Um
bom dia a todos, e eis mais uma antiga coluna, a primeira que escrevi em
fevereiro de 1996, abordando o início do campeonato daquele ano da Indy Racing
League, que começava ali o seu primeiro campeonato, início de uma briga
promovida por Tony George contra a CART por discordar dos rumos da categoria e,
também, para querer maiores poderes dentro da organização. Com isso, ele tirou
a Indy500, prova de seu autódromo, Indianápolis, do campeonato, utilizando como
trunfo para alavancar a IRL. Nem é preciso dizer que, pelo menos por uns 6
anos, a ameaça dele foi pífia, pois a CART seguiu firme e forte, mesmo sem as 500 milhas mais famosas
de sua história. Uma pena que, na década seguinte, as conseqüências do racha
promovido pela birra de George tenham finamente frutificado e a F-Indy tenha
realmente acabado. O bom nessa história é que George perdeu a direção da
Indy500 e seu próprio campeonato, pois a direção da IRL o destituiu do comando.
Mas
o estrago maior já tinha sido feito, e hoje, a IRL não consegue chegar aos pés
do que a F-Indy um dia foi. Uma boa leitura, e relembrem um pouco como tudo
começou...
INDY VS INDY
Adriano de Avance Moreno
No
último fim de semana, teve início o campeonato paralelo da Indy, chamado de
Indy Racing League, a IRL, ou Liga de Corridas Indy, em português, criada por
Tony George em 95. A corrida, que foi disputada em um circuito oval montado no
parque da Disney, na Flórida, teve um bom público, de cerca de 50 mil pessoas,
e uma corrida emocionante, vencida por Buzz Culkins, depois de um renhido duelo
com Tony Stewart. A 3ª posição ficou com Robbie Buhl, enquanto Michele Alboreto,
ex-piloto de F-1, terminou em 4º. Apenas 20 carros largaram, e só 9 receberam a
bandeirada. Apesar da emoção da corrida, a organização estava péssima, e com
lances perigosos. Um exemplo foi a forte batida entre Eddie Cheever e Scott
Sharp: o carro de socorro entrou na pista e, por pouco, não colidiu com outros
carros em alta velocidade, o que teria resultado em um seríssimo acidente. Os
pit stops foram lentos demais, e o nível técnico dos carros também deixou a
desejar.
A
partir de março, a IRL irá disputar o espaço com o tradicional campeonato da
F-Indy. A CART, organizadora do campeonato da Indy, manteve firme sua opção de
continuar com seu calendário e organização nos moldes atuais. A crescente
internacionalização da Indy há algum tempo já vinha desagradando o proprietário
do Indianápolis Motor Speedway, que queria mais poder nas decisões da CART, e
barrar a internacionalização da categoria, alegando que o campeonato da Indy
deveria ficar restrito somente aos EUA, e aos circuitos ovais, ao contrário do
que acontece atualmente. Descontente com a posição da CART de manter os padrões
atuais do campeonato, Tony George resolveu criar sua própria liga e campeonato,
que chamou de IRL, utilizando como principal trunfo as 500 Milhas de
Indianápolis, única prova do campeonato que não pertence à CART. E, para
mostrar que não era uma mera ameaça, o que começou no último domingo irá
terminar só daqui a alguns meses, e depois de mais ou menos 5 ou 6 provas,
todas em circuitos ovais, tendo como grande atração as 500 Milhas de
Indinápolis. George quer esvaziar o campeonato da Indy, alegando que ele não
tem a mesma força sem sua mais tradicional corrida. E já tem mais um trunfo a
comemorar: a audiência registrada na corrida de estréia, na Flórida, teve uma
participação maior na TV do que a F-Indy tradicional.
Pelo
seu lado, a CART diz que não vai sentir a perda da Indy500, e a
internacionalização da categoria segue adiante, com a primeira corrida da Indy
no Brasil. E, para aumentar a disputa com a IRL, programou a corrida de
Michigan, também de 500 milhas, para o mesmo dia de Indianápolis. A CART também
tem como trunfo a presença de estrelas tradicionais da Indy: Michael Andretti,
Émerson Fittipaldi, Bobby Rahal, Al Unser Jr., Paul Tracy, etc. A mudança de
ares já começa a surtir efeitos financeiros: grandes patrocinadores da Indy,
sem a possibilidade de correr em Indianápolis, estão transferindo suas
atividades promocionais para a corrida de Michigan. Os hotéis de Indianápolis
já contabilizam prejuízos de mais de US$ 100 mil para o mês de maio em reservas. Todos os
convidados dos patrocinadores, que iriam ficar nos hospitality centers de
Indianápolis, irão para a corrida de Michigan.
Mas
há alguns patrocinadores que ainda preferem Indianápolis. Robby Gordon terá de
disputar a Indy500 por exigência da Valvoline, que o patrocina. Das 33 vagas no
grid, 25 serão exclusivas da IRL, ficando as 8 restantes para pretensos
concorrentes da CART. E para mostrar que está falando grosso, Tony George já
avisa que a partir de 97 a marca “Indy” será exclusiva da IRL, e que a CART vai
ter de escolher outro nome para seu campeonato. O desempenho da primeira etapa
da IRL, fora os deslizes da organização, foi bom, mas como irá ficar no
confronto direto com uma etapa da F-Indy tradicional? Quem irá ganhar esta
briga política? George aposta que a CART vai sair perdendo, em prestígio e
credibilidade publicitária. Já a CART assumiu o desafio de não depender de sua
prova mais importante para conseguir manter o interesse do público.
Só
o tempo dirá quem vai ganhar esta briga...
A Ligier apresentou na última segunda-feira, em Mônaco, o seu novo
modelo JS43, com o qual vai disputar o campeonato de 96 da F-1. Diferente do
modelo 95, originalmente concebido para o motor Renault, desta vez o carro foi
feito sob medida para o motor Honda V-10. Pedro Paulo Diniz e Olivier Panis
foram apresentados oficialmente como pilotos da escuderia.
A Arrows é o próximo time de F-1 a prometer a apresentação de seu novo
carro. A data é 5 de fevereiro. Já na última terça-feira, foi a vez da Tyrrel
apresentar seu modelo 96. A maior vedete é o novo motor V-10 da Yamaha, 28 Kg
mais leve que a versão 95, e bem mais potente.
Rubens Barrichello confessou esta semana que quase ficou a pé para esta
temporada. A Jordan só renovou o seu contrato depois que fracassaram as
negociações com Heinz-Harald Frentzen, da Sauber.
Tony Kanaan e Hélio Castro Neves barbarizaram em seu primeiro treino
efetivo como pilotos da equipe Tasman da Indy Lights. No circuito oval de
Phoenix, Tony cravou 23s73, contra 23s78 de Helinho. O terceiro piloto da
Tasman, José Luis de Palma, marcou 23s85. As marcas dos pilotos brasileiros são
o novo recorde extra-oficial do circuito oval de Phoenix. Em Firebird, ambos
também pulverizaram os recordes do circuito. E isso sem conhecer direito a
pista. Já Helinho treinou ainda sem se recuperar totalmente de uma costela
quebrada, resultado de um acidente recente.
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