quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – JANEIRO/FEVEREIRO DE 2012

            Hora de começar o ano da velocidade, e a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA está de volta, com um pequeno apanhado do que se viu nos dois primeiros meses deste ano de 2012. Como de costume, vamos às classificações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Então, boa leitura a todos, e até a cotação do mês que vem...


EM ALTA:

Stéphane Peterhansel: o piloto francês garantiu seu nome na história das competições off-road ao conquistar seu 10° título de conquista do mais perigoso rali do mundo, o Dakkar. Peterhansel ganhou 6 títulos quando competia com motos, e desde que passou a disputar a prova com carros, venceu a competição mais 4 vezes, culminando com seu triunfo na edição desde ano. Um feito para poucos, sem dúvida alguma.

Sebástian Loeb: O atual campeão do mundial de rali mostra que pretende aumentar sua coleção de troféus na estante. Loeb venceu a primeira prova deste ano, disputada em Mônaco. E embora Jari-Matti Latvala tenha vencido a segunda prova do ano, na Suécia, podem apostar que o piloto francês da Citroen continua o maior favorito ao título. Quem vai conseguir acabar com o reinado de Loeb no mundial de rali? Uma pergunta que se faz já há vários anos sem ter uma resposta. Quem sabe este ano, mas no que depender do francês, talvez fiquemos mais um ano na fila...

Brasileiros na Truck Series da Nascar: Miguel Paulo e Nelsinho Piquet iniciam o ano na categoria Truck Series com a cotação em alta. No início do certame, em Daytona, a dupla verde-amarela largou na primeira fila, mas infelizmente a vitória acabou não vindo, com o acidente de Miguel, que o tirou da prova, e o de Nelsinho, que eliminou suas chances de um bom resultado. Mas já dá um indício de que os dois brazucas, guiando pela Turner podem aprontar nesta temporada. Paulo conquistou a pole-position, enquanto Nelsinho ficou com a 2ª posição do grid. As chances de realizarem um bom campeonato, desbravando um território que até então nunca fora tentado a sério por nossos pilotos, já merece toda a torcida e respeito pelo que conseguirem na pista. A competição é muito forte, e sobressair-se neste certame não é para qualquer um.

Rubens Barrichello: Excluído da F-1, com a contratação de Bruno Senna para seu lugar na Williams, o brasileiro virou sensação no ambiente da Indy Racing League, após os testes feitos a pedido de seu amigo Tony Kanaan com o carro da KV Racing em Sebring, na Flórida. Rubinho gostou do ambiente, do carro e do desafio que a categoria pode proporcionar, e tudo está pronto para ser oficialmente anunciado. O recordista de largadas da F-1 surpreendeu a todos com sua rápida adaptação ao carro e à pista de Sebring, mas é preciso conter a empolgação, pois em Sonoma, um circuito mais complicado, Barrichello já não teve o mesmo desempenho da pista da Flórida, quando acabou com o melhor tempo. Mas a direção da categoria ficou muito interessada em ter o ex-piloto da F-1, que ajudaria o campeonato a obter mais visibilidade no exterior, assim como Nigel Mansell fez na antiga F-Indy em 1993. Rubens pode ter uma nova direção em uma carreira, e quem sabe, atingir na IRL o sucesso que não obteve na F-1...

Equipe Red Bull: os números dos testes da pré-temporada não são uma medida exata das forças que as escuderias de F-1 demonstrarão durante a temporada, mas a julgar pela tranqüilidade nos boxes do time austríaco durante as duas sessões de testes realizadas até aqui, dá para esperar que os carros rubro-taurinos continuarão sendo os adversários a serem batidos. Não foram detectados nenhum problema significativo, e os tempos, obtidos em condições mais próximas às de corrida indicam que o RB08 continuará dando dores de cabeça aos times adversários, e poderá ser mais um carro vencedor saído da prancheta de Adrian Newey, que se tornou o projetista mais badalado do momento na categoria...



