Estamos
chegando ao fim do mês de abril, e novamente é hora de termos a COTAÇÃO
AUTOMOBILÍSTICA, com uma pequena análise do que se viu no mundo do esporte a
motor neste mês. Como de costume, vamos às classificações: EM ALTA (caixa na
cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor
vermelho-claro). Então, boa leitura a todos, e até a cotação do mês que vem...
EM ALTA:
Equipe
Penske: O time de Roger Penske vem ganhando todas as provas no atual campeonato
da Indy Racing League, mas nem tudo tem sido fácil para o time. Em Long Beach,
foi preciso um trabalho cuidadoso na estratégia para garantir a vitória, que
esteve seriamente ameaçada por Simon Pagenaud. Mas Will Power ganhou a parada e
a corrida, tornando-se o líder do campeonato. E, até o momento, ninguém parece
conseguir desafiar abertamente a Penske, embora o time claramente não esteja
exercendo um domínio avassalador.
Bruno
Senna: o sobrinho do tricampeão Ayrton Senna pode não ter o mesmo talento do
tio, mas tem lá seus méritos. Duas excelentes corridas na Malásia e na China
garantiram a Bruno 14 pontos e uma ascenção sobre o venezuelano Pastor
Maldonado, que vem sendo superado nos resultados no campeonato. Bruno ainda tem
alguns reveses para corrigir, como o fato de sempre se enroscar de leve com
alguém nas largadas, embora sem danificar seriamente o carro, embora seja o
suficiente para deixar sua situação um pouco complicada. Mas o jovem Senna está
ganhando mais ritmo a cada corrida, e melhor de tudo, está trazendo o carro
inteiro para os boxes ao fim do expediente, o que conta muito para um time
cujas finanças ainda estão na corda bamba. Embora no Bahrein não tenha
conseguido repetir o mesmo desempenho, Bruno vai achando seu caminho, e neste
ritmo pode enfim garantir seu lugar na F-1, mostrando-se uma opção sólida e
confiável para 2013...
Jorge
Lorenzo: O piloto espanhol estragou a festa programada pelo campeão de 2011,
Casey Stoner, e mostrou que pode ser uma pedra na bota do piloto australiano na
luta pelo título deste ano. Se no ano passado Stoner praticamente correu
sozinho pelo título, o campeonato 2012 da MotoGP mostrou que este ano pode ser
um pouco diferente. Mas o piloto espanhol vai precisar pilotar como nunca,
porque a Honda não está para brincadeiras...
Campeonato
da F-1 2012: Após 4 corridas, temos 4 vencedores diferentes, com 4 times também
diferentes a terem vencido neste início de campeonato, algo que não se via há
29 anos na F-1. Em 1983, a
F-1 também viu 4 pilotos e 4 times diferentes vencerem naquele início de
campeonato. Mas naquele ano, o campeonato só foi ver um piloto repetir vitória
na 6ª corrida, ou seja, o início de disputa viu nada menos do que 5 pilotos
diferentes vencendo. E o campeonato atual ainda tem algumas surpresas
potenciais na manga, pois dos times que andaram na frente, a Lótus ainda não
venceu, mas chegou perto no Bahrein, podendo surpreender novamente a qualquer
momento. E, dos times que venceram, ainda tem gente que pode vir a visitar o
degrau mais alto do pódio, dependendo das circunstâncias. O reflexo se vê na
classificação do campeonato, com vários pilotos separados por poucos pontos, o
que indica que podemos ter algumas reviravoltas a qualquer momento, dependendo
das corridas que vem por aí. Tudo indica que este ano a parada vai ser mesmo
complicada de ser decidida com antecedência. Alegria para os torcedores, que
poderão ter o melhor campeonato dos últimos tempos para assistir...
Nelsinho
Piquet: Aos poucos, Nélson Ângelo Piquet vai construindo sua reputação nas
categorias da Nascar. Na corrida do Kansas, o piloto brasileiro terminou na 4ª
posição, e ocupa a 5ª colocação na classificação do campeonato da Truck Series,
com apenas 23 pontos de desvantagem para Timothy Peters, o líder do certame,
com 163 pontos. Aos poucos, o filho do tricampeão mundial de F-1 Nélson Piquet
vai ficando mais entrosado com a competição, e poderá, muito em breve, fazer
parte da elite da categoria. E vale lembrar que as categorias Nascar são muito
disputadas, e não é qualquer piloto, ainda mais um estrangeiro, que consegue
construir uma reputação de respeito por lá. E ainda tem gente que acha que
automobilismo é apenas a Fórmula 1...
