Peterhansel conquistou seu 11° título nas areias do Dakar, recordista absoluto na competição |
O
rali Dakar terminou no último final de semana, e mais uma vez, o francês
Stéphane Peterhansel conquistou mais uma vitória naquele que é considerado o
maior rali do mundo. Com a vitória na prova deste ano, Peterhansel chegou à sua
11ª vitória no Dakar, tornando-se o recordista absoluto de vitórias na
competição. Seus triunfos, aliás, já vem de longe: em 1991, Stéphane conquistou
seu primeiro título no Dakar, vencendo a prova na categoria motos, competindo
com uma Yamaha, feito que repetiria em 1992 e 1993. Em 1995, o francês venceu
novamente, e ainda faturaria a competição nas edições de 1997 e 1998,
totalizando até então 6 títulos na categoria motos do perigoso e difícil rali.
Qualquer piloto poderia ficar acomodado com todos estes títulos, mas
Peterhansel queria mais: largou as motos e passou a competir nos carros, um
desafio tão ou até mais desafiador do que pilotar motos, ainda mais em se
tratando do Dakar.
E
quem achava que o francês não exibiria nas 4 rodas a mesma desenvoltura
mostrada nas 2 rodas, quebrou a cara: demorou um pouco, mas Peterhansel
voltaria ao lugar mais alto do pódio no rali, em 2004, competindo pela
Mitsubishi. E o francês pegou gosto pelas 4 rodas, repetindo o título em 2005.
Em 2007, Stéphane atacou de novo, e averbou seu 3° título nos carros e o seu 9ª
troféu no Dakar. E no ano passado, competindo agora com os Minis da equipe
alemã X-Raid, Peterhansel averbou sua 4ª vitória na categoria carros, empatando
em número de títulos com um dos nomes de maior respeito e sucesso da história
do Dakar, o finlandês Ari Vatanen, que havia sido campeão nos carros nos anos
de 1987, 1989, 1990, e 1991, competindo com um Peugeot nos 3 primeiros triunfos
e com um Citroen no último.
Peterhansel
já havia deixado para trás no ano passado outros dois grandes nomes da
competição: os franceses René Metge (campeão em 1981, 1984, e 1986 nos carros)
e Pierre Lartigue (vencedor em 1994, 1995, e 1996). Quando conquistou seu
último título nas motos, havia superado em mais um título o feito do
compatriota Cyril Neveu, que foi campeão na categoria motos do Dakar em 1979,
1980, 1982, 1986, e 1987. Os 5 títulos de Neveu, aliás, foram igualados este
ano, com a vitória do também francês Cyril Despress, que alcançou também 5
triunfos nas 2 rodas. Será que o recorde de títulos de Peterhansel irá perdurar
por muito tempo? Despress tem interesse não apenas em igualar o recorde das
motos do compatriota, mas especialmente em superá-lo. Os próximos anos
mostrarão se terá sucesso. Neste ano, a ausência de Marc Coma, que preferiu
continuar com sua recuperação de um acidente ocorrido em outubro, facilitou as
coisas para Cyril, mas não se pode garantir que terá sempre sorte de ver os
rivais ficarem de fora.
Para
Peterhansel, que teve neste ano sua 24ª participação no Dakar, a ameaça da
aposentadoria começa a ficar mais próxima, ao admitir que deve disputar pelo
menos mais duas edições do rali antes de pendurar o capacete. O piloto
completará 48 anos em 2013, e pretende pelo menos chegar firme aos 50 na
competição, no mínimo. Enquanto sua motivação e dedicação estiverem plenas, ele
garante que continuará competindo, mas em um universo por vezes imprevisível
como são as provas de rali, tudo pode mudar. Mas, se tudo correr bem, Stéphane
tem tudo para aumentar ainda mais seu quadro de triunfos. O piloto elogiou
muito o Mini All4 Racing preparado pela equipe X-Raid neste ano,
classificando-o como o melhor carro que já dirigiu em uma edição do Dakar. É
verdade que alguns adversários potenciais que poderiam complicar a situação
tiveram suas complicações, como Carlos Sainz e Nasser Al-Attiyah, que eram
tidos como os principais rivais do francês na luta pelo título dos carros, mas
acabaram ficando pelo meio do caminho. E o americano Robby Gordon, embora prometesse
muito na disputa, ficou fora de combate após capotar em uma das etapas e
literalmente dar adeus às chances de vitória, embora tenha conseguido terminar
o rali.
Entre
os brasileiros, apenas Reinaldo Varela chegou ao final nos carros, competindo
com um UTV. Ele terminou em 54° lugar na classificação geral de carros, mas em
2° lugar entre os UTVs. Nas motos, Jean Azevedo ficou em 23° lugar na
classificação final, com quase 5 horas de desvantagem para o campeão Cyril
Despress. Nossos demais representantes ficaram pelo caminho, devido a vários
problemas.
Nos
caminhões, a fábrica russa Kamaz recuperou o título, perdido em 2012 para a
Iveco, que entrou como azarona na competição e acabou surpreendendo todo mundo.
Neste ano, contudo, os italianos tiveram que se render ao poderio dos trucks
russos, que abocanharam as 3 primeiras posições na classificação de caminhões
do rali, restando à Iveco um 4° lugar como melhor resultado, a mais de 40
minutos de desvantagem para o vencedor, Eduard Nikolaev.
E
assim acabou mais uma edição do Dakar. O rali encontrou um lugar cativo no
continente sul-americano, sem as instabilidades políticas africanas, e tudo
indica, terá vida longa por aqui. E podem estar certos de que boa parte de seus
competidores estará novamente em ação nas areias das redondezas...
Entre as curiosidades da edição 2013 do Dakar, está a primeira vitória
de um piloto argentino na competição. Orlando Terranova venceu a etapa especial
da competição disputada entre as cidades de Córdoba e La Rioja. Foi a 10ª etapa
da competição. Os argentinos sempre tiveram um apreço especial pelas provas de
rali, embora nunca tivessem conseguido ganhar uma etapa no Dakar até hoje.
Terranova, ao lado de seu navegador português Paulo Fiúza, acabou o rali na 5ª
colocação geral, com cerca de 1h50min de desvantagem para Peterhansel.
O Dakar sempre se caracteriza por alguns acidentes curiosos, e este ano
não foi exceção: na 9ª etapa, disputada entre as cidades de San Miguel de
Tucumán e Córdoba, na Argentina, o piloto francês David Casteu liderava a
competição de motos quando literalmente acertou uma vaca pelo caminho. O
motociclista perdeu as chances de vitória na etapa, mas deu sorte de escapar
com machucados razoáveis, em especial no ombro. Já a vaca, dizem, não teve tanta sorte assim...
O Dakar 2013 também teve uma vítima fatal entre seus competidores: o
piloto francês Thomas Bourgin morreu em etapa disputada no dia 11 de janeiro,
ao colidir sua moto KTM de forma violenta contra um carro de polícia local na
estrada Paso de Jama, na Cordilheira dos Andes. Embora ainda tenha sido
resgatado com vida, Bourgin não resistiu e acabou falecendo, tornando-se o 23°
piloto a falecer na competição do Dakar.
Semana que vem os times da F-1 começam a mostrar seus novos carros 2013. A Lótus vem na
dianteira, prometendo lançar seu novo modelo no dia 28. No dia 31, pelo
anunciado, será a vez da McLaren. E no dia 1ª de fevereiro, Ferrari e Force
Índia mostram seus novos bólidos. Expectativa à vista, imaginando como será o
visual dos monopostos deste ano...
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