Chegou a hora da F-1 dar a sua largada oficial para o campeonato de 2011, e a categoria já começa o ano melhor do que deveria inicialmente. Isso porque o início do campeonato foi adiado em 2 semanas, com o “cancelamento” do GP do Bahrein, que deveria ter iniciado a disputa no dia 13 deste mês. Mas como as coisas por lá estão bem quentes, e não é apenas no sentido da temperatura do deserto, eis que a maior categoria automobilística do planeta irá começar sua disputa anual em um dos mais belos locais que costuma visitar pelo mundo afora: Melbourne, e o circuito do Albert Park.
Além de uma pista onde sempre tivemos emoção na corrida, ao contrário da pista barenita, os australianos sabem promover a sua corrida de F-1 como ninguém. Todo mundo concorda que este é o melhor lugar para se começar o campeonato, e depois de 2 semanas de adiamento das corridas, todo mundo está em ponto de bala para acelerar fundo os novos carros. No ano passado, a corrida australiana serviu para redimir a categoria da sonolenta prova de abertura do campeonato, justamente no Bahrein. Jenson Button venceu a corrida depois de literalmente ficar fora da parada na prova, e ainda teve uma ajuda da sorte com o problema mecânico que afligiu Sebastian Vettel, que liderava a corrida com relativa tranqüilidade. Será que este ano veremos outra prova emocionante como a de 2010?
Talvez sim, talvez não. Em todo caso, as novidades técnicas da categoria para esta temporada já são suficientes para deixar todo mundo meio na expectativa de ver o que vai acontecer na prática. O maior problema, todos calculam, é a durabilidade dos pneus, que são bem diferentes dos Bridgestone utilizados no ano passado. Todos esperam ter de fazer no mínimo 2 paradas durante a corrida, mas na pior das hipóteses, podem ser necessárias até 4 paradas para conseguir completar a corrida, e cada ida ao Box pode ser uma chance de surgirem problemas na estratégia de corrida, e esse é o maior medo das equipes e pilotos.
No ano passado, houve uma corrida onde todos acabaram surpreendidos em um panorama similar, em Montreal, no GP do Canadá. Resultado: uma corrida cheia de disputas e emoção, com algumas situações inesperadas, o que ajudou a dar uma dose extra de atratividade. Pode ser o que vamos ver neste domingo no Albert Park, uma pista que, por coincidência, guarda algumas semelhanças com o circuito canadense, ambas pistas quase de rua, situadas em parques. O maior diferencial é que as equipes sabem que tipo de problema vão enfrentar, a dúvida é o seu tamanho. Os testes de pré-temporada deram uma boa idéia de quanto cada time pode conseguir render com seus carros com cada composto, mas os testes foram efetuados em circuitos como Barcelona, Valência e Jerez, com traçados e asfalto bem distinto do que vamos encontrar no Albert Park. Pode ser que nada mude, ou tudo pode mudar. No momento em que esta coluna estiver sendo lida, no horário do Brasil, os treinos livres de sexta-feira já terão sido encerrados, e então poderemos ter uma idéia mais precisa do que esperar pela frente, na classificação e corrida.
A volta do kers e o sistema polêmico da asa móvel traseira podem dar um tempero extra na situação, se bem que com relação à asa móvel, as regras de utilização são pra lá de imbecis na minha opinião. Os dois dispositivos podem tanto ajudar quanto atrapalhar, e para dizer a verdade, a FIA faria muito mais bem à categoria se parasse de inventar regras bestas e resolvesse atacar o maior problema para se facilitar as ultrapassagens na F-1: a extrema dependência da aerodinâmica dos carros atuais, algo que nem é mencionado toda hora que se muda o regulamento visando isso ou aquilo. Talvez algum dia ainda cheguem lá, finalmente. Os pneus de duração menor da Pirelli são um passo no caminho certo, e as incertezas que eles trazem até o momento no quesito performance X durabilidade, deve ser o ponto crucial desta primeira corrida do campeonato.
De qualquer maneira, estamos no melhor local para começar o campeonato, ao contrário do que era inicialmente previsto. Talvez seja um indício de que a F-1 pode ter realmente um ano melhor do que todos esperam. E viva a Austrália...
A Indy Racing League começa hoje os treinos oficiais para o campeonato de 2011 com a primeira corrida do ano, em São Petesburgo , no Estado da Flórida. E o Brasil ganhou mais dois representantes no grid da categoria: Tony Kanaan fechou acordo com a equipe KV Racing, e estará finalmente no grid de largada. O brasileiro terá como companheiros de equipe o japonês Takuma Sato e o venezuelano Ernesto Viso. Quem também garantiu vaga é Raphael Mattos, que correrá pela AFS, escuderia pela qual foi campeão da Indy Lights em 2008, e que agora correrá o campeonato da IRL. Com isso, teremos 5 brasileiros na pista: Hélio Castro Neves defenderá a Penske pelo 12° ano consecutivo; Vitor Meira continua na Foyt; e Bia Figueiredo correrá pela Dreyer & Reinbold. Pelo retrospecto técnico das escuderias, apenas Helinho terá chances de título. A Foyt e a Dreyer & Reinbold tem estruturas modestas, capazes de proporcionar bons resultados na média, mas não o suficiente para vencer corridas ou lutar pelo título. Já a KV possui uma boa estrutura, mas não dispõe de cacife para enfrentar de cara times como a Penske e a Ganassi, ou até mesmo a Andretti. Tony Kanaan, contudo, pela sua vasta experiência, pode ajudar o time a evoluir, talvez até a conseguir vencer alguma corrida. Pode ser difícil, mas não impossível. De qualquer maneira, o maior desafio Tony já conseguiu vencer, que é estar novamente no grid da IRL. Agora, basta ao baiano mostrar do que é capaz para lembrar porque foi campeão da categoria em 2004...
A F-1 nem deu sua primeira largada do ano, e Felipe Massa já levou uma “cobrança” da Ferrari para 2011: Aldo Costa, diretor técnico da escuderia, declarou que o brasileiro precisa acompanhar o ritmo de Alonso, pois o time precisa de dois pilotos “fortes”. Como se Massa precisasse ser lembrado isso...O time também ajudaria muito se não fizesse picaretagens como a de Hockeinhein ano passado, que ajudaram a derrubar o moral de Felipe pelo resto da temporada. Mais do que nunca, o brasileiro precisa prestar atenção ao ninho de cobras por que o cerca na escuderia...
Os fãs do automobilismo já podem ter à disposição a mais nova edição do Anuário Automotor, do jornalista Reginaldo Leme. É a 19ª edição do livro, que começou a ser publicado em 1992, e hoje tornou-se a principal publicação do gênero impresso em língua portuguesa. São cerca de 432 páginas, em altíssima qualidade com capa dura, cobrindo as principais categorias automobilísticas, com destaque para a Fórmula 1 e a Stock Car nacional. O preço do livro é de cerca de R$ 90,00, e pode ser encontrado nas principais livrarias do país. Leitura altamente recomendada. De quebra, na apresentação, uma homenagem aos 40 anos da primeira vitória de Émerson Fittipaldi na F-1, em Watkins Glen , em 1970, com detalhes da matéria produzida por Reginaldo Leme ao lado de Émerson, que voltaram ao circuito americano onde se deu o primeiro triunfo brasileiro na categoria, para a TV Globo.
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