Mais
um mês se vai, e aqui estamos novamente com a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, dando
uma avaliada e analisada no que aconteceu no esporte a motor nos últimos 30
dias. E vamos às classificações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa
na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Então, boa leitura a
todos, e até o mês que vem, quando teremos mais uma edição da cotação
automobilística...
EM ALTA:
Campeonato
2012 da Fórmula 1: Ninguém pode reclamar da disputa da F-1 este ano: ao fim do
GP de Mônaco, tivemos 6 pilotos diferentes vencendo as 6 primeiras corridas do
atual campeonato. E olha que ainda tempos mais pilotos como prováveis
potenciais vencedores de corridas no atual campeonato, que está se mostrando
mais equilibrado e concorrido do que todos imaginavam. Está todo mundo
embolado, e detalhes podem fazer toda a diferença. Quem errar menos deve levar
o título de 2012, mas como num passe de mágica, depois de 6 provas de um total
esperado de 20, não dá para fazer nenhuma previsão de quem será o campeão da
temporada. A performance de times e pilotos está variando de prova a prova, de
modo que nem as escuderias conseguem prever direito como a situação do
campeonato pode se desenhar. Para os fãs das corridas, é o máximo, e a emoção
só tende a aumentar ainda mais, até porque a próxima corrida é no Canadá, em
uma pista onde tradicionalmente já acontecem provas que costumam fugir da
rotina geral, como se viu no ano passado, onde a chuva embaralhou pilotos e
times. Será que veremos o 7° vencedor diferente em 7 corridas? O atual
campeonato já conseguiu bater o recorde da história, enfileirando 6 em 6. Se
encaixar 7 em 7, vai ser ainda melhor. E viva o atual campeonato...
Fernando
Alonso: o bicampeão espanhol está conseguindo proezas no campeonato deste ano
da F-1. Sem dispor de um carro vencedor, está aproveitando todas as
oportunidades que aparecem para pontuar bem, e graças ao equilíbrio inesperado
da competição, voltou à liderança do campeonato após a corrida de Mônaco. É
cedo e até prematuro dizer que o espanhol é o mais cotado para faturar o
título, uma vez que o carro da Ferrari, se melhorou bem, ainda não é a maravilha
que o asturiano gostaria que fosse, para lhe dar plenas condições de vencer
corridas. Mas marcando pontos com constância e regularidade, Alonso espera
poder repetir o feito de Keke Rosberg, campeão em 1982 com apenas 1 vitória,
mas que conseguiu aproveitar as oportunidades para chegar lá, enquanto a
concorrência se digladiava entre si, especialmente os pilotos da Ferrari, que
tinha tudo para levar o título com facilidade naquele ano.
Equipe
Red Bull: o time das bebidas energéticas mostra que, se não tem mais um carro
dominador como no ano passado, está sabendo manter-se competitiva, ainda mais
no disputado campeonato deste ano, e tornou-se o primeiro time a repetir
vitória em 2012, com o triunfo de Mark Webber em Mônaco. Com uma estratégia
caprichada, conseguiu ainda colocar Sebastian Vettel entre os primeiros na
prova monegasca, depois de uma classificação mediana do bicampeão alemão. O
time está dando mostras de saber utilizar os recursos que tem à disposição para
começar a ter alguma ascendência na disputa do certame de 2012, onde qualquer
detalhe e ponto a mais podem fazer a diferença...
Dario
Franchiti: o atual campeão da Indy Racing League pode não estar fazendo o seu
melhor campeonato dos últimos tempos, mas conseguiu vencer pela terceira vez as
500 Milhas
de Indianápolis, tornando-se o maior vencedor da prova atualmente, ao lado de
Hélio Castro Neves, e faturou cerca de US$ 2,5 milhões pelo triunfo no circuito
oval mais famoso do mundo. E, para muitos, vencer na Indy500 é até mais
significativo do que ganhar o título da categoria IRL. Mas o campeonato ainda
tem muitas etapas pela frente, e Dario pretende fazer da vitória em Indiana o
seu verdadeiro “recomeço” de campeonato para a luta pelo título deste ano...
Casey
Stoner: Atual campeão da MotoGP, o australiano está firme na luta pelo título
da categoria este ano, e embora tenha perdido a prova em Le Mans para o rival
Jorge Lorenzo, tem motivação extra para encerrar o ano com mais um caneco:
Stoner anunciou que estará aposentando o capacete ao final da atual temporada.