NA MESMA:
Ferrari:
o time de Maranello conseguiu um resultado até inesperado na Malásia, graças à
chuva e à habilidade de Fernando Alonso, mas na China e no Bahrein, os carros
vermelhos mostraram novamente toda a sua limitação em termos de
competitividade, e nem mesmo o talento do bicampeão espanhol foi capaz de fazer
a diferença, lutando pelos últimos lugares pontuáveis. A sorte da Ferrari é que
com o campeonato tão equilibrado, ninguém conseguiu disparar na frente. Agora o
time tenta aprontar uma versão completamente revisada do F2012 para ver se
conseguem voltar a andar para a frente...
Toro
Rosso: O time “B” da Red Bull aparentemente não terá um ano muito inspirado,
pelo que se viu até aqui. E sua nova dupla de pilotos, ao que tudo indica, pode
começar a se preocupar com a pressão de Helmut Marko rondando suas cabeças.
Daniel Ricciardo conquistou apenas 2 pontos até agora, enquanto Jean-Éric
Vergne teve um pouco mais de sorte e tem 4 pontos. Mas ambos até agora estão
meio que empatados em termos de performance e desempenho, o que pode ser um mal
presságio... foi desse jeito que a dupla anterior acabou sendo descartada pela
direção da Red Bull, sob alegação de não terem mostrado talento que os
credenciasse para correr no time principal. Teremos mais uma dupla sendo
despedida sem aviso prévio ao fim do ano? Ainda é cedo para dizer, mas Marko,
se não achar “outro” Vettel logo, pode ficar bem impaciente...
Equipe
Mercedes: Quando Nico Rosberg venceu na China, assombrando todo mundo que esperava
que o time alemão fosse apenas leão de treino, muitos começaram a apostar que
os carros prateados poderiam entrar na luta pelo título, e o filho de Keke, o
novo “intrometido” no duelo dos gigantes da F-1. Mas na prova seguinte, no
Bahrein, eis que a Mercedes voltou a ficar para trás. Nico não conseguiu
repetir a proeza de Shanghai, e Michael Schumacher continuou com seu calvário
de problemas, sendo eliminado no Q1 e saindo lá de trás para conquistar um
minguado 10° lugar depois de muito esforço. Ainda é cedo para dizer que a
Mercedes é carta fora do baralho, mas o time precisa estabilizar sua
performance para começar a se empolgar na disputa do campeonato.
Dario
Franchiti: o tetracampeão da IRL continua longe das primeiras colocações nesta
temporada. O escocês largou na pole na corrida de Long Beach, uma vez que todos
os pilotos com motor Chevrolet perderam 10 posições por troca dos propulsores,
mas o atual campeão da Indy passou a corrida despencando para trás, terminando
numa modesta 15ª colocação e vendo o principal rival dos últimos dois anos
vencendo pela segunda vez consecutiva e assumindo a liderança do campeonato.
Embora ainda mantenha a calma e a discrição, não deve ser nem um pouco
agradável estar sendo, até o presente momento, um coadjuvante na classificação
da IRL. Franchiti tem esperança de melhores dias, até porque seu companheiro de
equipe, Scott Dixon, é o 4° colocado na classificação, embora tenha abandonado
a corrida de Long Beach. Mas, enquanto estes dias melhores não chegam, a concorrência
está indo embora...
Rodízio
no calendário da F-1: Bernie Ecclestone anunciou que em 2013 o GP da França
voltará ao calendário da categoria. Ainda não se sabe se volta Magny-Cours ou
se Paul Ricard estará retornando depois de mais de 20 anos, mas o problema é
que a corrida deverá ser revezada com a prova de Spa-Francorchamps. Que a
França e Paul Ricard devem voltar todos concordam, mas revezar com a Bélgica,
como já mencionei antes, beira a heresia, porque ambas as corridas merecem
estar no calendário, mais do que muitas corridas “novas” inventadas nos últimos
anos. Mas Ecclestone não perde a sede de dinheiro tão fácil, infelizmente. E
ele ainda ameaça tirar mais provas da Europa, então, dali a pouco, é capaz de
inventar rodízio entre outras corridas no Velho Continente...
EM BAIXA:
Cartolagem
da F-1: Ao final de tudo, o Grande Prêmio do Bahrein acabou sendo disputado,
mesmo com parte do país enfrentando manifestações pedindo mais liberdade e
justiça para o povo. Felizmente, nada aconteceu e a corrida, bem como todo
mundo, saiu de lá sem passar por nenhum sufoco. Se isso foi bom, por não ter
acontecido nada de ruim, por outro lado, tem um viés bem negativo: Bernie
Ecclestone e Jean Todt, que já se achavam acima de tudo e de todos, vão se
achar ainda mais pelo fato de tudo ter corrido bem. Eles apostaram que nada
daria errado, e acabaram ganhando a aposta, mesmo com a crítica geral de que a
categoria máxima do automobilismo não deveria ter tomado parte nesta roubada.