NA MESMA:

Bruno Senna: O sobrinho de Ayrton entra em sua 3ª temporada na F-1 ainda precisando mostrar que merece de fato estar na categoria. Não fosse o seu leque de patrocinadores, muitos se perguntam se ele estaria de fato no grid, já que seu ex-time, a Renault, não fez força para mantê-lo, preferindo concentrar suas apostas em Romain Grossjean, mesmo com toda a verba que o brasileiro podia trazer consigo. Como as exigências na Williams eram menores, Bruno assegurou a vaga, mas já tem de pensar em 2013, pois seu contrato é de apenas um ano, e muitos já consideram que Valtteri Bottas, piloto reserva do time, deverá ser promovido a titular no próximo ano, tanto que Bruno precisará ceder o seu lugar no primeiro treino livre em cerca de 15 corridas este ano, para que Bottas ganhe quilometragem com o carro. Muitos já se dão conta de que Bruno não é Ayrton, mas para alguns, Bruno ser “apenas” Bruno pode não ser o suficiente para garanti-lo no grid. Cabe ao jovem Senna provar que estão errados, o que foi difícil de fazer na Hispania e na Renault...

Ferrari: O time italiano prometeu criar este ano um carro que tiraria a escuderia da fila de pretendentes ao título, mas até o presente momento, o novo F2012 parece estar dando mais dor de cabeça que satisfação, a ponto de ambos os pilotos da equipe já terem dado declarações menos empolgadas sobre o potencial do carro. Para piorar a situação, os rivais mais fortes – leia-se Red Bull e McLaren, parecem estar iniciando o ano em condição melhor do que iniciaram 2011 na mesma época, o que sugere que Maranello vai ter um ano sob muita pressão. Ainda tem mais uma sessão de testes, e quem sabe, os engenheiros consigam acertar os ponteiros e o time italiano, quem sabe, encontre seu rumo para, pelo menos, voltar a disputar as vitórias com freqüência. A esperança é a última que morre...

Equipe Mercedes de F-1: Ross Brawn em pessoa já avisou: o carro 2012 é bom, mas ainda não permite ao time sonhar com o título, e talvez nem mesmo com vitórias. A se confirmar estas previsões, que poderiam servir mais para despistar e tirar pressão em cima da escuderia, pior para seus pilotos. Nico Rosberg começa a dar sinais de que pode perder a paciência com o time, pela impaciência de obter sua primeira vitória na categoria. Já Michael Schumacher, até o presente momento, não consegue vislumbrar oportunidade de repetir seus bons tempos de glórias. Não é tanto a idade que pesa, mas sim a falta de um carro competitivo como aqueles que pilotou na Ferrari e na Benetton. Schumacher já deu algumas mostras de ter recuperado o ritmo de competição, mas infelizmente, a Mercedes até agora não teve um carro vencedor, e este ano, aparentemente, terá novamente que se contentar, possivelmente, em ser apenas a 4ª força da categoria, se não surgirem imprevistos...

Calendário da F-1: O certame da categoria máxima do automobilismo iniciará seu mundial com pelo menos duas provas sob suspeita: Bahrein e Estados Unidos. A nação do Oriente Médio, apesar da FIA e de Bernie Ecclestone repetirem que vai haver corrida porque vai, continua enfrentando algumas instabilidades sociais, e seria vergonhoso haver uma prova de F-1 enquanto o país teima em não arrumar seus problemas, sem falar que a população poderia usar a corrida como alvo para suas insatisfações. Já no caso americano, apesar de alguns embaraços legais e de ordem financeira, as obras da pista de Austin estão seguindo a todo vapor, inclusive com turnos à noite, para deixar tudo pronto o quanto antes para a primeira inspeção da FIA, e garantir a realização da corrida em novembro, mas é preciso garantir a construção total da pista. Mas, depois do que se viu na Coréia do Sul e na Índia, o caso americano nem parece tão complicado. O duro é agüentar os maiorais da F-1 cobrando perfeição quando admitem incertezas sobre algumas corridas. Claro, a força da grana fala alto, alto até demais, então...

“Nova” Lótus: a antiga equipe Renault, que agora passa a se chamar “Lótus”, já começou o ano novamente com dúvidas. Após uma primeira sessão de testes onde deu ânimo aos torcedores pela expectativa de boa performance para o campeonato deste ano, a escuderia de F-1 levou um sério revés em Barcelona, com a detecção de um problema sério no carro que obrigou o cancelamento dos testes na pista da Catalunha para que os chassis fossem analisados e seu problema corrigido na fábrica. Com isso, praticamente 4 dias de testes perdidos, e a incerteza de sua recuperação. Isso sem falar que o defeito poderia até comprometer a boa expectativa de performance, para alguns mais preocupados. Claro, a escuderia nega que isso aconteça, mas o ambiente de esperança visto em Jerez passou a ficar mais sério e preocupado depois de Barcelona. Vejamos se a escuderia mostra ter recuperado a esperança na última sessão de testes coletivos da pré-temporada...