Segundo ele, a MotoGP atualmente não é mais a categoria que ele se apaixonou
anos atrás, e criticou várias posturas adotadas recentemente pela Dorna, que
administra e promove o campeonato. Sobre o que fará da vida depois disso, nem
mesmo Casey sabe dizer o que fará, pois é ainda muito jovem, e muito
provavelmente tentará seguir em algum outro certame. Alguns apostam que ele
deve disputar a V-8 Supercars australiana, onde já fez um teste e gostou do
carro, mas ele prefere não prometer nada. Se para muitos Stoner está cometendo
um erro, abandonando uma carreira vitoriosa ainda no auge, pelo contrário,
deve-se admirar sua postura e franqueza nas razões de por que está deixando a
MotoGP. Mais do que tudo, Stoner é uma pessoa, e se a categoria já não o
empolga, muito pelo contrário, o decepciona, Le tem todo o direito de pular
fora, ao contrário de muitos pilotos que fingem gostar de muita coisa, quando
na verdade estão se lixando para tudo. Para seus fãs, Stoner está sendo
honesto, e se ele diz que vai parar por isso e aquilo, e estiver sendo sincero
sobre a situação, seus fãs precisarão compreender, e respeitar sua decisão. E
há vida em muitos outros lugares no mundo das corridas, e nada impede que ele
siga carreira em outro certame.
NA MESMA:
Pastor
Maldonado: O piloto venezuelano assombrou a todos na F-1 na etapa de Barcelona,
largando na pole-position após uma exibição espetacular nos treinos, e teve uma
postura impecável na corrida, sabendo conservar o equipamento e dominando a
prova espanhola, e conseguindo tirar a Williams de um jejum de vitórias que
vinha desde 2004. Isso encheu o piloto de moral na equipe, ainda mais para a
prova de Mônaco, onde Maldonado já havia dado show no ano passado com aquele
carro medonho que o time havia produzido em 2011. Mas eis que no Principado
Pastor voltou a aprontar das suas, dando uma fechada em Sérgio Perez, e tomando
uma punição de 10 posições a menos no grid. Largando lá atrás, aproveitou para
trocar o câmbio, e todos esperavam até uma prova de recuperação do venezuelano.
Infelizmente, a corrida dele em Mônaco este ano foi bem curta, se enroscando
logo na saída e praticamente abandonando a prova logo na primeira volta. Se
Maldonado mostrou em Barcelona que pode ser uma das estrelas da categoria, em Mônaco,
fez valer o apelido jocoso de “Maldanado” que alguns lhe impuseram. E as
batidas com o carro infelizmente custam caro, e isso certamente é prejudicial
para as finanças de seu time.
Michael
Schumacher: O heptacampeão alemão não conseguiu mostrar a que veio desde que
cancelou sua aposentadoria como piloto. Com um carro mais competitivo este ano,
Michael até tem ensaiado voltar aos bons tempos, mas vem encontrando um enguiço
atrás do outro, quando não comete erros bizarros. Em Barcelona, errou feio a freada
numa disputa de posição do Bruno Senna no fim da reta dos boxes e atingiu em
cheio o carro do brasileiro, a quem tachou de “idiota”. Dispondo de pneus novos
contra os velhos de Bruno, Michael só precisava ser um pouco mais paciente para
superar Bruno. Isso lhe valeu uma punição de perder 5 posições no grid em
Mônaco, e no circuito citadino monegasco, isso praticamente arruinou suas
chances de, enfim, voltar a vencer: ele fez a pole em uma performance como a
dos bons tempos, mas teve de largar em 6°, onde ficou entalado no decorrer da
prova, ainda tendo sorte no toque que sofreu com Romain Grossjean logo na
largada, que tirou o franco-suíço de combate. E, num circuito onde o talento
dos pilotos costuma se sobressair, nem assim Schumacher conseguiu se recuperar,
e amargou mais um abandono, faltando 14 voltas para encerrar a corrida, devido
a um problema na bomba de óleo. Pior ainda, foi ver Nico Rosberg terminar em
2°, posição em que largou, e se distanciar ainda mais no campeonato, com 59
pontos, contra apenas 2 de si próprio. A Mercedes desconversa quando o assunto
é a renovação do contrato de Michael, que vence ao fim desta temporada...
