Um novo mês começa, e eis aqui alguns toques do que mais aconteceu no mundo da velocidade em outubro último...
A etapa de encerramento do campeonato 2011 da Indy Racing League (IRL) não foi como todos esperavam. O que deveria ser um grande festa de encerramento do ano transformou-se numa tragédia quando na volta 12 houve o maior acidente dos últimos anos da categoria, envolvendo praticamente 15 carros, que acertaram uns aos outros e ao muro, com alguns deles decolando por sobre os outros, em virtude dos contatos de rodas. O carro do inglês Dan Wheldon, convidado especial desta etapa, e que se vencesse levaria o prêmio de US$ 2,5 milhões por não disputar o campeonato deste ano, acabou arremessado contra o muro e o alambrado, e o violento choque destroçou o santantonio de seu monoposto, atingindo violentamente a cabeça do piloto, que faleceu pouco tempo depois de ser resgatado, quando era transportado para o hospital. Em virtude da morte de Wheldon, a corrida acabou cancelada. Em um gesto de homenagem, os pilotos restantes voltaram para a pista com seus carros, percorrendo mais 5 voltas em fila organizada de largada, no que foram ovacionados com respeito pelo público presente. Com o cancelamento da corrida, o escocês Dario Franchiti tornou-se o campeão de 2011, e entrou para a história da IRL como seu primeiro tetracampeão, sendo que foi campeão nos últimos 3 anos consecutivos. Franchiti, porém, não teve espírito para comemorar sua nova conquista, a qual classificou de a mais vazia de sua carreira, numa alusão ao fato de ter alcançado o feito em um dia onde perdeu um de seus mais respeitados colegas. Deve-se levar em consideração que, dada a violência das batidas, e o número de pilotos envolvidos, apenas Wheldon acabou não tendo sorte, pois todos os demais acabaram sofrendo ferimentos leves ou medianos. O automobilismo é um esporte de risco, e por mais seguros que os carros sejam, sempre haverá de se contar com um pouco de sorte para se escapar do pior. Houve uma saraivada de críticas a respeito da segurança do modelo utilizado pela categoria, fabricado pela Dallara, projetado em 2003. Apesar do carro ter sofrido algumas evoluções nestes anos todos em que foi usado pela categoria, todos concordam que a direção da IRL demorou demais na adoção do novo modelo, que será utilizado a partir do ano que vem. Ironicamente, o novo modelo estava sendo testado por Dan Wheldon. Em sua homenagem, a Dallara vai adicionar as iniciais DW ao nome do modelo, que será chamado oficialmente de DW12.
Hélio Castro Neves e Tony Kanaan já garantiram seus lugares no campeonato da IRL em 2012. Helinho renovou com a equipe Penske para mais uma temporada, e no próximo ano, será sua 13ª temporada na equipe de Roger Penske. Já Tony Kanaan, depois do calvário que foi arrumar um lugar para correr este ano, conquistou a confiança da equipe KV Racing, que ajudou a ter o seu melhor ano na categoria desde sua criação. Tony continuará no time em 2012, onde sua experiência e conhecimento serão fundamentais para o desenvolvimento e acerto do novo chassi da categoria. Quanto aos demais brasileiros que competiram no certame, suas participações no próximo ano estão totalmente indefinidas até o presente momento.
A IRL muda de motores na próxima temporada. Saem os Honda V-8 aspirados, entram os V-8 turbos da Honda, Chevrolet, e Lótus. Entre os times que já fizeram suas escolhas, KV, Panther e Penske passarão a usar os Chevrolet no próximo ano. Os motores da Lótus serão produzidos pela fábrica de propriedade da Próton em associação com John Judd, que já produziu unidades turbo para a F-Indy no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990.