Ficou muito forte o caráter capitalista da F-1, que vai aonde houver dinheiro,
e que parece viver em um mundo à parte da realidade. Fico imaginando se o
ditador da Síria, de uma hora para outra, oferecer um rio de dinheiro a
Ecclestone, se ele não manda todo mundo correr nas ruas de Damasco, mesmo com
toda a convulsão social que o país atravessa...
Automobilismo
brasileiro: O esporte a motor no Brasil vai de mal a pior. Se a Stock Car e a
Fórmula Truck continuam bem, o resto está indo para o buraco. A F-3 brasileira,
que já chegou a ser uma das mais importantes do mundo, agoniza com grids
reduzidos, e este mês a F-Futuro, campeonato criado há 2 anos atrás com apoio e
iniciativa de Felipe Massa, acaba de ser extinto oficialmente, devido à falta
de apoio e competidores. Massa fez o que pode, e já foi muita coisa, mas
infelizmente, a cartolagem brasileira, leia-se CBA, não ajuda e o pior de tudo,
aparentemente, ninguém sentirá falta da categoria, que com isso os pilotos que
saem do kart perdem a oportunidade de correrem em uma categoria que sirva de
escola para os campeonatos de monoposto. As opções, infelizmente, serão ir para
a boléia (a Truck), ou ir para a bolha (Stock). Depois, que não perguntem
porque nosso automobilismo não revela mais craques...
Valentino
Rossi: Quando trocou a Yamaha pela Ducati, todos esperavam que Rossi repetisse
o feito de quando saiu da Honda para a sua maior rival japonesa. Só que na
equipe italiana o buraco é muito mais embaixo do que Valentino imaginava, e se
em 2011 não dava para esperar milagres, todos confiavam em uma recuperação
neste ano. Mas na primeira corrida, no Qatar, Rossi reclamou muito de sua moto,
dizendo que ela era impossível de se pilotar. Será mesmo? Seu companheiro de
equipe, Nick Hayden, foi melhor do que Rossi em todo o final de semana de início
da MotoGP 2012, e terminou a prova em 6°, enquanto seu parceiro italiano foi
apenas o 10°. Será que Rossi está deixando de ser o “Doutor” que encantou o
mundo da motovelocidade? A conferir neste campeonato...
Stefano
Domenicalli e a Ferrari em relação a Felipe Massa: Em que pese Felipe Massa ter
feito sua melhor corrida no ano no
Bahrein, eis que o chefe da escuderia vem à imprensa e fala que o piloto
brasileiro não deveria tentar desafiar Fernando Alonso e compreender seu verdadeiro
lugar no time italiano. Deu a entender que Felipe não deveria tentar andar na
frente do espanhol, e até parece que Massa pôs Alonso em perigo na corrida
barenita. Seria melhor que Domenicalli falasse logo com todas as letras que
Massa é piloto acessório da escuderia e parasse com as indiretas, ainda mais
porque parece que nem pilotar direito agora o brasileiro pode, e Massa vai
precisar dar um basta nisto qualquer hora, se quiser mostrar que pode voltar a
ser o piloto combativo que mostrou em 2008. É esquisito, para dizer o mínimo:
nas duas primeiras corridas, em que Felipe teve um desempenho pífio, a Ferrari
saiu em defesa do brasileiro; agora que ele está andando bem melhor, passa esse
“sermão” em Massa? Nas duas últimas corridas, Felipe já se recuperou bastante,
chegando bem perto do espanhol no final das corridas, respectivamente a 5s e 7s
de desvantagem. Como o carro da Ferrari é uma porcaria, está se vendo que,
mesmo com todo o seu talento, não é sempre que Alonso consegue fazer sua
mágica, como fez na Malásia. E quanto a Massa, é bom que já pense em correr em
outro time em 2013, e resolva chutar o pau da barraca e correr pra valer, se
quiser mostrar que é um piloto forte, para conseguir um lugar decente no
próximo ano. A Ferrari, por sua vez, que se dane...
Motores
Lótus na IRL: A notícia veio apenas nestes últimos dias: a Lótus vai reduzir o
número de seus carros equipados com os novos motores turbo V-6 no campeonato da
Indy Racing League. A Dreyer & Reinbold e a Bryan Herta Autosport deverão
passar a competir com outros propulsores a partir das 500 Milhas de
Indianápolis. Os motores da Lótus mostraram-se inferiores aos Honda e
Chevrolet, tanto em consumo quanto em potência, e problemas no fornecimento de
peças e materiais deixou seus times praticamente sem motores de reserva para
usar em caso de quebra nas primeiras corridas. HVM e Dragon continuarão
utilizando os motores da fábrica malaia, mas sem maiores expectativas para o
atual campeonato. Um revés inesperado para a nova era da IRL anunciada para
esta temporada, quando foram adotados novo carro e novos propulsores...
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