Rede
Globo: A emissora “oficial” da F-1 no Brasil resolveu investir mais na sua
exploração da categoria máxima do automobilismo: iniciou em Mônaco uma
transmissão com mais 20 minutos de duração, no sábado, e mais 20 minutos, no
domingo, mostrando os preparativos da corrida, com matérias e reportagens
feitas pela sua equipe presente na prova. Se ainda não é a maravilha de
transmissões como as da BBC, que começam e terminam praticamente 1 hora após o
início e fim das corridas, já é um avanço, e talvez a emissora tenha se
convencido de que vale a pena investir no fã que curte verdadeiramente as
corridas, numa forma de fidelizar a audiência, e não ficar fazendo apenas
oba-oba em cima de nossos representantes na categoria, que infelizmente, não
poderão repetir os anos gloriosos das eras Fittipaldi-Piquet-Senna. Capacidade
para isso a Globo tem de sobra, vamos ver se terá a vontade necessária para
levar o projeto adiante e melhorar de vez as transmissões, algo que muitos fãs
cobram há anos.
Takuma
Sato: o intrépido piloto japonês que há alguns anos atrás deixou saudades na
F-1 pela postura atrevida e decidida como batalhava por posições mostrou que
continua acelerando forte na IRL, e infelizmente, ainda exagera um pouco na
dose. Na volta final da Indy500 deste ano, Sato foi com tudo para cima de Dario
Franchiti, na disputa pela vitória da prova mais famosa do automobilismo americano.
O atual campeão da categoria não deu mole para Takuma, e com os dois a não
aliviarem no acelerador, acabou sobrando para o piloto japonês, que rodou e
acertou o muro do circuito oval, felizmente sem sofrer ferimentos. Numa hora
dessas, fica-se sempre na dúvida se vale a pena arriscar tudo pela vitória ou
garantir a posição. E não se pode dizer que haja uma resposta “certa” ou
“errada”, depende de como alguém encara a situação. Takuma vem fazendo um
campeonato bom este ano, obtendo resultados que poucos esperavam em um time que
já teve dias muito melhores na categoria, mas precisa acertar um pouco a
dosagem do pé direito para não jogar resultados potenciais demais pela janela.
Novo
circuito em Deodoro: Entra conversa e sai conversa, e a situação do prometido
“novo” autódromo fluminense, que substituirá a pista de Jacarepaguá, há alguns
anos alijada por políticos cretinos do COB e seus “capangas”, permanece ainda
indefinida. A novidade na conversa é que o governo federal promete assumir a
obra, e a licitação deve sair ainda este ano. Como este “desgoverno” é uma
maravilha de competência para tocar obras, saber que ainda não há nenhum
projeto pronto para o novo autódromo não chega a ser surpresa alguma, e para
variar, parece que agora, a questão de licenças ambientais prometem esquentar a
discussão sobre o assunto, pois a área onde deve ser construído o completo
automobilístico ficaria em área de preservação ambiental. Esse assunto ainda
vai muuuito longe, e enquanto isso, Jacarepaguá, que já foi nosso princpal
autódromo, padece em quase ruínas no Rio de Janeiro, vítima de políticos
inescrupulosos que não estão nem aí para as coisas sérias deste país...
EM BAIXA:
Jenson
Button: o campeão de 2009 começou o ano em alta, vencendo na Austrália, e dando
a pinta de que poderia conduzir a McLaren ao título este ano, mas nas últimas
corridas, Jenson não tem conseguido se encontrar com o carro, está deixando de
marcar pontos importantes, e tem sido superado por Lewis Hamilton, ficando para
trás na classificação. Especialista em administrar situações complicadas,
Button também não fica muito à vontade quando as coisas não dão certo, e num
momento onde seu time precisaria dele mais do que nunca, o piloto inglês parece
estar mais perdido que cego em tiroteio. Para sua sorte, o campeonato está tão
equilibrado que bastará alguns bons resultados para voltar ao páreo, mas o
problema é que não há nenhuma garantia de que isso vá acontecer. E enquanto não
consegue dar uma reviravolta na situação, Jenson vai virando coadjuvante
momentâneo no campeonato.