O GP da Malásia da MotoGP também trouxe um fato triste este ano: a morte do piloto italiano Marco Simoncelli, de apenas 24 anos, logo nas primeiras voltas da prova. Simoncelli caiu de sua moto, e num lance de azar, voltou para o centro da pista, sendo atingido violentamente pelos pilotos Colin Edwards e Valentino Rossi, que não tiveram como desviar do colega de competição. A batida com Edwards foi a mais violenta, chegando a arrancar o capacete de Simoncelli. Rossi conseguiu controlar sua moto e evitar uma queda com o impacto, conseguindo até voltar para a pista, mas Edwards levou um tombo violento com o impacto. Resgatado pela equipe médica, infelizmente os ferimentos foram demasiados, e após 45 minutos de tentativas de reanimação, Marco Simoncelli foi declarado morto. A direção de prova resolveu cancelar a corrida devido à morte do piloto italiano, e tal qual ocorrido na IRL uma semana antes, todos na categoria ficaram transtornados com o acidente. Já vi diversos acidentes de pilotos na MotoGP, e só posso dizer que quando há uma queda de piloto, só se pode rezar para que os demais consigam desviar de quem caiu, pois a proteção infelizmente é mínima. Por sorte, em boa parte dos acidentes, os envolvidos acabam saindo da pista, mas em algumas vezes, eles acabam ficando na pista, e aí mora o maior perigo, pois quem vem atrás precisa ter sorte de estar em uma posição que o permita desviar do(s) colega(s) caídos. Simoncelli, infelizmente, retornou caído na pista justo na trajetória de Rossi e Edwards, que não tiveram chance de evitar a colisão.
Felipe Massa e Lewis Hamilton voltaram a se estranhar na pista no GP da Índia. Em uma tentativa de ultrapassagem, Massa fechou a porta para o inglês, que não aliviou e atingiu a lateral da Ferrari do brasileiro. Massa ainda continuou na pista, enquanto a McLaren de Hamilton precisou ir aos boxes trocar o bico. A corrida de Massa acabou quando Felipe acertou novamente um bloco de limite de uma das zebras em uma curva, destruindo parte da suspensão dianteira de seu carro, de maneira idêntica à que havia ocorrido na última fase da classificação no dia anterior. Massa já havia sido punido com uma passagem pelos boxes por ter sido considerado culpado pela colisão dos carros, no que que achei que foi apenas um incidente de corrida. Mas ambos os pilotos levaram chamadas de seus times após o GP. Lewis Hamilton acusou Massa de não ter dado espaço, enquanto o brasileiro acusou o inglês de não aliviar na tentativa de ultrapassagem. Realmente, 2011 não está sendo um ano bom para nenhum dos dois pilotos...
Enquanto Michael Schumacher, depois de 3 anos afastado resolveu voltar à F-1 no ano passado, pela equipe Mercedes, seu irmão Ralf, depois que perdeu seu lugar na categoria, migrou para o campeonato do DTM, onde já está desde 2008. E deverá continuar por lá em 2012, tendo recentemente renovado com a equipe oficial da Mercedes por mais um ano, no que ganhou elogios de Norbert Haug, mesmo diante da falta de resultados mais expressivos de “Little” Schummy...
A corrida de Valência da MotoGP marcará o encerramento da carreira do italiano Lóris Capirossi, aos 38 anos de idade. Disputando a categoria máxima do motociclismo desde o ano 2000, após uma passagem em 1995 e 1996, o italiano anunciou semanas atrás o encerramento de sua participação nas competições. E o faz com enorme pesar, pela morte do conterrâneo Marco Simoncelli. Em 22 anos de carreira nas motos, Capirossi conquistou três títulos, sendo bicampeão nas 125cc e campeão nas 250cc (atual Moto2). Obteve 29 vitórias (sendo apenas nove na MotoGP), um total de 99 pódios, 41 poles e 32 melhores voltas, em 324 GPs disputados. Em 2006, teve seu melhor ano na MotoGP, terminando o campeonato em 3º lugar. Nos demais anos, teve um desempenho bastante irregular, e nunca conseguiu obter o mesmo sucesso das categorias 125cc e 250cc.
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