nossos demais representantes ficaram pelo caminho, devido a vários problemas.
            Nos caminhões, a fábrica russa Kamaz recuperou o título, perdido em 2012 para a Iveco, que entrou como azarona na competição e acabou surpreendendo todo mundo. Neste ano, contudo, os italianos tiveram que se render ao poderio dos trucks russos, que abocanharam as 3 primeiras posições na classificação de caminhões do rali, restando à Iveco um 4° lugar como melhor resultado, a mais de 40 minutos de desvantagem para o vencedor, Eduard Nikolaev.
            E assim acabou mais uma edição do Dakar. O rali encontrou um lugar cativo no continente sul-americano, sem as instabilidades políticas africanas, e tudo indica, terá vida longa por aqui. E podem estar certos de que boa parte de seus competidores estará novamente em ação nas areias das redondezas...



Entre as curiosidades da edição 2013 do Dakar, está a primeira vitória de um piloto argentino na competição. Orlando Terranova venceu a etapa especial da competição disputada entre as cidades de Córdoba e La Rioja. Foi a 10ª etapa da competição. Os argentinos sempre tiveram um apreço especial pelas provas de rali, embora nunca tivessem conseguido ganhar uma etapa no Dakar até hoje. Terranova, ao lado de seu navegador português Paulo Fiúza, acabou o rali na 5ª colocação geral, com cerca de 1h50min de desvantagem para Peterhansel.


O Dakar sempre se caracteriza por alguns acidentes curiosos, e este ano não foi exceção: na 9ª etapa, disputada entre as cidades de San Miguel de Tucumán e Córdoba, na Argentina, o piloto francês David Casteu liderava a competição de motos quando literalmente acertou uma vaca pelo caminho. O motociclista perdeu as chances de vitória na etapa, mas deu sorte de escapar com machucados razoáveis, em especial no ombro. Já a vaca, dizem, não  teve tanta sorte assim...


O Dakar 2013 também teve uma vítima fatal entre seus competidores: o piloto francês Thomas Bourgin morreu em etapa disputada no dia 11 de janeiro, ao colidir sua moto KTM de forma violenta contra um carro de polícia local na estrada Paso de Jama, na Cordilheira dos Andes. Embora ainda tenha sido resgatado com vida, Bourgin não resistiu e acabou falecendo, tornando-se o 23° piloto a falecer na competição do Dakar.


Semana que vem os times da F-1 começam a mostrar seus novos carros 2013. A Lótus vem na dianteira, prometendo lançar seu novo modelo no dia 28. No dia 31, pelo anunciado, será a vez da McLaren. E no dia 1ª de fevereiro, Ferrari e Force Índia mostram seus novos bólidos. Expectativa à vista, imaginando como será o visual dos monopostos deste ano...

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