Equipe
McLaren: o time inglês mostrou boa forma na corrida inaugural, dando a sensação
de que poderia ser a escuderia a ser batida no campeonato de 2012. As corridas
seguintes, contudo, desmentiram o fato, para felicidade da torcida da
categoria, que não está conseguindo ver um time dominar, como aconteceu no ano
passado. Mas a McLaren parece estar caindo pelas tabelas, sem conseguir
reencontrar a forma demonstrada em Melbourne. Pior do que isso, é que
aparentemente não há nada de errado com os carros, e isso está deixando o time
confuso, sem saber exatamente o que precisa ser melhorado. Lewis Hamilton, quem
diria, é o melhor piloto do time, fazendo uso da constância e regularidade para
marcar pontos importantes nas corridas, e com isso manter-se na disputa pelo
título, mas Button vem tendo desempenhos pra lá de apagados nas últimas
corridas, e para piorar, a escuderia não parece estar mais em condições de
vencer provas, tendo sido superada até pela Ferrari, que tinha o carro mais
problemático entre os times de ponta. Ou o time inglês reencontra o rumo, ou
vai ficar como coadjuvante na disputa pelo título. E, para melhorar o astral da
escuderia, Hamilton já fala que poderia procurar “novos ares” em breve...
Bruno
Senna: Algumas provas sem pontuar, enquanto via o companheiro Maldonado vencer
a corrida espanhola de forma até surpreendente deixaram o brasileiro Bruno
Senna em baixa no time de Frank Williams. Não que ele esteja fazendo exatamente
feio na equipe, mas por parte da torcida, as cobranças ficam ainda maiores,
pois se Maldonado conseguiu vencer um GP, teoricamente o brasileiro tem de
mostrar serviço parecido, ou no mínimo, próximo, e até agora, se levarmos em
conta as qualificações de Bruno, em condições normais, ele tem sido
praticamente quase sempre mais lento que o venezuelano. Bruno consegue
compensar parcialmente nas corridas, onde quase sempre consegue trazer o carro
inteiro para os boxes após a prova, salvo exceções, e ele próprio admite que
precisa ser mais arrojado nas qualificações para que possa traçar estratégias
de corrida melhores. O 10° lugar em Mônaco, enquanto via Maldonado abandonar
logo de cara com mais um acidente, ajuda a livrar um pouco da pressão sob
Bruno, mas ele precisa melhorar sua performance. O ponto positivo do jovem
Senna é que sua vaga é totalmente garantida até o fim do campeonato, graças ao
patrocínios que traz ao time, o que espanta as especulações mais pessimistas de
que seria substituído por Valtteri Bottas ainda nesta temporada. Mas Bruno tem
de começar a traçar sua estratégia para permanecer na categoria em 2013, mesmo
que não seja na Williams, e para isso, precisa conseguir mais resultados. Nem é
preciso dizer que a categoria ainda mais impaciente do que nunca ultimamente...
Motores
Lótus na IRL: Desde que anunciou seus projetos de investir de maneira mais
abrangente no automobilismo mundial, o Grupo Lótus imaginava ressuscitar a
mítica que o nome já teve um dia no automobilismo. Mas, pelo que se vê este
ano, tem tudo para se tornar um dos maiores micos da área, e a última palahçada
aconteceu durante a Indy500: Simona di Silvestro e Jean Alesi, cujos carros
eram equipados com os propulsores da empresa malaia, foram “retirados” da prova
devido à falta de ritmo, pois andavam tão lentos que poderiam causar um
acidente quando fossem ultrapassados. Nem é preciso dizer que as reações de
ambos não foram das melhores, e depois dessa, ninguém vai querer ver motores da
marca em competições nem pintados na categoria...
Luciano
do Valle narrando corridas: Por piores que sejam os críticos com relação às
narrações de F-1 feitas por Galvão Bueno na TV Globo, está virando unanimidade
quase nacional que Luciano do Valle está se tornando um desastre ao microfone
nos últimos tempos quando o assunto é corrida. O veterano locutor brindou a
todos com sua participação na cobertura da Indy500 com um festival de gafes e
nomes errados, precisando ser várias vezes corrigido por Felipe Giaffone, que
tentava administrar a situação. Téo José, que narrou a corrida por muitos anos
desde 1993, quando a F-Indy original passou a ser transmitida por outro canal,
é o nome favorito dos torcedores para asumir o microfone, mas infelizmente a TV
Bandeirantes mostra que não sabe ouvir os anseios de seu público. E olha que
nem mencionei que, terminada a prova, a emissora paulista cortou a imagem quase
imediatamente para entrar com o futebol, num tremendo desrespeito (mais um) com
o torcedor da velocidade...