EM BAIXA:

Visual dos carros 2012 da Fórmula 1: Unanimidade geral: os novos monopostos da categoria máxima do autoobilismo produziram para a temporada deste ano os carros mais feios de que se tem memória recente. O bico ornitorrinco (para alguns) ou extrator de grampos (para outros) deixou todos os carros – à exceção da McLaren, que ainda manteve o bico com declive suave, com uma aparência pra lá de esquisita. O novo regulamento obrigou os times a reduzirem a altura do bico por questões de segurança, já que em caso de uma colisão lateral, os bicos podiam muito bem acertar a cabeça do piloto do outro carro. Até aí, nada demais. Mas será que a grande maioria dos projetistas não tinham outra saída para rebaixar o bico sem precisarem fazer um “degrau” no bico dos carros. Graças a isso, a McLaren provavelmente já garante por antecipação o título de carro mais bonito da temporada, por dispensar tal artifício. Mas claro, para muitos, carro bonito é carro que vence, então o conceito de “beleza” costuma ser relativo...

Itália na F-1: Pela primeira vez em décadas, não haverá nenhum italiano no grid de largada da categoria. Jarno Trulli acabou rifado da Caterham em favor de Vitaly Petrov, que trouxe mais patrocínio para o time. Mesmo com a escassez de talentos de renome, a Itália sempre conseguiu ter um representante no grid de largada da F-1. Resultados de monta, infelizmente, já vão longe. A última pole foi de Giancarlo Fisichella na Bélgica, em 2009, e a última vitória, de Jarno Trulli, em Mônaco, em 2004. E o último título, foi na década de 1950, com Alberto Ascari. E olhem que esse panorama pode vir a ser o mesmo do Brasil em um breve futuro...

Brasileiros na Indy Racing League: Até novidades em contrário, apenas Tony Kanaan (KV) e Hélio Castro Neves (Penske) estão confirmados oficialmente no campeonato Indy deste ano. Enquanto Rubens Barrichello ainda não é confirmado oficialmente como companheiro de Kanaan na KV, Vitor Meira, que nos últimos anos disputou a categoria, viu-se sem lugar e assegurou participação na Stock Car brasileira. Bia Figueiredo segue na luta, mas precisa arrumar patrocínio, não tendo conseguido nenhum time até o momento. Na melhor das hipóteses, parece que teremos no máximo 3 pilotos no campeonato este ano, número bem inferior ao de temporadas recentes...

Cosworth na F-1: o motor que revolucionou a F-1 nos anos 1960 e garantiu uma década inteira de competitividade na categoria chega a 2012 com apenas 2 times utilizando seus propulsores: Marussia e Hispania. Desde que retornou à F-1 em 2010, já perdeu dois times: primeiro a Lótus (atual Caterham), que mudou para a Renault; e este ano perdeu a Williams, que também mudou para os motores franceses. Equipando as piores escuderias do grid, infelizmente a Cosworth não terá um bom ano para se viver na categoria, podendo até deixar novamente de estar presente na F-1 já em 2013, muito provavelmente pela falta de recursos destes dois times, que podem até nem chegar ao fim do campeonato deste ano...

Helmut Marko: o consultor e principal homem forte da Red Bull no programa de pilotos apoiados pela marca dos energéticos foi detonado publicamente esta semana por Jaime Alguerssuari, que também atacou a postura de falta de transparência e de cobrança desmedida efetuada aos pilotos implantada por Marko, a quem só interessa achar outro “Vettel”, para o qual justificava-se rifar o espanhol e Sebastian Buemi ao fim do ano passado por “não serem bons o suficiente” para guiar para a Red Bull. Não é a primeira vez que Marko é o centro de uma controvérsia assim, e duvida-se que será a última, especialmente enquanto ainda contar com a confiança do proprietário da Red Bull, Dietrich Mateschitz.

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